quarta-feira, 20 de abril de 2022

Amor, Sublime Amor - Crítica

 


Desde criança eu escuto minha mãe falar sobre Amor, Sublime Amor, que ela viu adolescente e que era triste demais, por isso que eu meio que já sabia o final. E apesar de ser um musical – amo! -  a verdade é que eu nunca tinha me interessado muito pelo filme. Quando comecei a assistir One Day At A Time conheci a Rita Moreno e me apaixonei. Fiquei sabendo que ela ganhou Oscar pelo filme, mas ainda assim não assisti. Quando o remake da produção de 1961, dessa vez dirigida por Steven Spielberg, foi anunciado decidi que havia chegado a hora. Só demorei um pouco porque precisei esperar entrar na Disney+ (Gente, eu tenho gêmeos de 1 ano, nem sei mais o que é cinema!), mas agora conheci finalmente a história baseada no musical da Broadway de 1957 e que concorreu ao Oscar de Melhor Filme em 2022.




Amor, Sublime Amor – West Side Story


Numa NY em expansão nos anos 1950 e cheia de imigrantes, duas gangues o bairro de Upper West Side brigam para dominar o território. Os Jets são estadunidenses brancos, mas de classes pouco favorecidas, e os Sharks, descendentes e/ou porto-riquenhos. A rivalidade é antiga e forte e divide a região. Maria (Rachel Zegler) é irmã de um dos líderes dos Sharks e acaba de chegar à cidade. Quando em uma festa a jovem se apaixona por Tony (Ansel Elgort), líder dos Jets, o romance está fadado ao fracasso, já que nenhum dos lados aceita o relacionamento. Com uma espécie de releitura Romeu e Julieta, Amor, Sublime Amor conta essa história de amor proibido.


E, sendo bem sincera, foi o que me incomodou no filme: A história de amor. Ela, definitivamente, não me convenceu. Eu sei que é para parecer tudo muito romântico e tudo o mais, mas pareceu forçado e irreal. Não, em menos de 24 horas você não conhece a pessoa faz juras de amor, fala que vai casar e até faz uns votos não formais e vive um amor TÃO intenso – e até meio burro. Além disso, o casal não teve muita química. O relacionamento de Anita (Ariana DeBose) e Bernardo (David Alvarez) foi extremamente mais interessante. Aliás, o casal secundário é muito mais interessante como um todo, tanto nas duas vezes quem levou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante foram as atrizes que viveram Anita, Rita Moreno e Ariana DeBose.




Atualização


Um dos pontos principais de Amor, Sublime Amor foi a sua atualização. Diferente do original, Spielberg escolheu um elenco realmente latino para os porto-riquenhos, assim como grande parte do filme é falada em espanhol – e o diretor se recusou a colocar legendas. Para se ter uma ideia, no original quase ninguém do elenco era realmente latino e até mesmo usaram maquiagem para escurecer a pele de atrizes, como foi o caso de Rita Moreno e outros atores.


Além disso, a inclusão de um personagem trans também foi uma maneira de atualizar a história, ainda que respeitando o original. Enquanto em 1961 uma menina queria fazer parte dos Jets, agora temos Anybodys (Iris Menas), um homem trans.




Musical


Sempre que eu assisto um musical, principalmente Mamma Mia! – eu penso que gostaria de morar em um. E aqui não foi diferente. A sequência de America é estupenda! Ariana DeBose realmente faz um trabalho espetacular e dá vontade de cantar junto. Algumas outras músicas também são empolgantes e divertidas, como Gee, Officer Krupke, I Feel Prety, Cool e A Boy Like That, enquanto outras são mais lentas e com estilo de ópera. Esse foi o primeiro musical dirigido por Spielberg, que afirmou que sonhava fazer essa adaptação desde criança.


E nem temos o que falar da direção. Steven Spielberg sempre é excelente no que faz e nos traz filmes interessantes e muitíssimo bem-produzidos. Imagem, coreografia, som, figurino, design de produção, tudo é de altíssima qualidade.




Elenco


Ariana DeBose dispensa comentários. Sua Anita é maravilhosa e mereceu o Oscar. Rachel Zegler fez sua estreia no cinema e é muito boa no que faz (ainda que a personagem seja bem bobinha). Ela foi tão bem que já foi escalada para ser a Branca de Neve no novo live-action da Disney. Ansel Elgort é bom e carismático. Mas David Alvarez ganha muito mais nosso carinho do que Ansel, não dá para negar. Menção honrosa para Rita Moreno, que tem um papel bastante importante no filme, como uma espécie de bem-feitora de Tony. Valentina, sua personagem, de certa forma transita entre os dois mundos, acolhendo a todos.


O discurso de Rita Moreno quando Anita sofre uma tentativa de estupro por parte dos Jets mostra que mais do que um romance, Amor, Sublime Amor é uma história sobre a perpetuação do ódio, de como ciclos de violência podem ser sem fim se ninguém der um basta.


