terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Antropoceno: Notas Sobre a Vida na Terra, de John Green - Resenha


John Green nos ganhou com sua escrita de ficção anos atrás (e nos fez chorar algumas vezes, né?) e agora que ele se aventurou na não-ficção com o livro Antropoceno: Notas Sobre a Vida na Terra, publicado por pela Editora Intrínseca, me ganhou mais ainda.


Antropoceno foi o melhor livro que li em 2022 e cada ensaio escrito me deixava reflexiva, interessada e ainda mais curiosa sobre o tema. A obra foi baseada nos episódios do podcast de mesmo nome (The Anthropocene Reviewed) apresentado por John Green e que você encontra no Spotify (apenas em inglês).


Foto @casosacasoselivros

Antropoceno: Notas Sobre a Vida na Terra


Afinal, o que significa antropoceno? É um termo usado por alguns cientistas para descrever o período mais recente na história da Terra, esse em que vivemos e quando o ser humano vem alterando o funcionamento e os fluxos naturais do planeta ao promover intensas mudanças globais. 


Em seus ensaios, John Green fala sobre tudo um pouco relacionado aos seres humanos e ao mundo em que vivemos. Encontramos textos sobre sussurros, a criação de supermercados, Monopoly (o antigo Banco Imobiliário), futebol, desenhos rupestres nas cavernas, adesivos com cheiro, a história por trás da invenção dos ursinhos de pelúcia, desertos de sal, gansos, cometas, bloco de notas do celular, sistema de classificação por estrelas, grama, o teclado e a disposição das letras, descobertas científicas, pandemias e muito mais.


Cada texto é curto, com poucas páginas, mas com informações interessantes sobre o tema, além de comentários pessoais do escritor. Ele te envolve tanto na leitura que não foram poucas vezes que me peguei pesquisando os lugares, as pessoas e as situações que ele descreve.


John Green


O autor mantém na não-ficção o seu estilo característico de bom humor e leveza, ainda que em outros momentos mais pesados o faça com sobriedade. Ele fala, por exemplo, dos seus problemas psicológicos e como é difícil viver dentro do seu cérebro. Eu até mesmo queria dar um abraço nele em certos momentos. O livro inteiro é como uma conversa com o leitor.


Alguns textos são mais sérios, outros leves e divertidos e a maioria com fatos históricos e muitas informações. É impossível chegar no final da leitura de Antropoceno sem dizer que aprendeu alguma coisa. Nem que seja aquele “conhecimento inútil”, mas que é interessante e que você tem vontade de compartilhar com tudo mundo. E para deixar claro que ele não inventa as informações, ao final de cada ensaio tem um sumário de onde ele pegou cada dado, cada história apresentada.


Claro que você vai se interessar mais por uns temas do que por outros, mesmo assim o livro inteiro é interessante e, quando você perceber, o livro já está acabando.


Em vários momentos a obra nos traz reflexões. E muitas vezes sobre temas “banais”, que todo mundo, sabe, tudo mundo viu, mas que não parou para realmente pensar nisso. Além disso, percebemos como o ser humano está mudando o mundo, nem sempre para melhor. Mas é bom pensar que, no fim das contas, a nossa raça é fascinante e tem o seu lado bom. Ainda dá para ter esperança.


Antropoceno: Notas Sobre a Vida na Terra é um livro que vale muitíssimo a pena ler, mesmo se você não gosta de não-ficção.



Recomendo MUITO.


Teca Machado

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Primeira música e trailer de Daisy Jones & The Six


Que a Taylor Jenkins Reid é uma das minha musas literárias qualquer um que segue o blog e as redes dele pelo menos um pouquinho sabe. E os seus livros de maior hype são Os Sete Maridos de Evelyn Hugo (veja resenha aqui) e Daisy Jones & The Six (veja a resenha aqui), ambos lançados no Brasil pela Editora Paralela. 




