Inferno de metal, chuva e rock ‘n’ roll - Participação Especial Dramática: Raíssa Martins - Projeto Drama Queen #57
Hoje o Projeto Drama Queen tem uma participação especial: Raíssa Martins, do blog O Outro Lado da Raposa (Entrem no blog dela, é muito amor!).
Ela, que acompanha os posts de todas as quintas-feiras, sentiu que chegou a sua vez de enviar um texto bem dramático de uma situação que viveu.
Então senta que lá vem história:
Inferno de metal, chuva e rock ‘n’ roll
Não me orgulho desse meu drama, mas ainda assim vou compartilhá-lo com vocês. Quem sabe não serve de lição para alguém, né?
Bom, isso aconteceu há um tempo, quando eu estava namorando ainda. Sinto até meu rosto corar só de lembrar dessa situação!
Meu ex-namorado faz parte de uma banda, eu sempre ia aos shows dele e até curtia a músicas. Às vezes esses shows aconteciam em lugares longe ou que eu não estava muito acostumada a ir.
Eis que um belo dia ele me chamou para ir a mais um show, que aconteceria no centro de São Paulo, na Rua Augusta. Quem é daqui deve saber que essa rua é lotada de casas de show que tocam principalmente rock.
Eu nunca tinha ido lá sozinha. Aliás, eu só tinha ido na Rua Augusta umas poucas vezes naquela época e sempre com meus amigos. Combinamos que eu iria para lá após o trabalho (na época eu trabalhava de telemarketing, então imagina o estresse que eu já não passava?). Eu desceria na estação de metrô do Anhangabaú e ele iria me pegar lá, porque das vezes que eu fui para aquela rua eu sempre fui pelo metrô Consolação.
Enfim, pensando nisso agora eu realmente deveria ter feito o caminho que eu conhecia, mas naquele dia combinamos assim porque achamos que seria mais fácil. Belo engano o meu!
Finalmente meu turno no trabalho acabou e eu fui para o metrô em direção ao Anhangabaú. No meio do caminho meu ex-namorado começou a mandar mensagens dizendo para eu me apressar, pois logo ele subiria no palco. Mas o que eu poderia fazer? Mandar o maquinista do metrô ir mais rápido?
Era bem o horário de pico. Seis horas da tarde no metrô de São Paulo, na linha vermelha especificamente. Aquilo parece mais com a Faixa de Gaza. O metrô é extremamente lotado, as pessoas se xingam e se empurram e eu geralmente tenho vontade de chorar ou de matar alguém.
É claro que naquele dia não foi diferente. Então eu estava discutindo com ele por mensagem ao mesmo tempo que tentava me manter DENTRO do vagão, sem que a multidão me fizesse desembarcar em uma estação que não era a minha. Isso já foi me deixando louca da vida, minha cabeça estava doendo de tanto nervoso.
Finalmente eu consegui descer na estação que combinamos de nos encontrar, porém ele não estava lá. Foi então que recebi uma ligação dele. Atendi já com o coração na boca. Ele disse que ia subir no palco naquele momento e que não poderia ir me buscar na estação. Eu já estava louca da vida, querendo furar o olho de alguém e ainda descubro que vou ter que me virar sozinha. Para ajudar, ainda estava chovendo e eu sem guarda chuva. Eu não fazia ideia de como chegar ao bendito lugar e estava começando a ficar muito molhada.
Foi ai que eu comecei a gritar com ele no telefone, acusando-o de me deixar sozinha, à noite, chovendo em um lugar estranho.
Ele então me disse para voltar pra casa, o que só me fez ficar ainda mais irritada porque eu não queria nem considerar a hipótese de entrar naquele inferno de metal novamente. Comecei a chorar e gritei ainda mais, me recusando a ir pra casa.
Cara, eu realmente deveria ter voltado e descontado a minha raiva nele outro dia. Mas nããooo! Eu tinha que chegar lá a todo custo! Acho que eu pensava que voltar para a casa feriria meu orgulho ou algo assim. Então comecei a andar pelas ruas perguntando às pessoas como chegar ao tal lugar, toda molhada e morrendo de raiva. Acho que minha ira até fazia a água da chuva ficar longe (Ok, sendo dramática de novo).
