quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Ad Astra - Rumo às Estrelas - Crítica


Desde George Méliès, no começo do século passado, o homem vai ao espaço com a ajuda do cinema. São inúmeros os filmes que tratam do universo, da busca por vida em outros planetas, das viagens interestelares, do descobrimento daquilo que está ao redor e que nos torna tão infinitamente pequenos. E a mais nova produção nesse sentido é Ad Astra, do diretor James Gray e que tem Brad Pitt no papel principal.


Mas mais do que um filme de ficção científica e a típica história de “precisamos salvar a Terra”, Ad Astra é sobre relações. É quase um drama familiar. E, de certa forma, vai na contramão de basicamente todos os filmes do gênero. 

Num futuro não tão distante, a humanidade tem recursos e tecnologia suficiente para viagens interplanetárias longuíssimas e para criação de bases na lua e em Marte. Roy McBride (Brad Pitt) é um dos melhores astronautas que existem. Calmo, resignado e analítico, ele é perfeito para a profissão, pois não sucumbe sob pressão. Roy, então, recebe a ordem de viajar aos limites do sistema solar para averiguar o que aconteceu com seu pai, um astronauta tido como herói e lenda, que desapareceu tempo depois que embarcou com a missão de encontrar vida inteligente em outros lugares do universo.



Lógico que Ad Astra fala sobre os desafios das viagens no espaço, assim como o homem é impotente em se proteger de tudo o que vem de fora e é muito maior e perigoso do que a vida na Terra. Há cenas de tensão, de suspense, de foguetes, de naves e de astronautas no imenso e aterrorizante vácuo. Mas tudo isso faz parte de um enredo muito maior, da construção do personagem de Pitt e da sua incapacidade de se relacionar com outros.

Desde o início Roy deixa claro que prefere a solidão. Ele é um homem quebrado, cuja dor da falta do pai é muito mais profunda do que aparenta. Sua missão é para ajudar a Terra, lógico, mais é muito mais motivada pela sua busca de fechamento na relação com o pai, que mesmo quando estava presente não era realmente um pai. Essa ferida é um dos motivos que o impedem de ter relações saudáveis com outras pessoas, principalmente com a sua esposa, que sempre o achou distante.



Brad Pitt faz um trabalho excelente, que foca nas sutilezas das expressões em seu rosto. Na lágrima que cai quando ele menos espera, na pupila que dilata, na falta de emoções nos momentos de tensão, no olhar do ator. Ele traduz com delicadeza a profundidade e a sobriedade do personagem, assim como a vulnerabilidade, que todos ao redor não sabem que existe, já que ele é extremamente calmo e analítico. O filme ainda conta com a participação de Tommy Lee Jones, sempre ótimo, Donald Sutherland, Ruth Negga e uma pontinha muito pequena de Liv Tyler.

Ad Astra é visualmente lindo. Apesar de ser um filme com viagens interplanetárias e com espaço para o diretor “brincar” com isso, o uso de efeitos especiais megalomaníacos não existe. É tudo muito sóbrio e real. É possível acreditar que no futuro as missões universo adentro serão assim. Sem explosões, sem perseguições imensas de naves e tiros intergalácticos. De certa forma, o filme me lembrou visualmente O Primeiro Homem, protagonizado por Ryan Gosling. E também a frieza do personagem principal remete a Neil Armstrong.


Ad Astra não é excepcional, mas é um filme muito bom e que vale a pena ser assistido no cinema. 

A minha sessão foi normal, mas sei que várias salas XD estão com exibição da obra.

Recomendo bastante.

Teca Machado


3 comentários:

  1. Nossa que artigo fantástico, por isso que estou quase todos os dias visitando e lendo seus artigos. Porque sempre tem conteúdos interessantes e de qualidade.

    Beijos💋💋!!

    Meu Blog: Resultado Vida Cap

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  2. Oi, Teca como vai? Que filme interessante! Tentarei assistí-lo brevemente em cinema, se conseguir tempo suficiente pra fazê-lo. Boa dica, gostei. Abraço!


    https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/

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  3. Estou a falhar com o "Ad Astra", pois não tenho conseguido arranjar um tempinho para o ir ver. Estou a contar ir a uma sessão na sexta-feira! A ver se é desta... Gostei de ler a tua opinião!

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