sexta-feira, 31 de março de 2023

Pachinko, de Min Jin Lee - Resenha


Nos últimos meses li muitos romances seguidos e eu precisava desesperadamente ler um gênero diferente. E já fazia tempo que queria ler Pachinko, de Min Jin Lee, publicado por aqui pela Editora Intrínseca. Então ele foi o escolhido. E posso dizer sem medo de que a obra merece todas as crítica positivas e elogios que recebeu desde seu lançamento em 2020.


Sobre imigração, intolerância, decisões que mudam a vida de toda uma família e que repercute por quase 100 anos, Pachinko é uma jornada épica com mais de 500 páginas e que é impossível não se envolver.


Foto @casosacasoselivros


Pachinko


Nos primeiros anos do século XX, Sunja é uma adolescente adorada pelos pais e que apesar de viver uma vida simples em uma pequena ilha na Coréia, não lhe falta nada. Mas ela se envolve com um homem mais velho e engravida. Ele se apaixona por ela também, mas já é casado. Se dispõe a dar tudo para a garota e para o filho, menos casamento. Não querendo acabar com sua reputação, Sunja aceita casar-se com Isak, um pastor gentil e doente que estava de passagem pelo seu vilarejo. Casados, eles se encaminham para o Japão e Sunja decide esquecer o pai do seu filho. Assim começa a saga que envolve quatro gerações por quase um século, passando por colonização, guerras internas, Segunda Guerra Mundial, a reconstrução do Japão após as bombas atômicas, divisão da Coreia e mais.


O nome do livro é Pachinko em referência às máquinas caça-níqueis do Japão comumente administradas e frequentadas por coreanos imigrantes e que tem papel fundamental no enredo do livro.


“A História falhou conosco, mas isso não importa.”


Min Jin Lee

A frase acima está presente no livro e é a partir dela que conhecemos a dura realidade dos coreanos em solo japonês. Apesar de não ser uma história real, é historicamente acurado. Min Jin Lee escreve a discriminação que eles sentem, a exclusão, o preconceito e como mesmo os imigrantes ricos não conseguem fugir do estereótipo de “coreano sujo, burro, mafioso”. Mesmo os filhos de coreanos nascidos em solo japonês há gerações são considerados imigrantes. Há uma questão muito profunda de identidade, porque não são considerados japoneses, mas não se sentem coreanos. Quem são, então?


Pachinko fala sobre miséria, amor, família, fé, desigualdade, luto, superação, e, principalmente, sobrevivência em meio às mais completas adversidades.


Sunja e família


Os personagens são bem construídos, principalmente Sunja. Ela é de certa forma a protagonista, mas à medida que o tempo vai passando, seus filhos e netos ganham destaque e ela passa para o papel de coadjuvante. Todos os arcos dramáticos são interessantes, mas além do dela os meus preferidos foram o do seu filho e neto Solomon e Mozazu.


Pachinko é um livro incrível por todo seu conjunto. Min Jin Lee criou uma ambientação fantástica e realista, personagens identificáveis e carismático e por vezes odiosos, uma história interessante e reflexões que muitas vezes são um tapa na cara do leitor.


Além disso, sua escrita é fluida e boa. São 500 páginas que passam sem você perceber. Talvez não seja uma leitura rápida porque o tema é um tanto denso, mas não é maçante e nem difícil.



A Apple TV+ fez uma adaptação de Pachinko e estou louca para assistir (porque a Apple TV+ é, sem sombra de dúvidas, o melhor streaming do universo). São 9 episódios com cerca de 1 hora de duração cada. Veja o trailer aqui.


Recomendo muito, demais, bastante. É um livro incrível.


Teca Machado

quarta-feira, 29 de março de 2023

Curiosidades sobre Daisy Jones & The Six


A espera acabou e desde a última sexta-feira todos os episódios de Daisy Jones & The Six estão disponíveis na Amazon Prime Video. Gostaria de ter assistido mais rápido, mas como diz o comediante Nando Viana, “a vida não está nem aí para o seu planejamento”. E não vou fazer crítica e nem resenha, até porque já tem várias por aí e acho que seria chover no molhado. Então trago curiosidades sobre a produção.



Curiosidades sobre Daisy Jones & The Six


1- A série é baseada no livro de mesmo nome de Taylor Jenkins Reid, publicado no Brasil pela Editora Paralela, selo do grupo Companhia das Letras. (Veja a resenha aqui)


2- Daisy Jones & The Six começou a estourar depois que a atriz Reese Whiterspoon o indicou no seu clube do livro, o Reese’s Book Club. Ela tem uma produtora, a Hello Sunshine, que assina a produção executiva da série e, juntamente com os roteiristas, a autora do livro assina como produtora.



3- Riley Keough, que interpreta Daisy, é neta de Elvis Presley. E depois que você sabe disso começa a enxergar traços no cantor na atriz. Apesar da genética, é a primeira vez que ela canta profissionalmente.


4- Todos os atores aprenderam a tocar os instrumentos e a cantar para poderem eles mesmos interpretarem as músicas. Suki Waterhouse, que vive Karen, é cantora na vida real, inclusive foi atração do primeiro dia do Lollapalooza 2023 em São Paulo.



5- Além disso, antes das filmagens, o grupo fez um pequeno concerto para uma audiência de verdade (que não sabia que eram eles e nem que fazia parte de uma série) para poderem treinar, aumentar a química entre eles e sentir como era se apresentar para uma plateia.