Depois de muito andar e perguntar acabei achando o lugar. Quando cheguei lá ele já estava tocando e nem me viu. Eu me recusei a ir na frente e assistir ao show, como eu sempre fazia. Me sequei e arrumei a maquiagem no banheiro e depois fiquei conversando com alguns conhecidos, ignorando o show completamente, haha.
Depois de discutir com ele acho que as coisas voltaram ao normal. Mas ainda lembro dele me dizendo no telefone "Volta pra casa, você está muito desesperada" e da minha raiva crescente ao ouvir isso. No final das contas foi uma auto humilhação que eu poderia ter evitado, mas meu orgulho não deixou, haha.
***
Raíssa, tamo junto! Quem nunca fez alguma coisa só de pirraça e ainda acrescentou um drama para deixar tudo mais interessante? Olhe pelo lado bom: É sempre uma história para contar. Obrigada pelo texto. Adoramos! (Apesar de sentir dó de você :*)
O Projeto Drama Queen é uma parceria entre os blogs Casos, Acasos e Livros e Pequena Jornalista com textos dramáticos todas as quintas-feiras. Com muito bom humor, ironia e de vez em quando um exagerozinho, rimos dos revezes da vida. Quer participar também? Mande sua contribuição para o projetodramaqueen@gmail.com. E não se esqueça de curtir nossa FanPage.
Beijos,
Teca e Carol
Oiii Teca e Carol!
ResponderExcluirAdorei ter participado do Projeto e fiquei muito feliz por vocês terem aceitado esse meu drama vergonhoso! hahaha
Beijão!!
Oie,
ResponderExcluirMe solidarizei com o drama, mas confesso que também ri muito.
Acho que meu orgulho, também não me deixaria voltar pra casa. Provavelmente faria a mesma coisa, ou pior. No momento a gente sofre um pouquinho, mas depois rimos da situação não é?
Amei, Rindo ainda.
Beeijooo!!
meusantidotos.blogspot.com
Gente, eu fujo totalmente da linha vermelha do metrô independentemente do horário. É sempre um inferno!!
ResponderExcluirTeve uma vez que eu fui na formatura da faculdade de uma amiga minha. Para ir foi tudo certo, mas para voltar...
Tinha combinado com minha amiga que ia dormir na casa dela (porque ela estava de carro) e não estava afim de pegar o metrô depois da virada de noite dançando e bebendo.
Fora que no meio da noite uma idiota pisou no meu dedo com o salto agulha e quebrou minha unha no meio - jorrou sangue loucamente, mas graças ao poder do álcool senti mais dor do calcanhar (por causa do salto) que do dedão sangrento.
Mas aí milhares de primas e amigas decidiram passar a noite na casa dela - que é menor que a minha - e imaginei que não ia conseguir espaço nem na sala. Hahahaha
Fui na cara larga (e bêbada) pedir carona para um amigo nosso que morava perto de casa e ele falou que me levava sem problemas.
Avisei minha amiga e ela se foi com o grupo gigantesco.
Pedi ao meu amigo para esperar um pouco porque tinha que lavar meu pé de novo que não parava de sangrar. Só que quando saí do banheiro estava uma confusão absurda!
Os bombeiros fecharam a saída e entrada do lugar porque uma louca tinha desmaiado na porta! Aí tinha aquela confusão de milhares de pessoas gritando e querendo sair e presas. No fim, perdi minha amiga, meu amigo e fiquei SOZINHA naquele fim de festa com uma sandália de salto que machuva, um dedão sem metade da unha e um leve entorpecimento do álcool.
Quando a confusão se acalmou, tive que ir andando até o metrô da linha vermelha e, quando finalmente entrei no trem, fui obrigada a fazer o trajeto todo em pé!! Isso em pleno domingo, às 6h da manhã. Linha vermelha é lotada 24/7. Impossível de pegar.
Sempre faço o possível para fugir dela. Mas muitas vezes não dá para evitar, né?
Entendo o sufoco da Carol porque o Anhangabaú é confuso e lotado. Mas eu também iria lá. É o orgulho, né? Hahaha
Bjs
livrosontemhojeesempre.blogspot.com.br
Nossa cara... coitada..
ResponderExcluirIr pra um lugar que a gente não conhece bem, sozinha, com chuva e ainda por cima estressada é mesmo uma merda.. só fazendo muito drama mesmo pra compensar a raiva... kkk
Mas que bom que no final deu certo e você não ficou perdida por lá.. rs
bjin
http://monevenzel.blogspot.com.br/