Sabe quando você assiste a um filme e vai ficando completamente indignado com a situação dos personagens e quer entrar na tela e dar uns socos nos responsáveis pelo sofrimento alheio? Pois é, fiquei assim assistindo As Sufragistas no cinema. Durante o longa da diretora Sarah Gavron fui ficando tão contrariada com as situações dessa produção que mistura registro histórico real e drama que todo o tempo virava para o meu marido e dizia: “Eu estou muito indignada”.
Apesar de falar sobre acontecimentos reais na Inglaterra em 1912, As Sufragistas gira em torno de Maud Watts (Carey Mulligan), uma personagem fictícia. A protagonista trabalha numa lavanderia desde os 13 anos incansavelmente, ganha pouco e foi abusada pelo chefe ao longo dos anos. Agora na casa dos vinte e poucos, esposa e mãe, ela continua no mesmo emprego, onde o marido também trabalha, mas sua carga é menor e o salário bem maior. Maud não se incomoda com isso, tudo o que ela deseja é viver sua vida e cuidar da família.
Até que ela é arrastada para o meio de uma confusão política do movimento pelo sufrágio, luta pelo direito de voto às mulheres. As sufragistas (e até alguns homens simpatizantes) sempre foram pacíficos e muito engajados, mas quando perceberam que ações são maiores do que palavras, começou uma espécie de guerra civil entre mulheres e polícia, que é bem o momento em que Maud é inserida nesse universo. Juntamente a ela, o espectador é sugado para o coração desse movimento e passa a aprender, entender e sofrer com a garota, que pelo simples ato de pedir voto para as mulheres vira uma pária da sociedade.
Vejam bem o motivo de tanta indignação minha: As mulheres não pediam igualdade de salário, de tratamento ou qualquer outra coisa, elas apenas desejavam votar, ser parte da vida política e da tomada de decisões do país. Mas os homens constantemente afirmaram que não, que as mulheres são psicologicamente desequilibradas para poderem escolher governantes.
Algumas pessoas podem até assistir ao filme e pensar “Nossa, aquelas mulheres sofriam, hein? Ainda bem que tudo mudou”. Sim, sofriam, mas nós também ainda sofremos. De maneira diferenciada ainda há machismo, mas de modo um tanto mais velado e um pouco menos absurdo. Nossas lutas são outras e agradecemos a essas mulheres de 1912 pelo início da caminhada. O foco aqui não é falar sobre o sofrimento feminino, e sim sobre o filme, mas eu precisava fazer esse pequeno desabafo. :)
Foto real do movimento Sufragista em 1912 na Inglaterra |
Voltando a As Sufragistas, o filme é cru, sóbrio, sempre em tons escuros tanto em questão de roteiro quanto em questão de fotografia, o que representa muito bem a luta das mulheres numa década em que eram (mais) menosprezadas. É difícil não solidarizar com aquelas que faziam parte ativamente do movimento e foram consideradas quase como lixo. Poucas tinham sorte de ter seus maridos acompanhando-as e lutando com e por elas.
O elenco é enxuto e muito bem escolhido e trabalhado. Carey Mulligan infelizmente foi esquecida no Oscar. Sua atuação está tão excelente, tão sofrida, mas ainda assim otimista. Helena Bonham Carter é outra que nunca decepciona. Sua interpretação de uma das líderes das Sufragistas é comovente ao mesmo tempo em que é forte e destemida. Meryl Streep, uma das minhas divas supremas, vive a personagem real Emmeline Pankhurst, uma das fundadoras do movimento e mentora intelectual. Infelizmente aparece pouquíssimo, mas sua cena é impactante. Ben Whisaw, como marido de Maud, trabalha tão bem que eu estou até agora com ódio dele, haha.
As Sufragistas teve pouca divulgação no Brasil e não passou em muitos cinemas, mas, se você puder, procure para assistir. É excelente.
Recomendo.
Teca Machado
to doidaaaaaaaaaaaa pra assistir esse filme, deve msm ser maravilhoso! acho que o movimento feminista está meio em alta, entao é ainda mais bacana divulgar esse tipo de produção
ResponderExcluirwww.tofucolorido.com.br
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Sim, super em alta e esse filme mostra não o feminismo, mas as mulheres em busca de algo que deveria ser direito.
ExcluirÉ muito legal! Você vai gostar.
Beijoos
Semana passada fui no cinema para assistir esse filme, mas fui em cinema bem longe porque o daqui de casa não tinha esse em cartaz. Lá fui eu com uma hora de antecedência e o que descubro? LOTADO!
