segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Meu Ex É Um Espião - Crítica


De vez em quando tudo o que a gente precisa é de uma comédia divertida e que não te faz pensar muito. E encontrei exatamente isso em Meu Ex É Um Espião, da diretora Susanna Fogel e que foi lançado em 2018. Dei risadas, sorrisos e me diverti muito. Então, se você gosta do gênero, a dica pode te agradar também.



Meu Ex É Um Espião


Audrey (Mila Kunis) está na fossa. Drew (Justin Theroux), seu namorado, terminou com ela há um tempo, mas ela nunca conseguiu superar o pé na bunda. Nem Morgan (Kate McKinnon), sua melhor amiga, consegue alegrar seu humor. Tudo piora depois que Drew é morto na sua frente por uma espécie de assassino de aluguel. Mas antes de morrer ele lhe diz para não confiar em ninguém, que as pessoas que o mataram irão atrás dela e que precisa fazer uma entrega em Viena ou muitas vidas correm risco. Mesmo sem nunca terem ido à Europa, sem nenhuma mala e sem nenhum treinamento em espionagem, Audrey e Morgan vão para a Áustria numa trama internacional que envolve um agente bonitão (Sam Heughan), ainda que suspeito, a CIA, MI6 e outras pessoas perigosas.


Um ponto bacana de Meu Ex É Um Espião foi saber mesclar os filmes de espionagem com comédia. O roteiro de Susanna Fogel e David Iserson é ligeiro, engraçado e com reviravoltas bacanas (ainda que algumas bem previsíveis, principalmente no final). E não é por ser um filme que comédia que não tem violência. Pelo contrário: Tem muito sangue, morte, pancadaria, explosões e perseguições de carros e matança dentro de uma confeitaria chiquérrima. Mas ainda assim consegue ser leve e divertido.




Sororidade


O maior acerto de Meu Ex É Um Espião é a sororidade entre as duas amigas. A amizade de Audrey e Morgan é do tipo de fazer inveja em qualquer um. Elas confiam cegamente na amiga e sabem TUDO uma sobre a outra. Até mesmo fatos extremamente íntimos, que o espectador fica sabendo numa sequência ótima de tortura em que elas entregam tudo.


Mas nem mesmo o melhor roteiro escrito sobre isso faria sentido sem atrizes com excelente química. Me recuso a acreditar que Mila Kunis e Kate McKinnon não se conhecem a vida inteira e se amam. O entrosamento, cumplicidade e amizade entre as personagens ficou muito real na tela e é uma delícia de assistir, fora que têm um ótimo timming para comédia.




E por falar nas duas, não tem como não elogiar. Mila Kunis faz bem seu trabalho, está boa no papel, mas Kate McKinnon é, definitivamente, uma estrela da comédia. A atriz rouba a cena e é engraçadíssima. Morgan é imprevisível, louca e traz os melhores momentos do filme. Suas tiradas beiram o nonsense e são ótimas, mas ainda assim soube trazer profundidade e sentimento à personagem.


No elenco ainda temos Sam Heughan (o Jamie de Outlander, lindo como sempre) e Gillian Anderson, como chefona da CIA.



Meu Ex É Um Espião é uma comédia de espionagem com ótimos elementos, excelente química, bem dirigida e com cenas de ação e sequências que farão rir.


Recomendo.


Teca Machado



sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Uma Noite Inesquecível – Resenha


E se você encontrasse cartões que realizam seus desejos? O que você iria pedir? Mas é preciso ficar atento às letras miúdas, porque se você desobedecer a alguma regra não terá seu pedido atendido. Darin e Camilo experimentam essa sensação em Uma Noite Inesquecível, conto da Adrielle Almeida, publicado em versão e-book esse ano na Amazon e que está disponível para compra e para ler de forma gratuita se você assina o Kindle Unlimited.


Foto @casosacasoselivros


Uma Noite Inesquecível


Darin é rico, popular na escola de elite em que estuda, bonito e tem uma namorada. Bom, tinha. Isadora terminou com ele às vésperas do baile de formatura deles. Não que ele a amasse, mas era o “certo” estar com ela. Mesmo meio sem rumo e triste ele vai para a festa que passou o ano organizando. O que ele não esperava era que o evento contasse com penetras tentando estragar tudo e ainda por cima dizendo que Isadora tinha sido namorada de um deles também. Quem estava junto era Camilo, que definitivamente não gostaria de estar ali, mas foi obrigado pelo primo, que queria se vingar da garota. Quando o caos se instala, Camilo e Darin fogem juntos e encontram três cartões supostamente mágicos que realizam desejos. Decidem cada um fazer um pedido e usarem o terceiro juntos. O que não esperavam era que essa noite mudasse suas vidas e trouxesse descobertas sobre si mesmos que nem imaginavam.


