Martin Scorsese vai
ter que me perdoar, mas eu dormi em O Irlandês. Sei que o diretor premiadíssimo
pediu que as pessoas não vissem o filme em partes e sim tudo de uma vez só, mas
não consegui. E ainda afirmo que não gostei da produção da Netflix, que tem
3h30. Apesar de o gênero não ser o meu preferido, vejo com frequência e
inclusive gosto de várias obras, mas não foi bem o caso dessa vez.
Como já é tradição
aqui no blog, anualmente assisto e faço a crítica de todos os filmes que estão
concorrendo na principal categoria do Oscar. O Irlandês recebeu 8 indicações.
São elas: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Ator Coadjuvante
(Joe Pesci e Al Pacino), Melhor Fotografia, Melhor Figurino, Melhor Direção de Arte
e Melhor Montagem.
Apesar de já ter
dirigido produções dos mais variadores estilos (pouca gente lembra disso, mas o
fofo A Invenção de Hugo Cabret é dele), Scorsese é conhecido principalmente
pelos filmes de gangsters, assim como pelos personagens longe de serem mocinhos,
extremamente perturbados. É só lembrar de O Lobo de Wall Street, Os Infiltrados,
A Ilha do Medo, O Aviador, Gangues de Nova York, Os Bons Companheiros, Taxi Driver
e muitos outros. E o que acontece em O Irlandês.
Se tem alguém capaz
de juntar no mesmo filme estrelas como Al Pacino, Robert De Niro e Joe Pesci
(por algum milagre Leonardo DiCaprio não está nessa produção, já que ele é dos
atores mais usados pelo diretor), é Scorsese. E aqui acompanhamos Frank (De
Niro), que de veterano de guerra e caminhoneiro passa a ser o matador de aluguel
mais requisitado pela máfia americana e líder sindical, envolvido com Jimmy
Hoffa (Pacino).
O filme é inspirado
no livro I Heard You Paint Houses (Eu ouvi dizer que você pinta casas), de
Charles Brandt, baseado na história real de Frank “O Irlandês” Sheeran,
veterano da 2ª Guerra Mundial acusado de envolvimento com a máfia. O título é
uma alusão à profissão de matador de aluguel, porque ao matar alguém o sangue
espirra na parede e “pinta” a casa.
O Irlandês é narrado
pelo próprio protagonista, já idoso, como uma forma de contar parte da sua vida,
expiar seus pecados, tirar das costas o peso das suas ações, que foram
totalmente contra a sua criação católica. Para mim a história foi um tanto
confusa e corrida em algumas partes (por mais louco que isso seja, já que são
3h30 de filme!), com fatos não sendo explicados, apenas jogados para o
espectador. E em outros momentos é muito lento. Não é a toa que eu – e mais um
monte de gente que conheço – dormi enquanto assistia.
Claro que as atuações
são as melhores possíveis, afinal é de De Niro e Al Pacino que estamos falando,
e mesmo Joe Pesci, tanto que há duas indicações ao Oscar 2020 nesse sentido. Um
fato interessante sobre O Irlandês é que a história acompanha 40 anos da vida
de Frank, mas De Niro já é um setentão, então utilizaram uma técnica de efeitos
especiais de rejuvenescimento nos atores chamada de-aging, que tornou o filme o
mais caro já feito por Scorsese. Mas foi tão bem feito que a sutileza e
naturalidade dessa tecnologia foi muito elogiada.
Apesar de ser um
filme da Netflix, para poder concorrer ao Oscar é preciso que ele passe em
salas de cinema. É requisito que permaneça em cartaz por algumas semanas em
cidades pré-determinadas do mundo, e foi o que aconteceu. No Brasil foram 19 cinemas.
Enfim, O Irlandês não
é um filme que eu tenha gostado ou que recomende. Mas se você gosta do gênero,
do diretor e dos atores, vale a pena assistir, nem que seja para ter na sua
bagagem cinematográfica.
De Niro, Scorsese, Pesci e Al Pacino |
Oscar 2020
Categoria Melhor
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Oi, Teca como vai? O assisti e gostei do que vi, para este que vos escreve este longa metragem tem enormes chances no oscar 2020. Abraço!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Oi, Luciano!
ExcluirDe todos do Oscar foi o que eu menos gostei.
Acontece, hehe.
Beijooos