Marshall: Igualdade e Justiça - Crítica
Imaginem nos anos 1960, num Estados Unidos extremamente racista e no qual a luta pelos direitos civis dos afro-americanos estava acontecendo a todo momento, um advogado negro levar casos sobre injustiças raciais até a Suprema Corte 32 vezes – e vencer em 29 delas. Imaginem agora que esse advogado, ainda nessa mesma década, se tornar ministro da Suprema Corte, cargo máximo do Poder Judiciário. E não acabou por aí: é exatamente por causa da sua batalha que as universidades americanas foram obrigadas aceitar negros como alunos e as cláusulas segregacionistas em contratos imóveis foram consideradas ilegais. Esse homem, que realmente existiu, é Thurgood Marshall, um dos maiores nomes na luta pelos direitos civis e protagonista do filme Marshall: Igualdade e Justiça, do diretor Reginald Hudlin, que está disponível no catálogo da Amazon Prime Video.
Marshall: Igualdade e Justiça
Apesar de ser sobre Thurgood Marshall, o filme não é uma biografia do advogado que se tornou ministro. O produção foca em um caso muito emblemático da sua carreira, ainda na década de 1940, quando ele foi proibido de falar dentro do tribunal. E como ele defenderia o réu sem poder se pronunciar? Foi preciso da ajuda de Sam Friedman, outro advogado que nem ao menos queria estar envolvido no assunto e que era judeu, o que pesava “contra” ele por estarem vivendo a II Guerra Mundial.
Thurgood, vivido por Chadwick Boseman, era advogado da NAACP (em tradução livre, Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor) e defendia negros em todos os Estados americanos, lutando para que tivessem um tratamento justo, já que a maioria dos tribunais, principalmente do sul, eram segregacionistas e totalmente parciais. Até que foi designado para o caso de Joseph Spell (Sterling K. Brown), negro acusado de estuprar e de tentar matar Eleanor Strubing (Kate Hudson), mulher branca, rica e de sociedade para quem trabalhava como motorista em Connecticut. Teoricamente, o Estado não era racista, mas fica muito claro que sim logo no início do caso com as alegações do promotor e do juiz, que impede que Thurgood profira uma palavra que seja em seu tribunal. Então cabe a Friedman (Josh Gad), um advogado de seguros sem trejeito que não queria se envolver com nada do assunto, ser o porta-voz de Spell por meio das orientações de Thurgood.
Trama e elenco
Marshall: Igualdade e Justiça é um filme de tribunal e no qual desde o começo você já imagina o desfecho, mas a grande sacada na produção é a maneira como o caso é conduzido pelos dois advogados tão diferentes um do outro e como tudo vai se desenrolando, principalmente as reviravoltas. E apesar de ser bem jurídico, não é cheio de termos ininteligíveis para quem não é do setor. É possível entender tudo perfeitamente bem.
Além de uma história muito interessante – e que te faz ficar com ódio das injustiças cometidas – o trunfo do filme é o elenco. Muitíssimo bem escolhido e coeso, os atores fazer um ótimo trabalho. Chadwick Boseman, apesar de ter ficado conhecido pelo público após Pantera Negras, tem muitos filmes no currículo, a maioria bons, como é nesse caso. Seu Thurgood não é das pessoas mais agradáveis: ele é arrogante, todo cheio de razão, mas genial e sabe tirar o melhor das pessoas ao seu redor, como faz com o personagem de Sam. Josh Gad também brilha em cena. Sam começa confortável na sua profissão que não envolve polêmicas e onde vive quase no anonimato, na vida tranquila e familiar. Mas com vendo as injustiças com as quais tanto Spell quanto Thurgood e outros negros são submetidos mergulha no caso com unhas e dentes. E essa mudança de percepção e atitude foi muito bem feita por Josh Gad. Sterling K. Brown, Kate Hudson e Dan Stevens, no papel do odioso promotor, também merecem elogios. A verdade é que o roteiro é bom, mas com as atuações atingiu o seu potencial.
Marshall: Igualdade e Justiça é um soco no estomago, é um sopro de esperança e é uma história real para te fazer pensar.
Recomendo.
E se você ainda não assina Amazon Prime, assine aqui por apenas R$ 9,90 por mês, sendo que os primeiros 30 dias são gratuitos. Com ele você tem direito ao Prime Video, frete grátis e muito mais.
Teca Machado
Não conhecia o filme ainda. Será ótimo ver a atuação de Chadwick novamente.
ResponderExcluirBoa semana!
O blog está em Hiatus de Inverno entre 02 de agosto e 02 de setembro, mas comentaremos nos blogs amigos nesse período.
Jovem Jornalista
Instagram
Até mais, Emerson Garcia
Adorei a dica. É a primeira vez que vejo a recomendação e gostei da proposta.
ResponderExcluirBjs
Imersão Literária
Oi, Teca!
ResponderExcluirEu achei a sinopse incrível, e vou se assisto esse final de semana mesmo!! Como estudante de Direito, esses tipos de filme me interessam muito e saber que a história é verídica deixa tudo mais interessante. Além de poder ver o Chadwick mais uma vez, né?
Gostei muito da sua crítica!
Estante Bibliográfica
ResponderExcluirNÃO SABIA DESSE FILME, TECA!!!!
Eu amei o Chadwick como Pantera, agora já marquei na listinha para aproveitar o prime e ver esse também justamente por trazer outra perspectiva e dar esse tapa na cara que a gente precisa!
E é uma forma de matar a saudade desse querido :')
Beijos!
Pâm
Blog Interrupted Dreamer
Não conhecia mas, me pareceu que tem uma bagagem rica em detalhes e vou procurar para assistir. Quero maratonar alguns e esse com certeza já entrou para lista.
ResponderExcluirbeijos.
https://www.parafraseandocomvanessa.com.br/
Oi Teca,
ResponderExcluirComecei a ler o post pensando em como seria legal se fosse uma história real... e é, haha. ~0~
Amei conhecer mais sobre esse filme e o coloquei na minha lista para assistir futuramente, pois gosto de histórias reais, investigação e tribunais.
Beijo, Blog Apenas Leite e Pimenta ♥