É um bom filme, ainda que não meu musical preferido, mas muito bom. Recomendo.


Teca Machado





segunda-feira, 18 de abril de 2022

5 diferenças entre a segunda temporada de Bridgerton e o livro


A vida anda corrida, anda doida, anda ótima e acabei sumindo daqui por um tempo, mas e as saudades que sinto desse cantinho? É enorme! Por isso estou de volta!


E hoje vamos conversar sobre a segunda temporada de Bridgerton?



A série da Netflix produzida pela Shonda Rhimes baseada na saga de livros da Julia Quinn estreou a sua segunda temporada há quase um mês, tendo como tema o segundo volume, chamado O Visconde Que Me Amava. A produção acumulou 193 milhões de horas vistas em seu primeiro final de semana, mas chegou a aumentar ainda mais a audiência com a sua primeira semana completa. Bridgerton ficou no Top 10 em 93 países. 


Mas apesar dos altíssimos números de audiência e da química enlouquecedora que Jonathan Bailey (Anthony Bridgerton) e Simone Ashley (Kate Sharma) tem em cena (ai, que tensão sexual, minha gente!), a série não agradou a todo mundo. O motivo principal foram as mudanças em relação ao livro. 


Adaptação, como o próprio nome já diz, é um ajuste, não necessariamente fiel ao original, até porque muito de uma história escrita não se traduz tão bem para o audiovisual. Mesmo sabendo disso, é certamente incômodo quando a série/filme muda tanto do enredo.


Vem ver as 5 principais diferenças entre a segunda temporada de Bridgerton e de O Visconde Que Me Amava.


1- Relação de Anthony e Kate



No livro o relacionamento do casal principal não é tão lento. A série focou num slowburn, com muita tensão sexual e com um quê de proibido. Mas no livro é tudo mais rápido – tanto que eles se casam mais ou menos na metade da obra. No original tem toda uma atratividade óbvia e discussões acaloradas que tem um que quase divertido, de “te odeio e te amo”, enquanto na série é mais dramático, mais sofrido, com réplicas e tréplicas com raiva de tanto amor.



2- Relacionamento entre Edwina e Anthony



Certamente o livro não conta com relacionamento mais profundo entre um os personagens e muito menos com um triângulo amoroso entre as irmãs Sharma e o visconde. No original Anthony nem mesmo chega a pedir a mão da irmã caçula em casamento, enquanto na série eles estão no altar e tudo se desfaz quando a noiva percebe que o lorde ama a sua irmã. E isso até mesmo abala a relação das irmãs, que sempre foram tão próximas. Há uma ruptura entre elas, uma briga enorme e troca de farpas.



3- A picada da abelha



A cena da picada da abelha acontece, mas muito diferente do original – o que leva o enredo para outro rumo. É mais crível – um ataque de pânico por ver uma picada de abelha, já que uma dessas matou seu pai -, mas isso fez com que os acontecimentos fossem muito diferentes. No livro Anthony tenta sugar o veneno da picada de abelha com a boca e era no seio de Kate, o que provoca um escândalo e eles são obrigados a casar. Na série a picada é no pescoço e ele entra em pânico, mas não tem efeitos tão dramáticos para a trama. Além disso, o roteiro não trabalha a questão do medo tempestades de Kate, também algo importante no original.


4- Medo de Anthony de se apaixonar



A morte prematura de Edmund, o pai de Anthony e de todos os Bridgertons, é um fator crucial para que o novo visconde se recuse a se casar, mas por motivos diferentes na série e no livro. No livro é porque ele acredita que vai morrer cedo, na mesma idade de seu pai, enquanto na série é porque ele viu como sua mãe ficou devastada com a perda do marido e não quer ter uma esposa que fique assim sem rumo e arrasada quando ele se for. Por isso que quando ele decide se casar quer que seja sem amor, apenas para cumprir seu papel como visconde.


5- Outros personagens



Algo que muita gente reclamou sobre a segunda temporada foi a quantidade de tempo que a série deu para outros personagens – alguns nem tão interessantes (Calma, Benedict e Eloise, não estou falando sobre vocês). Muito foco na rainha (que no livro nem é citada), nos Featheringtons, em Penelope e suas artimanhas como Lady Whistledown, em Colin e sua paixão pela Marina (do Colin dá até tristeza de falar, porque ele é o melhor personagem dos livros, divertido, de bem com a vida e na série o transformaram num banana com um total de zero carisma e alegria e um ator que não tem charme), em Eloise infiltrada em movimentos sociais e mais. Além de transformarem os Bridgertons, tão respeitados na sociedade, em párias por causa do casamento cancelado.


*** 


Eu, particularmente, não amei a segunda temporada de Bridgerton, mas também não detestei. Apenas gostei e não vi muito da história original nos episódios. Não foi inesquecível para mim, mas também não vou deixar de assistir as outras temporadas. 


E vocês, o que acharam?


Teca Machado


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