segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Casa Gucci - Crítica


Por mais que tentasse, Patrizia Gucci nunca seria uma Gucci. 


Ela era Gucci por casamento, já que o seu sobrenome de verdade é Reggiani.



E o filme Casa Gucci, do diretor Ridley Scott, que está nos cinemas desde a semana passada, deixa isso muito claro. Ele acompanha a vida da mulher que nos anos 1970 se casou com Maurizio Gucci, um dos herdeiros de uma das mais famosas marcas de luxo que existem até hoje, até o assassinato dele. O longa é baseado no livro Casa Gucci: Uma história de glamour, ganância, loucura e morte, de Sara Gay Forden, publicado pela Editora Seoman.


Calma, dizer que ele foi assassinado não é spoiler, já que é um caso real e que ficou anos e anos na mídia, já que a família Gucci – que hoje não tem nenhum integrante na diretoria da empresa – sempre foi marcada por polêmicas, traições e brigas na justiça.



Casa Gucci



Patrizia (Lady Gaga) era filha de um empresário do setor rodoviário (e dizem as más línguas com ligações com a máfia italiana) e conheceu Maurizio Gucci (Adam Driver) numa festa. Seus olhos brilharam ao escutar o sobrenome do rapaz e fez de tudo para entabular um relacionamento com ele. Quieto, na dele e estudando para ser advogado, Maurizio não queria se envolver nos negócios da família, do qual seu pai (Jeremy Irons) era dono de 50% das ações. Mas Patrizia se infiltrou na família e queria de qualquer jeito que Maurizio – e no caso ela – fossem os sócios majoritários e administrassem a marca.


Bom, desejos são realizados, mas não necessariamente do jeito que a gente quer...




Cassa Gucci foca no relacionamento de Maurizio e Patrizia e nas maquinações que eles fizeram para chegar ao poder, ao mesmo tempo que mostra outros personagens importantes na história da marca, como Aldo Gucci (Al Pacino) e Paolo Gucci (um irreconhecível Jared Leto).


Elenco


Como vocês podem ver, Casa Gucci tem um elenco de respeito. E isso transparece. Lady Gaga está incrível, como sempre (aliás, algo que essa mulher faz não é incrível?). Vi uma entrevista que mesmo depois das filmagens ela não conseguiu se livrar do sotaque italiano por algumas semanas. Entrou de cabeça no papel mesmo. Adam Driver também, como já era de se esperar está ótimo, assim como Al Pacino, Jared Leto e Jeremy Irons, que completam o quinteto principal. Ainda que Irons apareça pouco, sua atuação soturna e mais séria de todas pode até lhe render uma indicação ao Oscar. É aguardar para ver.


E é engraçado como tudo parece meio caricato e até mesmo cafona, por mais que seja da Gucci que estamos falando. É extravagante, luxuoso ao extremo e exagerado. Casas enormes, villas indecentes de grandes, coberturas gigantes, carros caríssimos, obras de arte exclusivas. Um luxo que não tem tanto bom gosto. E acredito que seja proposital. Patrizia sempre foi uma socialite que tendia ao “demais”. Mas nada é mais caricato do que o Paolo de Jared Leto. Como disse lá em cima, ele está irreconhecível (tanto que tive que olhar no IMDb para saber qual era o seu personagem).




Dramalhão


Casa Gucci é quase um dramalhão italiano, um novelão mexicano – e não digo isso como crítica negativa. Tem até mesmo momentos que nos fazem rir, por incrível que pareça. É entretenimento puro, com design de produção extremamente bem-feito, trilha sonora que ajuda a indicar a passagem das décadas, figurinos exuberantes, drama, traições, conspirações, maquinações em busca de poder e assassinato. Tem um roteiro fácil de acompanhar, sem grandes furos e atuações excelentes que condizem com o que pede o filme. 


São 2h40 de filme – longo, para os padrões atuais -, mas é tão bom e envolvente que você nem vê o tempo passar. 


Os verdadeiros Maurizio e Patrizia e os atores


Esperei ansiosamente por Casa Gucci e fui recompensada com um ótimo filme.


Recomendo bastante.


Teca Machado


sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Black Friday Amazon 2021

Ofertas CyberMonday!!!!


Eita que chegou o dia que os alucinados por livro esperam o ano todo: A Black Friday!


Claro que outros produtos entram em promoção, mas livros geralmente têm promoções muito boas.


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<3


Boas compras!


Teca Machado


  
 

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

A Roda do Tempo - Saga de livros e série


O nome A Roda do Tempo não me era estranho. Eu sabia que eram livros e de fantasia, mas nada mais. Quando a Amazon Prime Video soltou o trailer da série The Wheel of Time, que é adaptação da obra, me interessei e na última sexta, 19, lançou os três primeiros episódios. No sábado, assim que meus bebês dormiram, fui correndo conferir.


