The Post: A Guerra Secreta – Crítica (Maratona para o Oscar 2018)
Temos aqui um forte candidato ao Oscar 2018!
Assisti ontem The Post: A Guerra Secreta, de Steven Spielberg, como parte da minha maratona anual pré-Oscar e posso dizer que de certa forma me lembrei de Spotlight – Segredos Revelados, que ganhou o prêmio em 2016, devido ao cunho jornalístico investigativo e de como a imprensa pode moldar e mudar a sociedade.
O enredo se passa nos anos 1960 e 1970 e gira em torno do jornal The Washington Post, que passa por um momento delicado. Apesar de ser de grande porte, ele está se transformando de uma empresa familiar numa instituição de capital aberto, mesmo que Kay Graham (Meryl Streep), publisher e presidente, tenha suas dúvidas quanto a isso. Quando informações sigilosas do alto escalão do governo americano sobre a Guerra do Vietnã caem nas mãos do editor Ben Bradlee (Tom Hanks), há todo o dilema de publicar ou não. O embate fica entre defender a liberdade de imprensa e não deixar o governo ditar o que pode ser publicado e entre o bem-estar econômico e militar do país, principalmente em relação às outras nações.
É interessante ver Kay, uma senhora que não tinha pretensões de estar a frente de um jornal e teve que assumir as rédeas quando o marido falece, tentar sobreviver num ambiente majoritariamente masculino, ainda mais numa época em que as mulheres tinham menos visibilidade profissional do que hoje. Meryl Streep, belíssima em sua atuação que está concorrendo ao Oscar de Melhor Atriz, não tem grandes momentos na personagem ou cenas de grandíssimo destaque, mas leva Kay a mudanças sutis, de lacrimejosa e incerta a tomadora de decisões no momento mais crítico possível. A personagem cresce, evolui e se torna uma das peças principais nesse episódio real que transformou o Washington Post na potência que é hoje.
Tom Hanks e seu Bradlee são a personificação de um editor de jornal diário. Combativo, por vezes rude, acelerado, mas leal a sua equipe e a seu trabalho de uma maneira que é impressionante. E que apesar de todo trabalho duro e de ir contra o governo, é um homem de família que se preocupa com o bem-estar dela e da sociedade. A química dele e de Meryl Streep é muito boa e natural.
The Post passa por momentos alternados de Bradlee e sua equipe fazendo todo trabalho de investigação de documentos que acumulam mais de quatro mil páginas e entre Kay, sua família, suas festas e seus amigos no governo. Spielberg debate muito no filme sobre o papel da imprensa e da amizade que ela pode fazer com membros do alto escalão. Kay era amiga do secretário que produziu o estudo polêmico que gerou todo o filme e Bradlee era íntimo de John e Jackie Kennedy. Como conciliar ser imparcial nas notícias ao mesmo tempo que os noticiados são pessoas que você gosta e tem relacionamento? Como não deixar uma coisa afetar a outra?
O longa tem um ótimo ritmo e não é altamente didático, não fica explicando ao espectador tudo o tempo todo. É preciso prestar atenção para acompanhar certos trechos, principalmente os mais políticos (e saber um pouquinho de história também ajuda muito). E é interessante como o diretor optou por mostrar o presidente Nixon, sempre de costas, irado, com gestual exagerado, um tanto caricato, como os americanos na verdade o enxergam.
O desfecho de The Post, já interligando outro escândalo político – o maior de todos - que envolveu Nixon, é interessante, inteligente e que pode até dar margem para uma continuação (talvez um remake do famoso Todos Os Homens do Presidente, mas essa sou só eu divagando, não existe nada sobre o assunto).
Fan art com trechos do filme |
Apesar de ser uma história tipicamente americana e que faz parte do país, The Post é um filme que pode e deve ser apreciado por todo mundo, porque liberdade de imprensa, família e governo são temas globais.
Recomendo bastante.
***
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Teca Machado
Olá Teca, tudo bem?
ResponderExcluirAmei a ideia da maratona pré-Oscar, afinal, torcer conhecendo todos os indicados é bem melhor né? Sabia do lançamento deste filme, mas só agora, conheci a história. Fico feliz que você tenha gostado e por mais que não seja o meu estilo de filme favorito, creio que vale a pena dá uma chance.
Beijos!
http://excentricagarota.blogspot.com.br
Oi, Esther.
ExcluirEu faço todo ano essa maratona e tento assistir o máximo possível.
Vale muito a pena dar uma chance.
Beijooos
Oi, Teca!
ResponderExcluirAdoro suas maratonas do Oscar! Não vejo a hora de ler sobre "A Forma da Água" - adoro a Sally Hawkins.
Mesmo sendo uma história tipicamente americana, este filme parece ser ótimo, especialmente com a Meryl Streep e o Tom Hanks <3. Estou empolgada para assistir.
Beijocas.
http://artesaliteraria.blogspot.com.br
Menina, acredita que esse acabei não assistindo?
ExcluirNão deu tempo, fiquei arrasada!
E não vi até hoje também.
:(
Beijooos
Oi Teca, que bacana a sua maratona do Oscar! Dunkirk e Três anúncios são meus preferidos, mas eu adorei The Post tb, achei a história mega empolgante e Tom e Meryl dão um super show!! Adorei sua resenha!
ResponderExcluirBjs, Mi
O que tem na nossa estante
Eles sempre dão um show, né?
ExcluirEu amei Dunkirk!
É tão diferentão, né?
Beijooos
preciso mt começar a fazer minha maratona oscar por aqui tbm! adoro os atores desse filme, mas confesso que temas mt politicos me dao um pouco de preguiça
ResponderExcluirwww.tofucolorido.com.br
www.facebook.com/blogtofucolorido
Também me dão, Lívia, mas esse é jornalístico.
Excluir:D
Beijooos
Oii Teca, amei a premissa do filme, ainda mais por ser temas que são importante para qualquer pessoa e de qualquer país, coloquei na minha lista para assistir.
ResponderExcluir-Beijos,Carol!
http://entrehistoriasblog.blogspot.com.br/
Oi, Carol!
ExcluirQue bom! Você vai gostar.
Beijoooos