terça-feira, 20 de setembro de 2022

Como Seria Se...? - Crítica


Você com certeza já se perguntou como seria sua vida se sua decisão tivesse sido B ao invés de A, se tivesse ido para a esquerda ao invés da direita, se tivesse ido à festa ou ficado em casa. A verdade é que nunca saberemos ao certo as consequências das decisões que tomamos – ou que o destino toma por nós. Mas e se? É isso que indaga o filme Como Seria Se...?, da diretora Wanuri Kahiu, da Netflix.




Como Seria Se...?


Prestes a se formar e com planos para o que seria sua vida daí para frente, numa noite de impulsividade Natalie (Lili Reinhart) dorme com o seu melhor amigo Gabe (Danny Ramirez). Na festa de formatura, enquanto está passando mal, faz um teste de gravidez. Nesse momento o filme de divide: Uma parte acompanha Natalie com o resultado dando negativo e outro positivo, ambas acontecendo simultaneamente e se alternando.


No negativo a vemos seguindo seu plano de 5 anos, indo para Los Angeles com a melhor amiga Cara (Aisha Dee) e a procura de um emprego no ramo de animação. É um setor concorrido no qual ela mergulha e tem alegrias e frustrações. No positivo, a acompanhamos voltar para a casa dos pais e tentando se reencontrar como mulher, profissional e ser humano enquanto navega a maternidade e deixa seus planos tão cuidadosamente construídos de lado. Tudo isso é feito de forma muito sensível, delicada e mesmo real. 



Com uma edição de arte bacana e bem pensada, conseguimos acompanhar sem problemas cada versão de Natalie, com suas cores, iluminação, figurino e corte de cabelo diferente.


As alegrias e as tristeza de ambos os lados


O mais interessante de Como Seria Se...? é que o filme não eleva demais e nem diminui demais nenhum dos lados. A maternidade, ainda mais tão jovem e solteira, pode ser sufocante e extremamente difícil, mas tem suas alegrias e momentos que dinheiro nenhum paga. Do mesmo modo, correr atrás dos seus sonhos profissionais não são flores, mas tem seus lados bons e recompensas. O roteiro humaniza ambas as situações e não romantiza nenhuma delas. Natalie não é uma pessoa melhor e nem pior quando está na sua versão mãe e o mesmo acontece com a sua versão profissional. São lados da mesma moeda, a mesma pessoa que precisou lidar com situações diferentes. É até mesmo difícil escolher qual das duas trama o espectador gosta mais. Eu mesma assisti dias atrás e ainda não consegui decidir.


Além disso, o filme mostra que o amor da sua vida nem sempre é questão de destino. Às vezes é de ocasião. Não existe só um cara para Natalie, porque em cada versão existe uma pessoa perfeita para a protagonista.





E são essas questões que transformam Como Seria Se...?. Poderia ser apenas mais um romance, mas uma comédia romântica/dramática. Mas o roteiro foi feito de uma forma que aquece o seu coração, que você torce para a protagonista – independente de qual versão – e sabe que, sim, está tudo bem.


Elenco


Como Seria Se...? não seria o mesmo se outra atriz fosse a protagonista. Lili Reinhart foi uma excelente escolha e soube carregar de forma muito competente duas versões da mesma personagem. Em ambos os casos a gente tem vontade de abraçá-la, consola-la e ser sua amiga. E eu muitas vezes tinha a impressão de estar olhando para a Brittany Murphy. Como elas são parecidas!


O elenco ainda conta com Danny Ramirez, um fofo e doce, tipo de cara que sim, poderia ser o seu melhor amigo por quem você se apaixonaria facilmente. E David Corenswet (que, para mim, é belíssimo e a cara do Henry Cavill), um querido, bacana e por quem você também facilmente se apaixonaria. Aisha Dee completa o quadro, sendo uma amiga sensacional, que você gostaria de ter por perto.

Cena da trama em que o teste dá negativo

Cena da trama em que dá positivo


Minha única reclamação vai para o fato que na versão em que o teste de gravidez dá positivo, ao longo dos cinco anos nos quais o filme passa a filha de Natalie e Gabe muda de etnia alguma vezes. A garotinha em momentos em branca, depois negra, então latina e assim por diante. Foi um erro de continuidade.


De qualquer modo, Como Seria Se...? foi um filme que me ganhou e que foi uma grata surpresa. Recomendo muito.


Teca Machado


Um comentário:

  1. Ótimo artigo, muito bom visitar e ler seus conteúdos! Sempre com qualidade e excelente informações!!!


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