quarta-feira, 11 de maio de 2022

Livros que são releituras de Cinderela


Não sei vocês, mas eu adoro um conto de fadas, se for uma releitura, melhor ainda. Uma das minhas histórias preferidas é a Cinderela, mas desde criança eu pensava “por que ela é tão burra?”, haha. E depois que assisti o live-action da Disney com a Lily James (para mim o melhor dos live-actions até hoje!), fiquei mais apaixonada ainda. E apesar de termos várias princesas por aí, a Cinderela é uma das que mais ganhou releituras.


Quer se aventurar em histórias da moça doce e gentil que foi obrigada a trabalhar para a madrasta? 


Livros que são releituras de Cinderela


1- Um Perfeito Cavalheiro, de Julia Quinn (Editora Arqueiro)



Vamos começar com o mais óbvio (e o que esperamos que seja a próxima temporada de Bridgerton!). O livro é focado em Benedict, o segundo filhos dos irmão Bridgertons. É um dos meus preferidos da série.


"Sophie sempre quis ir a um evento da sociedade londrina. Mas esse parece um sonho impossível. Apesar de ser filha de um conde, ela é fruto de uma relação ilegítima e foi relegada ao papel de criada pela madrasta assim que o pai morreu. Uma noite, porém, ela consegue entrar às escondidas no aguardado baile de máscaras de Lady Bridgerton. Lá, conhece o charmoso Benedict, filho da anfitriã, e se sente parte da realeza. No mesmo instante, uma faísca se acende entre eles. Infelizmente, o encantamento tem hora para acabar. À meia-noite, Sophie tem que sair correndo da festa e não revela sua identidade a Benedict. No dia seguinte, enquanto ele procura sua dama misteriosa por toda a cidade, Sophie é expulsa de casa pela madrasta e precisa deixar Londres. O destino faz com que os dois só se reencontrem três anos depois. Benedict a salva das garras de um bêbado violento, mas, para decepção de Sophie, não a reconhece nos trajes de criada. No entanto, logo se apaixona por ela de novo. Como é inaceitável que um homem de sua posição se case com uma serviçal, ele lhe propõe que seja sua amante, o que para Sophie é inconcebível. Agora os dois precisarão lutar contra o que sentem um pelo outro ou reconsiderar as próprias crenças para terem a chance de viver um amor de conto de fadas. Nesta deliciosa releitura de Cinderela, Julia Quinn comprova mais uma vez seu talento como escritora romântica."



2- Um Beijo à meia-noite, de Eloisa James (Editora Arqueiro)



Esse livro faz parte da coleção de Eloisa James sobre contos de fadas. É um romance de época delicioso!


"Kate Daltry é uma jovem de 23 anos que não costuma frequentar os salões da alta sociedade. Desde a morte do pai, sete anos antes, ela se vê praticamente presa à propriedade da família, atendendo aos caprichos da madrasta, Mariana. Por isso, quando a detestável mulher a obriga a comparecer a um baile, Kate fica revoltada, mas acaba obedecendo. Lá, conhece o sedutor Gabriel, um príncipe irresistível. E irritante. A atração entre eles é imediata e fulminante, mas ambos sabem que um relacionamento é impossível. Afinal, Gabriel já está prometido a outra mulher – uma princesa! – e precisa com urgência do dote milionário para sustentar o castelo. Ele deveria se empenhar em cortejar sua futura esposa, não Kate, a inteligente e intempestiva mocinha que se recusa a bajulá-lo o tempo todo. No entanto, Gabriel não consegue disfarçar o enorme desejo que sente por ela. Determinado a tê-la para si, o príncipe precisará decidir, de uma vez por todas, quem reinará em seu castelo."



