segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

História de Um Casamento - Crítica


“Vou amá-lo sempre, mesmo que não faça sentido.” Essa parece uma declaração de amor. Mas ao mesmo tempo que é, também não é. Complexo, não? Bom, ninguém disse que lidar com sentimentos e relacionamentos, principalmente o fim deles, seria tranquilo. E é isso que explora o filme História de um Casamento, direção e roteiro de Noah Baumbach, original Netflix, que está concorrendo ao Oscar nas categorias Melhor Filme, Melhor Atriz (Scarlett Johansson), Melhor Ator (Adam Driver), Melhor Atriz Coadjuvante (Laura Dern), Melhor Roteiro Original e Melhor Trilha Sonora Original.


Como diz o próprio título, ele é a história de um casamento. Na verdade, do fim dele. O enredo mostra as implicações na família do fim do relacionamento entre Nicole (Johansson) e Charlie (Diver), casados há alguns anos e com um filho pequeno. Quando tudo acaba, o lado racional do casal diz que deve ser tudo resolvido amigavelmente, mas o que acontece é muito mais emocional, brutal e violento do que ambos queriam ou mesmo estavam dispostos a fazer.

Terminei de assistir com sentimentos mistos. É verdade que no começo eu senti raiva de todos eles, principalmente de Nicole. Ela extremamente amarga, sua mãe sufocante, o filho chato, Charlie com traços machistas, a advogada voraz. Enfim, estava inclusive doida para que terminasse logo, tão grande o ranço de todos os personagens. E então o filme vai acontecendo. Todos vão se transformando, inclusive o espectador. E passei a gostar.



As atuações realmente mereceram as indicações ao Oscar. O (ex-)casal protagonista não mede esforços em dar o melhor de si em todas as cenas. Eles brilham a todo momento, mas é na sequência da briga entre Nicole e Charlie que vemos todo o potencial. Mesmo se o filme fosse um curta com apenas essa cena eles seriam indicados. E Laura Dern, como Nora, advogada impiedosa e carinhosa de Nicole também é sempre um deslumbre quando aparece.

Não há nada de extraordinário no enredo. É um casal que antes era feliz – ou pelo menos achava que era -, e agora não é mais e está se divorciando. É clichê, de certa forma e é a vida real. Quantas pessoas você conhece que já passaram por isso? Mas o roteiro é extremamente bem escrito e as atuações tão viscerais (não consigo achar outra palavra para descrever) que o filme é interessante. Baumbach geralmente trata de assuntos pessoais nas suas tramas. Ele afirma que essa produção não é autobiográfica, mas contém elementos da sua vida. Charlie também é diretor, e assim como ele já passou por um divórcio – e sua ex também é atriz, como a personagem da Nicole – e hoje é casado com Greta Gerwig, premiada diretora e atriz, que participou de vários de seus filmes.



Sendo bem sincera, História de Um Casamento é triste. Na verdade, é agridoce. A gente está acostumado a ver produções em que o casal começa separado e fica torcendo para que fiquem juntos. Mas aqui é o contrário. E os primeiros minutos são as vozes deles em off, falando o que cada um ama no outro, e tem um tom otimista e feliz. Só que somos levados para a realidade do enredo, que passa longe disso. E no fim das contas, eles continuam se amando, mesmo que não faça sentido, mesmo que não seja juntos, mesmo que não seja dentro de um casamento. O amor tem várias formas, e isso fica bem claro.

Assim como O Irlandês, História de Um Casamento é uma produção original Netflix e para concorrer ao Oscar passou em algumas salas de cinema selecionadas ao redor do mundo.

Recomendo.


Oscar 2020
Categoria Melhor Filme

JoJo Rabbit
Adoráveis Mulheres
História de um Casamento: Assistido
1917
Parasita

Teca Machado

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Estarei Em Casa Para o Natal - Resenha


Tá, eu sei, já estamos no final de janeiro e o Natal passou tem um mês, mas toda época é boa o bastante para curtimos um bom livro que se passa nesse período tão feliz do ano. E se são várias histórias dentro de uma, melhor ainda. O livro Estarei Em Casa Para o Natal, antologia de contos organizada por Guilherme Cepeda e Lari Azevedo, do qual eu fiz parte, tem 14 enredos maravilhosos, cheios de autores nacionais muito bacanas. Ele foi publicado na Amazon (veja aqui) - e pode ser lido de graça pelo Kindle Unlimited -, bem próximo do Natal do ano passado e em breve vai ganhar uma versão física.

Foto @casosacasoselivros

O título do livro vem da música I’ll Be Home For Christmas, do Frank Sinatra, que já foi gravada por muita gente desde que foi lançada em 1957. Assim, todas as histórias têm a temática de estar em casa para o Natal. E a obra como um todo é muito musical, já que cada conto é o título de uma canção. O meu se chama Querida, Está Frio Lá Fora, em alusão à Baby, It’s Cold Outside, uma das minhas preferidas. Você pode escutar aqui a playlist no Spotify.

