Lisbeth Salander e Mikael Blomkvist mais uma vez dão as caras! Dez anos após o lançamento da trilogia Millenium, temos um novo volume da série sueca: A Garota na Teia de Aranha (Comentei os livros anteriores aqui).
Foto tirada em Trancoso <3 |
Muita gente ficou com um pé atrás quando foi anunciado que o escritor David Lagercrantz daria sequência à série de Stieg Larsson. O autor original sofreu um infarto logo após entregar os seus manuscritos para a editora e nem pôde ver o sucesso que suas obras alcançaram, com mais de 80 milhões de livros vendidos e filmes produzidos. Larsson já tinha um manuscrito do quarto livro quase pronto, mas uma batalha judicial entre sua esposa e seu pai e irmão fez com que o original não pudesse ser terminado, cabendo ao novo autor começar do zero. Mas, após a leitura desse quarto volume, é possível dizer que Lagercrantz “copia” fielmente o estilo do seu predecessor e nos entrega um thriller policial que condiz com toda trilogia anterior.
A trama de A Garota na Teia de Aranha, além de envolver violência contra a mulher, investigação jornalística, fraudes empresariais e outros temos tão caros a Stieg Larsson, inclui tecnologia de ponta, matemática e espionagem industrial. Ele é uma continuação dos livros 2 e 3 muito mais que do 1, cujos acontecimentos nem são citados. É bom que se leia os anteriores, mas acredito que dá para entender lendo só esse, já que tem muita explicação sobre o que já passou (o que foi ótimo, eu tinha esquecido muita coisa).
David Lagercrantz |
Na sinopse, um cientista consagrado de inteligência artificial (IA) vê a si próprio e ao filho autista em perigo, por isso pede ajuda ao jornalista Mikael Blomkvist. Infelizmente, ele é assassinado antes de contar em que estava envolvido e Mikael passa a pesquisar sobre o caso. Ao mesmo tempo, a NSA, agência americana famosa por espionar o mundo inteiro, tem o seu sistema interno invadido por um hacker brilhante (quem mais poderia ser além de Lisbeth Salander?) e teme por informações vazadas para o público.
Numa trama complexa em que tudo é interligado entre si e com o passado de Lisbeth, que mais uma vez volta para a aterrorizar, A Garota na Teia de Aranha prende a sua atenção, mesmo que em alguns momentos você fique perdido entre termos técnicos de IA e matemática. Por vezes o enredo fica confuso, e mesmo cansativo com descrições exageradas, principalmente com o nome de ruas e lugares de Estocolmo, mas prevaleça, a leitura vale muito a pena.
Lisbeth continua maravilhosérrima. Uma das personagens femininas mais marcantes da literatura, apesar de “estranha” é o grito de liberdade de todas as mulheres. Responde a violência contra o gênero com muita fúria. Quase uma super mulher, e ainda por cima um gênio, Lisbeth passa por cima de todos que vão contra a sua moralidade, mesmo que por vezes torta, e luta contra os demônios do seu passado. Infelizmente ela demora a aparecer na história e não tem tanto “tempo” em páginas quanto nos volumes passados.
Stieg Larsson, escritor original da série |
Já Mikael está melancólico. Os dez anos que se passaram entre um livro e outro trouxeram marcas tanto para a sua vida pessoal quanto para a sua carreira. As coisas parecem estagnadas para ele e é visto como um jornalista ultrapassado. Ele sente que nada acontece, até que esse caso chega e o tira dos eixos. O personagem mantém toda sua essência original, de homem correto que deseja mudar o mundo e que acredita que para fazer o bem às vezes métodos não ortodoxos são necessários.
Vários personagens secundários antigos e novos aparecem, como Érika Berger, Jan Bublanski, Holger Palmgren e outros, além de August, o menino autista que é peça fundamental do enredo. O problema, como eu disse mais acima, é o excesso de detalhes que Lagercrantz insiste em dar de toda e qualquer pessoa que aparece na história. Ele descreve basicamente toda a sua vida, ainda que seja irrelevante.
Mesmo não tão forte ou cheio de brutalidade (principalmente da parte de Lisbeth) como os livros anteriores, A Garota na Teia de Aranha é muito bom e, apesar de ter um final em que eu esperava mais ação, dá gancho para outro volume. A história de Lisbeth está longe de chegar ao fim. Largecrantz já afirmou que irá escrever mais um ou dois livros.
Recomendo.
Teca Machado
Oi, Teca!!
ResponderExcluirAcho que já comentei com você que nunca tive muita vontade de ler quando soube que o autor tinha morrido e que não iria finalizar a série.
Mas as histórias originais chamam a atenção.
É bom saber que o novo autor conseguiu dar essa continuidade mantendo a essência dos personagens e do estilo da história, mas é uma pena que ele tenha lotado de detalhes desnecessários. Quando tem muito disso a leitura fica cansativa, né?
Um dia talvez eu comece a ler, mas não agora. Já está difícil finalizar as séries que estou seguindo e não estou muito afim de aumentar a lista ainda mais! Hahahaha
Bjs
http://livrosontemhojeesempre.blogspot.com.br/
Carol, ele na verdade finalizou a série.
ExcluirEssa é uma continuação, que pode até ser lida sem ler os outros.
:D
Mas o autor antigo também colocava detalhes demais. Mas a série é muito boa mesmo assim. Muito inteligente.
Beijooos
Olha, não sabia desse fato de que o autor tinha morrido antes de finalizar a série. Que coisa mais triste. pros fãs então, deve ter sido terrível.
ResponderExcluirMas que bom que esse novo autor conseguiu manter a essência dos personagens e da história. Quem sabe nos próximos ele não aprende sobre diminuir o detalhamento, né!? ^^
Já ouvi falar bem dessa série, então qualquer dia desses procuro pra ler, mas por enquanto deixa na fila. rs
bjin
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