A Fúria dos Reis – Livro 2 das Crônicas de Gelo e Fogo

Mais uma vez enfrentei as mais de mil páginas que o sr. George R. R. Martin preparou para nós e li o segundo livro da série As Crônicas de Gelo e Fogo (Mais conhecidas como Game of Thrones): A Fúria dos Reis. Assim que terminei o primeiro volume, vi a primeira temporada da série. E o que pude perceber é que foi muito fiel ao livro e foi delicioso entrar em Westeros. Terminei de assistir e me aventurei no segundo livro. Foram duas semanas muito intensas. Já acabei a leitura há uns dias e ainda não consegui voltar ao mundo real.

A Fúria dos Reis continua com três tramas e começa exatamente onde o primeiro livro, A Guerra dos Tronos (Comentei aqui), acabou. O reino de Westeros está em frangalhos. Com a morte do Rei Robert e a guerra se instalando, há agora quatro homens lutando pelo trono, além do Rei Joffrey, já coroado, e de Daenerys, legítima herdeira do trono e única sobrevivente da antiga linhagem de dragões Targaryen, que está em outro continente tentando chegar aos Sete Reinos.

Ao mesmo tempo que a guerra corre solta, parece que os céus e a natureza também estão se manifestando. Apareceu um cometa vermelho, visível por todo o planeta, que para uns é sinal de mal presságio, para outros de bons. E o longo Verão finalmente acabou. Foi decretado oficialmente o Outono. No fim das contas, os Starks tinham razão: O Inverno está chegando.

Na terceira trama paralela das Crônicas de Gelo e Fogo, os homens da Muralha estão cada vez mais preocupados. Há patrulheiros perdidos e os selvagens ao norte da Muralha fugiram de suas aldeias. Há algo de místico e terrível no ar, forças estranhas se levantando. Se os irmãos de negro que protegem o reino não se mobilizarem, em pouco tempo dificilmente terá um reino para ser protegido.

George R. R. Martin, o assassino de personagens

George R. R. Martin nos dá mais um livro cheio de reviravoltas, traições, mortes e muito mais guerras. Difícil para esse meu coração que se apega não sofrer com os personagens morrendo o tempo todo, mas dessa vez eu estava um pouco mais preparada, fora que os falecimentos não foram tão bombásticos quanto no primeiro livro. Ufa.

Alguns personagens que eu odiava não odeio mais, caso da Sansa Stark. Já outros que eu odiava comecei a odiar com mais força ainda, como o Rei Joffrey, argh, e o Theon Greyjoy. Outros ainda moram no meu coração, sejam ruins ou sejam bons, como a Rainha Cersei, Tyrion, Daenerys, Robb, Arya e Bran. E há os novos que passei a amar, como Torta Quente e Gendry. É impressionante como o autor consegue criar tantos personagens tão complexos, cheios de nuances, características e histórias distintas, não deixar furos no enredo e ainda nos fazer apaixonar (ou odiar) todos. Ele consegue escrever sobre uma menina de 9 anos capturada  na guerra e também sobre um anão que tenta liderar o reino. É ou não é para bater palmas para um escritor desses?

As últimas 200 páginas foram basicamente só cenas de batalha. Foi um pedaço cansativo, mas deu de ler. Achei interessante que apesar do livro inteiro estar passando por uma guerra, apenas no final estivemos em batalha com os personagens. Mesmo assim, durante todo o resto da leitura o conflito esteve presente, sabíamos que havia batalha o tempo todo em todo lugar, mas não precisamos ler detalhadamente sobre isso para entender sua extensão.

A Fúria dos Reis tem muito mais de estratégias políticas e de guerra do que o anterior, além de mais traições e perda da inocência. É preciso estar atento para entender tudo.

Um livro que iguala em qualidade, enredo, personagens e história ao A Guerra dos Tronos. Agora é criar coragem para ler o próximo volume, A Tormenta das Espadas, o maior de todos da série. Enquanto isso, vou assistir a segunda temporada.

Recomendo muito.

Teca Machado

P.S.: Se você não leu o primeiro livro ou não viu a primeira temporada, não leia o que eu vou escrever a seguir:

Podem falar o que quiserem, mas eu ainda acho que o Ned não morreu.