Estarei Em Casa Para o Natal é o primeiro lançamento da Editora Burn Books, selo do portal Burn Book, da Lari e do Guilherme. Os autores convidados foram: Ítalo Natã, Matheus A. Monteiro, Naila Barboni Palú, Nohane Carvalho, Raffa Fustagno, Raul Felipe Sennger, Rodrigo Ortiz Vinholo, Rodrigo Fonseca, Teca Machado (eu!), Vinícius Fernandes e Samyra Matt.


Os contos são curtinhos e super rápidos de ler. É possível terminar o livro em um ou dois dias. É difícil escolher alguns preferidos, porque de modo geral eu gostei muito de todos. Mas para mim os destaques foram:

Blue Christmas, da Naila Barboni Palu. Lá conhecemos a Lori, que desde 1999 passa por apertos no Natal e nem sempre consegue encontrar sua família, para desespero de todo mundo. É divertido, engraçado, emocionante e mesmo com uma pitadinha de romance. E o desfecho foi sensacional!

Tudo o que eu quero no Natal é você, da Raffa Fustagno. A Mariah (sim, como a Mariah Carey!) é uma adolescente que se vê separada do namorado no Natal quando a família o obriga o fazer um intercâmbio. É doce, engraçado e dramático, como todos nós fomos na adolescência. Eu já conhecia a escrita da Raffa, que participou comigo da Antologia Blogueiras.com e, nenhuma surpresa o fato de que eu amei o conto dela.

Happy Winter Song, da Lari Azevedo. Quem conhece a autora, sabe que ela é muito fã da cultura coreana e, é claro, seu conto se passada na Coreia do Sul. Foi bem bacana porque vemos uma brasileira que há meses mora no país e está morrendo de saudades da sua família. Morri de amor. A Lari eu também já conhecia do Blogueiras.com.

Mistletoe, da Samyra Matt. O que mais me chamou a atenção no conto dela foi o fato de ele passar num lugar totalmente diferente do que estamos acostumados para histórias de Natal: Em um Dubai! É aquele romance fofinho e de aquecer o nosso coração.

Meu Presente é Você, do Vinicius Fernandes. Essa é uma história LGBT cheia de amor e que mostra que quando as pessoas querem, não há distância que possa separar um casal. É o último do livro e fecha com chave de ouro.

Arte do meu conto, feito pela Thati Machado

O meu conto Querida, Está Frio Lá Fora, conta a história da Bianca. Ela é uma brasileira que está morando na Finlândia, mais especificamente na Lapônia, região do Polo Norte conhecida como Terra do Papai Noel. Ela trabalha como elfo e passa o dia correndo na tundra gelada para entreter turistas e juntar dinheiro e ir para casa no Natal. 


Eu recomendo bastante o livro, que me fez rir, sorrir, emocionar e em alguns casos até rolar umas lagrimazinhas. Para quem gosta de Natal é uma delícia!

Teca Machado


quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Era Uma Vez... Em Hollywood - Crítica


Quentin Tarantino é mestre do seu segmento. Alguns amam, outros odeiam, mas é impossível ficar indiferente aos seus filmes ou mesmo ao seu estilo. Ele é um diretor muito linear no sentido de que suas produções sempre têm sua marca registrada. E com o concorrente ao Oscar 2020 de Melhor Filme Era Uma Vez... Em Hollywood o mesmo acontece: Ele tem cara de Tarantino, ainda que pelo que percebi seja um dos seus filmes com menos violência.



Vi no IMDB o comentário de um usuário que para mim resumiu bem o que é Era Uma Vez... Em Hollywood: 

“As primeiras duas horas do filme é para aqueles que amam tudo o que é retrô, do fim dos anos 1960, para quem ama a história do cinema, assim como grandes atuações. Nos últimos 45 minutos, aperte os cintos, porque o clássico Tarantino entra em cena”. 

No longa que passa ao final dos anos 1960 acompanhamos Rick Dalton (Leonardo DiCaprio), um ator de séries que está tentando emplacar uma carreira no cinema, mas ainda não está muito bem-sucedido na empreitada, e Cliff Booth (Brad Pitt), seu dublê, melhor amigo e uma espécie de faz-tudo e voz da consciência de Rick. Há ainda Sharon Tate (Margot Robbie), atriz em ascensão e esposa de Roman Polanski (Rafal Zewierucha), diretor mais comentado da época.



