Hoje a resenha é especial: É sobre o livro de uma amiga!
Há algumas semanas comentei aqui sobre o lançamento de O Último Verso, obra da Stéfanie Medeiros, que ganhou um prêmio de literatura em Mato Grosso. Assim que fui na festa, já peguei o meu exemplar (Com uma dedicatória linda, diga-se de passagem, e agradecimento a mim, beijo, Brasil) e quando terminei o livro que estava lendo, furei fila de todos os outros e comecei a leitura.
Foto: Bruno Pini |
O Último Verso conta os últimos dias de um poeta muito renomado do país e os acontecimentos que viram sua vida de cabeça para baixo. O homem de 85 anos, ainda muito ativo e trabalhador, deseja terminar seu livro mais recente, pois já imagina que seja o último que irá conseguir lançar. Mas em meio à escrita e revisão dos seus poemas, tantas situações inesperadas aparecem para sacudir o seu universo tão pacato e calmo, que nada será mais o mesmo.
Para um observador mais atento, O Último Verso é inspirado no poeta Manoel de Barros, falecido em 2014. Não é a sua história, mas Edmundo Mesquita, o protagonista, tem muito do homem real que é considerado um dos maiores do país no segmento nos últimos anos. Como a Stéfanie é muito fã de Manoel de Barros, tanto que sua monografia na faculdade foi um livro sobre ele, não tinha como não escrever sobre o poeta, ainda que de modo fictício.
Stéfanie Medeiros. Foto: Bruno Pini |
Apesar de eu ler todo tipo de gênero - não tenho preconceito com quase nada, a não ser autoajuda, que leio um ou outro livro só quando sei que é muito bom - O Último Verso foi uma leitura muito diferente do que eu estava acostumada, foi mais madura. Sem romance young adult, sem uma jovem que tem que salvar toda sociedade, sem fantasia, apenas a vida como ela muitas vezes é: Feliz, triste, atrapalhada e cheia de reveses. A história é tão real que poderia ser basicamente uma biografia.
Difícil acreditar que O Último Verso foi escrito por uma garota de apenas 24 anos! A maturidade literária da Stéfanie é muito grande e ela tem uma bagagem muito bacana de alguém que lê e escreve basicamente a vida toda. E posso dizer isso com toda certeza porque somos amigas há anos e conheço sua rotina e paixão pela literatura.
Minha dedicatória maravilhosa (Nós duas costumamos dizer que viver de literatura profissionalmente é correr atrás do nosso Moby Dick) |
A leitura do livro fluiu rapidamente, em três dias já tinha finalizado, e me interessei bastante pela temática. Narrado em terceira pessoa principalmente pelos olhos de Edmundo, temos acesso aos seus pensamentos, sua visão de mundo, seus medos e inseguranças e é legal ver como ele lida internamente com os problemas que caem no seu colo.
Curiosidade: No ano passado, a Stéfanie tirou uns meses sabáticos e foi morar na França para escrever esse romance. Inspirada por toda atmosfera francesa, pelo campo perto de onde ela morou, é possível ver todo cuidado e carinho que ela colocou em cada palavra de O Último Verso. Os meses próximos a Paris valeram a pena. Ô, se valeram!
Recomendo.
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Stéfanie e eu. Foto: Bruno Pini |
Stéfanie, parabéns por mais essa conquista! Gostei muito do livro, de verdade. E tenho certeza que estamos próximas ao nosso Moby Dick!
Teca Machado
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