Vingança Mortal – Livro nacional de suspense

Nesse universo bloguístico de vez em quando nos deparamos com pessoas incríveis que se não fosse por essa ferramenta de comunicação dificilmente íamos encontrar por aí por causa das distâncias físicas. Conheci muita, mas muita gente bacana na peregrinação por posts, comentários e autores. Uma delas foi a Raquel Machado, escritora, que fez comigo uma troca de livros. Me enviou o seu Vingança Mortal e eu mandei o meu I Love New York. Enquanto o meu é um chick lit açucarado, o dela é um suspense que envolve traição, mistério, mortes, suspeitas e até mesmo tráfico de drogas.

A cada livro nacional que leio, acredito ainda mais no poder e na qualidade da literatura brasileira. Temos alguns autores incríveis por aqui que não ganham espaço em editoras e nem nos grandes meios, mas que merecem destaque e muita divulgação. Quem fala que no país não tem literatura de qualidade é porque nunca nem se dignificou a ler. Simples assim.

Em Vingança Mortal, Brenda volta à cidade natal depois que Nicole, a melhor amiga da época de escola, morre em um acidente de carro. Por mais que tenham perdido contato ao longo dos anos, Brenda ainda sente um carinho muito grande por ela, tanto que fica preocupada ao constatar no velório que o corpo de Nicole parece ter sido vítima de facadas, não apenas de uma batida de automóvel.

Raquel Machado

Ao voltar para casa, muitas perguntas ainda rondam a mente de Brenda, por isso começa a investigar o caso por conta própria. Cada vez mais pistas aparecem e todas envolvem seu grupo de amigos daqueles anos escolares. Isso leva a protagonista a voltar às suas origens para descobrir que ninguém é o que parece e que as pessoas mudam, que tomam rumos completamente diferentes do que aqueles que pareciam o caminho quando eram apenas adolescentes.

Raquel Machado vai te envolvendo na trama e, quando você percebe, o livro acabou. Eu mesma li em apenas uma tarde. Além de estar concentrada na história, ele é bem curtinho, com 100 e poucas páginas. Isso é bom no sentido de que a autora não enrola, vai dando as informações para o leitor e ele tenta montar o quebra-cabeça junto com Brenda. 

Na maior parte do tempo, Vingança Mortal é narrado em primeira pessoa por Brenda e é cheio de flashbacks da adolescência do grupo de amigos. Mas alguns capítulos são escritos em terceira pessoa, mostrando fatos em locais que Brenda não tem acesso e com personagens que estão fora do seu alcance.

O desfecho é corrido e nenhum pouco previsível, fora que a autora não tem medo de matar seus personagens (Eu super tenho medo de matar os meus. Sou sensível, afinal, eles são meus filhos! Haha). Eu até desconfiei de quem era a autoria de tanta coisa ruim acontecendo, mas não tinha certeza.

Raquel, obrigada por me propiciar a leitura de um livro tão bom e de um dos gêneros que eu mais gosto.

Recomendo.

Teca Machado