Se você achou o nome Tate e Polanski conhecidos, você está certo. Os dois, assim como vários outros personagens do filme, são pessoas que realmente existiram e foram importantes para a indústria do entretenimento da época. E esse é um dos maiores acertos do filme: Tarantino, também responsável pelo roteiro, deu sua própria versão dos fatos reais. E não é a primeira vez que ele faz isso. É só lembrarmos de Bastardos Inglórios, da maneira como ele matou Hitler e deu fim à Segunda Guerra Mundial.

Além disso, Era Uma Vez... Em Hollywood é cheio de referências. Fala-se muito da época que o entretenimento vivia – da passagem das produções inocentes que permearam até os anos 1960 à nova era do cinema que nos anos 1970 se tornou muito mais vanguardista e ousada -, da geração hippie paz e amor, de Bruce Lee (numa das melhores cenas do filme), da Família Manson, seita liderada por Charles Manson e que foi responsável pelo brutal assassinato de Sharon Tate e seus amigos (calma, isso não é um spoiler) e até mesmo do caso Robert Wagner e Natalie Wood, muito parecido com o que Cliff Booth viveu na trama. Não é preciso conhecer tudo isso para entender e apreciar o filme, mas a experiência fica muito mais completa. Principalmente quando falamos sobre a Sharon Tate, que é parte importantíssima do filme e essencial para o desfecho do enredo.




Com atuações de peso, Era Uma Vez... Em Hollywood está concorrendo ao Oscar em várias categorias. Como não poderia deixar de ser, Leonardo DiCaprio foi indicado ao prêmio de Melhor Ator. Não é a sua melhor atuação da vida, mas ele está excelente, como sempre se propõe a fazer. Brad Pitt também está concorrendo, como Melhor Ator Coadjuvante. Está muito bem também, tanto que ganhou o Globo de Ouro, nessa mesma categoria.

A produção também foi nomeada ao Oscar nas categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro, Melhor Fotografia – lindíssima, diga-se de passagem -, Melhor Figurino, Melhor Design de Produção, Melhor Mixagem de Som e Melhor Edição de Som.



Esse não é um filme para todo mundo. Não é nem mesmo para todo mundo que ama Tarantino. Não vi todas as produções do diretor, mas ela com certeza é a mais diferente que ele já fez. Senti como uma homenagem ao cinema antigo ao mesmo tempo que ele dá o seu toque levemente bizarro e completamente autoral. Muita gente achou o trecho final a melhor coisa do mundo, muita gente detestou. Não sei o que você sentiu ou vai sentir assistindo, mas tenho certeza de que indiferente não é a palavra para usar aqui.

Eu gostei bastante. Não foi o melhor filme que vi no ano passado, mas gostei muito. O que a gente sempre pode dizer do Tarantino é que ele não é sem graça.

Recomendo.

Oscar 2020
Categoria Melhor Filme

JoJo Rabbit
Adoráveis Mulheres
História de um Casamento
1917
Era Uma Vez Em... Hollywood: Assistido
Parasita

Teca Machado

P.S.: Apenas uma curiosidade. Na cena em que Sharon Tate vai ao cinema assistir seu próprio filme, o diretor decidiu usar as cenas originais, com a própria Tate, não regravar com Margot Robbie.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

O Irlandês - Crítica



Martin Scorsese vai ter que me perdoar, mas eu dormi em O Irlandês. Sei que o diretor premiadíssimo pediu que as pessoas não vissem o filme em partes e sim tudo de uma vez só, mas não consegui. E ainda afirmo que não gostei da produção da Netflix, que tem 3h30. Apesar de o gênero não ser o meu preferido, vejo com frequência e inclusive gosto de várias obras, mas não foi bem o caso dessa vez.


Como já é tradição aqui no blog, anualmente assisto e faço a crítica de todos os filmes que estão concorrendo na principal categoria do Oscar. O Irlandês recebeu 8 indicações. São elas: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Ator Coadjuvante (Joe Pesci e Al Pacino), Melhor Fotografia, Melhor Figurino, Melhor Direção de Arte e Melhor Montagem.

Apesar de já ter dirigido produções dos mais variadores estilos (pouca gente lembra disso, mas o fofo A Invenção de Hugo Cabret é dele), Scorsese é conhecido principalmente pelos filmes de gangsters, assim como pelos personagens longe de serem mocinhos, extremamente perturbados. É só lembrar de O Lobo de Wall Street, Os Infiltrados, A Ilha do Medo, O Aviador, Gangues de Nova York, Os Bons Companheiros, Taxi Driver e muitos outros. E o que acontece em O Irlandês.

Se tem alguém capaz de juntar no mesmo filme estrelas como Al Pacino, Robert De Niro e Joe Pesci (por algum milagre Leonardo DiCaprio não está nessa produção, já que ele é dos atores mais usados pelo diretor), é Scorsese. E aqui acompanhamos Frank (De Niro), que de veterano de guerra e caminhoneiro passa a ser o matador de aluguel mais requisitado pela máfia americana e líder sindical, envolvido com Jimmy Hoffa (Pacino).



