Ponto de Vista – Bom para um domingo

Às vezes passando os canais sem nenhuma pretensão encontramos alguns filmes bacanas. Foi o caso de Ponto de Vista, do diretor Pete Travis, que assisti no domingo. Passado num cenário lindo, Salamanca – Espanha, com muita correria, atores de peso e uma história comum contada de modo interessante, foi uma ótima maneira de terminar o fim de semana.

Ponto de Vista, de 2008, mostra uma cúpula política contra o terrorismo na Espanha que conta com a presença de dezenas de líderes mundiais, inclusive com o presidente americano (William Hurt). Equipes de televisão de todo o planeta estão lá, assim como turistas e habitantes da cidade. Mas assim que o presidente sobe ao palco, toma um tiro no peito e em seguida uma bomba explode, matando vários espectadores e criando o caos coletivo. Começa aí a perseguição aos responsáveis pelo ataque.

Ok, a história é bem clichê: O presidente americano sofre um atentado terrorista. Mas o interessante do filme é a maneira como ele é contado, por meio do ponto de vista de várias pessoas. Ao final de cada sequência, a “fita volta” e temos os mesmos acontecimentos vistos por personagens distintos, que estavam em outros lugares e em outras situações. Temos acesso à equipe de TV que cobria o evento (Sigourney Weaver e Zoe Saldana), ao chefe da segurança do presidente (Dennis Quaid) e ao próprio presidente, a um turista que filmava tudo (Forest Whitaker), a um policial espanhol que teve certo envolvimento (Eduardo Noriega), a um militar que está sendo chantageado (Edgar Ramirez), uma garotinha e sua mãe (Alicia Jaziz e Dolores Heredia) e a suposta namorada do policial (Ayelet Zurer).

A cada volta no tempo e ponto de vista pegamos mais informações sobre os responsáveis pelo ataque, quem são e como foi feito. O quebra-cabeça vai sendo montado. Até que na última sequência dispomos de todos os dados, ou quase, porque alguns nós do filme foram mal explicados e eu como espectadora tive que tentar adivinhar o porquê de determinada ação ou personagem. Você até releva porque não é o tipo de filme “nossa, uau, que maravilhoso, que bem escrito”. O foco aqui é a ação e o desfecho. Não espere nada muito profundo. E é por isso que a produção foi muitas vezes mal avaliada pela crítica na época do seu lançamento.

Gosto muito do Dennis Quaid, que é o protagonista, e ele trabalha muito bem, assim como Forest Whitaker, sempre uma boa pedida. Todos os outros atores fazem apenas uma ponta, principalmente Sigourney Weaver e Zoe Saldana, que aparecem 10 minutos. 

Deve ter sido complicado fazer a produção desse filme, porque a mesma cena teve que ser repetida mil vezes de pontos de vistas diferentes, mas interpretada do mesmo modo. Só imagino o trabalho que esse diretor teve.

Não é o filme mais maravilhoso do mundo, mas é uma ótima pedida para o fim de um domingo.

Recomendo.

Teca Machado