Um soco no estômago.
Foi assim que senti depois que terminei Não Olhe Para Cima, do diretor Adam McKay, original Netflix que entrou no catálogo na véspera de Natal.
Não, ele não é apenas um filme sobre o apocalipse que pode ser causado por causa de um cometa do tamanho do Monte Everest. Para isso temos Armagedom, Impacto Profundo e muitos outros. Não Olhe Para Cima é uma história sobre o quanto o capitalismo consegue – literalmente – destruir o mundo e a esperança da humanidade em conseguir uma chance.
Essa comédia satírica é cheia de ironia, amargor, crítica e, infelizmente, muita dose de realidade, como geralmente acontece nos filmes de Adam McKay (A Grande Aposta, Vice e muitos outros). Como vi numa crítica, Não Olhe Para Cima é um grande “kkkkkcryng”.
Não Olhe Para Cima
A doutoranda de astronomia Kate Dibiasky (Jennifer Lawrence) fez uma descoberta incrível enquanto observava o céu: Um meteoro de proporções gigantescas. O problema é que quando ela e o professor Mindy (Leonado DiCaprio) fazem os cálculos, descobrem que ele está em rota de colisão certeira com a Terra para daí pouco mais de seis meses. Começa, então, uma corrida para tentar salvar o planeta enquanto não são levados a sério por ninguém e governos e bilionários estão mais interessados em extrair materiais preciosos que tem no asteroide e capitalizar a situação.
Negacionismo
O negacionismo começa pelo título do filme, já que aquelas que não acreditam no cometa falam para que as pessoas não olhem para cima. É um filme muito atual – tanto para o Brasil, quanto para EUA e vários lugares do mundo – no sentido de que há um negacionismo absurdo (“será que existe mesmo esse asteroide?”, perguntam várias vezes), uma luta ferrenha contra a ciência, a preocupação dos ricos ficarem cada vez mais ricos.
Um dos pontos mais interessantes é que Adam McKay afirma que escreveu Não Olhe Para Cima antes da pandemia, mas o timing do lançamento foi perfeito, já que vivemos a beira de um apocalipse. Além disso, é possível ler nas entrelinhas toda a questão de mudança climática, já que vivemos no limiar do caos absoluto. E, a meu ver, o papel do DiCaprio é um pouco dele mesmo, que tenta a todo custo mostrar os absurdos que fazemos com o planeta, mas não é levado muito a sério, mesmo com todo respeito que o seu nome inspira.
Mas nada é melhor em Não Olhe Para Cima do que a representação de pessoas reais. O gabinete da presidente dos EUA, o bilionário esquisito (Bezos, é você?), a jornalista, todos trazem a lembrança alguém que a gente conhece (Tudo bem que a presidente e seu filho são mais puxados para Trump, mas para os brasileiros é claramente Bolsonaro e Carluxo).
Elenco
Se tem algo que Adam McKay sabe fazer é chamar atores de altíssimo nível para os seus projetos – e aqui não foi diferente. Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence, Meryl Streep, Cate Blanchet, Jonah Hill, Mark Rylance, Timothée Chalamet, Ariana Grande, Rob Morgan e outros. Bom, uma galera dessas até dispensa comentários às atuações, né? Eu – e a crítica – só tenho elogios e mais elogios.
Não Olhe Para Cima é incômodo, não no sentido de filme ruim – longe disso -, mas de que poderia muito bem acontecer. E, se acontecesse, não seria nada bonito.
Recomendo muito.
Teca Machado
Eu não sabia se ria ou chorava vendo esse filme e comparando com a realidade. Realmente é um verdadeiro kkkkrying e esse elenco está tudo! Menos o personagem do Timotheé, que achei bem dispensável
ResponderExcluirBeijos
Balaio de Babados
Oi, Teca!
ResponderExcluirEu achei a premissa do filme genial, mas não sei se conseguiria assistir no atual momento haha. É real e atual demais, o que chega a ser assustador.
Acho que a escolha do elenco foi perfeita, eu nem sabia do que o filme se tratava quando saiu o primeiro trailer, mas já sabia quem estava no elenco e fiquei interessada.
Amei sua crítica!
Estante Bibliográfica