segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Mulan – Live action - Crítica


Desde que a Disney anunciou o seu serviço de streaming, eu estava quicando de ansiedade para assinar. Finalmente isso aconteceu no último mês. E adivinhem qual foi uma das primeiras produções que assisti? Sim, Mulan, da diretora Niki Caro! O original de 1998 é uma das minhas animações preferidas, então ficou a empolgação e curiosidade para assistir, já que o filme seria lançado bem na semana que a pandemia estourou mundialmente e não pôde passar nos cinemas.



A história da garota que de disfarça de homem para poder se juntar ao exército no lugar do pai, que já está velho, ganhou mais camadas e profundidade na versão live-action. Segundo pesquisei, Mulan é uma lenda chinesa contada há mais de mil anos, vinda de um poema escrito lá pelo ano 900, e foi desse conto que a produção de 2020 pegou insumo para o roteiro. É como eu vi em vários lugares dizendo: é menos um remake e mais uma releitura da lenda.


A animação de 1998 é tida como controversa na China, já que segundo eles foi muito caricato em vários aspectos e desrespeitoso ao colocar o dragão Mushu no enredo, que para o povo é um animal sagrado. A Disney, dessa vez, tentou fazer tudo mais direitinho, inclusive escolheu um elenco do próprio país. Mas não vou negar: a cena do Mushu dizendo "desonra para tu, desonra para a tua vaca" fez muita falta!





Enredo


Literalmente não é igual à animação, mas na essência sim. É a história de uma garota que mostra que pode fazer tanto – e até mesmo melhor – quanto os homens, usando a sua inteligência e estratégia, já que a força física não é necessariamente o seu ponto mais forte. É uma mulher que quebra padrões e se mantém fiel e verdadeira a si mesma, mesmo nos momentos difíceis e faz isso por amor à família e à honra, um dos pontos mais importantes para os chineses.


Entre as diferenças dos roteiros podemos citar o acréscimo de Xianniang (Gong Li), uma feiticeira inventada para o filme que ajuda o vilão Böri Khan (Jason Scott Lee) na sua conquista do território chinês. Ela é como Mulan no sentido de ser diferente das outras mulheres, de ter um poder e um chi (palavra que denomina uma espécie de força interior) extraordinários e que não focam a vida na busca de um casamento. Além disso, o relacionamento entre Mulan o capitão Lee Shang não existe. Os produtores acharam que uma relação entre superior e subordinado não parece apropriada em tempos atuais. Por isso o personagem foi dividido em 2: Um se tornou o Comandante Tung (Donnie Yen) que serve como seu mentor e o outro é Honghui, (Yoson An), que é um soldado igual a Mulan.





O elenco foi muito bem escolhido. Yifei Liu vive Mulan e é ótima, tem a doçura, sensibilidade e ao mesmo tempo força que a personagem pede. Tzi Ma e Rosalind Chao vivem os pais da protagonista e Xana Tang a irmã, outro adendo que não tinha no desenho de 1998. Os vilões vividos por Jason Scott Lee e Gong Li também são muito bons e a escalação de Jet Li como imperador também foi boa.


Mas posso dizer uma coisa? Senti que faltou alma em Mulan. É uma sensação difícil de explicar. O filme é bom – muito bom, inclusive -, mas não tem a alma do desenho, não deixa o seu coração quentinho no final e nem traz aquela sensação de “feel good movie”. Entendo as escolhas do roteiro, inclusive a retirada do Mushu, dos números musicais e de todo o humor que tinha no original, mas isso fez que com a produção perdesse muito e parecesse até meio frio. A diretora disse em uma entrevista que quando você está indo para guerra não dá para apertar pause na situação e começar a cantar.


Visual


O que ninguém pode falar de Mulan é do visual. É um deslumbre para os olhos com lindíssimas paisagens chinesas, cenas de luta muito bem filmadas e coreografas e figurino bonito e fiel à época em que o filme passa.


As cenas com a preparação para a casamenteira são lindas e mostram esse lado da cultura chinesa, assim como a sequência na belíssima cidade imperial. Um ponto legal é que quando transformam Mulan em mim o fazem de forma natural, não caricata ou exagerada.


O design de produção de Mulan fez jus ao orçamento de U$ 200 milhões, o maior já gasto num remake pela Disney.





***


No fim das contas, obviamente Mulan vale a pena ser assistido – ainda que tenho certeza que a experiência no cinema teria sido bem melhor, já que o visual arrebatador pede uma tela de grandes dimensões.


Assista Mulan sem expectativas que seja literalmente a animação de 1998 e curta o filme. Ele é bom. É um trabalho muito bem executado da Disney (lógico, a gente nunca espera menos dela), ainda que o meu live action preferido continue sendo Cinderela, seguido por Aladdin.


Recomendo.


Teca Machado



3 comentários:

  1. Oi, Teca. Como vai? Que bom que gostou do que assistiu! Me parece ser um bom filme, principalmente se assistido sem altas expectativas, não é mesmo! Abraço!



    https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/

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  2. Bom...eu ainda não vi, talvez veja algum dia...mas justamente por isso. Não creio mesmo que seja um remake e sim uma releitura da lenda, como vc falou. E por isso mesmo não me deu vontade de ver. Fiquei satisfeita com a animação e não gosto nem muito das continuações. Eu nem curto muito a Cinderela, mas assim como a A bela e a fera achei o visual exuberante. Apesar de alguns problemas na Bela e Fera por exemplo achei que fizeram um belo trabalho, assim como Aladdin, que a gente vê o desenho em tela, tão igual quanto pode ser kkkkkkkk..e foi pra isso que eu quis ver kkkkkk...até a cena do tapete, fizeram milagre com o que tinham. Mas naõ tem para ninguém, acho que Prince Ali é a melhor cena do filme ahahahahahahaha
    eu gostei muito do teu post

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  3. Infelizmente não tenho o streaming para ver Mulan, mas eu fiquei curiosa em assistir.
    Big Beijos,
    Lulu on the sky

    obs: Estou com uma pesquisa de público no blog, se puder responder, ficarei feliz.

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