Uma Mulher Livre - Resenha


Com 107 romances publicados (nem todos com tradução para o português), 4 obras de não-ficção e 14 livros infantis, Danielle Steel é um uma das autoras mais vendidas do mundo e já foi traduzida para 27 idiomas. Apesar desse currículo impressionante, não li muitas obras dela ainda. Acabei de ver nos arquivos do blog que li O Rancho 7 anos atrás e aparentemente li Impossível, mas não consigo lembrar absolutamente nada desse livro. E agora acrescentei à lista Uma Mulher Livre, publicado pela Editora Record.


Foto @casosacasoselivros


Uma Mulher Livre


Danielle Steel

A obra começa em abril de 1912, com o naufrágio do Titanic. Annabelle Worthington, que nasceu numa proeminente família de Nova York, com muito amor, cuidado e dinheiro, vê seu mundo começar a desabar quando toda sua família estava no navio e apenas a mãe sobreviveu à tragédia. Mesmo com a perda, Annabelle segue em frente e descobre sua verdadeira vocação ao ser voluntária em hospitais da região. Quando um homem de quem gosta muito a pede em casamento, acha que tudo vai finalmente ser feliz novamente. Até que a vida lhe dá mais uma rasteira ao colocá-la no centro de um escândalo. A alternativa que encontra é ir para a Europa, fervendo em meio a I Guerra Mundial, para trabalhar como enfermeira no front das batalhas.


Annabelle é aquela protagonista que a gente quer colocar num potinho e deixar longe de todo e qualquer mal. A moça é uma sofredora, que paga constantemente pelos pecados de outras pessoas. Várias vezes durante a leitura eu queria dar um abraço na personagem e falar “não parece, mas vai ficar tudo bem, tá?”. E mesmo com a sua vida parecendo um dramalhão mexicano – afinal, acontece só desgraça atrás de desgraça na vida dessa moça -, a autora soube dar um ar de veracidade, nos fazendo acreditar que aquilo tudo pode realmente acontecer.


Romance, mas nem tanto


Um dos pontos que mais gostei de Uma Mulher Livre é que o foco é em Annabelle. Não nos romances que ela pode ter ao longo da vida, e sim nela. Esse é um livro sobre uma mulher que aprendeu a se amar acima de tudo, que busca os seus sonhos e levanta a cabeça mesmo em meio às maiores adversidades.


Acompanhamos a protagonista desde os seus 18 anos até a vida plenamente adulta. Percebemos que ela passa de uma moça frágil (e que poderia ser mimada, mas não era), que pouco conhecia do mundo e das pessoas, para uma mulher determinada, forte e fiel a si mesma e àqueles que ama. Mesmo com tanto sofrimento, a maioria injusto, ela conseguiu manter sua essência, doçura e delicadeza. É uma delícia, ainda que doloroso, acompanhar toda a transformação pela qual passa.


Ela tem relacionamentos, se apaixona, se magoa, perde pessoas que ama, mas sempre o foco é como a protagonista consegue sair mais forte disso. E sem a ajuda de homem nenhum, ainda que a época em que viveu dizia que precisava de um marido para ser alguém.


Cenário histórico


O pano de fundo de Uma Mulher Livre é muito interessante. A história do Titanic sempre é fascinante e ainda há toda a alta sociedade nova yorkina do início do século XX, com muito luxo, festas, mansões e regras. E então somos transportados para o caos da I Guerra Mundial e todas as perdas que acarretou. Há ainda o período pós-guerra e a Europa tentando se reconstruir, tanto a economia quanto as pessoas.


Vemos muito na atitude das pessoas em relação à Annabelle os códigos sociais aos quais as mulheres eram expostas, quando tudo era escândalo, proibido e impróprio. A protagonista vira uma pária da seu círculo social por muito pouco e é algo que causa revolta enquanto lemos a obra.



A narração em terceira pessoa nos afasta um pouco dos personagens, principalmente de Annabelle. Eu, particularmente, prefiro em primeira pessoa e acho que o livro seria ainda mais envolvente se fosse assim. Danielle Steel não coloca muitos diálogos e nem se arrasta muito nas cenas, o que pode deixar o leitor um pouco insensível em relação aos acontecimentos. Mas a trama é tão boa e bem escrita que isso é apenas um porém.


Gostei muito de Uma Mulher Livre e acho que vocês podem gostar também.


Recomendo muito.


Teca Machado

2 comentários:

  1. Oi, Teca. Como vai? Eu já li alguns livros de Danielle Steel e sua escrita muito me agrada. Este aí ru não li, pra ser sincero nem conhecia. Que bom que gostou da leitura do livro. A obra parece ter uma narrativa para lá de envolvente. Abraço!


    https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com

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    Respostas
    1. Oi, Luciano!
      Se você gosta da autora, vai gostar desse livro.
      Eu gostei demais!
      É quase uma novela mexicana, hahaha.

      Beijoooos

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