Uma Princesa em Tóquio - Resenha

Quem nunca sonhou em certo dia descobrir que é uma princesa?

Cresci com os livros do Diário da Princesa, da Meg Cabot e gostaria muito de ter descoberto que eu era da realeza da Genóvia. Mas não rolou – pelo menos até hoje (esperança é a última que morre, né?)!

E agora me deliciei com outro conto de fadas moderno: Uma Princesa em Tóquio, de Emiko Jean, publicado no Brasil pela Editora Seguinte, selo da Companhia das Letras. A obra foi indicada pelo clube do livro da Reese Whiterspoon (que só indica coisa boa e falei sobre ele aqui).

Foto: @casosacasoselivros

Ano passado recebi um e-book da obra como parte da parceria com o grupo editorial. Foi a minha última leitura de 2021 e posso dizer que fechei o ano com chave de ouro e o coração quentinho!

Uma Princesa em Tóquio

Izumi tem 18 anos e sempre ouviu da sua mãe que o pai era só alguém com quem ela tinha estado uma noite numa festa e de quem nem mesmo sabia o nome. E por ela tudo bem não ter pai. A mãe tão incrível e companheira fez com que ela nunca sentisse muita falta. Izumi é uma garota amarela numa Califórnia muito branca e, embora algumas vezes os comentários maldosos sobre isso a fizessem sentir mal, nunca foi algo tão importante assim.

Emiko Jean
Foto Editora Seguinte

Até que sua melhor amiga, meio por acaso e meio por curiosidade, descobre que o pai de Izumi é, ninguém menos, do que o príncipe herdeiro do Japão, próximo na linha de sucessão. Após contatar o pai, que nunca soube da sua existência, sua vida vira de cabeça para baixo. A garota vai para o Japão encontrá-lo, conhecer suas raízes, compreender quem é, tudo isso tendo que lidar com um guarda-costas sisudo – e muitíssimo lindo.

Felizes para sempre?

Por mais que nossos sonhos e a Disney digam, não é fácil ser princesa (e cada vez mais vejo isso quando leio sobre a realeza britânica). E Izumi sente isso na pele. Se manter fiel a quem se é ao mesmo tempo que precisa mudar seu jeito, gostos e modos para se adaptar a quem o Japão precisa que ela seja não é fácil. Ela não é americana o suficiente para os EUA e nem japonesa o bastante para o Japão. Então, de onde ela é, a que lado pertence? Na trama acompanhamos essa briga interna que a protagonista sofre, que além de tudo quer criar um relacionamento com o pai e ser amada.

E em meio a toda essa confusão, ainda há Aiko. Ah, Aiko! Temos um slow burn delicioso entre Izumi e ele. Apesar das primeiras impressões nada lisonjeiras que um teve do outro, aos poucos as camadas vão saindo e eles descobrem que se completam.

Personagens e ambientação

Izumi é muito bem construída e o leitor consegue facilmente se relacionar com ela. Ela é divertida, dramática – como toda adolescente, mas não exagerada -, fiel às amigas, à mãe e a todos aqueles que ama. É o tipo de garota de quem eu gostaria de ser amiga. E Aiko é com certeza alguém por quem eu me apaixonaria. Doce, disciplinado, organizado e muitíssimo bonito. As amigas de Izumi são ótimas e sempre que aparecem é uma delícia, assim como sua mãe e mesmo seu pai.

Capa americana - Lindíssima também, né?

E que ambientação maravilhosa! Tóquio e o Japão em si são personagens fundamentais para a trama. A comida, os costumes, a cultura, os lugares, a história, tudo foi escrito de uma maneira tão cativante que tudo o que você quer quando termina o livro é pegar o primeiro avião para a Terra do Sol Nascente.

A escrita de Emiko Jean é gostosa, fluida, divertida, leve e ainda assim trata de temas importantes, como o racismo e a inadequação de Izumi. 

O livro vai ter uma continuação chamada Tokio Dreaming, que será lançada em maio. Vamos esperar ansiosamente a publicação por aqui também!

Uma Princesa em Tóquio, como eu disse mais em cima, deixa o nosso coração quentinho e é uma leitura deliciosa, que passa num piscar de olhos.

Recomendo demais!

Teca Machado