Já falo há alguns anos que Garota Exemplar, de Gillian Flynn, é um dos melhores livros que li, inclusive é um dos mais geniais. Depois que terminei a leitura, passei alguns dias ainda digerindo aquela história, aquele final (Veja a resenha – sem spoilers – aqui). Um tempinho depois li Lugares Escuros, da mesma autora, e adorei também (A resenha está aqui). Então, é claro que fui com expectativas altas na leitura de Objetos Cortantes, da Editora Intrínseca. E não me decepcionei, como sempre acontece com Flynn.
Foto @casosacasoselivros |
Ali conhecemos Camille, uma jornalista de um pequeno jornal de Chicago com sérios problemas de automutilação que é enviada para a sua cidade natal, a pequena Wind Gap, no Missouri, para fazer a cobertura do assassinato brutal de uma garotinha e do desaparecimento de outra. Mas estar ali desperta maus sentimentos em Camille. O pensamento de lidar outra vez com a sua família a atormenta e voltar à casa da sua infância, encontrando as mesmas pessoas que fizeram parte do seu crescimento, reabre feridas. A mãe neurótica, o padrasto indiferente e a meia-irmã que mal conhece são parte do desequilíbrio que sempre foi sua vida. A jornalista precisa lidar com seus demônios ao mesmo tempo que está inserida profundamente no drama das meninas.
Com personagens perturbados e um enredo que te prende a atenção, Objetos Cortantes é um livro intenso. Gillian Flynn não conta histórias fáceis e muito menos cria personagens rasos. São profundos, com muitas camadas e extremamente complexos, como vamos descobrindo com o passar das páginas. Camille é o foco da narrativa, mas sua mãe e meia-irmã também têm destaque, o que deixa a história ainda mais arrebatadora. Essa é uma história sobre três mulheres problemáticas, que envolvem o leitor.
O livro, como é comum das obras de Flynn, fala sobre a complexidade da mente e do ser humano. Ele trata de traumas familiares, automutilação, assassinato, solidão, padrão de beleza, morte, alcoolismo, relações conturbadas, sexo, rejeição e mais. Nossa protagonista é extremamente bem construída, com vários defeitos, problemas, assim como qualidades. Mesmo com tudo isso, é possível sentir uma enorme empatia por ela, principalmente em seus momentos mais sombrios.
Quem gosta de thrillers policiais sabe que às vezes o gênero pode ser meio enrolado no meio da história. Mas não é o caso aqui. Com um livro relativamente curto – menos de 250 páginas – a autora é bem direta no enredo. Não dá voltas desnecessárias e nem corre demais com a resolução dos problemas.
Temos pistas reais, pistas falsas e até mesmo um plot twist que surpreende (apesar de que vi alguns comentários dizendo que adivinharam o grande tcham do livro antes do final). Objetos Cortantes é, sem dúvida, uma obra excelente de uma ótima escritora.
E é impressionante saber que esse foi o primeiro livro de Gillian Flynn. Pontas bem amarradas, história muito coesa e extremamente inteligente logo numa obra de estreia é bem raro. Ainda acho Garota Exemplar melhor, mas é que é o difícil superar aquela maravilhosidade.
Agora estou doida para assistir a série da HBO baseada no livro, que tem a Amy Adams no papel da Camille. Depois conto para vocês o que eu achei.
Recomendo muito.
Teca Machado
Oi, Teca! Tens razão a escritora é sem dúvida uma das melhores que existe. Eu li esse livro faz um tempinho já, mas ao ler sua resenha deu vontade de lê-lo novamente. O livro é sim muito bom. Excelente sua resenha. Abraço!
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eu vi a série e AMEI a Amy está sensacional, fiquei com mt vontade de ler o livro tbm
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Estou vendo muuuuitos comentários positivos sobre Objetos Cortantes, estou doida para assistir!
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