The Crown: 2ª temporada - Crítica


Se tem uma coisa que a Netflix sabe fazer (além de um marketing sensacional) são suas séries originais, sendo The Crown uma das melhores. Peter Morgan já tinha consagrado a produção em sua primeira temporada e agora na segunda nos mostrou que aquele era, realmente, só o começo. Depois de contar  como Elizabeth (Claire Foy) chegou prematuramente ao trono da Inglaterra e como teve que lidar com o peso da coroa, vemos agora a rainha que conhecemos tomando forma. Temos aqui um retrato intimista não só da monarca, mas de toda a sua família e de como ter o maior cargo não é sinônimo de felicidade, e sim de sacrifícios e abnegação.


Se na primeira temporada você já tinha raiva de Phillip (Matt Smith), prepare-se para seu ódio ganhar contornos supremos, principalmente nos três primeiros episódios, que formam uma tríade completa. Se antes a infidelidade do Duque de Edimburgo ficava nas entrelinhas, agora ela está clara, ainda que não tão explícita. Aparentemente ele aceita melhor o papel de mero enfeite da monarquia, mas a verdade é que ele se sente inferior, rebaixado e infeliz por ter que se submeter a sua mulher, não o contrário. E Matt Smith e Claire Foy fazem um trabalho exemplar nessa crise conjugal que não permite que eles se divorciem, afinal, são a realeza.

Antes o foco era a Rainha e a Rainha apenas, mas agora as pessoas ao seu redor também têm destaque, como o Duque e Margaret (Vanessa Kirby), irmã mais nova de Elizabeth que se sente devastada desde a proibição do seu casamento com Peter (Ben Miles). A princesa tem um arco dramático só dela, com suas loucuras e o seu envolvimento com o polêmico fotógrafo Tony (Matthew Goode). O roteiro – e a própria Kirby – mostram sua solidão e seu descontentamento com a vida da monarquia, ainda que adore as regalias que o título traz.




Claire Foy faz um trabalho exemplar. Vemos em seu modo de andar, de falar ou mesmo nas pequenas expressões do seu rosto a simpática senhora que Elizabeth é hoje. O mais impressionante é como a caminhada é idêntica. Mesmo que sua personagem não tenha sido o foco em todos os episódios, a atriz brilhou muito. Sua Rainha passou da menina que estava aprendendo a segurar a coroa a uma mulher forte, ainda que introspectiva.

Os dez episódios são envolventes – ainda que com pouca ação – e interessantes. Provavelmente é o retrato mais fiel já feito da família Windsor. E muitos deles foram impactantes (a descoberta do envolvimento do antigo rei com o nazismo, o ataque de um lorde a Elizabeth, a ida do príncipe Charles para uma terrível escola, o passado de Phillip, a polêmica do osteopata e suas festinhas, os problemas dos primeiros-ministros e mais), mas talvez mais esperado e mais bem trabalhado tenha sido o da visita de John e Jackie Kennedy (Michael C. Hall e Jodi Balfour) à Inglaterra. Jackie, depois de brilhar na França e encantar todo o mundo com sua beleza, carisma e sorriso, encontra Elizabeth, que se sente inferior, sem graça e velha ao lado da primeira-dama americana. Então, mesmo com desavenças, elas têm semelhanças, e a inveja reprimida se torna carinho e respeito mútuo, principalmente depois de reviravoltas.




O design de produção de The Crown é fantástico. O castelo, o figurino, os cenários, tudo foi pensado para se parecer o máximo possível com a realidade. É incrível, por exemplo, como os atores são semelhantes com as pessoas reais que representam. Chega ao ponto de acharmos que os conhecemos a fundo. Vemos os problemas de Elizabeth e temos vontade de abraçá-la e dizer que vai ficar tudo bem.

Infelizmente – ou não – a terceira temporada já irá contar com outros atores. A ideia de Peter Morgan é que cada uma das seis temporadas mostre o período de dez anos de reinado de Elizabeth II e, é claro, ela irá envelhecer. Então a cada duas temporadas o elenco será alterado. Nem todos os atores estão confirmados, mas já sabemos que a Rainha será interpretada por Olivia Colman (de O Assassinato no Expresso Oriente) e Margaret será Helena Bonham Carter (de Os Miseráveis). E acredita-se que a Princesa Diana aparecerá na quarta temporada, mas não se sabe quem será a icônica esposa de Charles.




The Crown é a todo momento um deleite para o espectador.

Recomendo.

Teca Machado


7 comentários:

  1. ADOREI sua critica! eu ja vi as 2 temps e sou mt apaixonada pela serie! os atores, tudo, é muito bem feita!!! e eu AMO o Phillip hahahaha adoro o ator gente, meio canalhao assim, ai ai meu coração kkkkkkkkk

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    1. Aaah, não creio que você ame o Phillip!
      Hahahahahaha
      Essa temporada foi maravilhosa, né?

      Beijoos

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  2. Que resenha/crítica bacana! Até me deu vontade de continuar a série... Pois, eu não consegui terminar nem a 1ª.
    Acredito que por eu ser agitada e gostar de séries emocionantes, essa me fez querer dormir qnskwns embora eu saiba que é muito boa, visto que minha mãe assistiu às duas temps e amou!
    Mas já que a série começa a melhorar e explorar mais detalhes, vou dar uma
    chance pra ela hahah.

    amei o blog e já estou seguindo!
    xoxo
    www.foradocontexto.com.br

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    1. Thaís, realmente não é algo corrido, cheio de ação, mas é muito boa!
      É uma das minhas séries preferidas.
      Dá mais uma chance!

      Beijoos

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  3. Eu ainda não assisti, mas devo admitir que fiquei bem curiosa.
    Incrível a sacada da Netflix, né?
    Faz de tudo para atrair nossa atenção. E consegue muitíssimo bem <3

    Beijos,
    Naty
    http://www.revelandosentimentos.com.br/

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  4. Mudou muito o rosto da rainha da 3 temporada. Cd os olhos azuis???

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