Já posso dizer que estou gostando bastante. O universo fictício é bem construído e os personagens são interessantes, todo mundo com seu lado bom e ruim andando lado a lado, principalmente o quinteto principal, composto por Rosamund Pike (que também é produtora executiva), Madeleine Madden, Joshua Stradowski, Marcus Rutherford e Barney Harris. O ritmo dos episódios é bom, apesar de serem grandes (média de 1h cada) e em alguns momentos é muito corrido e com lutas e em outros mais devagar.



Como ainda são apenas 3 episódios e os outros da primeira temporada vão ao ar todas as sextas até 24 de dezembro não dá para fazer uma crítica completa. Mas podemos falar sobre a série de livros, que parece ser super interessante.


A Roda do Tempo


A saga com 14 livros foi escrita por James Oliver Rigney Jr., mais conhecido como Robert Jordan, pseudônimo que assina os livros, e finalizada por Brandon Sanderson. Enquanto escrevia o 12º livro em 2017, se encaminhando para o final, Jordan faleceu. Como tinha uma doença cardíaca descoberta dois anos antes, Jordan se preparou e deixou notas extensas para que outro autor pudesse completar o livro de acordo com seus desejos. Então Sanderson, também escritor de fantasia e fã de A Roda do Tempo, terminou a série.


Foto: Editora Intrínseca


A ideia original de Jordan era de que fossem 6 volumes, mas o universo que criou foi crescendo e “exigiu” mais histórias. Sanderson, quando pegou o 12º livro para terminar, percebeu que ficaria muito grande, então o dividiu em 3. Detalhe: todas as obras têm mais de 500 páginas.


A série mistura elementos de mitologia europeia e asiática, o que é visto principalmente na “roda do tempo” em si, quando fala, como no hinduísmo e budismo, sobre a natureza cíclica do tempo e das almas. Há ainda influência do taoísmo e das religiões abraâmicas (as crenças monoteístas cuja origem comum é reconhecida em Abraão) com luta entre bem e o mal. Além disso, foi parcialmente inspirado em Guerra e Paz, de Tolstói.


Além dos 14 principais, a saga tem mais três volumes: um romance de prólogo (que acontece antes de “começar”) e dois livros complementares no formato de contos.
Mesmo anos após a sua conclusão, a série de livros ainda é um fenômeno. Em 2021, a vendeu mais de 90 milhões de cópias em todo o mundo, tornando-se uma das fantasias épica mais vendidas desde O Senhor dos Anéis. Ela tem enciclopédias, jogos de videogame, RPG e a JordanCon, uma convenção anual só sobre os livros que acontece todos os anos em Atlanta, EUA.


Foto: Amazon US


Livros A Roda do Tempo


Sete livros da saga foram publicados no Brasil, todos pela Editora Intrínseca. Apesar de terem sido lançados em 1990, por aqui eles começaram a chegar apenas em 2013, sendo que o 7º foi lançado mês passado.

1. A Roda do Tempo: O Olho do Mundo
2. A Roda do Tempo: A grande caçada
3. A Roda do Tempo: O Dragão Renascido
4. A Roda do Tempo: A Ascensão da Sombra
5. A Roda do Tempo: As Chamas do Paraíso
6. A Roda do Tempo: O Senhor do Caos
7. A Roda do Tempo: Uma Coroa de Espadas
8. A Wheel of Time: The Path of Daggers
9. A Wheel of Time: Winter’s Heart
10. A Wheel of Time: Crossroads of Twilight
11. A Wheel of Time: Knife of Dreams
12. A Wheel of Time: The Gathering Storm
13. A Wheel of Time: Towers of Midnight 
14. A Wheel of Time: A Memory of Light



O prólogo se chama New Spring e os dois de contos são Unfettered: Tales by Masters of Fantasy e A Fire Within the Ways.


*** 


E aí, ficou interessado?


Até animei para ler a saga, apesar de quantidade de livros e de páginas. Mas cadê o tempo para devorar tudo isso?


Gostei dos primeiros três episódios da série  e estou curiosa com o andamento do enredo. E a produção, que nem estreou direito, já foi renovada para a segunda temporada. Se você não assina Amazon Prime Video é só vir aqui para conhecer a plataforma, que tem muita produção legal. Você pode testar grátis por 30 dias!


Teca Machado

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Alerta Vermelho – Crítica


Às vezes tudo o que a gente precisa é de um filme divertido, bobo, sem grandes pretensões e que é ideal para assistir num domingo à tarde ou numa sexta-feira à noite depois de uma semana muito pesada. E é exatamente isso que Alerta Vermelho, do diretor Rawson Marshall Thurber, se propõe a ser. 



