Como li o Maze Runner – Prova de Fogo, de James Dashner em parceria com a Livraria Janina, e logo em seguida assisti a adaptação no cinema, a resenha de hoje é dupla, parte sobre o livro, parte sobre o filme. Vamos começar com a obra original:
Livro:
Esse volume dois começa exatamente onde o primeiro terminou (Comentei sobre ele aqui): Os Clareanos foram resgatados por uma equipe e levados para um local seguro. Bom, pelo menos é o que eles pensam. Em poucas horas tudo desanda. Seus salvadores morrem, Teresa desaparece, outro cara é colocado no lugar dela, Aris, e todos os garotos foram tatuados com mensagens estranhas enquanto dormiam. Desse modo, descobrem que a CRUEL tem mais um teste para eles: Foram infectados com Fulgor, serão soltos no mundo real e terão que chegar a um local determinado em exatamente duas semanas para que aí sim sejam salvos e curados. O problema é que o mundo real basicamente acabou. As explosões solares transformaram vastas regiões em desertos impiedosos, o sol queima de forma absurda e grande parte da população do planeta se tornou Crank, pessoas infectadas pelo vírus Fulgor.
Os rapazes percebem que os desafios do Labirinto foram fichinha perto do que enfrentam dessa vez. Terrores muito piores e mais reais os perseguem o tempo todo e eles precisam confiar em Brenda e Jorge, dois Cranks no estágio inicial da doença, para chegar ao ponto demarcado pela CRUEL.
Mais uma vez James Dashner nos faz ficar sem fôlego. Correria sem fim, tudo sempre dando errado e Thomas precisando inventar um jeito de sobreviver e reencontrar Teresa. Os Verdugos eram dos males os menores perto das criaturas que os Clareanos encontram agora. É um livro com muito mais mortes, violência e tristeza do que o primeiro, deixando bem claro que apesar de ser uma série infanto-juvenil, não é necessariamente para criança.
James Dashner |
O leitor se sente preso nesse universo pavoroso e fica com ainda mais dúvidas sobre os mistérios que rondam a trilogia. Algumas perguntas são respondidas em Prova de Fogo, mas poucas. O autor joga ainda mais suspense e reviravoltas (#TeresaVaca). Em alguns trechos muito malucos tudo o que eu conseguia pensar era “What the hell?”.
Basicamente engoli o livro, precisava saber aonde ele ia chegar. Alguns momentos foram meio chatinhos, principalmente quando Thomas se perde do grupo com Brenda, com quem forma um triângulo amoroso meio bizarro, mas passa rápido e vale muito a pena.
Ainda não li o terceiro, mas imagino que James Dashner tenha sido legal ao responder tudo o que deixou em aberto, senão ficarei muito frustrada. Curiosidade me consome.
Recomendo muito. Compre a trilogia Maze Runner aqui na Livraria Janina.
A adaptação do diretor Wes Ball é boa. É muito muito boa. É completamente diferente do livro, mas não me incomodou muito porque tenho bem claro que linguagem de cinema é diferente de linguagem de livro. E o roteiro no qual ele se baseou funcionou muito bem.
Prova de Fogo começa exatamente onde acabou o primeiro (Comentei o filme aqui) e onde o livro dois tem início: os rapazes sendo resgatados e levados para um local seguro, mas a partir daí fica diferente. É uma fortaleza contra o terrível mundo exterior. Mas logo Thomas (Dylan O’Brien) desconfia que algo não está certo, que eles continuam nas mãos da CRUEL. Com um pouco de investigação com a ajuda de Aris (Jacob Lofland), rapaz resgatado de outro Labirinto, ele descobre que a CRUEL irá fazer experimentos com todos eles. E junto com seus amigos dá um jeito de fugir.
Quando chegam ao mundo real, com deserto, Cranks, explosões solares e muita devastação, Thomas e seu grupo precisa encontrar o Braço Direito, uma espécie de exército rebelde que luta contra a CRUEL e salva os jovens dos Labirintos. Com a ajuda de Jorge (Giancarlo Esposito) e Brenda (Rosa Salazar), dois remanescentes da humanidade ainda não infectada, os Clareanos enfrentam perigos muito piores do que os do Labirinto um dia foram.
Como vocês podem ver, é basicamente outra história que a do livro, mas com alguns pontos em comum. Começou igual, só que foram por caminhos diferentes. Acreditei que o desfecho seria o mesmo, o que não aconteceu nem de longe. Senti o tempo todo que estava assistindo um filme que não li o livro, então os fatos e as reviravoltas me deixaram surpresa.
Vou confessar algo que quase nenhum leitor amante de livros faz: Acho que gostei mais da história do filme. Foi mais esclarecedora e mais crível, apesar de que o ponto chave, que era que eles tinham mais uma prova a realizar, ficou de fora.
Os cenários e os efeitos especiais ficaram muito bem feitos, as cenas de ação são de tirar o fôlego, as atuações são boas (Nada de Oscar, mas enfim) e a direção fez um trabalho excelente. Alguns personagens ficaram meio apagados, como Newt (Thomas Brodie-Sangster), Minho (Ki Hong Lee) e Teresa (Kaya Scodelario), mas acredito que no terceiro serão mais importantes.
Me disseram que misturaram muitos fatos do livro 3, Cura Mortal, e que outras inventaram. Vou ler o livro em breve e aí conto para vocês. Agora é esperar o último filme, que será só em 2017. :(
Recomendo muito.
Teca Machado