Os Sete Maridos de Evelyn Hugo vai virar filme pela Netflix. Tenho medo porque, convenhamos, o serviço de streaming tem fama de estragar adaptações. Além disso, nunca vou perdoá-los por não fazerem uma série com cada episódio sendo um marido. Mas esperança é a última que morre, então meu sonho de princesa é que mudem de ideia de transformem a Evelyn Hugo numa série.


Já para Daisy Jones & The Six a expectativa é alta! A Amazon Prime Video foi quem comprou os direitos produziu e marcou a data de estreia para 3 de março desse ano. E a Amazon sabe que o público do livro é grande, então está fazendo bastante marketing em cima da série e a cada nova informação que solta tudo mundo vai a loucura. Sei que eu vou.


E por falar nisso, ontem saiu o primeiro trailer:



Uau!


E, para atiçar ainda mais a gente, hoje soltaram a primeira música no Spotify. 


Escute aqui.


Como é a história de uma banda, criaram o álbum da turnê e em breve ele vai estar disponível. #ansiedade


Ano passado, a Heartless Loja criou camisetas de Daisy Jones & The Six e de Os Sete Maridos de Evelyn Hugo. Eu comprei e fiquei apaixonada! Veja aqui.


 


Bom, enquanto a série não estreia e o álbum completo não é lançado, a gente pode colocar Regret Me eternamente em repetição e ler todos os livros da Taylor Jenkins Reid. Você não vai se arrepender, juro!


     

   


Quem aí já leu Daisy Jones & The Six? Quem aí está quicando de ansiedade para assistir a série?


Teca Machado


terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Indicados ao Oscar 2023


E a Academia divulgou hoje a lista de produções que estão concorrendo ao Oscar 2023!




O filme Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo está na liderança da lista com 11 indicações, incluindo Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Atriz (Michelle Yeoh). Nada de Novo no Front, filme de guerra alemão da Netflix, está com nove indicações, incluindo de Melhor Filme. Os Banshees de Inisherin também está concorrendo a 9 estatuetas. Elvis levou oito indicações e Os Fabelmans sete. 


A novidade é que pela primeira vez a Marvel levou uma indicação por atuação: Angela Bassett está concorrendo como Melhor Atriz coadjuvante por Pantera Negra: Wakanda Para Sempre


A cerimônia do Oscar em 2023 acontece dia 12 de março.


Vem ver quem são os indicados!


MELHOR FILME


Nada de Novo no Front

Avatar: O Caminho da Água

Os Banshees de Inisherin

Elvis

Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo

Os Fabelmans

Tár

Top Gun: Maverick

Triângulo da Tristeza

Entre Mulheres



MELHOR DIREÇÃO


Martin McDonagh, por Os Banshees de Inisherin

Daniel Kwan & Daniel Scheinert, por Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo

Steven Spielberg, por Os Fabelmans

Todd Field, por Tár

Ruben Östlund, por Triângulo da Tristeza


MELHOR ATOR


Austin Butler, por Elvis

Colin Farrell, por Os Banshees de Inisherin

Brendan Fraser, por A Baleia

Paul Mescal, por Aftersun

Bill Nighy, por Living


MELHOR ATRIZ


Cate Blanchett, por Tár

Ana de Armas, por Blonde

Andrea Riseborough, por To Leslie

Michelle Williams, por Os Fabelmans

Michelle Yeoh, por Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo




MELHOR ATOR COADJUVANTE


Brendan Gleeson, por Os Banshees de Inishering

Brian Tyree Henry, em Causeway

Judd Hirsch, em Os Fabelmans

Berry Keoghan, por Os Banshees de Inisherin

Ke Huy Quan, por Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo


MELHOR ATRIZ COADJUVANTE


Angela Bassett, por Pantera Negra: Wakanda Para Sempre

Hong Chau, por A Baleia

Kerry Condon, por Os Banshees of Inisherin

Jamie Lee Curtis, por Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo

Stephanie Hsu, por Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo


MELHOR ROTEIRO ORIGINAL


Martin McDonagh, por Os Banshees de Inisherin

Daniel Kwan & Daniel Scheinert, por Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo

Steven Spielberg & Tony Kushner, por Os Fabelmans

Todd Field, por Tár

Ruben Östlund, por Triângulo da Tristeza





MELHOR ROTEIRO ADAPTADO


Edward Berger, Lesley Paterson & Ian Stokell, por Nada de Novo no Front

Rian Johnson, por Glass Onion: Um Mistério Knives Out

Kazuo Ishiguro, por Living

Ehren Kruger, Eric Warren Singer & Christopher McQuarrie, por Top Gun: Maverick

Sarah Polley, por Entre Mulheres


MELHOR FOTOGRAFIA


James Friend, por Nada de Novo no Front

Darius Khondji, por Bardo: Falsa Crônica de Algumas Verdades

Mandy Walker, por Elvis

Roger Deakins, por Império da Luz

Florian Hoffmeister, por Tár


MELHOR TRILHA SONORA


Volker Bertelmann, por Nada de Novo no Front

Justin Hurwitz, por Babilônia

Carter Burwell, por Os Banshees de Inisherin

Son Lux, por Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo

John Williams, por Os Fabelmans




MELHOR CANÇÃO ORIGINAL


Sofia Carson - "Applause" (de Tell it Like a Woman)

Lady Gaga - "Hold My Hand" (de Top Gun: Maverick)

Rihanna - "Lift Me Up" (de Pantera Negra: Wakanda Para Sempre)

"Naatu Naatu" (de RRR)

Son Lux - "This is a Life" (de Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo)


MELHOR EDIÇÃO


Mikkel E.G. Nielsen, por Os Banshees de Inisherin

Matt Villa & Jonathan Redmond, por Elvis

Paul Rogers, por Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo

Monika Willi, por Tár

Eddie Hamilton, por Top Gun: Maverick


MELHOR FIGURINO


Mary Zophres, por Babilônia

Ruth E. Carter, por Pantera Negra: Wakanda Para Sempre

Catherine Martin, por Elvis

Shirley Kurata, por Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo

Jenny Beavan, por Sra. Harris Vai a Paris





MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO


Nada de Novo no Front

Avatar: O Caminho da Água

Babilônia

Elvis

Os Fabelmans


MELHOR CABELO & MAQUIAGEM


Nada de Novo no Front

Batman

Pantera Negra: Wakanda Para Sempre

Elvis

A Baleia


MELHOR SOM


Nada de Novo no Front

Avatar: O Caminho da Água

Batman

Elvis

Top Gun: Maverick




MELHORES EFEITOS VISUAIS


Nada de Novo no Front

Avatar: O Caminho da Água

Batman

Pantera Negra: Wakanda Para Sempre

Top Gun: Maverick


MELHOR ANIMAÇÃO EM LONGA METRAGEM


Pinóquio de Guillermo Del Toro

Marcel the Shell with Shoes On

Gato de Botas 2: O Último Pedido

A Fera do Mar

Red - Crescer é uma Fera


MELHOR ANIMAÇÃO EM CURTA METRAGEM


The Boy, the Mole, the Fox and the Horse

The Flying Sailor

Ice Merchants

My Year of Dicks

An Ostrich Told Me the World is Fake and I Think I Believe It




MELHOR CURTA METRAGEM EM LIVE-ACTION


An Irish Goodbye

Ivalu

Le Pupille

Night Ride

The Red Suitcase


MELHOR FILME INTERNACIONAL


Nada de Novo no Front (Alemanha)

Argentina, 1985 (Argentina)

Close (Bélgica)

EO (Polônia)

The Quiet Girl (Irlanda)


MELHOR DOCUMENTÁRIO EM LONGA METRAGEM


All That Breathes

All The Beauty and the Bloodshed

Fire of Love

A House Made of Splinters

Navalny




MELHOR DOCUMENTÁRIO EM CURTA METRAGEM


The Elephant Whisperers

Haulout

How do You Measure a Year?

The Martha Mitchell Effect

Stranger at the Gate


*** 


E aí, quais filmes da lista você está animado para assistir?

Eu vou tentar assistir a todos da categoria melhor filme e venho contar para vocês o que achei.