Opostos


Um clichê quando bem escrito é sempre delicioso de acompanhar. Em Uma Noite Inesquecível temos aquela velha história de que os opostos se atraem sendo colocada em prática num conto que mistura romance e fantasia.


Em 70 páginas Adrielle criou um enredo gostoso de acompanhar e com leitura fluida. Mesmo com pouco tempo o leitor se importa com Darin e com Camilo e se apaixona por eles logo de cara. Cada um tem seus defeitos – e não tem medo de mostrar para a gente, principalmente Camilo, que é um cristalzinho que quero colocar um potinho e guardar – e muitas qualidades, os transformando em personagens bem reais. Eles são diferentes, de mundo opostos e não deveriam ter as vidas cruzadas, mas as coincidências da vida (graças a Deus por elas!) juntam esses dois garotos de forma quase absurda e mesmo divertida.


Essa é uma história delicada, contada de forma doce e que mantém um ritmo bom. Apesar de ser curtinha não corre demais com os sentimentos dos garotos e nem com os acontecimentos. 


Quando você compra algo pelo link do blog não paga mais por isso e ajuda a manter a página no ar. 


Não foi a primeira vez que li algo da Adrielle, que é uma amiga querida que gosto muito, e fico feliz que todas as vezes que leio seus contos me divirto, emociono e apaixono. Dessa vez não foi diferente. Só não li numa sentada só porque, né, eu tenho gêmeos com menos de um ano que não me deixam ter muito tempo livre.


Recomendo.


Teca Machado

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Motivos para ler O Conde de Monte Cristo


Ontem escutei o episódio sobre vingança na literatura do podcast 30:MIN (para ouvir é só vir aqui, TÁ ÓTIMO!) e, é lógico, que muito foi falado sobre um dos maiores livros sobre o tema, que é O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas.


Assim que comecei a me interessar por literatura e sair dos livros de figura e de criança, meu pai me presenteou com uma edição desse clássico e disse que era um dos seus preferidos. Bom, e se tornou um dos meus também. Li lá por volta de 2001, 2002, e a obra ainda é dos meus xodós, mesmo tendo lido centenas de livros depois dela.


O enredo acompanha Edmond Dantès, um homem bom, trabalhador e justo que por conta de inveja de um dos seus melhores amigos e outros comparsas é acusado de um crime que não cometeu. Na prisão fica amigo de um padre que o ensina tudo o que sabe e o ajuda a fugir da prisão, além de lhe contar onde fica um tesouro escondido. Então, riquíssimo, com outra identidade e uma sede de vingança insaciável, Dantès volta a França para acabar com todos aqueles que lhe arruinaram anos antes.


Essa edição da Zahar é lindaaaa!


Aí você me pergunta: Por que ler O Conde de Monte Cristo?


São vários os motivos, mas trago uma lista com 5 deles:


1- Vingança pura e simples numa história genial


Esse item é para quem gosta de ver o caos e de histórias inteligentes, com reviravoltas e tramas interessantes! Sim, apesar de o protagonista ser bonzinho, ele se deu muito mal devido a outras pessoas, então quando volta sendo o gostosão, quer se vingar de todo mundo. E faz isso de uma maneira elegante e inteligente, sem dó ou piedade. Então se você é fã de enredos vingativos, no melhor estilo fogo no parquinho, O Conde de Monte Cristo é para você.


2- Base de muitas histórias que conhecemos


Esse livro é tão bom, mas tão bom, que se tornou fonte para várias histórias se basearem. Alguns exemplos: Avenida Brasil, Revenge, O Outro Lado do Paraíso e muitas mais.