3- Geekerella, de Ashley Poston (Editora Intrínseca)




"Quando Elle Wittimer, nerd de carteirinha, descobre que sua série favorita vai ganhar uma refilmagem hollywoodiana, ela fica dividida. Antes de seu pai morrer, ele transmitiu à filha sua paixão pelo clássico de ficção científica, e agora ela não quer que suas lembranças sejam arruinadas por astros pop e fãs que nunca tinham ouvido falar da série. Mas a produção do filme anunciou um concurso de cosplay numa famosa convenção valendo um convite para um baile com o ator principal, e Elle não consegue resistir. Na Abóbora Mágica, o food truck vegano onde trabalha, ela encontra a ajuda de uma amiga cheia de talentos para moda que vai criar o traje perfeito para a ocasião. Afinal, o concurso é a chance de Elle se livrar das tarefas domésticas impostas pela terrível madrasta e das irmãs postiças malvadas. Já Darien Freeman, o astro adolescente escalado para ser o protagonista do filme, não está nada ansioso para o evento, embora o papel seja seu grande sonho. Visto como só mais um rostinho bonito, o próprio Darien também está começando a achar que se tornou uma farsa. Até que, no baile, ele conhece uma menina que vai provar o contrário."


Esse eu nunca li, mas morro de vontade. Todo mundo fala bem e que é muito divertido.



4- Cinder – As Crônicas Lunares Livro 1, de Marissa Meyer (Editora Rocco)




“Cinder tem dezesseis anos e é considerada uma abominação tecnológica pela maior parte da sociedade e um fardo por sua madrasta. Por outro lado, ser ciborgue tem suas vantagens: a interface de seu cérebro lhe deu a capacidade sobre-humana de consertar tudo — robôs, aerodeslizadores, os próprios membros cibernéticos quebrados—, tornando-a a melhor mecânica de Nova Pequim. Sua reputação faz com que o herdeiro do império, o príncipe Kai em pessoa, apareça em seu estande na feira, solicitando o conserto de um androide antes do baile anual. Embora esteja ansiosa para agradar o príncipe, Cinder é impedida de trabalhar no androide quando Peony, sua meia-irmã e única amiga, é infectada por uma peste fatal que tem assolado a Terra por anos. Culpando-a pelo destino da filha, a madrasta de Cinder a entrega como voluntária para as pesquisas da doença, uma "honra" a qual ninguém sobreviveu até então. Logo, porém, os pesquisadores descobrem algo de incomum na cobaia recém-adquirida. Algo pelo qual há quem esteja disposto a matar.”


É uma releitura extremamente inusitada e diferente. Quem imaginaria a Cinderela como um ciborgue? É legal, interessante e me deixou curiosa pelos próximos volumes da série.



5- Cinderela Está Morta, de Kalynn Bayron (Editora Galera)




“Cinderela está morta há duzentos anos, e o conto de fadas acabou. Em um reino onde as mulheres são vistas como objetos, uma menina vai contrariar tudo e a todos para poder ter a escolha de amar livremente e decidir o próprio destino. Dois séculos após Cinderela ter encontrado o seu Príncipe Encantado, a magia parece ter abandonado o reino de Mersailles. Cinderela e a fada madrinha não passam de lendas, e o reino está há décadas sob o controle de reis tirânicos. Ao completar dezesseis anos, todas as jovens são obrigadas a participar do Baile Anual, onde os homens do reino vão para escolher jovens esposas. Não ser escolhida é uma sentença de ruína tanto para a garota quanto para a sua família. Sophia está se preparando para seu primeiro baile, mas o que realmente deseja é se casar com Erin, sua melhor amiga. No dia do baile, Sophia toma a decisão desesperada de fugir, indo parar no mausoléu da Cinderela. Lá, ela encontrará uma aliada inesperada, alguém com respostas para os mistérios envolvendo as lendas que giram em torno da mítica história da Cinderela. Juntas, elas vão enfrentar a tirania opressora do rei e de uma sociedade patriarcal que impede que as pessoas sejam livres. Cinderela está morta é uma versão moderna e feminista do clássico conto de fadas. Com uma protagonista negra e LGBTQ+, vai fazer os leitores questionarem as histórias que conhecem tão bem, e torcer para as garotas que têm a coragem e força de quebrar as barreiras de um mundo que insiste em tentar dizer quem elas deveriam ser e quem deveriam amar. 


