segunda-feira, 31 de outubro de 2022

10 livros de suspense para quem não gosta de terror


Certa vez minha prima era pequena e disse que não gostava de nada de terror porque era a maior “Maria Pesadelo”. Essa expressão ficou famosa na minha família e até hoje a gente usa. E sim, eu sou uma super “Maria Pesadelo”. Não assisto e nem leio nada de terror. Mas adoro suspense, seja ele policial, psicológico ou sobrenatural. Mas nada que me faça guardar o livro na geladeira, como faz o Joey de Friends.


Então hoje, nesse Dia das Bruxas, trago para vocês 10 indicações de livros de suspense que me tiraram do eixo, no estilo que eu só conseguia pensar na história e roía as unhas de curiosidade.






10 livros de suspense para quem não gosta de terror


1- Garota Exemplar - Gillian Flynn (Editora Intrínseca)




Tá, eu sei que esse é super clichê e batido, mas é um dos meus livros preferidos da vida! A forma como senti que a autora me deu tapas na cara foi sem precedentes. Fora que eu li antes do hype, logo que lançou, então não tinha esse auê todo e não tive nenhum spoiler da obra.


“O livro começa no dia do quinto aniversário de casamento de Nick e Amy Dunne, quando a linda e inteligente esposa de Nick desaparece da casa deles às margens do rio Mississippi. Sinais indicam que se trata de um sequestro violento e Nick rapidamente se torna o principal suspeito. Sob pressão da polícia, da mídia e dos ferozmente amorosos pais de Amy, Nick desfia uma série interminável de mentiras, meias verdades e comportamento inapropriado. Ele é evasivo e amargo ― mas seria um assassino? Ao mesmo tempo, passagens do diário de Amy revelam um casamento tumultuado ― mas ela estaria contando toda a história?


Alternando entre os pontos de vista de Nick e Amy, Flynn cria uma aura de dúvidas em que o cenário muda a cada capítulo. À medida que as revelações surgem, fica claro que, se existe alguma verdade nos discursos de Nick e Amy, ela é mais sombria, distorcida e assustadora do que podemos imaginar. Magistralmente bem construído do início ao fim, Garota exemplar é um daqueles livros impossíveis de largar e sobre o qual se quer debater assim que a leitura termina.”


Leia a resenha aqui.



2- Ninfeias Negras - Michel Bussi (Editora Arqueiro)



Queria que esse livro fosse mais conhecido, porque é um dos suspenses mais bem construídos que já vi. Ele é do tipo que tem reviravoltas que você não vê chegando e quando ela chega, até volta as páginas para reler com outros olhos. É, definitivamente, emocionante.


“Só três mulheres sabem o que aconteceu...


Giverny é uma cidadezinha mundialmente conhecida, que atrai multidões de turistas todos os anos. Afinal, Claude Monet, um dos maiores nomes do Impressionismo, a imortalizou em seus quadros, com seus jardins, a ponte japonesa e as ninfeias no laguinho.


É nesse cenário que um respeitado médico é encontrado morto, e os investigadores encarregados do crime se veem enredados numa trama em que nada é o que parece à primeira vista. Como numa tela impressionista, as pinceladas da narrativa se confundem para, enfim, darem forma a uma história envolvente de morte e mistério em que cada personagem é um enigma à parte – principalmente as protagonistas.


Três mulheres intensas, ligadas pelo mistério. Uma menina prodígio de 11 anos que sonha ser uma grande pintora. A professora da única escola local, que deseja uma paixão verdadeira e vida nova, mas está presa num casamento sem amor. E, no centro de tudo, uma senhora idosa que observa o mundo do alto de sua janela.”


Leia a resenha aqui.



3- Deixei Você Ir – Claire Mackintosh (Editora Intrínseca)



Li essa obra totalmente ao acaso, porque minha mãe me emprestou e disse que era boa. Me senti até atordoada com o thriller psicológico, com o mistério, com a perseguição. Mais uma obra excelente e que é pouco conhecida, mas vale totalmente cada página.


“Tudo aconteceu tão rápido. Ela não teria sido capaz de impedir. Ou teria?


