Quase Uma Rockstar - Resenha
Matthew Quick pode ter ficado muito conhecido com o livro O Lado Bom da Vida, que virou filme estrelado por Jennifer Lawrence – que até ganhou o Oscar pelo papel – e Bradley Cooper. Mas a verdade é que dos livros dele esse é definitivamente o que eu menos gosto. Não que eu não goste ou que não seja bom, é só que os outros são bem mais incríveis. Perdão, Leonard Peacock (resenha aqui) é definitivamente o meu preferido. E outro agora entrou na lista dos que mais gostei: Quase Uma Rockstar, da Editora Intrínseca.
A verdade é que eu tinha essa obra há anos. Sendo bem sincera, nem consigo lembrar quando comprei. Mas quando vi que a Netflix ia lançar o filme baseado no livro, corri para ler – afinal, é sempre melhor ler antes de ver o filme, né? E ainda bem que eu fiz isso, porque foi uma história incrível, que ao mesmo tempo que partiu meu coração, deixou ele quentinho de amor. E quando vi todos esses sentimentos dentro de mim, percebi que as tramas do autor sempre despertam isso na gente.
Foto: Casos, Acasos e Livros |
Quase Uma Rockstar
Está para nascer alguém mais otimista e de bem com a vida do que Amber Appleton. Não, ela não é feliz assim porque a vida é ótima. Pelo contrário: aos 17 anos ela, o seu vira-lata e a mãe moram dentro de um ônibus escolar. O namorado da mãe – o último de uma fila imensa de fracassados -, as expulsou de casa e agora elas não têm para onde ir. Mas a menina se recusa a desistir e deixar a vida abatê-la, afinal, ela é chamada de Rainha da Esperança por um motivo. Então foca em ajudar outras pessoas: os amigos do clube dos excluídos da escola e o professor Frank, a própria mãe alcoólatra, o padre Chee e as Divas Coreanas Por Cristo, uma octogenária amarga que insiste em fazer Amber chorar e os outros idosos do asilo e um veterano de guerra que ama haikais. Mas quando uma tragédia atinge Amber como uma avalanche, será que a garota vai continuar esperançosa com o mundo?
Matthew Quick - Foto Intrínseca |
Matthew Quick tem o poder de emocionar, fazer rir, sorrir e chorar, tudo isso dentro de uma única história. Foi assim com os outros livros dele que li e foi assim com Quase Uma Rockstar. Ele tem uma sensibilidade aliada a bom-humor e criatividade que não se vê sempre por aí. Fora que sua escrita é fluida e gostosa. É aquele tipo de livro que você lê rapidinho, até porque são só 255 páginas.
O autor fala sobre fé e religiosidade de forma leve, trazendo à tona sempre a questão de esperança. Amber é católica, mesmo que a mãe seja ateia, e tem uma relação próxima com Jesus Cristo e com Deus. Quando mesmo sendo uma pessoa boa, tentando ajudar todo mundo – mesmo quando a pessoa não quer – a tragédia se instala na sua vida, ela questiona seu amigo padre e a Deus sobre o motivo de sofrimento no mundo a quem não o merecia.
Quase uma Rockstar é um livro para fazer refletir e entender que olhar o mundo com otimismo e esperança é uma questão de perspectiva, não de circunstâncias. Prepare um lencinho, provavelmente você vai precisar.
Filme
A Netflix faz filmes ótimos – outros nem tanto. E esse foi o segundo caso. O roteiro perdeu completamente a alma de Quase Uma Rockstar. Sei que filmes são adaptações, mudam alguns fatos, porque como sempre digo, o que funciona no papel nem sempre funciona na tela. Mas nesse caso mudaram tanto que senti que perdeu a sensibilidade original da trama, assim como grande parte do seu charme.
Do diretor Brett Haley, o mesmo de Por Lugares Incríveis (que eu também senti que perdeu todo o tcham do livro, que é excelente), o engraçado é que o próprio Matthew Quick é um dos roteiristas. Só que não senti o mesmo que no livro. Aliás, nem de perto senti com o filme o que a obra original me passou. Mas um dos pontos principais foi que acertaram na protagonista: Aulií Cravalho está excelente como Amber. Tem a doçura, otimismo e sorriso que imaginei na personagem.
Quase Uma Rockstar é um livro muito bom e foi uma das minhas melhores leituras de 2020.
Recomendo muito.
Teca Machado
Oi, Teca. Como vai? O livro parece ser ótimo, não é mesmo! Que bom que curtiu a leitura. Abraço!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Oi, Luciano!
ExcluirÉ excelente: de partir e esquentar o coração, hehe.
Beijooos