3- Com base na realidade


Dizem que a história é baseada no caso de Pierre Picaud. Com ciúmes de seu namoro prestes a virar casamento com uma proeminente jovem da cidade, os amigos de Pierre enviam cartas de trotes ao comissário como se fosse ele. Então, Picaud é preso e levado para uma prisão distante, onde é mantido sob um nome falso e sem acusações específicas. Durante sua estada de sete anos na dura prisão-fortaleza de Fenestrelle, ele se tornou fraco, amargo e delirante em seu amor. Mas também estava na prisão um homem que compartilhava um vasto conhecimento com Pierre, um padre chamado Torre, que eventualmente lhe deu sua fortuna também. Por causa disso, quando foi solto Pierre é capaz de reingressar na sociedade com uma única obsessão: "a vingança contra aqueles que eram culpados de mandá-lo para aquela morte em vida". A história foi contada por meio de registros policiais e compilada pelo famoso arquivista francês Monsieur Peuchet.


Jim Caviezel como Edmond Dantès no filme de 2002


4- Personagens


Os personagens são muito bem construídos, principalmente Edmond, que depois se torna o Conde. E na história ninguém é só bom ou ruim (mas tem uns que são bem ruins mesmo, não nego). Todos têm os dois lados da moeda, mesmo o protagonista. Tudo bem que ele tem motivos, mas muitas vezes mergulha tão profundamente na vingança perde toda razão.


5- Filme


Em 2002 o diretor Kevin Reynolds lançou uma adaptação da obra de Dumas. Ela é bem fiel ao original e é um filme extremamente interessante e com ótima atuação. Jim Caviezel vive Dantès, Guy Pierce é Fernand, seu amigo invejoso e temos até um Henry Cavill super novinho (e estonteantemente lindo!).


***


Ok, O Conde de Monte Cristo conta com 1200 páginas, mas eu juro que valem a pena. Se não quiser ler tudo isso, existem versões pockets, que foi a que li na adolescência.


 

Edição completa/ Edição pocket


Recomendo demais que você vá conhecer a saga de Edmond Dantès.


Teca Machado


segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Vencedores Emmy 2021


Ontem aconteceu a edição de 2021 do Emmy, prêmio que foca em televisão: séries, minisséries, filmes para TV, realities shows e programas de humor e entrevistas.


E não é surpresa para ninguém que The Crown foi o grande vencedor da noite, afinal, é o que vem acontecendo desde que a série estreou em 2016. Mas outro programa que foi destaque na noite foi o meu queridinho Ted Lasso (amo, amo, amooooooooooo, veja a crítica aqui) e O Gambito da Rainha.


Ano passado o evento foi on line, por meio de chamada de vídeo, mas dessa vez foi presencial e aconteceu em Los Angeles.



Vem ver a lista de vencedores:


Minissérie

The Queen’s Gambit (O Gambito da Rainha)


Série de drama

The Crown


Série de comédia

Ted Lasso


Jason Sudeikis venceu por Ted Lasso


Programa especial de variedades (gravado)

Hamilton


Programa especial de variedades (ao vivo)

Stephen Colbert's Election Night 2020: Democracy's Last Stand Building Back America Great Again Better 2020


Ator em série de drama

Josh O’Connor - “The Crown”


Atriz em série de drama

Olivia Colman - “The Crown”


Olivia Colman venceu por The Crown


Ator em minissérie ou filme para TV

Ewan McGregor - “Halston”


Atriz em minissérie ou filme para TV

Kate Winslet - “Mare of Easttown”


Roteiro de minissérie, antologia ou filme para TV

Michaela Coel - "I May Destroy You"


Direção em minissérie, antologia ou filme para TV

Scott Frank - "The Queen's Gambit"


Kate Winslet venceu por Mare of Easttown


Programa de competição

RuPaul's Drag Race


Ator em série de comédia

Jason Sudeikis - “Ted Lasso”


Atriz em série de comédia

Jean Smart - “Hacks”


RuPaul venceu por RuPaul's Drag Race



Direção em série de comédia

Lucia Aniello - "Hacks" ("There Is No Line")


Roteiro de série de comédia

Lucia Aniello, Paul W. Downs e Jen Statsky - "Hacks" ("There Is No Line")


Série de esquetes

"Saturday Night Live"


Brett Goldstein e Hannah Waddingham venceram por Ted Lasso


Talk show

"Last Week Tonight with John Oliver"


Roteiro de programa de variedades

"Last Week Tonight with John Oliver"


Ator coadjuvante em série de drama

Tobias Menzies - “The Crown”


Atriz coadjuvante em série de drama

Gillian Anderson - “The Crown”


Direção em série de drama

Jessica Hobbs - "The Crown" ("War")


Josh Connor venceu por The Crown


Roteiro de série de drama

Peter Morgan - "The Crown"