O filme é inspirado no livro I Heard You Paint Houses (Eu ouvi dizer que você pinta casas), de Charles Brandt, baseado na história real de Frank “O Irlandês” Sheeran, veterano da 2ª Guerra Mundial acusado de envolvimento com a máfia. O título é uma alusão à profissão de matador de aluguel, porque ao matar alguém o sangue espirra na parede e “pinta” a casa.

O Irlandês é narrado pelo próprio protagonista, já idoso, como uma forma de contar parte da sua vida, expiar seus pecados, tirar das costas o peso das suas ações, que foram totalmente contra a sua criação católica. Para mim a história foi um tanto confusa e corrida em algumas partes (por mais louco que isso seja, já que são 3h30 de filme!), com fatos não sendo explicados, apenas jogados para o espectador. E em outros momentos é muito lento. Não é a toa que eu – e mais um monte de gente que conheço – dormi enquanto assistia.


Claro que as atuações são as melhores possíveis, afinal é de De Niro e Al Pacino que estamos falando, e mesmo Joe Pesci, tanto que há duas indicações ao Oscar 2020 nesse sentido. Um fato interessante sobre O Irlandês é que a história acompanha 40 anos da vida de Frank, mas De Niro já é um setentão, então utilizaram uma técnica de efeitos especiais de rejuvenescimento nos atores chamada de-aging, que tornou o filme o mais caro já feito por Scorsese. Mas foi tão bem feito que a sutileza e naturalidade dessa tecnologia foi muito elogiada.

Apesar de ser um filme da Netflix, para poder concorrer ao Oscar é preciso que ele passe em salas de cinema. É requisito que permaneça em cartaz por algumas semanas em cidades pré-determinadas do mundo, e foi o que aconteceu. No Brasil foram 19 cinemas.

Enfim, O Irlandês não é um filme que eu tenha gostado ou que recomende. Mas se você gosta do gênero, do diretor e dos atores, vale a pena assistir, nem que seja para ter na sua bagagem cinematográfica.

De Niro, Scorsese, Pesci e Al Pacino

Oscar 2020
Categoria Melhor Filme

Ford vs Ferrari: Assistido- crítica aqui
O Irlandês: Assistido
JoJo Rabbit
Adoráveis Mulheres
História de um Casamento
1917
Era Uma Vez Em... Hollywood: Assistido
Parasita

Teca Machado

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Carta a D: História de Amor - Resenha


Difícil encontrar alguém que não goste de uma boa história de amor. E se ela for real, melhor ainda. Vemos e lemos muitos romances, grande parte fictícios -, por isso é sempre uma delícia encontrar um caso real, em que o sentimento – e o relacionamento – foi duradouro e profundo. Estou falando de Carta a D. – História de Amor, de André Gorz, que recebi da Editora Companhia das Letras no ano passado.

Foto: @casosacasoselivros - Livro recebido em parceria com a Companhia das Letras

Gorz, filósofo e jornalista, escreveu essa carta, que se tornou livro, como uma forma de retratação a sua amada Dorine. Ele afirma que muitas vezes, em seus outros trabalhos, descreveu-a como uma mulher frágil, sem encantos, que precisava mais dele do que o contrário. E agora o escritor deseja se desculpar e que o mundo saiba mais sobre a mulher extraordinária que teve ao seu lado durante quase seis décadas.

É difícil não se encantar logo de cara quando a abertura do texto é a seguinte:

“Você está para fazer 82 anos. Encolheu seis centímetros, não pesa mais do que 45 quilos e continua bela, graciosa e desejável. Já faz 58 anos que vivemos juntos, e eu amo você mais do que nunca”.

Gorz e Dorine na juventude

Carta a D. não é uma história de amor idealizada em que tudo sempre dá certo e as pessoas vivem felizes para sempre. O grande trunfo do livro é mostrar a vida real. Gorz não teve medo de abrir detalhes da sua vida, de contar o quanto muitas vezes o relacionamento era difícil, principalmente no começo. Falou sobre brigas, ciúmes, problemas no caminho, discussões, doenças e tudo o mais que acontece ao longo de décadas juntos. Mas uma coisa ele deixa bem claro: mesmo com todos os percalços, Dorine sempre esteve ali. O amor deles também sempre permaneceu e, inclusive, se tornou maior com o tempo e as dificuldades.

Outro ponto muito interessante do livro é que apesar de focar no romance de André e Dorine, temos uma visão muito próxima dos acontecimentos na Europa na segunda metade do século XX, principalmente quando falamos do pós-guerra. Toda a trajetória intelectual de Gorz é revisitada e analisada por ele mesmo. Fala sobre seus livros e ensaios e como foi o processo de escrita e publicação dos principais. Além disso, o filósofo era seguidor de Sartre, cofundador da revista Le Nouvel Observateur, jornalista muito influente e figura muito presente nos movimentos sociais da região, principalmente franceses.