Teca Machado


sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Uma Farsa de Amor na Espanha, de Elena Armas - Resenha


Hey! Esse é o post número 3 mil aqui no blog! Uau! Obrigada por todos que acompanham aqui e me fazem ter vontade de chegar a 6 mil, 10 mil e assim por diante.


A resenha mais recente foi sobre o primeiro livro que li em 2023, Persuasão (veja aqui) e hoje trago um post sobre a última leitura de 2022: Uma Farsa de Amor na Espanha, de Elena Armas, publicado no Brasil pela Editora Arqueiro.


Disse esses dias que abri 2023 com chave de ouro, porque adorei Persuasão, e posso dizer sem sombra de dúvidas que fechei 2022 muitíssimo bem, porque eu simplesmente amei Uma Farsa de Amor na Espanha! Tem enemies to lovers, fake dating e slow burn, ou seja, só coisas que a gente gosta.


Foto @casosacasoselivros

Uma Farsa de Amor na Espanha


Lina se enfiou numa mentira e agora não sabe o que fazer. Sua irmã vai se casar em poucos dias e ela disse para toda sua família que está namorando e que vai levar seu amado. Tudo isso porque o seu ex, que é irmão do noivo, vai estar lá e anunciou que está noivo também. Agora ela precisa achar alguém para acompanhá-la até a Espanha e que ainda tope ser seu namorado de mentirinha. E quem se oferece é ninguém menos do que Aaron Blackford, seu maior inimigo. Ambos trabalham numa empresa de engenharia em NY e não se dão bem desde o dia em que ele foi admitido. Lina e Aaron trocam farpas, discutem e vivem às duas, mas surpreendentemente ele a convence que pode ser um namorado de mentira mais do que perfeito.


Uma Farsa de Amor na Espanha é o livro de estreia de Elena Armas (e ela começou muito bem!) e se tornou sucesso no TikTok, com isso ele passou a ser publicado no mundo inteiro. E a Editora Arqueiro já anunciou a publicação do segundo livro dela para muito em breve: Um Experimento de Amor em Nova York, que vai ter como protagonista Rosie e Lucas, melhor amiga e primo de Lina.

Elena Armas

Comédia romântica


Uma Farsa de Amor na Espanha é uma comédia romântica muito gostosa de ler. Narrado em primeira pessoa por Lina, acompanhamos muito de pertinho tudo o que a protagonista pensa, sente e vê. No começo ela pode parecer meio cabeça dura e que fica repetindo milhões de vezes como Aaron a enlouquece – não no bom sentido -, mas é muito claro desde o início que esse ódio todo tem raiz em outro sentimento... E a recíproca é verdadeira.


Lina é dramática e exagerada, mas num tom muito divertido. É o tipo de protagonista que enfia os pés pelas mãos e agora não sabe como sair da situação a não ser com uma atitude muito extrema. Ela é engraçada e é possível se identificar com ela. E aos poucos a gente vai descobrindo que tanto desespero para levar alguém e a dificuldade para deixar alguém entrar em sua vida outra vez tem um motivo muito profundo, o qual a autora tratou com delicadeza.


E Aaron. Ah, Aaron! Mais um crush entrou para a lista! (Não sei se vocês sabem, mas eu sou super periguete literária!) Ele é sério, sisudo, fechado e misterioso. E logo de cara a gente fica “uai, mas se eles se odeiam e ele é todo frio com Lina, então por que ele se ofereceu a ir com ela? O que ele ganha com isso?”. Mas ele é um personagem cheio de camadas que Lina, assim como o leitor, vai descascando aos poucos e se apaixonando cada vez mais, com tanta gentileza, cuidado, carinho e doçura que ele demonstra. Além de ambos terem uma química de milhões e um slow burn deliciosamente torturante. Eu enquanto lia estava “POR FAVOR, SE PEGUEM LOGO!”. 