Quando Jacob morre atropelado em uma rua de Bristol, Inglaterra, depois de ter soltado a mão da mãe em um dia chuvoso, o motorista do carro que o atinge acelera a foge. Desvendar sua morte vira um caso para o detetive Ray Stevens e seus colegas, Kate e Stumpy. Determinado a encontrar o assassino, Ray se vê consumido a ponto de colocar tanto a vida profissional quanto a pessoal em jogo.


Jenna, assombrada pela morte do menino, abandona tudo e se muda para uma pequena cidade costeira do País de Gales. Ela passa os dias em seu chalé tentando esquecer as lembranças do terrível acidente e aos poucos começa a ter algo parecido com uma vida normal e vislumbrar a felicidade em seu futuro. Mas o passado vai alcançá-la, e as consequências serão devastadoras.”


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4- No Escuro – Elizabeth Haynes (Editora Intrínseca)



Confesso que comprei esse livro porque ele custava R$ 4. Foi uma promoção de 70% da Americanas anos atrás, vi a capa, pesquisei sobre ele na internet e só vi comentários elogiosos. Resolvi levar e não me arrependi: É um livro de tirar o fôlego.


“Catherine aproveitou a vida de solteira por tempo suficiente para reconhecer um excelente partido quando o encontra: lindo, carismático, espontâneo... Lee parece bom demais para ser verdade. Suas amigas concordam plenamente e, uma por uma, todas se deixam conquistar por ele.


Com o tempo, porém, o homem louro de olhos azuis, que parece o sonho de qualquer mulher, revela-se extremamente controlador e faz com que Catherine se sinta isolada. Amedrontada pelo jeito cada vez mais estranho de Lee, ela tenta terminar o relacionamento, mas, ao pedir ajuda aos amigos, descobre que ninguém acredita nela. Sentindo-se no escuro, ela planeja meticulosamente como escapar dele.


Quatro anos mais tarde, Lee está na prisão e Catherine, agora Cathy, tenta reconstruir a vida em outra cidade. Apesar de seu corpo estar curado, ela agora é uma pessoa bastante diferente. Obsessivo-compulsiva, sempre tentando se esconder, vive com medo e insegura. Seu novo vizinho, Stuart Richardson, a incentiva a enfrentar seus temores. Com sua ajuda, Cathy começa a acreditar que ainda é possível levar uma vida normal. Até que um telefonema inesperado muda tudo.”


Leia a resenha aqui.




5- Até Você Ser Minha - Samantha Hayes (Editora Intrínseca)



Apesar do título aparentemente fofo e com cara de romance, Até Você Ser Minha é um thriller. Quando entrei nas 50 páginas finais falei inocentemente: “vou ler só mais um capítulo e dormir”. Doce ilusão! A história entrou num ritmo tão alucinado que precisei ler tudo até o final. Fui dormir quase às 3h da manhã, mas valeu muito a pena.


“A assistente social Claudia Morgan-Brown está prestes a realizar o sonho de sua vida: vai dar à luz uma menininha. Apesar da ausência do marido ao longo da gravidez – James é oficial da Marinha e fica semanas e até meses longe de casa –, ela mal pode esperar para segurar seu bebê nos braços após várias tentativas e perdas. Porém, as diversas tarefas de Claudia, além da responsabilidade de cuidar dos gêmeos Oscar e Noah, filhos do primeiro casamento de James, deixam o casal preocupado. A próxima partida de James se aproxima, e eles decidem contratar uma babá.


Zoe Harper quer muito o emprego. Com as melhores recomendações, ela conquista os gêmeos e se muda para o lar do casal. Mas Claudia logo percebe que a mulher tem outros motivos para se aproximar da família. As suspeitas de Claudia se transformam em verdadeiro terror quando começa a ocorrer uma série de ataques brutais a mulheres grávidas na cidade. Imersos em problemas familiares, os investigadores Lorraine Fisher e Adam Scott são forçados a deixar suas questões de lado e correr contra o tempo para encontrar o assassino antes que ele cometa mais um crime.”



Leia a resenha aqui. 


6- A Mulher Entre Nós - Greer Hendricks e Sarah Pekkanen (Editora Paralela)




Essa foi uma leitura alucinante, cheia de reviravoltas e que me deixou duvidando dos personagens em vários momentos. Tem coisa melhor do que um livro que mexe tantos com seus sentimentos? É uma montanha-russa de emoções e um livro que te tira do eixo.