Esse livro também não li, mas vi muitos elogios quando foi lançado no ano passado. Estou bem curiosa, não vou negar.



*** 


E vocês sabem me dizer mais algum livro inspirado em Cinderela?


Teca Machado

segunda-feira, 9 de maio de 2022

5 motivos para ler Orgulho e Preconceito


Eu sei que eu demorei na minha vida de leitora para finalmente ler Orgulho e Preconceito, mas agora que li entendi por que todo mundo ama. Não é a leitura mais rápida e fluida do mundo, mas é sensacional! Com certeza entrei no time de fãs do Mr. Darcy!


E se você é como eu era e nunca se aventurou nas páginas do romance mais famoso de Jane Austen – na verdade um dos mais famosos do mundo – te convido a conhecer 5 motivos para ler Orgulho e Preconceito:


5 motivos para ler Orgulho e Preconceito


Foto @casosacasoselivros.com


1- Elizabeth Bennet


A protagonista sozinha merece ser o motivo para ler a obra. Para a gente do século XXI pode parecer uma mulher “normal”, vamos dizer assim, mas lembrando que o livro foi escrito em 1813, ela era totalmente a frente do tempo. Destemida, inteligente, além de ser uma leitora voraz, Elizabeth representa o avanço do sexo feminino em uma época em que as mulheres não tinham outra tarefa que não fossem as domésticas e não tinham tanto acesso ao conhecimento.


2- Mr. Darcy


Tá, ele também merece uma seção só para ele. Esse personagem é amado por mulheres do mundo inteiro há séculos e agora eu entendi o motivo. Taciturno, quieto e com temperamento forte, por dentro ele é um ursinho fofo que a gente quer amassar. Ele tem defeitos, sim, mas suas qualidades superam isso. Passei metade do livro sem entender por que ele é o crush literário das pessoas há 200 anos, mas quando entendi, UAU, fez todo o sentido. Estou querendo o Darcy para mim.


3- Personagens secundários

Jane Austen

Como Elizabeth é cheia de irmãs, Orgulho e Preconceito é cheio de personagens secundários. Ainda que alguns tenham mais destaque do que outros, são muito bem construídos e com arcos dramáticos interessantes e que agregam para a história do casal principal.


4- Acidez e humor


Muito se fala do humor em Orgulho e Preconceito, mas não espere dar gargalhadas, não é isso. É o humor inglês (muito diferente do nosso), de 200 anos atrás e mais sarcástico do que qualquer outra coisa. Mas é um livro leve, cheio de diálogos mordazes – as interações entre Darcy e Elizabeth são maravilhosas, cheias de farpas e amor enrustido. Jane Austen criou quase uma sátira da sociedade da qual vivia e é uma delícia de acompanhar na leitura.


5- Centenas de adaptações


A adaptação mais famosa é a de 2005 com Keira Knightley e ‎Matthew Macfadyen, do diretor Joe Wrigth. Mas Orgulho e Preconceito já ganhou muitas releituras tanto em livros quanto em séries e filmes. Tem versão de Bollywood (A Noiva e o Preconceito, amo inclusive!), Orgulho e Preconceito e Zumbis, O Diário Secreto de Lizzie Bennet, Austenlândia, Me and Mr. Darcy, O Clube de Leitura de Jane Austen, Lost in Austen e muito, muito mais. Depois que você leu Orgulho e Preconceito, suas releituras ficam ainda mais divertidas!


*** 


Esses são só 5 motivos, mas tem muito, muito mais. Quem aí já leu esse romance que é considerado um dos maiores do mundo? Gostou? E se quiser ver a resenha que fiz sobre ele é só vir aqui.