Ator coadjuvante em minissérie ou filme para TV

Evan Peters - "Mare of Easttown"


Atriz coadjuvante em minissérie ou filme para TV

Julianne Nicholson - "Mare of Easttown"


Ator coadjuvante em série de comédia

Brett Goldstein - “Ted Lasso”


Atriz coadjuvante em série de comédia

Hannah Waddingham - “Ted Lasso”


Teca Machado


sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Eu, Cupido - Resenha


Sabe aquelas resenhas que você escreve com gosto? Essa é uma delas! Não só porque é o livro de uma escritora que eu gosto muito como pessoa e autora e com quem interajo muito no Twitter e Instagram, mas também porque eu amei a obra. Então é super gostoso escrever sobre algo pelo qual tenho tanto carinho. 


Então vem comigo que hoje a resenha é sobre Eu, Cupido, de Julia Braga, publicado pela Editora Nacional. 


Foto: @casosacasoselivros


Eu, Cupido


Se tem alguém que passa longe do amor é Liliana. Mesmo tão novinha, ela teve o coração estilhaçado, então foge de qualquer armadilha dos relacionamentos. Mesmo que todo mundo acredite que Augusto, seu melhor amigo, é o par perfeito para a garota, para ela é só amizade. Ela até queria sentir algo mais, mas não sente. Só que Liliana não esperava que um cupido ia aparecer em sua vida. Sim, literalmente um cupido. Paco tinha a missão de fazê-la se apaixonar, mas um pequeno acidente – culpa da própria Liliana – fez com que ele terminasse com a mão quebrada. Agora sentindo-se culpada, pois sabe que o chefe do Paco irá matá-lo por não conseguir trabalhar, ainda mais porque ele é apenas um estagiário e lhe deram um caso tão difícil, Liliana vira uma espécie de cupido para ajudar o rapaz. Mas quem diria que o amor e fazer as pessoas se apaixonarem tinha tantas reviravoltas?


Lançado inicialmente no WattPad, o livro alcançou mais de 150 mil leituras e se tornou o queridinho de muita gente. Tanto que assim que se tornou físico vi muitos leitores dizendo que seu livro preferido ganhou o papel. Vi uma entrevista com a Julia onde ela conta que começou a escrever Eu, Cupido quando tinha 17 anos, em 2010. Foi de forma despretensiosa, escreveu menos de 10 capítulos e aí a empolgação morreu e deixou a história de lado. Foi só cinco anos depois que se reencontrou com os personagens e enfim terminou o livro. Para ser publicado agora por uma editora, algumas mudanças foram feitas, a obra tem mais representatividade, não tem buracos no enredo e é uma escrita mais madura. Mas, segundo a autora, toda a essência do original de 2015 está aqui.


Julia Braga

Personagens


Estou apaixonada pelo Paco (e ele nem preciso dar uma de cupido para cima de mim)! Ele é um personagem gracinha, engraçado e com ótimas sacadas. Tem seus defeitos, esconde informações importantes da Liliana, mas tudo bem. Além disso, pela descrição parece uma pintura renascentista sem defeitos. Então é melhor ainda. Só sei que se ele viesse atirar em mim, eu ia falar “querido, é por você que me apaixonei”.


E a Liliana é ótima também. Claro que é uma adolescente cheia das birras e vontades da idade, principalmente quando o assunto é amor. Mas é uma protagonista pela qual a gente se envolve e passa a torcer pela sua felicidade já logo nas primeiras páginas. Ela amadurece bastante com o passar dos capítulos e quando sabemos pelo que ela passou é até compreensível sua fuga constante do amor.


E ainda há o Doc, um coadjuvante ótimo – e lindo! – e que eu acho que merecia um livro só dele.


Queria eu ser cupido


Chefe malvado e ditatorial à parte, queria eu ser cupido! Os apetrechos que eles têm para “sentir o clima”, realizar desejos, ouvir pensamentos, parar o tempo, fingir que é outra pessoa, ficar invisível e muito mais são completamente invejáveis. A Julia criou um universo criativo, uma profissão que eu queria ter. Já pensou ter como ganha pão fazer as pessoas se apaixonarem? É uma responsabilidade muito grande, como Liliana viu, mas deve ser ótimo.


Agora uma foto dos meus cupidos fofinhos <3


E por falar em universo criativo, o livro como um todo é assim. É leve, divertido, fofo e beirando o nonsene, com personagens muito bem construídos. É aquele tipo de leitura para te deixar com a alma leve e um sorriso no rosto.