“Aos 37 anos, a recém-divorciada Vanessa está no fundo do poço. Deprimida, morando no apartamento de sua tia, ela não tem filhos, dinheiro ou amigos verdadeiros. Ao descobrir que Richard, seu rico e carismático ex-marido, está prestes a se casar de novo, algo dentro de Vanessa se quebra. A partir de agora, sua vida irá revolver em torno de uma única obsessão: impedir esse matrimônio. Custe o que custar. 


Na superfície, Nellie se parece com qualquer outra jovem bela e sonhadora que veio para Manhattan começar sua tão sonhada vida adulta. Mas a personalidade tranquila que ostenta é apenas uma fachada. Em sua mente, perdura um segredo que a fez fugir de sua cidade natal e que a impede de caminhar em paz quando está sozinha. Ao conhecer Richard – bem-sucedido, protetor, o homem dos sonhos – ela finalmente começa a sentir-se segura. Ele promete protegê-la de todos os males, para o resto de sua vida. Mas, de repente, ela começa a receber ligações misteriosas. Fotografias em seu quarto são movidas de lugar. O lenço que ela planejava usar em seu casamento desaparece. Alguém a está perseguindo, alguém quer o seu mal. Mas quem?”


Leia a resenha aqui.



7- O Homem de Areia - Lars Kepler - pseudônimo do casal sueco Alexander e Alexandra Ahndoril (Editora Alfaguara)



Esse foi um livro que me prendeu tanto na história a ponto de eu descer na minha estação no metrô, sentar num banquinho e ficar lá mais 20 minutos porque faltavam poucas páginas para terminar e eu precisava saber o final.


“Em uma noite extremamente fria em Estocolmo, um homem aparece sozinho e desnorteado em uma ponte. Quando ele é encontrado, a hipotermia já toma conta de seu corpo. Ao ser levado para um hospital, descobre-se que há sete anos ele foi declarado morto. 


Seu assassinato foi creditado ao serial killer Jurek Walter, que foi preso há alguns anos pelo detetive Joona Linna e sentenciado a prisão perpétua em uma ala psiquiátrica. Enquanto investiga o aparecimento desse homem e tenta entender onde ele esteve durante os últimos sete anos, evidências desconhecidas começam a aparecer e influenciar o caso que já estava arquivado.”


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8- Boneco de Pano – Daniel Cole (Editora Arqueiro)



Sombrio e cativante, o romance policial é o primeiro livro escrito pelo autor e nos deixa de cabelo em pé com o modus operandi com que o assassino trabalha. Com personagens cheios de defeitos e um serial killer que bota medo, essa foi uma ótima leitura.


“Um corpo. Seis vítimas.


O polêmico detetive William Fawkes, conhecido como Wolf, acaba de voltar à ativa depois de meses em tratamento psicológico por conta de uma tentativa de agressão. Ansioso por um caso importante, ele acredita que está diante da grande chance de sua carreira quando Emily Baxter, sua amiga e ex-parceira de trabalho, pede a sua ajuda na investigação de um assassinato. O cadáver é composto por partes do corpo de seis pessoas, costuradas de forma a imitar um boneco de pano.


Enquanto Wolf tenta identificar as vítimas, sua ex-mulher, a repórter Andrea Hall, recebe de uma fonte anônima fotografias da cena do crime, além de uma lista com o nome de seis pessoas – e as datas em que o assassino pretende matar cada uma delas para montar o próximo boneco. O último nome na lista é o de Wolf.


Agora, para salvar a vida do amigo, Emily precisa lutar contra o tempo para descobrir o que conecta as vítimas antes que o criminoso ataque novamente. Ao mesmo tempo, a sentença de morte com data marcada desperta as memórias mais sombrias de Wolf, e o detetive teme que os assassinatos tenham mais a ver com ele – e com seu passado – do que qualquer um possa imaginar.”


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9- Lugares Escuros – Gillian Flynn (Editora Intrínseca)



Da minha musa literária Gillian Flynn, esse é um livro incômodo. Não há personagens adoráveis e doces ou romance. Mesmo a protagonista, Libby Day, tem muito mais defeitos do que qualidade. Antissocial, cleptomaníaca, preguiçosa, mentirosa e, segundo ela, contém a maldade dentro de si. É no melhor estilo ame ou odeie, mas não te deixa indiferente a ela.


