Fortuna (Apple TV+) - Crítica


Quando falo que a Apple TV+ tem séries ótimas, estou falando a verdade. Além de várias que já vi a amei (Veja as críticas de The Morning Show, Ted Lasso, Trying, Black Bird, Dickinson, We Crashed, Defending Jacob e outras) e várias – cada vez mais! – que quero ver, agora posso colocar na lista Fortuna (Loot)




Estrelada por Maya Rudolph e criada por Alan Yang e Matt Hubbard, essa série original Apple TV+ é daquele tipo leve, divertido e que é tudo o que você precisa ver depois de um dia cansativo no trabalho. Além disso, é rapidinha de assistir: São 10 episódios com meia hora cada.


Fortuna


Molly Novak (Maya Rudolph) acabou de se divorciar. E foi um divórcio feio. Descobriu durante sua festa de aniversário que seu marido John (Adam Scott), com quem era casada há mais de 20 anos, estava tendo um caso com a assistente. E como o casal era bilionário estilo Jeff Bezos, foi tudo muito midiático, com direito a programas de TV comentando o caso, fofocas sobre as atitudes de ambos, memes e uma divisão de bens na qual Molly recebeu U$ 87 bilhões. Não, você não leu errado: U$ 87 bi!


Molly se vê um pouco sem rumo, com tanto dinheiro, sem marido e sem muito o que fazer. Durante um tempo, farreia pesado junto com Nicholas (Joel Kim Booster), seu assistente/professor de yoga/amigo. Até que Sofia (Michaela Jaé Rodriguez), diretora da fundação de caridade da bilionária, que ela nem mesmo sabia que tinha, pede para dar uma maneirada nas baladas, pois o que ela faz está atrapalhando o serviço sério da instituição. Molly, então, descobre um novo propósito de vida: Trabalhar todos os dias na fundação – para desespero de Sofia.




Maya Rudolph


Chegou a vez de Maya Rudolph. Geralmente em papeis de coadjuvante e participação especiais – sempre ótima, diga-se de passagem – agora ela é protagonista. E ela toma a série para si. Fortuna claramente foi escrita para a atriz, já que Molly se encaixa perfeitamente com ela. A personagem, assim como a série como um todo, tem um quê de excentricidade, de exagero, de quase teatral que combina com Maya. Molly é inocente em sua riqueza (por exemplo, ela dá para moradoras de um abrigo itens de “necessidade básica”, que incluem bolsas caras, sapatos de salto e mais), não sabe direito como o mundo dos não bilionários funciona, mas o seu coração é bom e ela vai aprendendo com a sua equipe.


Maya Rudolph é ótima na comédia e tem o timing perfeito para Fortuna. E o núcleo da fundação é ótimo. Michaela Jaé Rodriguez é ótima como Sofia. A chefe certinha, rígida, travada, que não gosta de se divertir e quer salvar o mundo é um ótimo contraponto com a maluquice de Molly. A atriz está ótima no papel e a amizade que elas constroem durante os episódios é gostosa da assistir. 






E ainda temos Howard (Ron Funches), um parente distante de Molly, fã de cultura geek e um super otimista, o contador, recém-divorciado e extremamente certinho Arthur (Nat Faxon) e outros. Enquanto Molly aprende com todos, todos aprendem com Molly. Fortuna não seria o que é sem esse elenco tão coeso.


Comédia afiada


Uma das graças de Fortuna é que tem um pezinho no nonsense. Acho que é porque ser bilionário é, basicamente nonsense. Quer um smoothie de frutas vermelhas colhidas as Suíça? É só estalar os dedos. Um chef gourmet de celebridades como seu cozinheiro particular? É óbvio. Levar todos os amigos para uma viagem rápida para Miami? É para já. A série brinca com esse choque de realidade entre os bilionários e as pessoas normais.


E Fortuna tem um ótimo tom de comédia. É afiado, rápido e com ritmo excelente. Não é engraçada de fazer gargalhar, mas é de fazer rir, sorrir e até mesmo querer abraçar os personagens, porque aqui e ali tem uma pitadinha de drama. Só sei que me conquistou desde o primeiro episódio.


E quer uma notícia boa? Já foi renovada para a segunda temporada.


Recomendo muito.


Teca Machado


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