O Rei do Show - Crítica
Desde criança, quando meu pai me apresentou filmes como Grease, Cantando na Chuva e todo sapateado de Fred Astaire, sou apaixonada por musicais. Toda aquela aura de dança, música, de dançar no meio da rua – e as pessoas participarem -, a alegria de um musical, me encanta tão profundamente que tudo o que eu mais queria era viver num deles. Tanto que sempre que estou correndo escutando música me imagino num musical, inclusive danço, o que provavelmente me deixa ridícula, mas, quem se importa? Então, é claro que eu não poderia deixar de assistir O Rei do Show, do diretor estreante Michael Gracey.
Há mais ou menos um ano vi La La Land, aquela lindeza sem precedentes, e desde então a playlist do filme não saiu da minha cabeça (inclusive o Spotify me disse que foram as músicas que eu mais escutei em 2017). Mas agora tenho feito o mesmo com as canções de O Rei do Show. Antes mesmo de ver o filme já tinha começado a ouvir exaustivamente This Is Me, que toca no trailer. E agora canto e escuto o dia inteiro as outras. E se tem algo em que filme acertou foi na trilha sonora, que está divina. Não chega talvez a ser a de La La Land, mas é excelente – e tem os mesmos compositores, por isso vemos tanta qualidade.
O Rei do Show nos conta uma história real do século XIX, de forma que tenho certeza que foi açucarada, pois li um pouco sobre o protagonista e ela era, na melhor das palavras, um salafrário, apesar de gênio. P. T. Barnum (Hugh Jackman) foi o inventor do circo como temos hoje. Saiu de uma infância pobre, conseguiu se casar com a filha do ex-patrão do pai (Michelle Williams) e a levou para uma vida de dificuldades financeiras, mas muitíssimo amor. Quando perde o emprego mais uma vez, Barnum tem a ideia de montar um museu de curiosidades, que posteriormente virou um show, com pessoas exóticas, excluídas, que metem medo, como gêmeos siameses, a mulher barbada, anões, albinos, negros trapezistas – numa época em que eles eram recém-libertos nos EUA, o homem mais gordo do mundo e outros. Mas nem tudo era verdade, como o mais alto da Terra usava pernas de pau, mas era cheio de magia e, no fim das contas, não é isso que mais importa?
Se hoje já temos um mundo teoricamente tolerante – bem teoricamente mesmo – imagine naquela época, por volta de 1840. Os artistas, e o próprio Barnum, sofriam reprimendas e preconceito, mas ao mesmo tempo encantavam o público. Além da mensagem de aceitar o outro, o diferente, O Rei do Show fala sobre autoaceitação, como fica muito claro numa das músicas principais This Is Me (“I am brave, I am proof, I am who I’m meant to be, This is me”). Então, isso faz dele um filme atemporal, com uma mensagem específica, sem ficar levantando bandeiras de forma politizada ou chata.
Hugh Jackman é um dos meus atores preferidos. Além da vida pessoal discreta e sem escândalos, ele é um profissional versátil. Quem imaginaria que o violento e agressivo Wolverine é também o doce Jean Valjean de Os Miseráveis e o empreendedor carismático Barnum em musicais? Além de ter uma interpretação excelente, com canto e dança de qualidade, fico mais impressionada ainda pelo fato de ele ter gravado parte de O Rei do Show enquanto tratava de um câncer de pele.
Apesar de Jackman ser o protagonista, todo elenco dá um peso maior à história. Zack Efron, que voltou às origens de High School Musical, tem uma química excelente com seu colega. A cena em que dançam e cantam juntos é ótima. Michelle Williams é aquela moça doce que nos faz querer ser amiga dela e Zendaya, trapezista do show e par de Efron, também está ótima. E não podemos esquecer de Keala Settle, a mulher barbada e a incrível voz por trás de This Is Me, e Rebecca Ferguson, que eu adoro, como a cantora de ópera Jenny Lind e tem uma das músicas mais lindas da vida (mas que infelizmente ela dubla).
Mesmo que em alguns momentos o roteiro tenha pecado pela falta de profundidade, O Rei do Show tem uma história que prende o espectador. Não entra a fundo em várias questões que podiam ser melhor trabalhadas, como os relacionamentos, as manifestações contra os artista, Barnum mesmo com dinheiro não ser aceito pela alta sociedade e mais, mas é um ótimo entretenimento, assim como Barnum criou o conceito do seu empreendimento.
O Rei do Show é um espetáculo visual, como não poderia deixar de ser, principalmente nos momentos musicais. Tudo milimetricamente ensaiado, com as câmeras nos lugares certos. O figurino, a maquiagem, as cores alegres do picadeiro e os cartazes vintage encantam, tudo isso junto com as músicas tocando e nos fazendo entrar na atmosfera da história. Impossível não sorrir junto, o que nos leva a concordar com a frase que o P. T. Barnum real disse: “A arte mais nobre é fazer os outros felizes”. E, no fim das contas, não é isso que o cinema também faz?
Recomendo muito.
Teca Machado
Vi o trailer de O Rei do Show no dia em que fui assistir Extraordinário no cinema. Nunca fui lá muito fã de musicais, não sei bem o motivo, mas me senti muito tentada a assistir esse filme. Achei a fotografia dele, as cores, os diálogos do trailer cheios de frases inspiradoras... Parece ser incrível! A atuação de Hugh é sempre maravilhosa e não sabia do detalhe de que estava passando por um câncer e mesmo assim continua trabalhando. É bastante inspirador. Pretendo ver o mais rápido possível, assim que sobrar um tempinho.
ResponderExcluirbeijos,
www.nerdabsoluta.blogspot.com
Oi, Sarah!
ExcluirRealmente, as cores e a fotografia são incríveis.
Gostei muito do filme. Meu marido também não é fã de musicais e adorou.
Quem sabe você também não goste, né?
Beijoooos
Eu assisti e achei realmente o filme mais maravilhoso que já assisti,uma lecveza e arte de tamanha grandeza!<3
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