O casal já nos anos 2000

Mesmo que tenha escrito várias obras sobre os mais variados temas, até mesmo ecologia, um dos livros mais famosos do autor é essa simples carta à sua esposa.

Carta a D. – História de Amor, é a última publicação de André Gorz. Bem curtinha, é possível ler numa sentada só (até porque é muito difícil conseguir largar o livro). Essa edição da Companhia das Letras está linda: clássica, clean e condizente com o que Gorz e Dorine pareciam ser.

Ao final, quando chegamos ao pós-escrito da narrativa, encontramos um bilhete escrito por Gorz após sua morte. Te desafio a não se emocionar.


Recomendo.

Teca Machado

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Lista de indicados ao Oscar 2020


Se você acompanha pelo menos um pouco do assunto sabe que nas últimas semanas estão acontecendo muitas premiações cinematográficas. Globo de Ouro, Critics' Choice Movie Awards, BAFTA e outros. E hoje saiu a lista dos indicados ao Oscar 2020.


A premiação acontece no dia 2 de fevereiro e é a 92ª edição da cerimônia. Assim como no ano passado, dessa vez não teremos um apresentador principal.

Coringa, de Todd Phillips, lidera o prêmio, com 11 indicações ao Oscar em várias categorias. Era Uma Vez Em Hollywood, de Quentin Tarantino, e O Irlandês, de Martin Scorsese, também são destaques do ano. 

Muito está sendo falando também de Parasita, de Bong Joon-ho, filme coreano que está em duas categorias muito importantes: Melhor Filme em Língua Estrangeira e Melhor Filme. E quem também foi indicada duas vezes foi Scarlett Johansson, nas categorias Melhor Atriz, por História de Um Casamento, e Melhor Atriz Coadjuvante, por JoJo Rabbit.

O Brasil está representado no Oscar 2020 com Democracia em Vertigem, filme de Petra Costa que concorre na categoria de Melhor Documentário. 

Quer ver a lista completa dos indicados?

MELHOR FILME

Ford vs Ferrari (crítica aqui)
O Irlandês
JoJo Rabbit
Adoráveis Mulheres
História de um Casamento
1917
Era Uma Vez Em... Hollywood
Parasita

Cena de Coringa

MELHOR ATOR

Antonio Banderas - Dor e Glória
Leonardo DiCaprio - Era Uma Vez Em... Hollywood
Adam Driver - História de um Casamento
Joaquin Phoenix - Coringa
Jonathan Price - Dois Papas

MELHOR ATRIZ

Cynthia Erivo - Harriet
Scarlett Johansson - História de um Casamento
Saoirse Ronan - Adoráveis Mulheres
Charlize Theron - O Escândalo
Renée Zellweger - Judy: Muito Além do Arco-Íris

Cena de JoJo Rabbit

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

Kathy Bathes - O Caso Richard Jewell
Laura Dern - História de Um Casamento
Scarlett Johansson - JoJo Rabbit
Florence Pugh - Adoráveis Mulheres
Margot Robbie - O Escândalo

MELHOR ATOR COADJUVANTE

Tom Hanks - Um Lindo Dia na Vizinhança
Anthony Hopkins - Dois Papas
Al Pacino - O Irlandês
Joe Pesci - O Irlandês
Brad Pitt - Era Uma Vez Em... Hollywood

Cena de Era Uma Vez Em... Hollywood

MELHOR ANIMAÇÃO

Como Treinar Seu Dragão 3
I Lost My Body
Klaus
Link Perdido
Toy Story 4

MELHOR FOTOGRAFIA

O Irlandês
Coringa
O Farol
1917
Era Uma Vez Em... Hollywood

Cena de 1917

MELHOR FIGURINO

O Irlandês
JoJo Rabbit
Coringa
Adoráveis Mulheres
Era Uma Vez Em... Hollywood

MELHOR DIREÇÃO

Martin Scorsese - O Irlandês
Todd Phillips - Coringa
Sam Mendes - 1917
Quentin Tarantino - Era Uma Vez Em... Hollywood
Bong Joon Ho - Parasita

Cena de Ford vs. Ferrari

MELHOR DOCUMENTÁRIO

American Factory
The Cave
Democracia em Vertigem
For Sama
Honeyland

MELHOR DOCUMENTÁRIO EM CURTA METRAGEM

In The Absense
Learning to Skateboard In a Warzone (If You're A Girl)
Life Overtakes Me
St. Louis Superman
Walk Run Cha-Cha