O original Netflix que entrou no catálogo há alguns dias é a produção mais cara já feita pela plataforma de streaming e é definitivamente um blockbuster. Não é profundo, não é complexo, não é preciso pensar muito para acompanhar e ainda é possível dar risada das piadinhas e admirar como traz um enredo mentiroso. E quando é isso que o filme alardeia ser e é o que você quer assistir é a pedida certa.


Alerta Vermelho


O agente do FBI John Hartley (Dwayne Johnson) está atrás de Nolan Booth (Ryan Reynolds), o maior ladrão de arte do mundo. Aliás, o segundo maior, ele perde apenas para o Bispo (Gal Gadot). Quando o Bispo arma para que Booth e Hartley sejam presos e ela possa seguir a pista de um artefato caríssimo e desaparecido há mais de mil anos, os dois juntam forças para se libertarem e não a deixarem conseguir seu objetivo.




Sim, a sinopse parece com inúmeros filmes Hollywoodianos que você já assistiu. Uma dupla improvável de polícia e ladrão que se odeia, mas precisa trabalhar junta pelo bem maior. Mas, como já dizia Lisbela, em Lisbela e o Prisioneiro, “a graça não é saber o que acontece. É saber quando acontece e como acontece”. Que é o caso aqui.


A história é criativa, divertida e bem uma vibe True Lies e Indiana Jones, no sentido de que mistura comédia, atores carismáticos e uma mentirada sem o menor pudor de tentar parecer real (o melhor exemplo disso é um míssil que passa exatamente entre as duas portas abertas do helicóptero em pleno voo e a perseguição com carro nazista que custa U$ 25 milhões dentro de uma mina abandonada).


Elenco


Talvez o maior problema de Alerta Vermelho seja se apoiar demais no elenco estelar e esquecer um pouco do roteiro. A impressão que dá é que os três atores tiveram liberdade para serem eles mesmos, não os personagens. Dwayne Johnson é o policial fortão com um objetivo, Ryan Reynolds é basicamente o Deadpool – sem o lado de piadas de cunho sexual, mas sempre com uma tirada inteligente e engraçada - e Gal Gadot é misteriosa, linda e com um belíssimo sotaque. Reynolds inclusive disse numa entrevista que o diretor deixou os três bem livres, como fica bem claro em tela. “Nós erramos muitas cenas. Ryan esperava nos cantos para nos dar sustos”, disse Gal Gadot. “Nós perdemos milhões de dólares da Netflix apenas brincando e rindo no set”, disse Ryan Reynolds.


E isso não é ruim, já que a interação e química entre os três é ótima. Mas se o elenco não fosse tão bacana, coeso e conhecido o filme certeza não seria tão bom.




Quem assistir pode esperar roubos mirabolantes, piadas muito boas – principalmente vindas de Reynolds -, reviravoltas inesperadas e nem tão inesperadas assim, cenas de ação, correria e lutas muito bem coreografadas e dirigidas, uma história interessante, ainda que sem profundidade, e entretenimento puro e simples. E já podemos esperar uma continuação, porque o enredo deixa um gancho para um próximo filme, que tenho certeza que vai acontecer.


O veredito é que Alerta Vermelho é divertido e cheio de ação, como um bom blockbuster tende a ser.


Recomendo.


Teca Machado





quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Um Match Surpresa - Crítica


E começou a temporada de filmes de Natal!


E quanto mais clichê e comédia romântica melhor. Então não tem como errar com Um Match Surpresa, do diretor Herman Jimenez, original Netflix que entrou há pouco tempo no catálogo.



Coloque Jingle Bells para tocar e vem ver a crítica comigo!


Um Match Surpresa


Natalie (Nina Dobrev, de The Vampire Diaries) é uma fracassada no amor. Mas pelo menos fez disso inspiração para o seu trabalho. Ela é jornalista e escreve uma coluna divertida sobre os seus encontros desastrosos. E, acredite, são muitos. Mas isso não significa que ela desistiu de encontrar o amor. Até que dá match num app de relacionamentos com um cara que parece um sonho: lindo, divertido, que a entende e gosta de conversar. Ela definitivamente achou seu par perfeito, apesar de ele morar do outro lado do país. Apaixonada, ela decide fazer uma surpresa e passar o Natal com ele. O problema é quando chega lá descobre que foi vítima de catfish (ser enganado por alguém na internet que diz ser outra pessoa). Josh (Jimmy O. Yang) usava as fotos do seu amigo bonitão Tag (Darren Barnet) depois que percebeu que usar o próprio perfil não dava certo.