“Libby Day tinha apenas sete anos quando testemunhou o brutal assassinato da mãe e das duas irmãs na fazenda da família. O acusado do crime foi seu irmão mais velho, que acabou condenado à prisão perpétua.


Desde aquele dia, Libby passou a viver sem rumo. Uma vida paralisada no tempo, sem amigos, família ou trabalho. Mas, vinte e quatro anos depois, quando é procurada por um grupo de pessoas convencidas da inocência de seu irmão, Libby começa a se fazer as perguntas que até então nunca ousara formular. Será que a voz que ouviu naquela noite era mesmo a do irmão? Ben era considerado um desajustado na pequena cidade em que viviam, mas ele seria mesmo capaz de matar? Existiria algum segredo por trás daqueles assassinatos?”


Leia a resenha aqui.



10- Cilada – Harlan Coben (Editora Arqueiro)




Harlan Coben é um autor que já li muitos e muitos livros. E Cilada é um dos melhores! Nada é o que parece e tudo muda a medida que as páginas vão passando (Nesse caso, voando, porque é impossível não devorar o livro). 


“Ninguém consegue escapar das próprias mentiras


Haley McWaid tem 17 anos. É uma aluna exemplar, ama esportes e sonha entrar para uma boa faculdade. Certa noite, ela não volta para casa. Depois de três meses sem que se tenha nenhuma notícia, todos na cidade começam a imaginar o pior.


O assistente social Dan Mercer recebe um estranho telefonema de uma adolescente e vai a seu encontro. Quando chega ao local, é surpreendido pela equipe de um programa de televisão, que o exibe em rede nacional como pedófilo. Ele é inocentado por falta de provas, mas morto logo em seguida.


Wendy Tynes, a repórter que armou a cilada para Dan, se torna a única testemunha de seu assassinato. Wendy sempre confiou nos fatos, mas seu instinto lhe diz que ele talvez não fosse culpado. Agora ela precisa descobrir se desmascarou um criminoso ou se causou a morte de um inocente.


Na investigação dos dois crimes, verdades inimagináveis são reveladas. Todos têm algo a esconder e os segredos se interligam em um elaborado mosaico.”


Leia a resenha aqui.



*** 


Para quem gosta do gênero, essa é uma lista recheada! Não dá medo, mas te faz roer as unhas e mergulhar nos enredos.


Já leu algum desses? Me conta o que achou!


Teca Machado

sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Leitura de Verão - Resenha


Livros sobre escritores. Pode falar: eu sei que você gosta desse guilty pleasure. Eu também gosto! Já li inúmeras histórias com esse tema, sendo a mais recente Leitura de Verão, da Emily Henry, publicado por aqui pela Editora Verus. E mais uma vez amei e quis viver nesse mundo de literatura, que adoro por ser uma leitora sem limites e uma escritora apaixonada (ainda que sem tempo!).


Foto: @casosacasoselivros

Leitura de Verão é um livro que teve o hype altíssimo no último ano e se tornou o queridinho de todo mundo. E sempre dá aquele friozinho na barriga ler um livro assim. Será que as expectativas serão alcançadas? Bom, por aqui foram.


Leitura de Verão


January Andrews é uma escritora de romances e que realmente acredita no amor e nos finais felizes. Mas sua vida pessoal anda tudo, menos um “final feliz”. Ela parou de acreditar no que escreve e está com um bloqueio criativo imenso, o que é um problema, porque prometeu uma nova história para a sua editora. Então vai morar numa casa no lago porque está sem opção e na esperança de que a mente volte a trabalhar. Augustus Everett é também escritor, mas ao contrário de January não acredita no amor e muito menos nos finais felizes. Seus livros são, na verdade, muito mais sombrios e ele tem a tendência de matar seus personagens. Ele também está vivenciando dificuldades na escrita.


Por coincidência, January e Augustus são vizinhos na casa do lago. A animosidade entre eles acontece de cara, mas aos poucos se conhecem e fazem uma aposta: Ela vai escrever o próximo clássico da literatura americana, ele uma história com final feliz e quem vender primeiro o seu livro ganha. Entre pesquisas de campo de ambos os lados, os vizinhos descobrem que o gênero do outro não é tão fácil quanto parece.