Cena de Adoráveis Mulheres

MELHOR EDIÇÃO

Ford vs Ferrari
O Irlandês
JoJo Rabbit
Coringa
Parasita

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA

Corpus Christi
Honeyland
Os Miseráveis
Dor e Glória
Parasita

Cena de História De Um Casamento

MELHOR CABELO E MAQUIAGEM

O Escândalo
Coringa
Judy - Muito Além do Arco-Íris
Malévola - Dona do Mal
1917

MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL

Coringa
Adoráveis Mulheres
História de um Casamento
1917
Star Wars: A Ascensão Skywalker

Cena de Parasita

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL

Toy Story 4 - "I Can't Let You Throw Yourself Away"
Rocketman - "(I'm Gonna) Love Me Again"
Superação: O Milagre da Fé - "I'm Standing With You"
Frozen II - "Into The Unknown"
Harriet - "Stand Up"

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO

O Irlandês
JoJo Rabbit
1917
Era Uma Vez Em... Hollywood
Parasita

Cena de O Irlandês

MELHOR CURTA ANIMADO

DCERA (Daughter)
Hair Love
Kitbull
Memorable
Sister

MELHOR CURTA METRAGEM

Brotherhood
Nefta Football Club
The Neighbors' Window
Saria
A Sister

Cena de O Escândalo

MELHOR EDIÇÃO DE SOM

Ford vs Ferrari
Coringa
1917
Era Uma Vez Em... Hollywood
Star Wars: A Ascensão Skywalker

MELHOR MIXAGEM DE SOM

Ad Astra
Ford Vs Ferrari
Coringa
1917
Era uma Vez em... Hollywood

Cena de Dois Papas

MELHORES EFEITOS VISUAIS

Vingadores: Ultimato
O Irlandês
O Rei Leão
1917
Star Wars: A Ascensão Skywalker

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

O Irlandês - Steven Zaillian
JoJo Rabbit - Taika Waititi
Coringa - Todd Phillips e Scott Silver
Adoráveis Mulheres - Greta Gerwig
Dois Papas - Anthony McCarten

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

Entre Facas e Segredos - Rian Johnson
História de um Casamento - Noah Baumbach
1917 - Sam Mendes e Krysty Wilson-Cairns
Era Uma Vez Em... Hollywood - Quentin Tarantino
Parasita - Bong Joon Ho e Han Jin Won

Como todos os anos, vou assistir a todos os filmes da categoria Melhor Filme e quanto mais conseguir. E fiquem de olho que no dia da cerimônia vou fazer os habituais comentários sobre tudo o que está rolando por lá.

Teca Machado

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Gírias literárias


Provavelmente você já ouviu expressões como cliffhanger, plotwist, ressaca literária e outras. Mas você sabe o que elas significam?

Essas são as gírias literárias que leitores usam com frequência.

Conheça aqui algumas e seus significados:


Cliffhanger: Na tradução literal para o português significa “à beira do precipício”, ou “à beira do abismo”. Esse é um recurso utilizado em ficção que mostra os personagens em uma situação limite e problemática muito difícil de ser superada. Muitos escritores terminam capítulos assim, para deixar o leitor fisgado na história, ou mesmo finalizam livros dessa maneira (claro que já com uma continuação em mente). O Rick Riordan fez isso ao final de A Marca de Atena e QUASE matou os leitores do coração.

Bookaholic: Assim como os viciados em trabalho são chamados de workaholic, os viciados em livros são os bookaholics.

Plot twist: Também chamado em português de reviravolta. É quando o escritor dá uma guinada na história e a leva por direções inimaginadas pelo leitor, como foi feito no roteiro do filme O Sexto Sentido, do diretor M. Night Shyamalan. Esse foi um plot twist de respeito! Não falo de outros porque vai que vocês não leram (ou assistiram?)


Fanfic: Esse é um grande conhecido de quem é ativo na internet e no mundo da literatura. Fanfic é a abreviação do termo em inglês fanfiction, que é uma ficção/história escrita por um fã. Acontece quando a pessoa gosta tanto do universo criado pelo autor que decide por conta própria continuá-la, inventar enredos ou mesmo mudar o final do original. E por falar nisso, há muitas fanfics famosas e que deram certo. Cinquenta Tons de Cinza, de E. L. James, por exemplo, é uma fanfic erotizada de Crepúsculo.

Ressaca literária: Qual leitor nunca passou por isso? Ela acontece quando não se consegue iniciar a leitura de um novo livro porque a história e os personagens do livro que leu anteriormente não saem de sua cabeça. Geralmente é sintoma de livros muito bons, que deixaram o leitor vidrado no enredo mesmo depois do seu fim. Os livros da Coleen Hoover me deixam sempre assim.

Quem nunca se sentiu com ressaca literária?