Então Josh pede que Natalie finja ser sua namorada para a família – afinal, todo mundo ficou felicíssimo que ele finalmente arrumou alguém – até o Natal e em troca vai ajudar a garota com Tag. Mais clichê do que isso impossível!


Aparência


Claro que Natalie ficou indignada pelo fato de Josh dizer ser uma pessoa e, na verdade, ser outra. Quem não ficaria? Mas ninguém pode dizer que ela não se decepcionou – e muito – com a aparência dele. Enquanto Tag é bonitão demais (ele é o Paxton de Eu Nunca...), Josh não tem grandes atrativos. E apesar de Natalie ter gostado de todas as conversas que teve com ele e de todos os pontos em comum que têm, sua atenção está em Tag. Então, sim, as aparências importam. Mas como é de uma comédia romântica que estamos falando, é lógico que a protagonista vai descobrir que como ele é por fora pouco importa se ele é uma pessoa maravilhosa. E é mesmo. Jimmy O. Yang é carismático e muito fofo, sempre é divertido quando está na tela. E seu personagem vai se redescobrindo com o passar do filme, do inseguro que acha que não é o suficiente para a família se torna alguém que entende quem é e seus pontos fortes.




E Nina Dobrev, depois de passar tanto tempo como a namorada do vampiro gatíssimo, pode dizer que se encontrou na comédia romântica. Ela tem um bom timing para o gênero, é divertida e parece bem natural no papel. E mesmo que ela tenha zero química no sentido mais sexual com Jimmy O. Yang, eles parecem se divertir juntos e trabalham em sintonia.


Filme de Natal


Um Match Surpresa é bem filme de Natal fofinho, do tipo que a gente já sabe o que esperar e desde o começo tem certeza de como vai terminar. Tem neve, tem árvore de Natal, tem pessoal decorando biscoitos de gengibre e tem referências a outros filmes que se passam nessa época do ano, principalmente Simplesmente Amor e Duro de Matar (acredite, esse é um filme natalino!).


Pode esperar situações constrangedoras, muitas confusões (pareço locutor da Sessão da Tarde falando!), cenas mais tocantes e emocionais, algumas risadas e sorrisos, família fofa e coração quentinho. É uma trama divertida que cumpre seu papel de ser filme de Natal.


Recomendo.


Teca Machado


sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Para Sempre Interrompido - Resenha


Você sabe o que é uma supernova?


É quando uma estrela chega ao fim de sua vida e causa uma explosão tão luminosa e tão potente que é capaz tanto de ofuscar galáxias inteiras, quanto liberar mais energia do que o Sol durante toda sua vida. Esse brilho intenso e lindo é o final, mas também mostra que o fim é essencial para dar início a outros processos, porque os elementos da estrela se espalham pelo cosmos e se reorganizam para formar novas estrelas, planetas e mais.


Mas por que estamos falando de estrelas aqui hoje?


Porque Ben e Elsie, protagonistas do livro Para Sempre Interrompido, de Taylor Jenkins Reid, são como uma supernova. Seu brilho como casal foi intenso, mas breve, e com repercussões duradouras.


Foto @casosacasoselivros


A obra é da Editora Paralela, selo da Companhia das Letras, que me enviou um exemplar pela parceria com o blog.


Para Sempre Interrompido


Sabe quando é para ser? Ben e Elsie se sentiram assim desde o início. As coisas entre eles caminharam depressa. Por que esperar se você simplesmente sabe que encontrou o amor da sua vida? Eles pareciam ter todo tempo do mundo, afinal, aos 20 e poucos anos ninguém pensa no fim. Mas ele chegou cedo demais. Pouco depois de uma semana que se casaram, Elsie perde Ben num acidente e ela vê seu feliz para sempre ruir antes mesmo de começar de verdade.


Agora a garota precisa encontrar um meio de continuar a viver, de passar pela sua dor e solidão, muitas vezes autoimposta, pela viuvez inesperada e precoce enquanto lida com questões do passado que não foram resolvidas, como conhecer a família de Ben e o que fazer com tudo o que ele deixou para trás.


Delicado


Taylor Jenkins Reid

Para Sempre Interrompido é o primeiro livro de Taylor Jenkins Reid. Muitas vezes é preciso ler a primeira obra de um escritor com outros olhos, com ressalvas, porque quem ele é tanto quanto autor quanto como pessoa muda com as histórias publicadas. Mas aqui não é o caso. Taylor (que é minha musa literária, posso ler até a lista de compras dessa mulher!) nos entrega em sua primeira publicação um enredo delicado, escrito com muita sensibilidade e extrema competência – algo que ela tem de sobra.


