A Menina da Neve – Conto de fadas russo
Friorenta do jeito que sou, senti frio só de pensar no cenário de A Menina da Neve, de Eowyn Ivey, que recebi em parceria com a Editora Novo Conceito. A história passa no inverno do Alasca em 1920 (Então esqueça os aquecedores elétricos!) e tem um enredo delicado, doce e bem diferente.
Livro cedido pela Editora Novo Conceito |
Confesso que não foi a leitura mais fácil da minha vida. O livro tem um ritmo mais lento, focado nos sentimentos, melancolias e tristezas de um casal que nunca pôde ter filhos. Para fugir dos olhares de pena de parentes e do trauma de um bebê que nasceu morto, Jack e Mabel deixaram o ambiente familiar da Pensilvânia e foram enfrentar as terras selvagens do Alasca.
Mas o que à primeira vista pareceu uma aventura, se tornou uma vida solitária. Enquanto Jack trabalha sozinho nos campos e a terra é dura, árida e quase não dá o sustento, Mabel passa seus dias numa cabana sucumbindo à solidão. Eles não são mais um casal apaixonado, os problemas os afastaram. Até que na primeira nevasca da temporada, num raro momento a dois, eles vão ao quintal fazer um boneco de neve. Na verdade, uma menina de neve.
No outro dia de manhã a escultura desapareceu, mas Jack e Mabel veem uma garotinha correndo pela floresta próxima. E ela se parece muito com a menina que eles esculpiram na noite anterior. Muito branca, loira, olhos azuis, boca vermelha e muito misteriosa. Vive sozinha em pleno inverno rigoroso e caça ao lado de uma raposa vermelha. Será que ela é uma resposta ao desejo mais profundo do coração do casal? Ela é um boneco de neve que criou vida? Ela é apenas uma menina perdida na floresta?
Eowyn Ivey |
A Menina da Neve é baseado num conto de fadas russo, que várias vezes é citado no livro. Eowyn Ivey não se ateve a explicar vários aspectos do mistério (Qual era o papel daquela raposa na história, gente?), mas fica a cargo do leitor, o que para mim foi um pouco difícil, já que eu gosto dos porquês, de saber o que o autor estava pensando quando escreveu.
Jack e Mabel são sofridos e você sente compaixão pelo drama de eles não terem filhos. Não são um casal loucamente apaixonado, típico de romances, mas entre eles há afeto, companheirismo e cumplicidade, mesmo que sejam mais reservados sobre o que sentem um pelo outro. Já a menina da neve, que se chama Faina, não ganhou o meu coração. Desculpa, Eowyn! Na verdade nunca entendi “qual era a dela”, sabe? Não entendi quais eram seus sentimentos e motivações. Já Garret, filho dos vizinhos de Jack e Mabel, é a coisa mais fofa desse mundo e recebeu todo meu amor, assim como seus pais Esther e George.
O livro é narrado em terceira pessoa e temos acesso aos pensamentos de Mabel e Jack, que são os protagonistas, e algumas vezes de Faina e de Garret. Algo interessante é que as conversas são escritas normalmente, com travessão, mas quando é Faina quem fala, quando está presente no capítulo, os travessões somem e fica uma espécie de texto corrido. Isso ajuda a criar uma aura ainda mais sobrenatural para ela.
Temos acesso também às observações do local onde a história passa. A descrição do Alasca é linda. Várias vezes me peguei olhando no Google paisagens do lugar e mesmo fotos dos animais que citam e eu nem tinha ideia de como eram, como caribus e lagópodes. O Alasca é quase uma pessoa, uma entidade e é onipresente na história, assim como a neve, que se torna basicamente um personagem, com personalidade, ações e sentimentos.
Caso você esteja se perguntando, isso é um caribu |
Às vezes o enredo demora a andar e a se destrinchar, mas talvez seja exatamente isso que faça A Menina da Neve ser tão diferente, único e especial. Não é o tipo de leitura “comercial”, ágil, cheia de ação e tiradas bem humoradas, pelo contrário, não é possível rir nem uma única vez. Ele tem uma carga dramática bem grande, apesar de eu não ter chorado.
