sexta-feira, 11 de outubro de 2019

O Presente, de Cecelia Ahern - Resenha


Acho difícil encontrar alguém que não se emocionou com P.S. Eu Te Amo, livro da Cecelia Ahern que virou filme com Hilary Swank e Gerard Butler. E as obras da autora, publicadas no Brasil pela Editora Novo Conceito, geralmente têm esse efeito na gente. E com O Presente, uma das minhas leituras mais recentes, aconteceu a mesma coisa, ainda que o livro não tenha me encantado tanto.

Foto @casosacasoselivros e caneta @magpapelaria

Em O Presente conhecemos Lou, um homem extremamente ocupado, que faz malabarismos para conseguir fazer tudo o que precisa no trabalho – ao mesmo tempo que deixa família e amigos de lado – e que está lutando por uma promoção. Por ser um workaholic, nunca tem tempo para fazer tudo o que deveria. Certo dia, próximo ao Natal, Lou conhece Gabe, um mendigo na porta do escritório, e lhe oferece ajuda e um emprego. Mas Gabe é muito mais do que aparenta. Ele parece estar em vários lugares ao mesmo tempo e deixa Lou extremamente desconfortável, porque é um observador nato e aparenta saber seus segredos mais obscuros. Mas quando Gabe oferece a Lou algo que é uma mistura de mágica e milagre e que vai dar um jeito de criar tempo para que faça tudo o que gostaria, Lou nem pestaneja.

Apesar de amar a Cecelia, achei O Presente seu livro mais fraco entre todos os que li. Não é ruim, longe disso, é bom. Mas apenas isso: bom. A obra é confusa, prolixa e me deu a impressão de que a autora colocou histórias paralelas demais só para deixar a obra mais longa. Todo o enredo do menino que atirou o peru pela janela e os policiais, por exemplo, me deixou sem entender o motivo de estar ali que não fosse fazer volume.

Cecelia Ahern
E também tem o problema chamado Lou. Ele é um personagem difícil de engolir. É aquele tipo que você quer sacudir, dar uns tabefes e mandar largar de ser um babaca. Claro, todo o enredo fala do seu crescimento e redenção, mas é tão no fim que passamos páginas e mais páginas só com ódio dele.

Apesar do livro ser em grande parte bem real, com os problemas de conseguir a façanha de equilibrar o lado profissional e o pessoal da vida e entender que ela nem sempre é como a gente queria ou sonhou – e muito por culpa de nós mesmos -, quando o assunto é Gabe a obra tem um quê mágico. Mas, ao meu ver, tudo o que envolve o personagem é misterioso demais. Não temos explicação nenhuma de quem é, o que já fez e porque escolheu Lou. Ao final fica subentendido um pouco mais sobre ele, mas não achei o suficiente para a construção do personagem.

O Presente tem uma lição bonita, sobre fazer uma gestão de tempo melhor, passar bons momentos com as pessoas que você ama e não se preocupar apenas com trabalho. É sobre redefinir prioridades. E apesar do desfecho bem previsível, o livro fez várias lágrimas rolarem pelo meu rosto. Afinal, Cecelia geralmente tem esse poder. Essa mulher saber escrever para nos fazer chorar, é impressionante.

E ainda tem o fato de passar na época do Natal, que é um período lindo e que nos faz refletir um pouco mais sobre nossas vidas e sobre como o ano foi. Essa ambientação deixou o livro mais agradável e fez todo o sentido com o desenrolar da história.

Se você procurar resenhas de O Presente, vai ver que o livro é muito elogiado. Mas vou ser sincera e dizer que para mim a história não funcionou tão bem. Apesar de falar sobre milagres, simplesmente achei que faltou magia.


Recomendo, mas não efusivamente. Outros livros da autora são melhores.

Teca Machado


4 comentários:

  1. Oi, Teca como vai? Já li outros livros da autora, mas esse aí não o li, depois de ler sua resenha, talvez eu nem o leia futuramente, apesar de eu ter uma curiosidade em relação ao livro. Abraco!

    https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/

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  2. sempre quis ler alguma coisa da autora, mas acho que vou começar por algum outro livro hehe

    www.tofucolorido.com.br
    www.facebook.com/blogtofucolorido

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  3. Encontrei magia e encantos.
    Os personagens me surpreenderam e realmente nos obrigam a fazer uma reflexição do nosso "Eu" tanto pessoal como profissional.
    Me arrancou lágrimas e muitos arrepios.
    Parabéns

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