Romance e realidade


Enquanto January é amor e luz do sol (ou pelo menos era antes de tudo ser estragado!), Augustus é pé no chão, taciturno e até mesmo ranzinza. O romance entre eles é clichê, obviamente, mas Emily Henry constrói tudo de forma doce e leve, mesmo com várias pitadas dramáticas, já que ambos os personagens passaram por dificuldades e enfrentaram tristeza em suas vidas.


Os protagonistas tiveram exemplos diferentes de amor e isso moldou suas personalidades. Mesmo que Augustus pareça frio e distante de início, à medida que vamos o conhecendo, juntamente com January, tudo o que queremos fazer é lhe dar um abraço e falar que vai ficar tudo bem. Aliás, tudo o que eu queria fazer era abraçar os dois e colocar num potinho para que ninguém nunca mais faça mal a eles.


Narrativa


Já tinha ouvido muito elogios à escrita de Emily Henry e estava doida para conhecer. Sua narrativa é ágil, interessante e do tipo que te pega logo de cara. Eu comecei a ler e quando percebi já tinha passado 50 páginas, sem nem perceber.


A história é contata pelo ponto de vista de January e é rica em detalhes. Sua personalidade é bem construída e nos apegamos facilmente a ela. Apesar de Augustus não narrar, é possível conhece-lo a fundo, porque aos poucos ele se abre para January – e para o mundo.


Leitura de Verão é um livro fofo, do tipo que quando você terminar de ler quer abraçar o livro. É muito bom e foi uma das melhores leituras do meu ano!


 

Recomendo bastante.


Teca Machado

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Um Jantar Entre Espiões - Crítica


Quem gosta de um bom filme de suspense policial aqui? Então tenho uma dica de filme para você: Um Jantar Entre Espiões, do diretor Janus Metz e que está disponível na Amazon Prime Video. O filme é baseado no livro de mesmo nome de Ole Steinhauer, publicado no Brasil em 2018 pela Editora Record. Steinhauer é, inclusive, o roteirista do longa, um dos motivos que muitas pessoas dizem que ele é bem fiel ao original.


E se você está preocupado com spoilers, fica tranquilo: O Casos, Acasos e Livros é spoiler-free!


Um Jantar Entre Espiões


Em 2012, um avião foi sequestrado em Viena, com mais de cem passageiros a bordo que ficaram reféns de um grupo de terroristas chechenos. O FIB tinha um escritório na cidade, com um grupo de especialistas focado em terrorismo, lutando para prevê-los e impedir que acontecessem. A equipe, que conta com Henry (Chris Pine), Celia (Thandiwe Newton), Bill (Jonathan Pryce), Vick (Laurence Fishburne) e outros foi chamada para ajudar nas negociações, mas o desfecho foi desastroso. Com o resultado, o núcleo se desfaz, e, oito anos depois, Vick, que era o chefe, pede para que Henry investigue seu próprio grupo de trabalho, uma vez que novas informações indicam que dentre eles havia um traidor que fornecera informações ao núcleo terrorista na época. 


Além de investigar sua equipe, em quem confiava, Henry terá que enfrentar seu passado e reencontrar Celia, que considerava o amor da sua vida e que foi embora no fatídico dia em que tudo deu errado.




Flashbacks e slow-burn


Um Jantar Entre Espiões tem um ritmo lento – e isso não é uma crítica, e sim uma constatação. Ele é um slow-burn em que o enredo aos poucos vai “cozinhando”, nos apresentando suas camadas, até que chegamos ao clímax. Apesar de ser uma história sobre espiões, não é um 007 da vida, com correria, explosões e caos. É mais psicológico e construído por partes.


A trama é constituída de duas maneiras: O presente, em que Henry procura e fala com seus colegas, principalmente com Celia, em grande parte numa mesa de restaurante durante um jantar (daí no nome do filme). E o passado, mostrado por meio de muitos flashbacks, tanto de Henry quanto de Celia. E assim o enredo vai se construindo. E o ritmo mais devagar ajuda a criar o clima de tensão, de “resolve isso logo!”.