6- Aurora é o primeiro álbum de uma banda fictícia a alcançar o #1 do Spotify global e tem se mantido no ranking desde o lançamento (E convenhamos, é MUITO BOM! Desde o dia que lançou eu não paro de escutar e não tem nenhuma música que eu não goste).




7- Foi a própria Taylor Jenkins Reid que escreveu as letras das músicas para o livro.


8- Daisy Jones & The Six não é uma história real – apesar de parecer! -, mas Taylor Jenkins Reid diz que se inspirou em várias bandas dos anos 1970. Fleetwood Mac foi uma dessas inspirações, sobretudo a história da produção do álbum “Rumors”.



9- Nabiyah Be, que interpreta a personagem Simone Jackson na série, é cantora, compositora e atriz brasilo-jamaicana. Nascida em Salvador, ela também é conhecida por sua participação em “Pantera Negra”.


10- O figurino da série, assinado por Denise Wingate, foi todo garimpado em brechós de luxo e sites de roupas vintage. Para o elenco principal, foram mais de 1.500 trocas de roupa.



Bônus: O marido de Riley Keough faz uma aparição no episódio dois, como um dos homens com quem Daisy dormiu.


   


Quem aí já viu a série? Gostou? Achou muito diferente do livro?


Recomendo muito.


Teca Machado


segunda-feira, 27 de março de 2023

Casamento em Família - Crítica


Antes de ter filhos e da pandemia, eu e meu marido íamos toda semana no cinema. Vi filmes que queria, que não queria, bons, ótimos, ruins, joias escondidas, blockbusters e muito mais. Não vou negar: Era ótimo. Aí veio a pandemia e todos os cinemas fecharam. E nesse meio tempo eu engravidei. De gêmeos. Isso significa que cinema, infelizmente, não é mais uma parte tão recorrente nas nossas vidas. E sinto falta. Muita. Não vou negar. Graças à Deus os streamings estão aí para nos ajudar. E semana passada, depois de 9 meses (a última vez que tinha ido foi para ver Top Gun: Maverick em junho do ano passado!) fomos ao cinema. E o escolhido da vez foi Casamento em Família, comédia do diretor Michael Jacobs, que também assina o roteiro.



Tem dias, ainda mais numa sexta, que você só quer ver um filme leve, engraçado, bem-feito e com boas atuações. E foi esse o caso, apesar de que no fim das contas é mais um drama sobre relacionamentos do que uma comédia romântica propriamente dita. 


Casamento em Família


Michelle (Emma Roberts) e Allen (Luke Bracey) um casal, estão numa festa de casamento. Quando ele percebe que ela vai pegar o buquê da noiva, ele surta com a possibilidade de ter que casar-se – apesar de amá-la –, se joga na frente, pega o buquê ele mesmo e estraga o momento. Sim, ele foi um babaca. Michelle, então, diz que ele precisa se decidir: Ou eles seguem em frente e se casam ou terminam. Ambos vão para a casa dos pais para pensar e pedir conselhos e marcam um jantar para que todos se conheçam. E é aí que mora o problema, porque os quatro estão interligados de maneira improvável.


O trailer já mostra o grande tcham do filme (normal, porque hoje em dia trailer é sempre assim), mas não tem problema, porque o trunfo desse filme é o elenco sensacional.






Três relacionamentos


Geralmente comédias românticas focam em apenas um casal, mas aqui apesar de serem Luke e Michelle o pronto central, os casamentos dos seus pais ganham destaque e, convenhamos, tem um enredo muito mais interessante e maduro. Os pais de Luke, Sam (William H. Macy) e Monica (Susan Sarandon), não se amam mais há muito tempo. Enquanto Sam é doce, gentil e infeliz, Monica é um furacão e amargurada. Já Grace (Diane Keaton) e Howard (Richard Gere) sempre tiveram um casamento feliz e perfeito, mas se afastaram e estão infelizes. O problema é que os quatro andam repensando suas relações, então como aconselhar os mais novos?


E Casamento em Família vai discutindo a relação dessas seis pessoas, em como precisam resolver seus problemas como casal e como os pais precisam se acertar para que os filhos possam decidir o que fazer, tudo isso em meio de questionamentos e reflexões profundas pontuadas de momentos cômicos e mesmo improváveis. O filme discute muito o que é amor, como manter o amor, porque nos distanciamos, porque nos aborrecemos com o outro depois de um tempo e mais.




Elenco


O que falar desse elenco a não ser que é maravilhoso? Luke Bracey e Emma Roberts são ótimos juntos (e é a segunda vez que são um casal, a primeira foi em Amor Com Data Marcada), mas a alma de Casamento em Família é Susan Sarandon, Diane Keaton, Richard Gere e William H. Macy. As interações deles são ótimas, dramáticas, engraçadas, tristes e inesperadas. É um elenco que não precisa se provar, que só de respirar já exala talento e tem ótimo timing.


Curiosidades: É a segunda vez que Luke Bracey e Emma Roberts são um casal, a primeira foi em Amor Com Data Marcada. Susan Sarandon e Richard Gere foram um casal – com problemas no casamento -  em Dança Comigo?. E Gere faz papel de pai de Emma Roberts, sobrinha de Julia Roberts, com quem ele fez o clássico Uma Linda Mulher.


Apesar de teoricamente ser um filme leve, os diálogos sobre amor, felicidade e relacionamentos tomam viés pesados e profundos em certos momentos. Acredito que podemos chamar Casamento em Família de dramédia. O filme tem seus clichês do gênero, mas isso não tira seu brilho.


Recomendo bastante.


Teca Machado




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