Amei a leitura e recomendo para todo mundo que gosta do gênero.


Teca Machado


quarta-feira, 15 de setembro de 2021

A Última Carta de Amor – Crítica do filme


Quase todo leitor que é fã de romances já ouviu falar de Jojo Moyes e mesmo quem não lê, mas que assistiu ou pelo menos ficou sabendo da adaptação de um dos seus livros para o cinema e que teve um sucesso estrondoso, o Como Eu Era Antes de Você. E agora a Netflix traz mais um filme baseado em um dos livros da escritora, que é inclusive uma das produtoras do longa: A Última Carta de Amor, do diretor Augustine Frizzell.



A Última Carta de Amor


Ellie (Felicity Jones), é uma jornalista em Londres que, por acaso, encontra nos arquivos do jornal onde trabalha cartas de amor trocadas entre dois amantes nos anos 1960. As mensagens contêm tanto sentimento, amor e carinho que Ellie fica fascinada e torna sua missão pessoal descobrir quem são essas pessoas e o que aconteceu a elas. 


Ao mesmo tempo que acompanhamos a jornalista, por meio de ponto de vistas alternados conhecemos o casal, principalmente Jennifer (Shailene Woodley). Casada com Lawrence (Joe Alwyn), um homem rico, mas distante, frio e sem muito carinho por ela, durante férias conhece Anthony (Callum Turner), jornalista que entrevista seu marido, e com quem se conecta quase que imediatamente. Mesmo que errada e proibida, a relação dos dois floresce como se fosse o destino.





Adaptação


Li a obra em 2016, então não lembrava tanto assim dos detalhes, mas pelo que pude ver foi bem fiel ao livro (você pode ler a resenha aqui). Além disso, fiquei curiosa e procurei comentários de pessoas que leram há pouco tempo a obra e disseram que respeitou muito bem o original. Não é o meu livro preferido da Jojo (esse posto fica com A Garota Que Você Deixou Para Trás, veja a resenha aqui), mas é muito bom.


Gostei do filme, mas confesso que para mim faltou charme, faltou um pouco de alma, principalmente quando o foco da narrativa era Ellie. Sua busca pelos amantes e mesmo sua interferência são cenas ótimas de acompanhar, mas sua trajetória pessoal deixou a desejar e o romance que lhe impuseram ficou artificial, sensação que não tive quando li o livro. No início ela tem uma personalidade que vai mudando com o passar do tempo, o que me incomodou um pouco.




Já a história de Jennifer é mais gostosa de assistir, toda questão do amor entre eles nascendo e de ser proibido e o fato de que o filme começa com ela sem memória depois de um acidente sem se lembrar de Anthony, mas tendo a certeza de que algo falta em sua vida. A química entre os dois atores é palpável – coisa que não acontece com Ellie e Rory (Nabhaan Rizwan). Apesar de ser errado, o marido dela é tão babaca que a gente nem se sente (muito) mal de torcer pelo romance ilícito, mas sei que algumas pessoas torceram o nariz para o filme por causa dessa questão de traição.


Fotografia


Algo que podemos elogiar bastante é a fotografia de A Última Carta de Amor. A ambientação dos anos 1960 é lindíssima, com figurino e cenário realistas e que nos levam diretamente àquela época. As roupas de Jennifer são um espetáculo a parte. E algo que o diretor soube conduzir muito bem foi a iluminação. 




Quando estamos com Jennifer e Anthony se apaixonando, a luz é clara, ensolarada, quase até mesmo estourada. Mas quando a acompanhamos com Lawrence tudo é mais lúgubre. E nos dias atuais também não é tão claro, mostrando assim muito da personalidade de Ellie, que de início é completamente fechada para o amor e vai se abrindo aos poucos.


A Última Carta de Amor é um bom filme. Não é a história de amor mais memorável que você já assistiu, mas é bonito, doce e emocionante com suas reviravoltas. Vale a pena investir quase 2 horas da sua vida nisso.


Recomendo.


Teca Machado



segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Leitura traz felicidade (cientificamente falando!)

Foto: FreePik - Way Home Studio


Que ler deixa a gente mais feliz todo mundo sabe, mas já que foi comprovado cientificamente ninguém pode dizer o contrário!