Ao focar mais nos diálogos elaborados e frases repletas de duplos sentidos do que na ação, o filme constrói muito bem seus protagonistas. Fica claro que todos escondem muito mais do que aquilo que se permitem revelar. Chris Pine e Thandiwe Newton fazem um bom trabalho, principalmente com suas poker faces. Confesso que tenho um crush por Pine desde que o vi em Star Trek, então tenho tendência de o achar ótimo em tudo, mas ele realmente trabalha bem. Não bem Oscar, mas muito bem e convincente. Thandiwe Newton também está bem, apesar de não espetacular. Jonathan Pryce, apesar de aparecer pouco, entrega uma ótima atuação, como lhe é comum.


Um Jantar Entre Espiões entrega um ótimo desfecho, com boa reviravolta e que eu realmente não esperava. Não é o melhor filme de suspense que você vai ver, mas com certeza é muito bom.


Livro no qual o filme se baseou


Recomendo.


Teca Machado

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Curiosidades sobre House of the Dragon


E ontem chegamos ao fim da primeira temporada de House of the Dragon, spin off de Game of Thones. E como era de se esperar, chegamos com o coração partido, né? Porque, afinal, é de George R. R. Martin que estamos falando, esse senhor barbado que gosta de pisar na gente desde que jogou o Bran de uma torre nos episódios iniciais e matou o Ned na primeira temporada de GOT (Não, eu não aceitei o Ned ter morrido ATÉ HOJE).


Mas se você ainda não assistiu ao último episódio que foi ao ar ontem, fique tranquilo que eu não vou dar spoiler por aqui. Na verdade, hoje venho trazer para vocês algumas curiosidades sobre a série.




Curiosidades sobre House of the Dragon


1- A série é inspirada em uma das tramas do livro Fogo e Sangue, de George R. R. Martin, publicado no Brasil pela Editora Suma


O livro Fogo e Sangue conta os primeiros 150 dos 300 anos de reinado dos Targaryens em Westeros. A obra acompanha vários reis, mas essa, que é conhecida como A Dança dos Dragões, é provavelmente a trama mais importante do livro.


Você pode ler a resenha do livro aqui.


2- House of the Dragon é baseado na história real da guerra civil inglesa conhecida como The Anarchy


Na Comic Con 2022 George R.R Martin explicou como o livro foi inspirado em eventos reais que ocorreram no século XII. Segundo ele, Game of Thrones foi baseado muito vagamente na Guerra das Rosas e agora em um período anterior da história inglesa, chamado The Anarchy.


O único filho legítimo de Henrique I, o rei da Inglaterra, se afogou enquanto tentava atravessar o canal da Mancha. Isso o deixou com apenas uma filha legítima, Matilda. Ele a nomeou sua herdeira e fez todos os Senhores do Reino jurarem a ela. Mas quando o rei morreu, a maioria dos senhores do reino “esqueceu” desse juramento ou não o honrou. Seu primo, Stephen, então cruzou o canal e assumiu o controle. Assim, começa uma batalha em que Matilda e Stephen lutaram pelo trono.




3- House of the Dragon é uma grande fofoca!


O livro pelo menos é. Ao contrário os livros da saga Canção de Gelo e Fogo (Game of Thrones), narrados de forma “normal”, com o narrador onisciente, Fogo e Sangue é um livro histórico – fictício, claro. Ele foi escrito por um meistre de acordo com relatos de testemunhas e pesquisas. Durante vários trechos ele mesmo diz que se acredita que essa seja a verdade, mas que ninguém tem certeza, e várias vezes ele coloca relatos de diferentes pessoas com diferentes versões do mesmo acontecimento. Ou seja, no fim das contas tudo ali é uma grande fofoca!


4- Nascimentos dramáticos


Enquanto em Game of Thrones os casamentos eram palco de acontecimentos dramáticos (a gente nunca vai esquecer o trauma que foi o Casamento Vermelho e nem deixar de se alegrar com o Joffrey morrendo envenenado), em House of the Dragon os nascimentos são pontos críticos da trama. O último e o primeiro episódios deixam isso bem claro.


Falando sobre seu significado na obra, o diretor Miguel Sapochnik disse ao The Hollywood Reporter: “Na época medieval dar à luz era violência. É o mais perigoso possível. Temos vários nascimentos no programa e basicamente decidimos dar a eles temas diferentes e explorá-los de diferentes perspectivas da mesma maneira que fiz para um monte de batalhas em tronos.”