Apesar de ser um romance sobre luto, Taylor não “doura a pílula”. Seu retrato da dor e da perda é real, crível e até mesmo cruel. Mas ao mesmo tempo é doce e escrito com delicadeza. Elsie passa claramente por todos os estágios do luto e o leitor a acompanha de perto, sente seu sofrimento, sua falta de rumo, sua angústia, seu pesar, sua solidão e, sim, sua raiva. Então é possível odiar Elsie, amar, querer lhe dar um abraço para confortar e dizer que vai ficar tudo bem. É uma personagem cheia de defeitos, dúvidas, falhas e qualidades, assim como todos nós somos.


Quando estamos nos capítulos que contam toda a história de Ben e Elsie tudo é lindo, é feliz, é ensolarado, mas sempre tem aquela sensação agridoce de sabermos como a relação vai terminar.


E algo que amei (o que pode ser spoiler, então se você não quiser ler esse parágrafo, é só pular para o próximo) é que a autora não criou um desfecho fácil, com um novo amor da vida de Elsie. Isso é talvez algo para o futuro da protagonista. Taylor não enfiou um novo romance como forma de curar a dor e achei essa escolha de enredo muito bacana e menos preguiçosa.


Todos os livros da Taylor Jenkins Reid. Indico de olhos fechados!


Para Sempre Interrompido foi mais uma leitura ótima da Taylor Jenkins Reid e que deixou meu coração quentinho e despedaçado, tudo ao mesmo tempo.


Recomendo muito.


Teca Machado

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Motivos para assistir Atypical


Sempre que quero falar por aqui sobre uma série já consagrada e assistida por todo mundo busco outro tipo de texto que não uma crítica ou resenha, já que inúmeras foram feitas ao longo das temporadas. E estou me sentindo assim com Atypical, da Netflix. Há tempos amigos falam para eu assistir, mas sempre tem uma série na frente, um livro me esperando, um filme que estreou – fora os gêmeos, né? Mas agora comecei a assistir. E não parei mais. Estou viciada e encantada nessa produção que é uma dramédia, que mistura de forma genial o drama e a comédia



Por isso trouxe aqui 5 motivos para você assistir Atypical:


1- Protagonista autista




Quantas produções você já viu que o protagonista é autista? E não só é, mas é retratado como uma pessoal altamente funcional e que apesar de precisar de ajuda não é um “coitadinho”. TEA é a sigla para se referir ao Transtorno do Espectro Autista. Na série, conhecemos Sam (Keir Gilchrist), um garoto com TEA e que, assim como todos os adolescentes, está passando pelos problemas – e alegrias – dessa fase, como arrumar uma namorada, entrar na faculdade, buscar a independência e mais.


2- Interpretações



O elenco é bem bom (tirando a Jennifer Jason Leigh, mãe de Sam, que eu ODEIO com todas as forças, tanto a personagem quanto a atriz, então não falo bem dela nunca), mas Keir Gilchrist é um show a parte. O ator é ótimo vivendo Sam, totalmente crível, tanto que quando você busca pela série no Google, nas “perguntas relacionadas” é possível ver que muita gente pesquisa se ele é realmente autista.


3- Autismo




A maneira como o roteiro lida com o autismo é muito sensível e delicada. Ensina ao espectador sobre o transtorno, mas sem parecer que é uma aula. As situações pelas quais Sam passa, tanto as cotidianas, que podem até mesmo parecer engraçadas devido a sua sinceridade total quanto às crises altamente intensas, são muito bem pensadas e tentam mostrar o máximo de realidade possível. É um retrato real de quem faz parte do espectro, ainda que cada indivíduo seja único e com suas particularidades.


4- Foco



Apesar do autismo de Sam ser o tema principal, não é necessariamente o foco de Atypical. Na trama ele é um garoto que busca o amor, que busca sua independência e que quer encontrar o seu lugar no mundo. E, além dele, outros personagens têm destaque em arcos dramáticos que não envolvem o garoto, como sua irmã Casey (Brigette Lundy-Paine) e seus pais (Jennifer Jason Leigh e Michael Rapaport). Mas quem merece mais destaque é Zahid (Nik Dodani), seu melhor amigos e dono das melhores frases e tiradas da série.


5- Antártida



Uma das características do autismo é interesse obsessivo por algo e o de Sam é a Antártida. Em todos os episódios somos presenteados com fatos e curiosidades sobre o local, sobre pinguins e outros animais e sobre os exploradores da região. E ele usa muito as informações sobre isso como analogias para a sua vida. Eu, particularmente, achei muito legal. E descobri que a criadora da série, Robia Rashid, ama o tema, por isso está sempre presente.