Teca Machado


sexta-feira, 6 de maio de 2022

A Vida Invisível de Addie LaRue - Resenha


A Vida Invisível de Addie LaRue, de V. E. Schwab, publicado por aqui pela Galera Record, foi um dos livros dos quais mais ouvi falar ano passado. E só ouvi elogios. Muitos. Do tipo “livro que mudou minha vida”, “melhor leitura que já fiz”. Então, é lógico que quando finalmente fui ler (finalmente porque com os gêmeos meu ritmo de leitura caiu horrores), minhas expectativas estavam lá no teto e mais um pouco. E isso pode ter sido um problema. Gostei muito do livro, mas estava esperando mais devido a tanto hype que ele recebeu. Mas, ainda assim, foi uma história que me marcou e da qual eu tenho certeza que posso até esquecer dos detalhes, mas não vou esquecer dela.


Foto @casosacasoselivros


A Vida Invisível de Addie LaRue


No início dos anos 1700, Addie é uma garota que vive num pequeno vilarejo francês com os pais. Curiosa e obstinada, ela sabe que o mundo é muito mais do que a minúscula vila onde mora e o seu maior medo é ter a vida que todo mundo lá tem: nascer, viver e morrer dentro dos poucos quilômetros quadrados que delimitam o vilarejo. Quando é obrigada a casar com um rapaz local e viver a vida que nunca desejou para si, ela foge do seu casamento, entra na floresta e faz um pacto com um deus da escuridão. Addie pede para viver quanto quiser, para ser livre, não ter amarras e é exatamente isso que ganha, uma liberdade nunca imaginada e imortalidade. Mas junto dela vem uma solidão jamais enfrentada por alguém. Todas as pessoas que Addie teve na vida se esqueceram dela e todas que a irão conhecer a esquecerão assim que tirarem os olhos dela. 300 anos de isolamento – ainda que no meio de todos – se passam até que um dia alguém lhe diz “eu me lembro de você”.


A Vida Invisível de Addie LaRue é um livro que permeia arte, poesia, literatura, filosofia. A protagonista não consegue deixar sua marca no mundo, mas outras pessoas podem por ela. É uma obra que mostra uma solidão profunda, a importância de ter alguém por perto, alguém que te conheça, como ter um nome – e poder anunciá-lo – faz a diferença na vida. A verdade é que ninguém quer ser esquecido.


Melancólico


V. S. Schwab

Se tem algo que esse livro me deixou foi melancólica. Apesar de parecer que viver para sempre é bom, Addie mostra diferente. Sim, ela viu muito, viveu muito, aprendeu muito, mas é uma benção ou uma maldição? Sua vida, principalmente os primeiros 150 anos, foram permeados de tristeza, de decepções, de uma solidão que corta a alma. E V. E. Schwab escreve de uma maneira que é impossível não se importar com a personagem. Tem dia que eu precisava fechar o livro e fazer outra coisa, tão triste eu me sentia por Addie.


Eu nunca tinha lido nada da Schwab e descobri que ela é realmente tudo isso que falam. Ainda mais que ela afirmou que demorou 10 anos para concluir a história de Addie. Foi tudo muito pensado, elaborado, amarrado. É perceptível o esforço, a criatividade e tudo o que a autora colocou no livro.


A construção dos personagens é muitíssimo bem feita. É impossível não gostar de Addie, não se importar, não querer dar um abraço para acabar com seu sofrimento e mesmo sacudí-la por ser tão teimosa. E mesmo muitas vezes à beira do abismo, não se joga: Ela resiste. Além da protagonista, temos Luc, o deus da escuridão, que apresenta várias facetas. Ele é intenso, amedrontador e até mesmo doce. É paradoxal o que a gente sente por ele. E há Henry, que se lembra de Addie. Mas falar dele é bastante spoiler, mas vamos só dizer que ele é importante, mesmo aparecendo só da metade para frente.


O ponto negativo de A Vida Invisível de Addie LaRue para mim foi que foi uma leitura arrastada, ainda que interessante. Principalmente o primeiro terço foi difícil de vencer. Demorei a me envolver de verdade com a história. Mas persevere: Vale muitíssimo a pena.



Recomendo.