Uma pesquisa realizada pela Universidade de Roma III a partir de entrevistas com 1.100 pessoas afirma que “a leitura nos torna mais felizes e nos ajuda a enfrentar melhor a nossa existência. Os leitores vivem mais contentes e satisfeitos do que os não leitores, e são, em geral, menos agressivos e mais otimistas”. 


Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores usaram índices de medição de felicidade. Um deles enumera o grau de felicidade das pessoas entre 1 até 10. Os leitores obtiveram a pontuação de 7,44 e os não leitores 7,21. Pode parecer pouco, mas segundo os estudiosos essa diferença é significativa. Outro método usado foi a escala de Diener e Biswas, e com ela concluíram que quem lê tem uma percepção maior de emoções como felicidade, e que quem não lê sente mais sensações de tristeza e fúria.


Inteligência emocional


Além disso, artigos publicados em revistas especializadas mostram resultados de ressonâncias magnéticas que revelam a alta conectividade que se estabelece no sulco central do cérebro, região do motor sensorial primário, e no córtex temporal esquerdo, área associada à linguagem, enquanto lemos um livro e depois de acaba-lo.


Em equipe da Universidade de Emory observou 21 estudantes durante 19 dias e percebeu que o hábito da leitura o estresse se reduz, a inteligência emocional melhora, assim como o desenvolvimento psicossocial, o autoconhecimento e o cultivo da empatia, pois passamos a nos colocar mais no lugar um do outro.


Uma pesquisa encomendada pelo Kindle e conduzida pela consultoria Kelton Global em 13 países, com mais de 27 mil participantes confirma o que foi descoberto em Emory, pois os resultados mostram que a leitura nos ajuda a nos conectar uns com os outros e melhorar nossos relacionamentos, além de aumentar a felicidade. 


Imagem: FreePik - Racool Studio


Segundo a pesquisa, 71% dos leitores semanais dizem que se sentem mais felizes, em comparação com 55% dos outros leitores. Inclusive, a pesquisa revela que é comum que as pessoas cancelem planos ou atividades sociais para dedicar tempo para a leitura: mais de 70% dos participantes admitem ter escolhido um livro ao invés de sair. QUEM NUNCA?


Ler te deixa mais sexy


E além de mais feliz, quem lê é até mais sexy, acredita? A pesquisa da Kindle fala que em relacionamentos amorosos, mais de 65% dos entrevistados concordam que a leitura é um hábito que gera atração e 41% dos casais dizem que discutir livros foi uma das coisas que os fizeram se apaixonar. E a importância da leitura num relacionamento é ainda maior, mostrando que quase 30% dos leitores casados ou em um relacionamento questionariam sua relação com base nos tipos de livros ou gêneros que o outro lê.


O estudo ainda afirma que que leitores usam livros para estimular conversas significativas e criar conexões mais profundas com outras pessoas. Mais de 80% credita à leitura melhoras em seus relacionamentos e 81% ficam ansiosos em discutir pelo menos um aspecto de algum livro com outras pessoas. É aquele velha vontade de terminar um livro e ficar doido para comentar com alguém sobre o que leu.


A pesquisa, que é de 2019, mostra que naquele ano no Brasil, China, Índia e México a vontade de se dedicar mais à leitura ganhava de outras metas, como querer perder peso.


E aí, vamos ler muito e ser ainda mais felizes?


Teca Machado


sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Corte de Chamas Prateadas - Resenha


Uma força da natureza.


Eu sempre disse isso sobre a personagem Nestha, desde o primeiro livro da série Corte de Espinhos e Rosas, da Sarah J. Maas, publicada no Brasil pela Galera Record. E não falava isso em tom de elogio, não, afinal, a natureza, como bem sabemos, pode ser devastadora e sem piedade. Assim como Nestha sempre foi.


Apesar de ser uma personagem importante, nunca teve realmente destaque nos três primeiros livros da saga, assim como na novela que se seguiu. Mas eu sempre tive a sensação de que ela tinha o que mostrar, que todo aquele exterior odioso, aquele coração peludo, aquela fúria mal contida – que foi ficando cada vez pior e chegou no ápice depois que se tornou feérica contra sua vontade – tinha um motivo e que ela acabaria nos contando.


Bom, esse momento finalmente chegou com Corte de Chamas Prateadas, quarto livro da série que é uma das minhas preferidas (sendo que o livro 2 é um dos meus favoritos da vida).