Espanha


Quando estão em Nova York o livro é legal, mas quando estão na Espanha é melhor ainda! Além da ambientação ser mais legal, é a partir daí que a história deslancha. A família de Lina é divertida, amorosa e dá vontade de conhecer a cidadezinha de onde a protagonista é. E é lá que Aaron começa a mostrar quem é de verdade e Lina vai derrubando seus muros.


Uma Farsa de Amor na Espanha é uma leitura leve, gostosa, divertida, cheia de amor do tipo que deixa o coração da gente quentinho. E a Editora Arqueiro ainda disponibilizou de graça um conteúdo extra com capítulos narrados por Aaron. Muito legal ver um pouquinho pelos olhos dele. Agora é ficar ansiosa esperando o próximo livro: Um Experimento de Amor em Nova York.



 


Recomendo muito.


Teca Machado

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Persuasão, de Jane Austen - Resenha


Cumprindo uma das minhas metas literárias de 2023 (veja mais aqui), meu primeiro livro lido do ano foi Persuasão, de Jane Austen. E vou já começar sendo polêmica: Gostei mais do que de Orgulho e Preconceito (leia a resenha aqui). #MeJulguem #DesculpaMrDarcy


Não me entendam mal, eu adorei Orgulho e Preconceito, mas afirmo que Persuasão bateu mais fundo no meu coração. E posso dizer que meu ano literário começou muito bem: Foi uma leitura deliciosa, leve e fofa. Já ganhou cinco estrelas.


Foto @casosacasoselivros

Persuasão


Anne Elliot é uma jovem doce e de coração muito bom. Filha de um baronete falido e muito vaidoso e com irmãs que não lhe dão muita atenção, ela encontra conforto nos seus dias em Lady Russel, amiga da família e que é uma espécie de mãe para ela, em seus amigos e em passeios melancólicos e reflexivos geralmente feitos sozinha. O único arrependimento de sua vida é Frederick Wentworth. Anne e Frederick se apaixonaram, fizeram planos de casamento, mas sua família a persuadiu a romper o compromisso, já que ele era um pobre oficial da Marinha, sem posses ou nome. Oito anos se passaram e Anne aprendeu a viver sem Wentworth, mesmo que ainda o ame. Mas ele reaparece, agora um rico Capitão e que está cortejando sua vizinha – e cunhada de sua irmã mais nova.


Persuasão é um livro simpático, doce e leve. A escrita de Jane Austen é envolvente e nos apegamos profundamente aos personagens, principalmente Anne, que tem a voz narrativa da história. Mesmo que o enredo não seja visto pelos olhos de Wentworth também gostamos muito dele. Ainda que seja um homem ferido, cujo amor da sua vida preferiu ouvir o conselho de outras pessoas a ficar com ele, ele nunca é nada menos do que um cavalheiro com Anne. É, sim, muito apaixonante esse homem, não vou negar.


E por falar nos personagens, Persuasão é cheio de gente simpática! Eu definitivamente queria ser amiga do grupo de Anne. Seus vizinhos e familiares da sua irmã, os amigos e parentes de Wentworth, todos são pessoas maravilhosas, divertidas e que se importam mais com os laços de amizade e carinho do que status social, ao contrário dos Elliots, que são bem detestáveis (Tirando você, Anne, que é perfeita!).



Anne Elliot


É interessante ver que Anne é completamente diferente de Elizabeth, protagonista de Orgulho e Preconceito. Enquanto Elizabeth é à frente do seu tempo, voluntariosa e que não deixa ninguém pisar nela, Anne é a perfeita donzela de 1800. Apesar de ser extremamente inteligente, com uma mente afiada e que gosta de estar rodeada por pessoas interessantes, sua índole doce e agradável faz com que tenha dificuldade de ter suas vontades atendidas. Seus desejos dificilmente prevalecem, pois ela prioriza as outras pessoas para que aqueles ao redor dela fiquem felizes. E esse é provavelmente um dos maiores encantos da personagem, porque apesar de não ser perfeita, é uma pessoa de alma boa, do tipo que raramente se encontra por aí (mesmo nos livros).


