O futebol americano está ganhando terreno no Brasil. Mas, ainda assim, por mais que conhecemos Tom Brady (Suspiros *.*) e um ou outro time, as jogadas, os passes e as estratégias são um mistério para a maioria. Mas isso não impede que gostemos do livro Primeiro e Único, de Emily Giffin, da Editora Novo Conceito, que tem o esporte como pano de fundo para um romance.
Livro cedido pela Editora Novo Conceito |
Shea Rigsby tem 33 anos e uma vida confortável. Tem o mesmo trabalho na universidade desde que terminou seus estudos, um namorado razoável e nunca realizou nada de muito grandioso, a não ser decorar tudo o que for possível sobre futebol americano. Desde pequena ela é uma entusiasta do esporte e sabe de cor nome de jogadores e treinadores, estatísticas, campeonatos, vencedores, perdedores, placares e táticas. Além disso, o pai da sua melhor amiga Lucy é o treinador do time universitário da sua faculdade. Ele é um ídolo para ela e sempre foi a sua paixão platônica.
Quando a mãe de Lucy morre, o que desestabiliza tanto a família quanto o time de futebol americano da faculdade, Shea ao mesmo tempo que tenta dar apoio à amiga e ao treinador, percebe que é hora de sair da sua zona de conforto e ganhar o mundo. Mas esse novo estilo de vida a faz descobrir novos fatos e verdades sobre si mesma, sobre as pessoas que ama, sobre o seu esporte amado e sobre a sua própria família. E aprende que quando você sai da segurança da vida confortável e atinge novos patamares, é quase impossível voltar ao que era antes.
Emily Giffin toda linda |
O romance de Primeiro e Único é um pouco diferente do que estamos acostumados. Não é nada bombástico ou inovador, mas não é uma típica história de amor adolescente como a maior parte dos livros. É sobre um relacionamento muito mais maduro e que floresce com o tempo, não numa paixão avassaladora à primeira vista. É doce e vai crescendo e o leitor se apaixona ao mesmo tempo que Shea quando temos um vislumbre maior da situação.
Em alguns momentos a autora exagera na quantidade de termos de futebol americano. Parágrafos inteiros com o nome de passes, campeonatos e regras da NCAA (Tipo a CBF para a gente) que nós não temos a mínima ideia do que ela está falando. Tenho certeza que para os entusiastas do esporte isso é o máximo, mas para mim, uma leiga que tem pouca noção, ficou um pouco difícil de imaginar certas cenas em jogos. Mas não tem problema, o esporte é muito importante na obra, mas entende-lo não é tão necessário para apreciar o livro.
E dá para apreciar bastante. Emily Giffin tem uma escrita fluida e dinâmica, sem muita enrolação, mas ao mesmo tempo introspectiva e sensível, como vemos em outros livros da autora. Ela aborda alguns temas polêmicos, como violência doméstica, mas não aprofunda muito. Mesmo assim, vemos a dor e a tristeza das mulheres que passam por isso.
Gostei de Shea, principalmente quando ela toma as rédeas da sua vida. Já a Lucy eu achei uma vaca, haha. Não sei como a Shea consegue gostar dela, já que é manipuladora, egoísta e centralizadora #prontofalei. O treinador Carr é uma gracinha, assim como outros personagens.
Primeiro e Único não é o meu preferido de Emily Giffin, mas ainda assim tem um lugar reservado no meu coração literário.
Recomendo.
Teca Machado