Foto @casosacasoselivros


Corte de Chamas Prateadas


Com o fim da guerra contra Hybern, Nestha ainda não se recuperou de tudo o que aconteceu. Pelo contrário: o poço é fundo e ela se jogou nele quase com alegria. Ela só quer se anestesiar de todo pensamento e de todo poder adormecido do Caldeirão dentro dela e faz isso com muita bebida e sexo sem compromisso. Cansada de ver a irmã assim, Feyre e Rhys obrigam-na ficar na Casa do Vento, treinar todos os dias com Cassian e trabalhar na biblioteca. Mas enquanto a personagem está nessa jornada pessoal, as rainhas humanas estão se movimentando e uma nova guerra pode estourar a qualquer momento, uma que pretende juntar os Objetos Nefastos, itens de grande poder e magia que podem balançar o mundo.


Todos sabemos que com o encerramento da primeira parte da série o arco de Feyre e Rhys chegou ao fim (saudades desses lindos como protagonistas) e agora temos Nestha, irmã mais velha de Feyre, como foco, assim como Cassian, o general da Corte Noturna e um dos “irmãos” de Rhys.


Além do romance e de toda parte política que comumente envolve os livros da Maas, Corte de Chamas Prateadas é sobre redenção, sobre aprender a se aceitar e a aceitar outras pessoas. Na primeira parte da saga acompanhamos Feyre nessa jornada e agora Nestha, de maneira mais intensa, já que a personagem é furiosa e tem muitíssimas questões não resolvidas para trabalhar.


Sarah J. Maas

Nestha e Cassian


Foi fácil nos apaixonar por Cassian desde o momento em que ele apareceu pela primeira vez em Corte de Névoa e Fúria (assim como me apaixonei por Rhys assim que surgiu em Corte de Espinhos e Rosas, mesmo sendo o vilão na época). E aqui mais ainda depois de conhecer mais a fundo nosso ilyriano gatão. Mas Nestha já é outra história. Outra muito diferente. A personagem sempre fez questão de ser, na melhor das descrições, odiosa, então é claro que muita gente torceria o nariz para o fato de termos um livro dela.


Maas trabalhou muito bem a parte psicológica da personagem: sua depressão (apesar de não usar essa palavra é o que Nestha vive), sua vivência do luto, sua vontade de se anestesiar do mundo e se afastar dos que a querem bem por achar que não merece. E além do que acontecia em tempo real e seus pensamentos, o leitor ainda teve acesso a algumas memórias que ajudaram nessa construção de caráter. É como disseram em algum lugar do Twitter, algo mais ou menos assim: “é possível compreender a Nestha, mas eu não gostaria de conviver com ela”.


Sim, as cenas hot que tanto falaram são mesmo fogo no parquinho. Feyre e Rhys já se pegavam forte, mas Nestha e Cassian são outro nível. Mas o bom é que Maas não deixa que isso se torne o foco do livro. Ele não é um livro erótico, é só uma fantasia com cenas +18.


Sarah J. Maas


Algo que precisamos elogiar na autora é que ela realmente deu um arco de redenção para Nestha, a melhorou, mas ainda assim não mudou sua essência ou personalidade. Continua não sendo a pessoa mais agradável do mundo, mas começou a querer ser uma pessoa melhor. E está tudo certo, o caminho é esse mesmo. E amei que não forçou uma amizade entre as irmãs Archeron. Não, elas nunca vão ser melhores amigas. Podem se amar e se respeitar, conviver, mas cada uma ter seu caminho, como ficou muito claro nesse volume. Feyre tem seu círculo íntimo, Nestha ganhou novas amigas (Emerie e Gwyn, maravilhosas personagens, diga-se de passagem) e Elain ainda está em construção. Aguardo cenas dos próximos capítulo para que ela se torne mais interessante.


Senti muita falta da presença mais constante de Feyre e Rhys, assim como de Mor, que fez uma pontinha. Az e Amren apareceram um pouco mais, mas ainda assim pouco para mim. Com os capítulos extras vimos o que podemos esperar principalmente de Az. Ô, Sarah, cadê a felicidade para o nosso encantador de sombras preferido?


Livros da série Corte de Espinhos e Rosas


Enfim, apesar de muitas pessoas criticarem, gostei demais de Corte de Chamas Prateadas. A história fechou em si, mas já com abertura para os próximos livros. E é sempre uma sensação agridoce terminar os livros do universo da Corte, porque você fica feliz de acabar mais uma leitura incrível, mas triste de sair desse mundo e desses personagens que estão tão entranhados na gente. Sempre que finalizo os livros da autora passo uns dias de ressaca literária.