***


Atypical tem 4 temporadas com 8 episódios cada e duração de meia hora. Ou seja: é rapidinha de assistir.


Recomendo muito.


E você, já assistiu?


Teca Machado


segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Filmes que vão estrear ainda em 2021



Ô, saudades de um cinema, viu?


Desde fevereiro do ano passado não vou a um e estou sem previsão de ir de novo. Primeiro a pandemia e agora que reabriu tenho nenéns. Vai ficar um pouco difícil.


Mas, felizmente, a maioria dos filmes têm ido para os serviços de streaming com rapidez, então fico um pouco menos triste (mas bem pouco, porque eu amo o ambiente do cinema em si, não só o filme).


Então, nesse sentimento nostálgico de saudades do cinema, trouxe para vocês uma lista com 10 filmes que vão estrear até o fim de 2021.


Para assistir ao trailer é só clicar no título do filme.


NOVEMBRO


1- Eternos (04/11)



Originários dos primeiros seres a terem habitado a Terra, Os Eternos fazem parte de uma raça modificada geneticamente pelos deuses espaciais conhecidos como Celestiais. Dotados de características como imortalidade e manipulação de energia cósmica, eles são frutos de experiências fracassadas de seus próprios criadores, que também foram responsáveis por gerar os Deviantes, seus principais inimigos.


2- Spencer (11/11)



Spencer narra o que poderia ter acontecido nos últimos dias do casamento da princesa Diana (Kristen Stewart) com o príncipe Charles (Jack Farthing). O casamento da princesa Diana e do príncipe Charles há muito esfriou. E embora haja muitos rumores de casos e de divórcio, a paz foi ordenada para as festividades de Natal no Queen's Sandringham, a casa de campo da Família Real. O evento é repleto de comida e bebida, tiro e caça. Diana conhece as regras do jogo de aparências. Mas este ano, as coisas serão muito diferentes.


3- Querido Evan Hansen (11/11)



O fenômeno da Broadway de tirar o fôlego torna-se um evento cinematográfico quando o vencedor do Tony, Grammy e Emmy, Ben Platt, repete seu papel como um estudante do ensino médio ansioso e isolado, ansiando por compreensão e pertencimento em meio ao caos e crueldade da era da mídia social. O longa é adaptação de um musical homônimo que fez sucesso na Broadway e venceu o Tony Awards. Essa é uma história sobre saúde mental, luto e amizade.


4- Noite Passada em Soho (18/11)



Thriller psicológico de Edgar Wright sobre uma jovem apaixonada por design de moda que é misteriosamente capaz de ir para a década de 1960, onde encontra seu ídolo, um deslumbrante aspirante a cantor. Mas a Londres dos anos 1960 não é o que parece, e o tempo parece desmoronar com consequências sombrias...


5- A Crônica Francesa



A Crônica Francesa é um filme que serve como uma carta de amor aos jornalistas. Ambientada em um posto avançado de um jornal americano em uma cidade pacata fictícia na França do século XX, o filme traz à vida crônicas e coleções de histórias publicadas no jornal "The French Dispatch Magazine". O filme conta com artistas como Timothée Chalamet, Léa Seydoux, Jeffrey Wright, Saoirse Ronan, Tilda Swinton, Willem Dalfoe e outros grandes nomes de Hollywood.


6- Casa Gucci (25/11)



House of Gucci é baseado na história de Patrizia Reggiani, ex-mulher de Maurizio Gucci, membro da família fundadora da marca italiana Gucci. Patrizia conspirou para matar o marido em 1995, contratando um matador de aluguel e outras três pessoas, incluindo o terapeuta. Ela foi considerada culpada e condenada a 29 anos de prisão. Quase 3 décadas de amor, traição, decadência, vingança e assassinato, o filme revela a importância e poder que o nome Gucci carrega e o quanto a família faz para ter o controle.


O filme é inspirado no livro Casa Gucci: Uma História de Glamour, Cobiça, Loucura e Morte.


7- Encanto (25/11)



Encanto é a nova animação da Disney situada na Colômbia, sobre a extraordinária família Madrigal, que vive escondida em uma região montanhosa isolada, conhecido como Encanto. A magia da região abençoou todos os meninos e meninas membros da família com poderes mágicos, desde superforça até o dom da cura. Mirabel é a única que não tem um dom mágico. Mas, quando descobre que a magia que cerca o Encanto está em perigo, ela decide que pode ser a última esperança de sua família excepcional.