5- O começo do fim


A guerra conhecida como A Dança dos Dragões, que tem início ao final do último episódio dessa temporada, pode ser descrita como o começo do fim da dinastia Targaryen. A história se passa 172 anos antes do nascimento de Daenerys, que marca o fim. Os acontecimentos dessa batalha desencadeiam consequências que irreparáveis à Casa Targaryen e aos dragões.


*** 


House of the Dragon foi renovada para a segunda temporada assim que o segundo episódio foi ao ar. Agora é esperar em agonia 2024, quando ela vai ser exibida.



Enquanto isso, você pode ler Fogo e Sangue e descobrir a história da Dança dos Dragões, de como Aegon, O Conquistador, tomou Westeros para si e outras tramas.



Recomendo muito, tanto a série quanto o livro.


Teca Machado

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Fortuna (Apple TV+) - Crítica


Quando falo que a Apple TV+ tem séries ótimas, estou falando a verdade. Além de várias que já vi a amei (Veja as críticas de The Morning Show, Ted Lasso, Trying, Black Bird, Dickinson, We Crashed, Defending Jacob e outras) e várias – cada vez mais! – que quero ver, agora posso colocar na lista Fortuna (Loot)




Estrelada por Maya Rudolph e criada por Alan Yang e Matt Hubbard, essa série original Apple TV+ é daquele tipo leve, divertido e que é tudo o que você precisa ver depois de um dia cansativo no trabalho. Além disso, é rapidinha de assistir: São 10 episódios com meia hora cada.


Fortuna


Molly Novak (Maya Rudolph) acabou de se divorciar. E foi um divórcio feio. Descobriu durante sua festa de aniversário que seu marido John (Adam Scott), com quem era casada há mais de 20 anos, estava tendo um caso com a assistente. E como o casal era bilionário estilo Jeff Bezos, foi tudo muito midiático, com direito a programas de TV comentando o caso, fofocas sobre as atitudes de ambos, memes e uma divisão de bens na qual Molly recebeu U$ 87 bilhões. Não, você não leu errado: U$ 87 bi!


Molly se vê um pouco sem rumo, com tanto dinheiro, sem marido e sem muito o que fazer. Durante um tempo, farreia pesado junto com Nicholas (Joel Kim Booster), seu assistente/professor de yoga/amigo. Até que Sofia (Michaela Jaé Rodriguez), diretora da fundação de caridade da bilionária, que ela nem mesmo sabia que tinha, pede para dar uma maneirada nas baladas, pois o que ela faz está atrapalhando o serviço sério da instituição. Molly, então, descobre um novo propósito de vida: Trabalhar todos os dias na fundação – para desespero de Sofia.




Maya Rudolph


Chegou a vez de Maya Rudolph. Geralmente em papeis de coadjuvante e participação especiais – sempre ótima, diga-se de passagem – agora ela é protagonista. E ela toma a série para si. Fortuna claramente foi escrita para a atriz, já que Molly se encaixa perfeitamente com ela. A personagem, assim como a série como um todo, tem um quê de excentricidade, de exagero, de quase teatral que combina com Maya. Molly é inocente em sua riqueza (por exemplo, ela dá para moradoras de um abrigo itens de “necessidade básica”, que incluem bolsas caras, sapatos de salto e mais), não sabe direito como o mundo dos não bilionários funciona, mas o seu coração é bom e ela vai aprendendo com a sua equipe.


Maya Rudolph é ótima na comédia e tem o timing perfeito para Fortuna. E o núcleo da fundação é ótimo. Michaela Jaé Rodriguez é ótima como Sofia. A chefe certinha, rígida, travada, que não gosta de se divertir e quer salvar o mundo é um ótimo contraponto com a maluquice de Molly. A atriz está ótima no papel e a amizade que elas constroem durante os episódios é gostosa da assistir. 






E ainda temos Howard (Ron Funches), um parente distante de Molly, fã de cultura geek e um super otimista, o contador, recém-divorciado e extremamente certinho Arthur (Nat Faxon) e outros. Enquanto Molly aprende com todos, todos aprendem com Molly. Fortuna não seria o que é sem esse elenco tão coeso.


