Flamin’ Hot: O Sabor Que Mudou o Mundo – Crítica


Temos visto inúmeros filmes baseados em fatos sobre a criação de produtos/marcas icônicas e que inclusive usam grandes nomes de Hollywood para contar a história. O último deles foi Air, sobre os tênis de Michael Jordan (veja a crítica aqui). E então chega no Star+ Flamin’ Hot: O Sabor Que Mudou o Mundo, sobre a criação do molho picante em salgadinhos da Frito-Lay (Doritos, Cheetos e outros). Ao contrário dos outros, esse longa conta com uma história mais simples, com um elenco mais desconhecido, mas com muita alma.



Estreia de Eva Longoria como diretora, a produção tem um enredo interessante contada por um roteiro amarradinho e muito latino, quase ingênuo, e um elenco extremamente carismático, principalmente a dupla principal.


Flamin’ Hot: O Sabor Que Mudou o Mundo


Richard Montañez (Jesse Garcia) é filho de mexicanos e trabalha como faxineiro numa das fábricas da Frito-Lay na Califórnia nos anos 1990. Ele tem uma mente afiada, sempre querendo aprender, dando o melhor de si. Quando o mercado americano entra em crise e sua fábrica corre o risco de fechar, Richard tem uma ideia: Fazer salgadinhos picantes. O público do qual faz parte, mexicano-americano, é desprezado pela indústria, mas ele acredita que um salgadinho com o sabor da sua terra é o que vai salvar seu emprego – e o de tantos outros. Mas o problema é: Como fazer o alto escalão escutar a ideia de um faxineiro? Sorte que Richard é cara de pau.





A Frito-Lay afirma que essa não é a história real, mas o filme é baseado nas memórias do próprio Richard, então oficialmente não se sabe ao certo o “pai” do Flamin Hot. Richard é o narrador e por vezes exagera nos fatos, como ele mesmo deixa claro, mas isso só dá um tcham a mais para o filme.


Comunidade latina


Mais do que falar só sobre a criação de um sabor, Flamin’ Hot é sobre a comunidade latina e o tempero que ela traz (perdão pelo trocadilho). Numa época em que os mexicanos – e tantos outros – eram hostilizados nos EUA, eles se uniam, se ajudavam e assim seguiam em frente. Richard, por exemplo, não seria quem se tornou não fosse a esposa Judy e seus filhos, além dos amigos.


O filme mostra, ainda que de forma não tão profunda, o que a economia americana se tornou para os latinos nos anos 1990, como eles foram afetados, e como precisaram se reinventar, algo que Richard fez.





Richard e Judy


Jesse Garcia é simplesmente ótimo. Ele é a alma do filme e tem um excelente timing de comédia. Seu Richard, apesar de cheio de defeitos no passado (sua história não é das mais suaves...), nos faz querer abraçá-lo, ser amigo dele. Seu carisma é contagiante e o público torce muito por ele e sua ideia.


E Annie Gonzalez, não fica atrás. Sua Judy é o coração do filme. É aquele tipo de mulher capaz de mudar um homem, que coloca todo mundo em marcha e não mede esforços por aqueles que ama.



A direção de Longoria, também descendente de mexicanos, mostra a alma acolhedora dos latinos, ainda que em muitos momentos tudo seja quase caricato, o que acredito que tenha sido proposital devido ao caráter cômico do filme.


Flamin’ Hot é uma ótima surpresa no quase infinito catálogo dos streamings. Independente se a criação seja totalmente de Richard ou da Frito-Lay, o filme vale suas quase 2 horas de duração.


Recomendo bastante.


Teca Machado




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