Teca Machado

quarta-feira, 4 de maio de 2022

Morte No Nilo – Crítica


Apesar de leitora alucinada e amante de um bom mistério, preciso confessar uma coisa quase vergonhosa: Eu só li um livro de Agatha Christie, Intriga em Bagdá, e sendo muito sincera eu não lembro de absolutamente nada da trama, já que eu li tem bem uns 20 anos (e agora me senti velha, muito velha!). Tenho vontade de ler, principalmente as obras com Hercule Poirot, considerado um dos melhores detetives do mundo e que tem um bigode característico e uma inteligência acima da média. Apesar de já conhecer por alto o personagem, foi apenas em Assassinato no Expresso Oriente, do diretor Kenneth Branagh, que realmente vi algo mais profundo sobre ele. E agora ainda mais em Morte No Nilo, novo filme com Poirot e baseado no livro de mesmo nome da Rainha do Crime.



Morte no Nilo foi marcado por vários contratempos. Suas filmagens começaram em 2019, mas foram adiadas por causa da Covid 19 e então vários dos seus astros tiveram seus nomes nas manchetes. A começar com Armie Hammer que foi acusado de estupro, canibalismo (!) e muito mais. A data de lançamento do filme até foi adiada mais uma vez por causa dele. Aí vem a Letitia Wright, que é antivacina e LGBTfóbica. E por último a Gal Gadot que foi escalada para viver Cleópatra (e em Morte No Nilo até se fala disso), mas tem muita gente fazendo campanha contra, dizendo que é whitewashing e que é uma afronta por ela ser israelense e o país tem entrado em conflito com o Egito apenas 50 anos atrás. Tudo isso poderia ter ofuscado o filme, mas ele estreou e foi muito bem na bilheteria ao redor do mundo e já entrou no streaming. Assisti pelo Star+.


Morte no Nilo


Hercule Poirot (Kenneth Branagh) está de férias no Egito quando encontra seu amigo Bouc (Tom Bateman). Poirot se junta a ele e vai para a festa de casamento de Linnet (Gal Gadot) e Simon (Armie Hammer). Durante sua viagem de lua-de-mel pelo rio Nilo, o casal convida amigos e familiares para embarcarem no barco Karvak e celebrarem sua união. Porém um assassinato acontece e todos os passageiros têm motivos para matar. Cabe então a Poirot, o mais famoso detetive do mundo, solucionar o mistério.




Enquanto Assassinato no Expresso Oriente foi envolvente do começo ao fim, Morte No Nilo, não foi tanto assim. Ele realmente engrenou quando o assassinato aconteceu e a investigação começou. A primeira metade do filme serve para ambientar o espectador e apresentar os personagens – e suas motivações, assim como contar a história da juventude de Poirot e até mesmo explicar o motivo do seu bigode. O mistério é menos surpreendente do que do filme anterior, mas ainda assim é uma reviravolta bacana e que chega a enganar o público. Enquanto o outro foi sobre vingança, aqui temos uma história sobre amor, ciúmes e obsessão.


Elenco e cenário


A estética de Morte No Nilo tem um quê de falsa, até mesmo de quase brega, mas acredita-se que era a intenção do diretor. Como Poirot gosta, tudo é muito simétrico, muito perfeito, muito certinho, brilhante e limpo. Para quem está reparando parece muito CGI, principalmente as cenas de paisagens, que ainda assim são lindas (Eu morro de vontade de conhecer o Egito!).


O elenco tem nomes fortes como os já citados Gal Gadot, Kenneth Branath, além de Annete Benning, Sophie Okonedo, Emma Mackey, Russel Brand, Jennifer Saunders e outros. Ninguém faz um trabalho excepcional digno de Oscar, mas são muito competentes, principalmente Kenneth e seu meticuloso Poirot.




Morte No Nilo é um filme bacana, que vale a pena assistir, principalmente quem gosta de um mistério. E quem gosta pode comemorar: o terceiro volume com Poirot já foi confirmado. Kenneth Branagh anunciou que vai dirigir e protagonizar mais uma produção da franquia e que vai trazer para as telonas um caso não tão conhecido do detetive.


Recomendo.