Comédia afiada


Uma das graças de Fortuna é que tem um pezinho no nonsense. Acho que é porque ser bilionário é, basicamente nonsense. Quer um smoothie de frutas vermelhas colhidas as Suíça? É só estalar os dedos. Um chef gourmet de celebridades como seu cozinheiro particular? É óbvio. Levar todos os amigos para uma viagem rápida para Miami? É para já. A série brinca com esse choque de realidade entre os bilionários e as pessoas normais.


E Fortuna tem um ótimo tom de comédia. É afiado, rápido e com ritmo excelente. Não é engraçada de fazer gargalhar, mas é de fazer rir, sorrir e até mesmo querer abraçar os personagens, porque aqui e ali tem uma pitadinha de drama. Só sei que me conquistou desde o primeiro episódio.


E quer uma notícia boa? Já foi renovada para a segunda temporada.


Recomendo muito.


Teca Machado


segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Temporada de Casamentos - Crítica


Quem aí ama um clichê gostosinho de assistir e que deixa o coração quentinho? Se for com fake dating, melhor ainda, né? Os estúdios e editoras andam gostando desse tipo de trama, porque ultimamente tenho visto vários enredos do tipo. E nem me importo, já que adoro – e sei que vocês também. Hoje trago a crítica de Temporada de Casamentos, original Netflix. A comédia romântica foi escrita pela indiana Shiwani Srivastava e dirigida pelo estadunidense Tim Dey.




Temporada de Casamentos


Na cultura indiana – pelo menos na retratada em filmes e séries – o casamento é algo muito importante. Ele é uma instituição poderosa e na qual os pais buscam a felicidade dos filhos (mesmo que eles não estejam procurando um par perfeito). E é o caso de Asha (Pallavi Sharda). Seus pais estão muito preocupados com ela, pois largou um emprego promissor em Wall Street para trabalhar para uma empresa que busca financiamento para mulheres empreendedoras da Ásia. Além disso, sua irmã mais nova está prestes a se casar. Inconformada com isso, sua mãe cria seu perfil num site de relacionamentos. O mesmo que a mãe de Ravi (Suraj Sharma) faz, pois deseja desesperadamente que ele “dê um jeito na vida”.


Asha e Ravi acabam aceitando ir a um encontro, que é desastroso. A animosidade entre eles é instantânea porque nenhum queria estar ali. Mas ambos foram convidados para 19283472 casamentos nos próximos meses e sabem que se forem desacompanhados mil “tias” vão tentar arruma pretendentes para eles e olhar com cara de dó por estarem solteiros. Então Asha e Ravi preferem fingir um namoro para essa temporada de casamentos para poderem ficar em paz. Mas todos nós sabemos com esse tipo de acordo termina, não é mesmo?




Clichê para esquentar o coração


Não espere nada revolucionário em Temporada de Casamentos. Temos aqui uma trama que já vimos 200 vezes, só esse ano. Mas é em bem escrito, bem interpretado por atores carismáticos, extremamente colorido e feliz e com aquela vibe de Bollywood que nos conquista. É um filme simples, doce e que se propõe a entreter e o faz com gosto.


Pallavi Sharda e Suraj Sharma são rostos que já vimos por aí. Ela é de Lion: Uma Jornada Para Casa e ele é o Pi de As Aventuras de Pi. A química deles é bem bacana e fica óbvio que são pessoas que se gostam. Entre tapas, beijos, animosidade e admiração, eles vão construindo o seu caminho juntos e é gostoso de acompanhar como o relacionamento vai crescendo.




Os núcleos familiares são bem legais também, com os pais de ambos (a família indiana intrometida, mas cheia de amor e carinho), além da irmã de Asha (Aruanna Afsar) e o noivo Nick (Sean Kleier), que é americano e que faz de tudo para se encaixar nos costumes indianos. James (Damian Thompson) e Tina (Ruth Goodwin), colegas de trabalho de Asha, também são ótimos coadjuvantes.


E como podemos esperar de um filme cheio de casamentos indianos, os figurinos e ambientações são lindíssimos. As roupas de Asha são deslumbrantes e as festas muito divertidas.


Temporada de Casamentos fala um pouco sobre seguir seu próprio caminho e tenta mudar padrões antiquados da cultura, dando mais liberdade para os protagonistas e seus familiares e amigos. Tem um pouquinho de momentos mais sérios, mas te faz dar umas risadinhas, muitos sorrisos e o coração fica quentinho.


Recomendo.


Teca Machado


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