Desde que a Disney anunciou o seu serviço de streaming, eu estava quicando de ansiedade para assinar. Finalmente isso aconteceu no último mês. E adivinhem qual foi uma das primeiras produções que assisti? Sim, Mulan, da diretora Niki Caro! O original de 1998 é uma das minhas animações preferidas, então ficou a empolgação e curiosidade para assistir, já que o filme seria lançado bem na semana que a pandemia estourou mundialmente e não pôde passar nos cinemas.
A história da garota que de disfarça de homem para poder se juntar ao exército no lugar do pai, que já está velho, ganhou mais camadas e profundidade na versão live-action. Segundo pesquisei, Mulan é uma lenda chinesa contada há mais de mil anos, vinda de um poema escrito lá pelo ano 900, e foi desse conto que a produção de 2020 pegou insumo para o roteiro. É como eu vi em vários lugares dizendo: é menos um remake e mais uma releitura da lenda.
A animação de 1998 é tida como controversa na China, já que segundo eles foi muito caricato em vários aspectos e desrespeitoso ao colocar o dragão Mushu no enredo, que para o povo é um animal sagrado. A Disney, dessa vez, tentou fazer tudo mais direitinho, inclusive escolheu um elenco do próprio país. Mas não vou negar: a cena do Mushu dizendo "desonra para tu, desonra para a tua vaca" fez muita falta!
Enredo
Literalmente não é igual à animação, mas na essência sim. É a história de uma garota que mostra que pode fazer tanto – e até mesmo melhor – quanto os homens, usando a sua inteligência e estratégia, já que a força física não é necessariamente o seu ponto mais forte. É uma mulher que quebra padrões e se mantém fiel e verdadeira a si mesma, mesmo nos momentos difíceis e faz isso por amor à família e à honra, um dos pontos mais importantes para os chineses.
Entre as diferenças dos roteiros podemos citar o acréscimo de Xianniang (Gong Li), uma feiticeira inventada para o filme que ajuda o vilão Böri Khan (Jason Scott Lee) na sua conquista do território chinês. Ela é como Mulan no sentido de ser diferente das outras mulheres, de ter um poder e um chi (palavra que denomina uma espécie de força interior) extraordinários e que não focam a vida na busca de um casamento. Além disso, o relacionamento entre Mulan o capitão Lee Shang não existe. Os produtores acharam que uma relação entre superior e subordinado não parece apropriada em tempos atuais. Por isso o personagem foi dividido em 2: Um se tornou o Comandante Tung (Donnie Yen) que serve como seu mentor e o outro é Honghui, (Yoson An), que é um soldado igual a Mulan.
O elenco foi muito bem escolhido. Yifei Liu vive Mulan e é ótima, tem a doçura, sensibilidade e ao mesmo tempo força que a personagem pede. Tzi Ma e Rosalind Chao vivem os pais da protagonista e Xana Tang a irmã, outro adendo que não tinha no desenho de 1998. Os vilões vividos por Jason Scott Lee e Gong Li também são muito bons e a escalação de Jet Li como imperador também foi boa.
Mas posso dizer uma coisa? Senti que faltou alma em Mulan. É uma sensação difícil de explicar. O filme é bom – muito bom, inclusive -, mas não tem a alma do desenho, não deixa o seu coração quentinho no final e nem traz aquela sensação de “feel good movie”. Entendo as escolhas do roteiro, inclusive a retirada do Mushu, dos números musicais e de todo o humor que tinha no original, mas isso fez que com a produção perdesse muito e parecesse até meio frio. A diretora disse em uma entrevista que quando você está indo para guerra não dá para apertar pause na situação e começar a cantar.
Visual
O que ninguém pode falar de Mulan é do visual. É um deslumbre para os olhos com lindíssimas paisagens chinesas, cenas de luta muito bem filmadas e coreografas e figurino bonito e fiel à época em que o filme passa.
As cenas com a preparação para a casamenteira são lindas e mostram esse lado da cultura chinesa, assim como a sequência na belíssima cidade imperial. Um ponto legal é que quando transformam Mulan em mim o fazem de forma natural, não caricata ou exagerada.
O design de produção de Mulan fez jus ao orçamento de U$ 200 milhões, o maior já gasto num remake pela Disney.
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No fim das contas, obviamente Mulan vale a pena ser assistido – ainda que tenho certeza que a experiência no cinema teria sido bem melhor, já que o visual arrebatador pede uma tela de grandes dimensões.
Assista Mulan sem expectativas que seja literalmente a animação de 1998 e curta o filme. Ele é bom. É um trabalho muito bem executado da Disney (lógico, a gente nunca espera menos dela), ainda que o meu live action preferido continue sendo Cinderela, seguido por Aladdin.
Recomendo.
Teca Machado
Oi, Teca. Como vai? Que bom que gostou do que assistiu! Me parece ser um bom filme, principalmente se assistido sem altas expectativas, não é mesmo! Abraço!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Bom...eu ainda não vi, talvez veja algum dia...mas justamente por isso. Não creio mesmo que seja um remake e sim uma releitura da lenda, como vc falou. E por isso mesmo não me deu vontade de ver. Fiquei satisfeita com a animação e não gosto nem muito das continuações. Eu nem curto muito a Cinderela, mas assim como a A bela e a fera achei o visual exuberante. Apesar de alguns problemas na Bela e Fera por exemplo achei que fizeram um belo trabalho, assim como Aladdin, que a gente vê o desenho em tela, tão igual quanto pode ser kkkkkkkk..e foi pra isso que eu quis ver kkkkkk...até a cena do tapete, fizeram milagre com o que tinham. Mas naõ tem para ninguém, acho que Prince Ali é a melhor cena do filme ahahahahahahaha
ResponderExcluireu gostei muito do teu post
Infelizmente não tenho o streaming para ver Mulan, mas eu fiquei curiosa em assistir.
ResponderExcluirBig Beijos,
Lulu on the sky
obs: Estou com uma pesquisa de público no blog, se puder responder, ficarei feliz.