ResponderExcluirFiquei irritadíssima, mas o que poderia fazer?
Quero muito ver, então vou esperar no Telecine (ou seja, 2394829 anos esperando)
Beijo,
paraisodemenina.blogspot.com
Poxa, que chato!
ExcluirE eu tinha ido ver outro e acabei assistindo esse.
Foi uma boa troca.
:)
Espero que consiga ver logo.
Beijoooos
Não sou muito fã de filmes dramáticos acho muito triste tenho vontade de bater mas a respeito parece ser muito Bom um grito de mulher ♥
ResponderExcluirhttp://www.quintagaveta.com/
Eu gosto de drama, então não posso reclamar.
ExcluirEsse é muito bom mesmo.
:)
Beijooos
Adoro esse tipo de história e tô maluca pra assistir esse filme, mas não saiu em cartaz por aqui, acho que vou fazer o download ;(
ResponderExcluircritiquemais.blogspot.com.br
estranhanoparaiso.com.br
Que pena!
ExcluirAqui saiu em poucos cinemas.
Ainda bem que consegui assistir.
Beijooos
Oi, Teca!
ResponderExcluirTambém estou muito revoltada - até agora. Ainda não consigo acreditar na divulgação mínima que este filme teve no Brasil, pouquíssimos cinemas estão passando e é um filme maravilhoso - que, sinceramente, todos deveriam assistir. Concordo plenamente contigo, as lutas eram outras, mas até hoje as mulheres sofrem com a sociedade machista - as mulheres retratadas no filme ajudaram a fazer a diferença. Fiquei chateada por não terem indicado este filme (e nem Beasts of no nation) no Oscar - uma pena.
Adorei seu post! <3
Beijocas.
http://artesaliteraria.blogspot.com.br
Oi, Rafa!
ExcluirQue bom que você viu e gostou também.
É muita indignação, né?
Também fiquei bem triste por não ter indicações, nem no Oscar, nem no Globo de Ouro.
Beijoooos
Teca, estou louca para ver esse filme desde o ano passado! Mas minha falta de tempo está absurda. Só consegui parar ontem para assistir Sr. Estagiário (que AMEI por sinal) com minha mãe, mas atrasei tudo o que tinha para fazer! Preciso de FÉRIAS!! Hahahahahahahaha
ResponderExcluirMas você está absolutamente certa. O machismo ainda é muito forte na nossa sociedade. E o triste é constatar que muitas mulheres propagam esse conceito como se fosse completamente natural. Espero que um dia a situação realmente melhore, mas às vezes me pergunto se não teremos sempre que lutar para ser dona do próprio corpo, usar a roupa que achar melhor e tomar as próprias decisões relacionadas à nossa vida. Cada vez está mais difícil isso. Na minha percepção, o Brasil está passando por uma onda conservadora tão forte que retrai todo o avanço que tivemos até hoje. :(
Bom, de qualquer forma, imagino que esse filme seja de fato fantástico e estou louca para vê-lo.
Darei uma olhada por aí para ver se acho e espero me manter acordada enquanto assistir! Hahahaha
Estou cansada demais e ontem dormi assistindo alguma coisa na TV... xD
Bjs!
livrosontemhojeesempre.blogspot.com.br
Carol, tadinha de você!
ExcluirImagino o tanto que você corre pelo que você fala. Vida de jornalista, né?
Mas suas colocações foram ótimas. Ainda vai chegar o dia que vamos poder fazer o que quisermos sem sermos julgadas e sofrermos abusos.
Beijoooos
A OAB trouxe o filme para Foz do Iguaçu. Assisti ele dia 17, e ele mexeu comigo como nenhum outro filme fez. É fantástico, acredito que todos deveriam ve-lo pois ele mostra muita coisa que foi esquecida na história
ResponderExcluirA OAB trouxe o filme para Foz do Iguaçu. Assisti ele dia 17, e ele mexeu comigo como nenhum outro filme fez. É fantástico, acredito que todos deveriam ve-lo pois ele mostra muita coisa que foi esquecida na história
ResponderExcluirQueria ter ido no cinema assistir, mas não rolou. Qualquer dia desses pego pra ver. Realmente, é muito indignante ver como as coisas eram naquela época. E pior ainda, ver que depois de tanto tempo pouca coisa mudou. Ficou apenas velado, como você disse.
ResponderExcluirÓtima resenha! ^^
bjin
http://monevenzel.blogspot.com.br/