A Menina da Neve pode te fazer odiar o livro ou amá-lo, mas garanto que você não sairá indiferente desse conto de fadas quase real.
Nada a ver com o assunto, mas não podia deixar de comentar: Vocês perceberam que o nome da autora, Eowyn, é o nome de uma personagem de O Senhor dos Anéis? Esses pais nerds que batizaram a filha com esse nome estão de parabéns. Adorei! Quero uma filha Eowyn também!
Recomendo.
Teca Machado
GENTE! só pelo nome da autora ser éowyn que é uma das minhas personagens preferidas do LOTR eu já quero ler! hahaha, gostei mt de conhecer o livro, a historia e a autora!! hehe
ResponderExcluirwww.tofucolorido.com.br
www.facebook.com/blogtofucolorido
Que bom, Lívia!
ExcluirÉ uma história bem tocante, bem bonita.
Você vai gostar.
:)
Beijooos
ahh, tenho medo de livros que tem uma narrativa um pouco lenta, mas a capa é mavilhosaaa! e que foto linda!!
ResponderExcluirwww.byanak.com.br
É um pouco mais lento, mas é bem diferente e bonito.
ExcluirGostei da ideia e da história.
Beijooos
Poxa, eu fiquei super interessada no livro. Eu gosto muito de histórias assim. ^^
ResponderExcluirE sem falar também nessa capa, né!? Muito maravilhosa! *-*
bjin
http://monevenzel.blogspot.com.br/
Essa capa é fora da casinha de tão linda, né?
Excluir*.*
Que bom que se interessou.
Beijooos
Teca, que lindeza essa capa!
ResponderExcluirE eu sempre amei contos de fadas, posso dar uma chance para uma história russa.
Parece ser muito linda!
Beijos, Meg's Army Book Club
Oi, meninas!
ExcluirEssa capa é de doer o coração de tão linda, né?
Dá uma chance mesmo. Você vai adorar.
Beijooos
Tekitaaaaa
ResponderExcluirQuero e quero muito. Vi nuns outros blogs falando sobre esse livro e fiquei encantada!
Estou curiosa.
Será que é tipo aquela música "Frosty the Snowman", que com mágica o boneco de neve ganha vida e tals, e aí no verão ele derrete, mas promete para as crianças que vai voltar no Natal que vem?
Kisses, Lud Arantes
Oi, Lud queridaaaaa!
ExcluirÉ, pode-se dizer mais ou menos isso, que é do Frosty. Mas também não é.
Só se você ler que vai descobrir.
:P
Hahaha.
Beijoooos
Oi, Teca!
ResponderExcluirNão fiquei muito interessada nessa história. Estou passando longe de dramas no momento já que estou lotada deles em casa! Hahahahaha
Mas a história parece muito bonita. Imagino o estigma que esse casal foi obrigado a viver quando percebeu que não poderiam ter filhos. Engraçado como as culturas mudam com o passar dos anos, não é mesmo?!
E o nome dela foi a primeira coisa que percebi! Hahahahaha
Eowyn é guerreira! #girlpower
Vou confessar também que morro de vontade de conhecer o Alaska, mas não acredito que conseguiria viver lá com a temperatura baixa o tempo todo. Hahaha
Só os fortes sobrevivem. xD
Bjs
livrosontemhojeesempre.blogspot.com.br
Olá, vc saberia me dizer o nome do conto de fadas que originou o livro?
ResponderExcluirVou procurar p lê-lo...
Camila
Estou lendo e amando tem um pouco de realidade mas tb tem dantasia
ResponderExcluirEstou lendo e amando tem um pouco de realidade mas tb tem dantasia
ResponderExcluiralguém conhece um conto russo que tenha um personagem chamado Dorothy Quaranta? Meu avô dizia que colocou o nome da minha mãe de Doroti por causa dessa personagem...
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