DEZEMBRO


8- Amor, Sublime Amor (09/12)



Adaptado de um musical da Broadway, Amor, Sublime Amor conta a história de amor e rivalidade juvenil em uma Nova York de 1957. As gangues Jets, estado-unidenses brancos, e os Sharks, descendentes e/ou porto riquenhos, são rivais que tentam controlar o bairro de Upper West Side. Maria (Rachel Zegler) acaba de chegar na cidade para seu casamento arranjado com Chino (Josh Andrés Rivera), algo que não está muito animada, mas ela passa o dia trabalhando com Anita (Ariana DeBose), a namorada de seu irmão em uma loja de vestidos de noiva. Mas em uma festa ela se apaixona por Tony (Ansel Elgort), ambos são filiados a gangues rivais, Maria pelos Sharks e Tony pelos Jets. Nessa história inspirada por Romeu e Julieta, Maria e Tony celebram seu romance proibido e o resto é a história que já sabemos.


9- Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa (16/10)




Em Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, Peter Parker (Tom Holland) precisará lidar com as consequências da sua identidade como aracnídeo ter sido revelada pela reportagem do Clarim Diário. Incapaz de separar sua vida normal das aventuras de ser um super-herói, Parker pede ao Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) para que todos esqueçam sua verdeira identidade. Entretanto, o feitiço não sai como planejado e a situação torna-se ainda mais perigosa, forçando-o a descobrir o que realmente significa ser o Homem-Aranha.


10- Matrix Resurrections (22/12)



O quarto filme da franquia Matrix será um dos últimos filmes a chegar ao cinema neste ano. Neo, interpretado por Keanu Reeves, continua na busca para que as pessoas sejam libertas do controle das máquinas.


Em um mundo de duas realidades - a vida cotidiana e o que está por trás dela - Thomas Anderson terá que escolher seguir o coelho branco mais uma vez. A escolha, embora seja uma ilusão, ainda é a única maneira de entrar ou sair da Matrix, que é mais forte, mais segura e mais perigosa do que nunca.


***


Quero ver quase todos! HAJA TEMPO!


Qual você está mais empolgado para assistir?


Teca Machado

 

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

As Nove Vidas de Rose Napolitano - Resenha


Você já parou para pensar que todas as escolhas que você faz, por menores que sejam, influenciam a sua vida a longo prazo? Se você for para a direita ao invés da esquerda pode encontrar o amor da sua vida. Se sair de casa mais tarde pode encontrar um amigo que não via há tempos. Se comer pizza de calabresa ao invés de marguerita pode ter uma infecção estomacal e parar no hospital. E se decidir ou não ter um filho é algo que vai mudar drasticamente sua vida, independente da resposta.


E é essa questão da maternidade que traz o livro As Nove Vidas de Rose Napolitano, de Donna Freitas, publicado pela Editora Paralela, selo da Companhia das Letras, e que eu recebi um exemplar em parceria com a editora.


Foto @casosacasoselivros - Essa capa é LINDA, né?


E posso dizer uma coisa: Uau! Que livro!


As Nove Vidas de Rose Napolitano


A Rose é uma mulher bem-sucedida, feliz com a vida que leva e que que sempre, desde muito nova, disse que não queria ter filhos. E ela se casou com Luke, um homem com o mesmo pensamento. Até que ele muda de ideia: Agora Luke quer um filho. E quer muito. A ponto de ter ou não um bebê colocar o casamento em risco.


Então Donna Freitas nos leva a uma viagem incrível a nove versões de Rose, mostrando como a vida dela seria a cada decisão que ela toma em relação a essa questão: Ter o filho, não ter o filho, convencer Luke a não ter, engravidar contra a vontade, curtir ser mãe e muito mais.


Intenso


Donna Freitas

Pode ser porque eu vivo a maternidade profundamente há um ano (para quem não sabe, eu tenho gêmeos) e porque eles vieram “sem querer”, mas As Nove Vidas de Rose Napolitano mexeu intensamente com as minhas emoções, de uma forma que há muito tempo uma história não fazia. Eu chorei, me ressenti, me alegrei, fiquei com raiva, morri de amores e mais um misto de emoções. Várias e várias vezes eu me sentia deitada na BR, atropelada por um caminhão de sentimentos diversos. Ao mesmo tempo que me identificava com Rose e não julgava suas decisões – muitas erradas, inclusive -, não me sentia nenhum pouco parecida com ela e a avaliava com um ser humano horrível. 


O tema central é a maternidade, mas a obra fala sobre casamento, luto, poder fazer suas escolhas, quebra de tabus (afinal, a mulher que não quer ter filhos é vista quase como uma aberração), erros, amizade, perdas, ganhos e destino, a aceitar aquilo que não é o programado.


Como é narrado em primeira pessoa pela Rose, o leitor se sente muito próximo dela e esse é um dos maiores acertos de Donna Freitas. Ela cria uma personagem totalmente crível e bem desenvolvida em todas as versões, algo muito difícil de fazer.