Sociedade do século XIX


Marca característica dos livros de Austen, a obra também em ironia e humor (leve em conta que é humor de 1800 e ainda por cima britânico, então não é para gargalhar). Além disso, contém muitas críticas à sociedade e discute muito o preconceito, a elitização e a discrepância social, principalmente por meio da família de Anne. A começar, não aceitam seu romance por Wentworth não ser nobre, falam muito dos Musgrove (sogros da irmã mais nova) porque não são da elite, dão mais valor a manter as aparências do que a pagar suas dívidas e muito mais.


Enquanto lia fiquei rindo ao perceber que a nobreza e os ricos da época tinham a vida resumida a: Fofocar, jantar na casa de outras pessoas, passear ao ar livre, fazer visitas uns aos outros, ir a concertos e só. Confesso que ficaria um pouco entediada.


Se você está acostumado com romances de época modernos com muitas cenas mais calientes, saiba que os livros de Jane Austen são extremamente castos. Nem mesmo beijos acontecem. Mas ainda que não tenha um conteúdo mais sexual, saiba que o amor está presente. Ô, se está! Dá para sentir em cada página o amor e a paixão de Anne por Wentworth – e dele também, ainda que ele tente não demonstrar. Persuasão é um livro cheio de sentimentos e emoções e te deixa com o coração quentinho.


Agora vou assistir ao filme da Netflix com Dakota Johnson, Cosmo Jarvis e Henry Golding, da diretora Carrie Cracknell. Mas já vou esperando ser diferente do livro, ao contrário da obra-prima que foi Orgulho e Preconceito, do diretor Joe Wright e lançado em 2005.



 

Se você clicar aqui vai ver diversas versões de Persuasão e outros livros de Jane Austen, de todos os valores, estilos e capas.


Recomendo muito.


Teca Machado

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Globo de Ouro 2023: Lista de vencedores


Ontem aconteceu a 80ª edição do Globo de Ouro, o evento que abre a temporada de prêmios do cinema do ano.



Depois de polêmicas dos últimos anos, o prêmio voltou a ser televisionado. Em 2022 não foi transmitido em lugar algum e nem contou com a presença de celebridades após diversas críticas à entidade organizadora por falta de diversidade e transparência. Apenas Zendaya, Cate Blanchett, Amanda Seyfried e Kevin Costner não estiveram no palco para agradecer seus respectivos prêmios.


Adoro assistir – é um evento mais informal, engraçado e muita gente fica bêbada no jantar -, mas sinceramente não sabia que ia ser ontem, já que ele aconteceu tradicionalmente aos domingos.


Vem ver a lista dos vencedores!



MELHOR FILME – DRAMA

Os Fabelmans


MELHOR FILME - COMÉDIA/MUSICAL

Os Banshees de Inisherin


MELHOR SÉRIE DE TV - DRAMA

A Casa do Dragão


MELHOR SÉRIE DE TV - COMÉDIA/MUSICAL

Abbott Elementary


MELHOR ATOR EM SÉRIE DE TV - DRAMA

Kevin Costner, por Yellowstone 


MELHOR SÉRIE LIMITADA, SÉRIE ANTOLÓGICA OU TELEFILME

The White Lotus


MELHOR ATOR EM SÉRIE LIMITADA, SÉRIE ANTOLÓGICA OU TELEFILME

Evan Peters, por Dahmer: Um Canibal Americano


MELHOR ATRIZ EM SÉRIE LIMITADA, SÉRIE ANTOLÓGICA OU TELEFILME

Amanda Seyfried, por The Dropout


MELHOR ATRIZ COADJUVANTE EM SÉRIE LIMITADA, SÉRIE ANTOLÓGICA OU TELEFILME

Jennifer Coolidge, por The White Lotus 



MELHOR ATOR COADJUVANTE EM SÉRIE LIMITADA, SÉRIE ANTOLÓGICA OU TELEFILME

Paul Walter Hauser, por Black Bird


MELHOR DIRETOR

Steven Spielberg, por Os Fabelmans


MELHOR ROTEIRO

Martin McDonagh, por Os Banshees de Inisherin


MELHOR FILME ESTRANGEIRO

Argentina, 1985 (Argentina)


