Deu match!
Se você pudesse saber quem é a sua alma gêmea, aquela pessoa por quem é garantido geneticamente que vai se apaixonar, você faria o teste?
Essa é a premissa de The One, série da Netflix, cuja primeira temporada entrou no catálogo dia 18 desse mês. Assisti por acaso, porque apareceu nos meus destaques e o trailer me chamou a atenção. Resultado: fiquei viciada. O que eu me pergunto agora é: Por que não tem mais gente falando sobre essa série que é tão boa?
The One é baseada no livro de mesmo nome de John Mars, publicado no Brasil pela Globo Livros. O lançamento, coincidentemente, é hoje, 31 de março.
The One
A geneticista Rebecca Webb (Hanna Ware) e seu amigo James Whiting (Dimitri Leonidas) descobriram como achar a combinação perfeita entre os casais por meio do DNA. Tudo o que a pessoa precisa fazer é enviar uma amostra genética para a empresa The One, como um fio de cabelo por exemplo. Lá, em seu banco de dados com milhões de amostras, procura quem tem a genética pela qual é comprovado que irá se apaixonar. Mas achar a pessoa perfeita é simples, o difícil é saber que ela tem defeitos, problemas e que mesmo os pares que mais combinam podem não dar certo.
Apesar de uma sinopse que pende para um romance – afinal, fala sobre achar o par feito, relacionamentos e etc – The One não é uma série romântica, longe disso. É ficção científica, investigação criminal, mistério, jogos de ego, poder e manipulação. Muita gente tem descrito até como um derivado de Black Mirror.
Arcos dramáticos
Um dos maiores acertos da série é focar em mais de um arco dramático. Todos são interligados e extremamente interessantes, com mais revelações e mais camadas sendo expostas a cada episódio. Rebecca mesmo vive mais de um arco: o que envolve Matheus (Albano Jerónimo), sua combinação, os problemas que teve com Ben (Amir El-Masry) e tudo o que envolve seu desaparecimento e as questões empresariais por ser CEO de The One.
Também temos o de Kate (Zoe Tapper), policial que investiga o aparecimento de um corpo no rio Tâmisa e que descobriu recentemente que sua combinação é uma mulher e que sofreu um acidente. Há ainda o caso de Hannah (Lois Chimimba), que faz o teste para o seu marido, sem ele saber, porque louca de ciúmes deseja saber quem é o seu par perfeito. Assim, fica amiga da mulher (Pallavi Sharda) e faz de tudo para que o marido e ela nunca se vejam.
E o bacana é que a trama não gira só em torno dos personagens e seus conflitos, mas mostra os problemas que uma empresa como The One cria no mundo: aumento absurdo das taxas de divórcio – afinal, as pessoas casadas descobrem que sua combinação não é o cônjuge -, a dor que fica ao saber que sua combinação morreu, o acesso irrestrito a banco de dados de DNA e mais.
Personagens
Os personagens foram bem construídos, principalmente Rebecca, que foi muito bem interpretada por Hannah Ware. O roteiro não esconde nenhum lado seu, nem o pior, nem o melhor. E ela é como uma cebola, com camadas sendo descobertas. Vemos de como passou de uma geneticista que queria mudar o mundo, deixar as pessoas felizes a alguém capaz de tudo. Na verdade, ela sempre foi assim, mas com o poder que conseguiu por meio de The One essa sua faceta só ficou mais escancarada.
É ótimo acompanhar não só a protagonista, mas também Kate, James, Hannah, Mark, Matheus e todos os outros. O elenco é afiado, com química e soube contar essa história de forma muito interessante.
A série, que é inglesa, conta nessa primeira temporada com 8 episódios com cerca de 45 minutos cada. O ritmo é ótimo – não corre demais, não é lento, e vai desvendando os mistérios na medida certa – e eu só não digo que maratonei porque é quase impossível maratonar alguma coisa tendo gêmeos de 6 meses. Mas assisti bem rápido, já que é bem difícil parar de ver.
A Netflix ainda não anunciou uma segunda temporada, até porque estreou só há 15 dias, mas especulações dizem que terá. O último episódio fecha muitos arcos, mas abre novos.
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E aí fica a minha pergunta: Você faria o teste para descobrir quem é a sua combinação?
Recomendo muito.
Teca Machado