Com capítulos alternando as vidas, às vezes é meio confuso e a gente pensa "qual é essa vida mesmo?", mas de modo geral é fácil de acompanhar e super interessante. O livro tem uma proposta que eu nunca tinha visto.


No fim das contas, qual é a vida real de Rose? 


Bom, você é quem escolhe.


As Nove Vidas de Rose Napolitano está entre as melhores leituras do ano e recomendo muito a vocês, queiram ser mães (ou pais) ou não.


Teca Machado


quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Dickinson - Crítica


Por mais que você nunca tenha lido nada dela, provavelmente já ouviu falar da poeta americana Emily Dickinson. Ela é muito citada em filmes e séries, principalmente naqueles que passam no ensino médio, porque a autora é muito estudada por lá. E é sobre essa escritora totalmente a frente do seu tempo que é a série Dickinson, da Apple TV+.



Dickinson


A primeira coisa que é preciso deixar muito claro é que essa não é uma série biográfica. Aliás, é. Mas não é. A criadora da produção, Alena Smith, elaborou situações sobre a vida de Emily baseadas em seus poemas, tanto que cada episódio tem o nome de um deles. A ambientação, sua família e cenário é todo real, mas o que acontece e como acontece não necessariamente.


Dickinson é um drama, que pode misturar um pouco com comédia, e mostra o início da maturidade de Emily Dickinson, vivida por Hailee Steinfeld. Nascida numa família rica e influente da Nova Inglaterra em meio a ares abolicionistas, Guerra Civil americana e sufrágio, a sua mãe quer que ela seja a mulher perfeita, criada para ser esposa, mãe e dona de casa. Mas Emily não é assim: Ela é selvagem, indomável, criativa, observando o mundo numa frequência diferente de outras pessoas. Nunca foi seu desejo se casar, por isso rechaça os pretendentes e vive no próprio mundo de escrita e poemas. Mas Emily tem um segredo: até gostaria de se casar, mas não pode. Sua paixão é Sue (Ella Hunt), a cunhada e melhor amiga, que na vida real inclusive foi a inspiração de mais de 300 de seus poemas e cujo sentimento era recíproco.




Apesar do pai obviamente tê-la como preferida e fazer suas vontades, é machista e extremamente conservador, por isso nunca a deixa publicar nada porque na época mulheres “de respeito” não eram escritoras.


Hailee Steinfeld


A protagonista está ótima no papel. Vive a loucura, doçura e dor que era ser Emily Dickison. E ela trouxe uma leveza para as imagens sisudas que temos da poeta nos livros de História. Hailee brilha sempre que em tela e é impossível não amá-la, mesmo quando faz suas birras e tem atitudes egoístas.


Quem também merece destaque é Jane Krakowski, como a sra. Dickinson, sempre com um ar que beira o nonsense e a comicidade.




Irreverente


Dickinson é irreverente e ousada. A série, apesar de ser de época, não segue tanto os moldes e costumes das primeiras décadas do século XIX, quando viveu Emily. A narrativa é quase lúdica – sendo um dos maiores exemplos os encontros que a poeta tem com a Morte, interpretada pelo rapper Whiz Kalifa – e artística, sem ser enfadonha. As músicas são modernas, assim como o palavreado. É comum os personagens usarem expressões como “bro”, “dude” e outras.


Além disso, algo bastante explorado é a sexualidade da protagonista, que apesar de se relacionar com a melhor amiga e cunhada, também se envolveu com homens. Ela não tem rótulos e nem se preocupa com eles. Mas isso está longe de ser o foco da produção: o destaque sempre está na construção de Emily e o que a levou a escrever seus enigmáticos poemas tão a frente do seu tempo.





E fica a dúvida: na História Emily Dickinson é tida como uma mulher reclusa, que sempre viveu reservada no seu âmbito familiar. Afinal, ela era uma pessoa isolada por escolha ou por causa da família e reputação?


Dickinson pode não ser uma série para todo mundo, mas definitivamente me cativou. São três temporadas até o momento, sendo que a terceira começa a ir ao ar esse mês. Cada uma tem 10 episódios de meia hora, que passam num piscar de olhos.


Recomendo muito.


E se você ainda não é assinante da Apple TV+, recomendo que seja, é só vir aqui. É só R$ 9,90 por mês! (e esse não é um publipost, é que eu realmente gosto muito do que oferecem!). Além de Dickinson, Ted Lasso, The Morning Show e Trying, há muitas outras produções excelentes no streaming e tem sido o meu serviço preferido ultimamente.


Teca Machado



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