MELHOR ATRIZ EM FILME – DRAMA

Cate Blanchett, por Tár



MELHOR ATRIZ COADJUVANTE EM SÉRIE DE COMÉDIA-MUSICAL OU DRAMA

Julia Garner, por Ozark 


MELHOR ATRIZ EM SÉRIE DE TV - DRAMA

Zendaya, por Euphoria


MELHOR ATOR EM FILME – DRAMA

Austin Butler, por Elvis


MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO

Pinóquio


MELHOR ATRIZ EM FILME - COMÉDIA/MUSICAL

Michelle Yeoh, por Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo


MELHOR ATOR EM FILME - COMÉDIA/MUSICAL

Colin Farrell, de Os Banshees de Inisherin



MELHOR ATRIZ EM SÉRIE DE TV - COMÉDIA/MUSICAL

Quinta Brunson, por Abbott Elementary


MELHOR ATOR EM SÉRIE DE TV - COMÉDIA/MUSICAL

Jeremy Allen White, por O Urso


MELHOR CANÇÃO ORIGINAL EM FILME

Naatu Naatu, Kala Bhairava, M. M. Keeravani, Rahul Sipligunj, por RRR


MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL EM FILME

Justin Hurwitz, por Babilônia


MELHOR ATOR COADJUVANTE EM SÉRIE DE COMÉDIA-MUSICAL OU DRAMA

Tyler James Williams, por Abbott Elementary




MELHOR ATRIZ COADJUVANTE EM FILME

Angela Bassett, por Pantera Negra: Wakanda Para Sempre


MELHOR ATOR COADJUVANTE EM FILME

Ke Huy Quan, por Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo


MELHOR FILME – DRAMA

Os Fabelmans


*** 


Triste porque House of the Dragon não levou o prêmio de melhor série de drama e que Taron Egerton não ganhou por Black Bird como Melhor Ator. E eu preciso assistir Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo. Todo mundo fala super bem!


Teca Machado


segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Quais são suas metas literárias de 2023?


Você é uma pessoa que define metas de leitura? Quais são as suas para 2023?




Eu não gosto de colocar meta de livros lidos porque, para mim, ler assim perde um pouco da graça. Começo a ler rápido só para bater meta e aí magia da leitura some. Vira quase uma competição comigo mesma. Então faço um pouco diferente: Defino algumas coisas que quero ler durante o ano.


Vem ver!


Metas literárias de 2023


1- Ter como primeiro livro lido do ano Persuasão, de Jane Austen


Eu tenho duas edições de livros da autora, sendo uma coleção linda, e nunca tinha lido Orgulho e Preconceito. Então decidi que Orgulho e Preconceito seria o primeiro livro lido de 2022, Persuasão de 2023 e Razão e Sensibilidade de 2024. Até agora meta batida! Ano passado li em janeiro Orgulho e Preconceito e agora estou na metade de Persuasão.


2- Ler pelo menos um conto de fadas asiático por mês


Ano passado me dei de aniversário a coleção de contos de fadas da Editora Wish. É minha paixão e fica exposta na minha sala. Tem contos de fadas originais, celtas, nórdicos e asiáticos. Comecei em 2022 a ler o asiático, mas li um conto só até agora, então quero me aventurar mais nessas histórias. 


Coleção Aurea, da Editora Wish
Foto @casosacasoselivros

3- Começar a ler minha coleção de Sherlock Holmes


Assim como a coleção de contos de fadas, em 2021 comprei uma coletânea linda de livros do Sherlock Holmes e, adivinhe, não li nenhum ainda! Esse ano quero ler pelo menos um dos volumes das obras escritas por Sir Arthur Conan Doyle.