Recomendo muito.


Teca Machado


quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Trying - Crítica


Há um tempinho falei aqui sobre séries da Apple TV+ que valem a pena serem assistidas. Das 5 que citei, apenas The Morning Show e Ted Lasso (meu xodó!) tem críticas no blog (veja aqui e aqui), então hoje venho falar com vocês sobre Trying, essa comédia deliciosa, no melhor estilo de deixar seu coração quentinho com humor britânico.



Trying


Criada por Andy Wolton, Trying acompanha Nikki (Esther Smith) e Jason (Rafe Spall). Tudo o que o casal quer é o que não podem: engravidar. Após tentativas naturais e de fertilização descobrem que não conseguem gerar uma criança. Desse modo, começam com o processo de adoção, que se mostra muito mais burocrático, intenso e difícil do que imaginaram, ainda mais tendo uma vida caótica, amigos disfuncionais e uma família estranha.


Nikki e Jason são extremamente reais, cheinhos de defeitos, mas inúmeras qualidades e, principalmente, amor para dar para um filho. Eles veem os amigos engravidando facilmente e tendo bebês e isso lhes dói profundamente a alma, mas isso não tira sua alegria e nem vontade de correr atrás desse sonho, seja do modo que for.




Nikki e Jason


Trying é aquele tipo de série que o roteiro é ótimo, mas se não tivesse o elenco certo perderia grande parte do seu charme. Esther Smith é uma excelente Nikki. Doidinha, avoada, extrovertida, sem freio na língua e até mesmo infantil às vezes, é possível ver desde o início que daria uma ótima mãe. Sim, meio louca, atrapalhada e perdida no meio do caminho, mas com tanto amor e cuidado que todo o resto se tornaria invisível.


Rafe Spall é o contrapeso ideal para a maluquice da protagonista feminina. Mais pé no chão, mas ainda assim não tão sério, Jason tenta equilibrar um emprego que não deveria ter sido permanente com a insegurança que aparecem e os percalços desse caminho para a paternidade. 




O casal é adorável, do tipo que eu gostaria de ser amiga, e muito bem interpretado por Smith e Spall. Desde as primeiras cenas é possível ver química e carinho entre eles, do tipo que passa a sensação de que um quer ser melhor a cada dia para o outro.


Adoção


O caminho para a adoção não é fácil. Muito pelo contrário. A vida é esmiuçada, revirada do avesso e tudo vem à tona. E, claramente, Nikki e Jason desejam ser as melhores versões de si mesmos para que os avaliadores acreditem que serão ótimos pais. Transformam seu apartamento, sua alimentação, seus hábitos, e até mesmo seu relacionamento, tudo para que passem nos testes.


E além de tudo o que o processo exige dos potenciais pais tanto psicologicamente quanto burocraticamente, Nikki e Jason passam por mais uma dificuldade: aceitação dos amigos e familiares. As pessoas que os cercam não concordam com a adoção e tentam dissuadi-los com frequência, deixando tudo ainda mais complicado.




A série é uma comédia. Não do tipo de gargalhar, mas de fazer sorrir e deixar o coração leve e quentinho, ainda que por vezes a carga dramática também esteja presente e o nó na garganta do espectador apareça. É uma trajetória sobre o desejo imenso de serem pais e de amadurecimento ao longo do processo. É impossível não torcer a cada episódio que eles sejam aprovados como aptos a adoção e encontrem ainda mais felicidade ao lado de uma criança.


Trying é rápida de assistir. São duas temporadas com 8 episódios de apenas meia hora em cada. E a terceira temporada já foi garantida, então podemos esperar mais Nikki e Jason por aí.


Recomendo bastante.


Se você não assina o serviço de streaming da Apple, indico demais. Ele preza pela qualidade das produções mais do que pela quantidade, tem alto nível de excelência e é barato: R$ 7 dias gratuitos e depois só R$ 9,90 o mês. Além disso, se você comprou algum dispositivo Apple tem direito a alguns meses de graça. Lá dentro há filmes e séries para comprar, mas tem tanta produção interessante já dentro do pacote que nem ligamos para o resto. Para assinar é só vir aqui. (Esse não é um publipost, é só que eu realmente amo o produto)


Teca Machado


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