Spoiler: É quando alguém “estraga” a experiência de leitura (ou de séries e filmes) do outro contando partes importantes do enredo – geralmente o plot twist. Muita gente não liga de receber spoilers, mas a maioria das pessoas os temem. Eu, por exemplo odeio, apesar de que às vezes dou uns sem querer. Bom, quem nunca?

Crush literário: Quem já se apaixonou por uma pessoa irreal, que existe só nos livros, levante a mão! Crush é uma paixão intensa, então nesse caso é se apaixonar por personagens. E é possível ter crush literário por vários personagens ao mesmo tempo. O que nos leva ao próximo termo: periguete literária (eu, no caso, haha). Aquela pessoa que se apaixona por todos os personagens que conhece e quer se casar com todos.

Quote: Frases e citações do livro.

YA: Livros do gênero Young Adult, os jovens adultos. São histórias voltadas geralmente para um público entre 18 e 30 anos e focam em temas que são importantes para a faixa etária, como sexualidade, amadurecimento, drogas, liberdade e outros.


Chick-lit: É a “literatura para garotas”, uma espécie de comédia romântica. Histórias leves geralmente escritas por uma autora e tem como protagonista uma mulher e suas (des)aventuras.

Sick-Lit: Significa literatura enferma. O enredo apresenta personagens com doenças terminais, depressão ou tendência suicida. O fenômeno e a nomenclatura surgiram com A Culpa é das Estrelas, de John Green.

Distopia: O contrário de uma utopia, onde tudo é bom. As distopias acontecem em mundos literários com governos totalitários, injustos e perigosos. Um dos maiores exemplos do gênero é 1984, de George Orwell, assim como Jogos Vorazes, de Suzanne Collins.


As gírias literárias são muitas e novas surgem a cada dia. Quais você conhece?

Teca Machado

quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Para ler mais em 2020


Ano novo, livros novos!

Janeiro é sempre uma boa época para analisarmos as nossas leituras do ano anterior e traçar o planejamento literário para os próximos meses.

E pensando nisso trouxe aqui algumas dicas de como você pode ler mais em 2020.

Foto: Pixabay

1- Menos redes sociais, mais livros!

O escritor norte-americano Charles Chu afirma que é possível ler 200 livros em um ano. Como? Empregando o tempo anual que você gastaria em redes sociais em leitura. Ele fez as contas: Em média uma pessoa lê de 200 a 400 palavras por minuto. Claro que varia, mas em geral um livro tem 50 mil palavras. Em 200 livros, portanto, há 10 milhões de palavras. Se o seu ritmo for de 400 palavras por minuto, isso significa que a leitura de 200 obras vai demorar 25 mil minutos, o mesmo que 417 horas. Parece muito? Não é. Chu pesquisou e descobriu que gastamos cerca de 608 horas por ano em redes sociais. Trocar likes por páginas vai ser muito mais produtivo, tenho certeza.

2- Crie metas de leitura (ou não)

Algumas pessoas se sentem muito bem com metas ou desafios de leituras para o ano. Isso as motiva e as faz querer ler cada vez mais para atingir o objetivo ao fim dos 365 dias. É uma corrida contra si mesmo que pode te animar muito. Mas, para outros leitores, isso pode transformar o prazer de ler uma obrigação e ao invés de incentivar, deixar a pessoa mais desanimada para ler. Então descubra em qual dessas duas modalidades você se sente melhor e se jogue na leitura.

3- Lista de livros 

Faça uma lista com as obras que você deseja ler ao longo dos meses. Coloque livros que estão na sua estante há muito tempo, histórias que você começou a leitura, mas por algum motivo parou, clássicos que nunca teve coragem de enfrentar, obras que está ansioso para ler, dicas de escritores ou clubes do livro. Claro que esse planejamento pode ser flexível, tirando e colocando livros a medida que são publicados ou descobertos por você. Essa lista pode te ajudar a ler com mais facilidade e te fazer atingir metas de leitura.

Foto: Pixabay


4- Tenha sempre um livro com você

Uma boa maneira de ler mais é estar sempre preparado. Muitas vezes durante o dia temos alguns momentos improdutivos que podem ser usados com a leitura, como por exemplo: dentro do ônibus ou metrô, na sala de espera de um consultório, esperando para falar com seu gerente do banco ou mesmo naqueles 15 minutos pós-almoço que você tem de folga até voltar para o expediente. Aproveitando esses momentos, no fim do mês você vai perceber que leu muito mais. Você pode estar literalmente com um livro na bolsa, ter um Kindle (ou e-reader) ou mesmo o app de leitura no celular. Veja o que funciona melhor para você.