4- Me aventurar por O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas


Vivo falando que O Conde de Monte Cristo é um dos meus livros preferidos da vida. E é mesmo! Mas li apenas a versão pocket dele quando era adolescente. Agora chegou a vez de criar coragem para enfrentar suas 1300 páginas! Eu vivia falando que queria ler e agora que tenho uma edição da obra (da Martin Claret, lindíssima, diga-se de passagem) vou ler. Sem pressa, sem meta, sem correria. Apenas vou ler intercalando com outros livros.


5- Sempre estar lendo um livro de não-ficção


Ano passado comecei o hábito de ler não-ficção e quero manter. Tinha muitos livros do tipo na estante e nunca dava preferência a eles porque queria ler ficção, que é minha paixão. Então decidi sempre estar lendo uma obra de não-ficção ao mesmo tempo que uma de ficção. E vou fazer assim como com o Conde de Monte Cristo: Sem pressa, sem meta, só lendo e me aprofundando na história de Edmond Dantès.


Leitura de não-ficção que foi um dos melhores livros lidos ano passado
@casosacasoselivros


*** 


E você, quais são suas metas literárias para 2023?


Teca Machado


segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Não Sou Uma Dessas - Resenha


Apesar de nunca ter assistido a nenhuma série ou filme de Lena Duham, o seu nome há tempos é conhecido para mim de ouvir falar do seu sucesso, principalmente com a série Girls, da HBO. Quando anos atrás vi o livro dela Não Sou Uma Dessas: Um Garota Conta Tudo O Que Aprendeu, da Editora Intrínseca, me interessei pela sinopse e porque uma amiga havia lido e adorado. Em 2022 coloquei como meta ler livros de não-ficção também, então ele foi um dos escolhidos. E foi uma leitura maravilhosa, do tipo que fiquei pensando “por que não li antes?”.


Vamos da primeira resenha e indicação de livro de 2023.



Não Sou Uma Dessas


A primeira impressão que a gente tem do livro é que Lena não tem medo ou vergonha. Como diz o subtítulo da obra, ela realmente conta tudo: seus medos, suas vergonhas, seus atos não tão nobres, suas noias, suas certezas, suas vontades e o que fez ao longo da vida. Podemos dizer que Lena é uma mulher corajosa, porque, convenhamos, não é fácil falar várias das coisas que ela expõe nas páginas.


Lena Duham é escritora, roteirista, diretora e atriz, além de criadora da série Girls. O livro não é uma biografia cronológica ou que tenta “dourar a pílula” de quem ela é. A autora fala sem censura de temas tabus, como estupro, relacionamentos tóxicos, bulimia, sexo, masturbação, drogas, sexualidade e morte, e usa uma escrita gostosa e envolvente para instigar o leitor.


Cada parte do livro tem um tema: Amor e Sexo, Corpo, Amizade, Trabalho, Panorama.




Na páginas Lena fala sobre adolescência e infância, crescimento pessoal, dificuldades para se fazer ouvir em um ramo tão machista, estranhamento com o próprio corpo, doenças do sono, ansiedade, problemas psicológicos, DSTs, e muitos outros assuntos que podem até não serem fáceis, mas são de extrema importância.


Segundo ela, “se eu puder pegar o que aprendi e tornar alguma labuta mais fácil para você ou evitar que você tenha o tipo de sexo em que sinta que deve continuar de tênis para o caso de querer sair correndo durante o ato, então cada passo em falso que dei valeu a pena.”


Ilustrações


Além de interessante, Não Sou Uma Dessas é uma obra linda visualmente falando. O livro é todo ilustrado, com imagens no início de cada capítulo e nos cantos das páginas e nas contracapas. É tudo uma gracinha e cheio de detalhes. As imagens são de autoria de Joana Avillez, amiga de Lena e é autora de Life Dressing e tem seus trabalhos publicados no The New York Times, New York Magazine e The Wall Street Journal.




De maneira sincera e intensa, Lena Duham realmente conta tudo o que aprendeu durante a sua vida. Mostrando que não é uma dessas e que vive sua vida de acordo com a suas convicções. Li seu livro e agora quero assistir aos seus filmes e séries.



Recomendo bastante.


Teca Machado

Tecnologia do Blogger.