Teca Machado


segunda-feira, 2 de maio de 2022

WeCrashed - Crítica


“Elevar a consciência do mundo”. Como uma empresa de coworking faria isso? Bom, mesmo após os oito episódios da minissérie WeCrashed, da Apple TV+, eu ainda não sei. Mas o que eu sei é que Adam Newmann e sua esposa Rebekah Newmann são dois egocêntricos narcisistas e é isso que a série mostra. WeCrashed conta a história verídica do casal, responsável pela WeWork, empresa de coworking nascida nos anos 2000 e que chegou a ser avaliada em U$ 47 bilhões na época da abertura de IPO em 2018. O enredo é baseado no podcast WeCrashed: the Rise and Fall of WeWork, da Wondery, que está disponível na Spotify, criado por Lee Eisenberg e Drew Crevello.


Prepare-se para odiar Jared Leto e Anne Hathaway. Sim, eu sei que eles estão interpretando personagens, mas o casal é bem detestável e os dois excelentes atores, então é meio difícil não ficar com o coração peludo de ódio. Mas a série é bem boa. Vem ver a crítica!



WeCrashed


No começo dos anos 2000, Adam Newmann (Jared Leto) era um “empreendedor em série”, como ele mesmo gostava de dizer, mas nenhuma das suas invenções tinha decolado. Até que depois de se casar com Rebekah (Anne Hathaway) eles criaram a WeWork. Coworkings já existiam, mas eles deram um “tcham” a mais e ficou extremamente convidativo para jovens. A empresa tive um crescimento meteórico – não necessariamente financeiramente sustentável, é verdade – e expandiu para o mundo inteiro. Mas como uma empresa tão gigante e com tanto potencial teve uma queda tão absurda tão próximo da sua IPO (abertura de capital da empresa)? É o que a série mostra.


Mas mais do que uma história sobre a WeWork, WeCrashed é sobre Adam e Rebekah e como a relação deles era intrinsecamente ligada à empresa – e como isso era ruim. Seus egos gigantescos foram essenciais tanto para o crescimento quanto para a queda. Sempre que um tentava ofuscar o outro, esse tentava brilhar mais. Talvez seja mais uma história de amor do que sobre a empresa. Acho até mesmo que é uma história de amor sobre si mesmo, principalmente no caso de Adam. 




Adam e Rebekah


A todo tempo assistindo a série você pensa “não é possível de que eles sejam assim na vida real”. Mas todos as pesquisas e entrevistas que vi me fizeram acreditar que tanto o roteiro quanto a atuação foram bem fidedignas. Por isso é muitas vezes difícil de “engolir” Adam e Rebekah. Não que eles sejam vilões, nem mesmo antagonistas, mas são pessoas altamente “desgostáveis” e por quem o público não sente vontade de torcer para que fique tudo bem no final. É do tipo que realmente nasceu um para o outro.


Anne Hathaway, como tudo em sua vida, é totalmente sem defeitos no quesito atuação (porque se for pensar no resto, a gente odeia real a Rebekah). Sua personagem é cheia de camadas, algumas boas, a maioria ruim e ela realmente entrou na personagem. E Jared Leto me parecia forçado – ele é ótimo ator, mas parece que em quase tudo o que ele faz ele força a barra -, mas no caso aparentemente Adam é assim mesmo. Então é um retrato bem real.




Trama


Por vezes os episódios parecem ser meio arrastados, mas de modo geral são bastante interessantes. Os primeiros episódios têm um ritmo melhor, mostrando a criação e crescimento da empresa. Mas quem não entende muito desse universo de startups e avaliações fica meio perdido. Eu mesma me perguntava como ele conseguia convencer pessoas e investidores. Só com lábia? Eu já sabia um pouco da história da WeWork e foi interessante ver como algo com tanto potencial e avaliação caiu por causa de uma gestão que na melhor das hipóteses era maluca. Pareceria exagero do roteiro se tudo isso não fosse real.


WeCrashed, como todas as produções da Apple TV+ que já assisti (sério, melhor streaming, gente!), tem elevada qualidade, uma produção impecável e atores de alto nível. Vale a pena! São apenas 8 episódios com cerca de uma hora cada.


Recomendo.


Teca Machado


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