5- Faça um compromisso público

No livro As Armas da Persuasão Robert Cialdini compartilha um estudo da área de psicologia que mostra que, uma vez que as pessoas tornam suas apostas públicas no jockey elas se sentem muito mais confiantes de que seus cavalos irão vencer. Cialdini utiliza o exemplo para defender que o compromisso público é uma das "seis grandes armas da persuasão". Então, afirmar para as pessoas que você vai ler mais durante o ano ou que vai ler x livros provavelmente vai te fazer ler mais, porque se tornou uma “aposta” pública. Fale sobre isso nas rodas de conversa, publiquei no Facebook, faça atualizações pelo Twitter, siga desafio de leitura Goodreads ou de outras plataformas. Deixe com que saibam que você será um leitor voraz durante o ano.

E vocês, o que estão fazendo para ler mais em 2020?

Teca Machado


sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Imperfeitos - Série Recomeços: Resenha


Depois que conheci a Lauren Layne costumo dizer que quero ler até a lista de compras dela. Não que a autora seja genial ou tenha os livros mais inovadores e surpreendentes do mundo. Mas é uma escrita gostosa, com romances contemporâneos fáceis de acompanhar, personagens aos quais a gente se apega e leitura rápida, do tipo para deixar a mente tranquila e o coração quentinho. Foi assim com Mais Que Amigos (resenha aqui), com Em Pedaços (resenha aqui) e foi de novo agora com Imperfeitos. E tenho certeza de que o mesmo acontece com Como Num Filme, que ainda não li. Todos foram publicados no Brasil pela Editora Paralela, selo de romances do grupo Companhia das Letras, do qual fiz parte do Time de Leitores em 2018 e 2019 (e estou aguardando a resposta para 2020!).

Fotos @casosacasoselivros

Imperfeitos é o segundo – e aparentemente último - volume da série Recomeços, que na verdade contém três obras. Existe o prequel Como Num Filme, o primeiro livro Em Pedaços e finaliza com Imperfeitos. Recomeços gira em torno de três melhores amigos: Ethan, Olívia e Michael. Ethan e Olívia namoravam desde sempre e Michael nutria uma paixão pela garota, mas nunca disse nada. E tudo começa quando ele finalmente beija a mulher dos seus sonhos e tudo desanda. O namoro do casal acaba, a amizade de todos chega ao fim, Olívia vai para o Maine, Ethan não quer saber mais deles e Michael fica em NY.

Como Num Filme conta o recomeço de Ethan, Em Pedaços o de Olívia e, finalmente, Imperfeitos o de Michael.

Michael St. Claire não está passando por um bom ano. Depois de ter destruído décadas de amizade, descobriu que aquele a quem chamou de pai toda sua vida não é realmente seu pai biológico. Decidido a saber quem o gerou, vai até o Texas para encontrar o homem com quem sua mãe teve um caso e a engravidou 23 anos atrás. Para se aproximar do homem, se torna professor de tênis e personal trainer do clube que ele frequenta. Lá conhece Chloe, amiga, cunhada e apaixonada pelo recém-descoberto meio-irmão. Michael nunca imaginou que poderia seguir em frente depois de Olívia, assim como Chloe não se imagina amando ninguém mais.

Michael é um ex-bom vivant, rico, com um diploma da NYU, mas deixou tudo para trás para procurar suas raízes e mostra que não tem medo de trabalho e nem de ficar sem luxos. Apesar de discreto – mas ainda assim pegador – e introspectivo, tem um bom coração e consegue enxergar Chloe como a mulher maravilhosa que é, apesar de que o mundo inteiro ainda esteja cego. Sua personalidade retraída vem muito de toda a bagagem que carrega de ter passado anos amando alguém que nunca sentiria o mesmo e que nunca saberia como ele se sente. E Chloe é um furacão maravilhoso. Sarcástica, desbocada, engraçada, autêntica e sincera, além de fora do padrão de beleza, tem um peso parecido com o de Michael em seu coração. A irmã namora há anos o cara que ela ama e vive à sombra dela, que sabe que é maravilhosa.


O enredo de Chloe ainda fala sobre aceitar o corpo curvilíneo e ela mudar sua forma física, mas não por homem nenhum, e sim por si mesma e pela sua saúde. O desenvolvimento da personagem é uma delícia de acompanhar e ficamos vibrando por essa texana sem filtro extremamente encantadora.

A química entre os dois funciona muito bem, principalmente porque não é aquela história de amor louco à primeira vista e nem mesmo melhores amigos que são apaixonados um pelo outro desde sempre e nunca perceberam. Michael e Chloe vão construindo uma relação de amizade, cheia de flertes e brincadeiras, que se torna inevitavelmente algo mais. Eles se entendem porque sabem como é ser a última opção daquela pessoa que ama.

Apesar de ter gostado do final que reúne os seis protagonistas da série, achei que a maneira pareceu um pouco forçada. Não sei se na vida real todo mundo seria tão maduro e amiguinho. Mas foi bacana e entrelaçou os três livros.

 

Recomendo muito a série Recomeços e os livros da Lauren Layne.

Teca Machado

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