Estava empolgadíssima para assistir Caminhos da Floresta. Tinha todos os ingredientes que me fazem morrer de amor: Disney, Meryl Streep, Johnny Depp, musical, contos de fadas, elenco de peso e o gostoso gato Chris Pine. Empolgadíssima, assisti nesse final de semana e fiquei decepcionada. Não é ruim, mas também não é tão bom. Segundo o Felipe, meu companheiro eterno de filmes no cinema e no Popcorn Time, ele adorou o final. “Principalmente porque acabou”, completou logo em seguida a frase.
A verdade é que Caminhos da Floresta, do diretor Rob Marshall, poderia ter terminado na metade. O roteiro segue aquele fim iminente, quando tudo se resolve e, por ser contos de fadas, caminha para o “e viveram felizes para sempre”. Mas em seguida tudo se embanana de novo e o filme começa mais uma vez em um ato quase separado do primeiro, parecendo até basicamente outro filme que foi colado ali. E é nesse momento que tudo se perde.
A trama central de Caminhos da Floresta tem o padeiro (James Corden) e sua esposa (Emily Blunt), que desejam desesperadamente ter um filho. Descobrem que o motivo para a infertilidade é uma maldição da Bruxa (Meryl Streep). O pai do padeiro, quando teve a esposa grávida da primeira filha, roubou verduras do seu jardim, por isso a Bruxa roubou o bebê, no caso a Rapunzel (Mackenzie Mauzy), e jogou um feitiço em todos os seus descendentes.
A esposa do padeiro e o padeiro |
Bruxa |
Para desfazer essa trágica maldição, o padeiro e sua esposa devem pegar quatro itens para a Bruxa: Uma capa vermelha como sangue, um sapato puro como ouro, uma vaca branca como o leite e um cabelo dourado como milho. “Invadindo” a história da Chapeuzinho Vermelho (Lila Crawford), da Cinderela (Anna Kendrick - no caso o seu sapatinho é de ouro, não de cristal), de João e o Pé de Feijão (Daniel Huttlestone) e da Rapunzel, o casal basicamente perde os escrúpulos no desejo de realizar seus sonhos.
Enquanto o casal sai em busca dos objetos, os outros contos de fadas acontecem paralelamente, com a Cinderela fugindo de um príncipe gato, mas muito cafajeste (Chris Pine), o lobo (Johnny Depp) engolindo a Chapeuzinho, a Rapunzel se apaixonando pelo seu príncipe (Billy Magnussen) e João subindo o pé de feijão até o céu dos gigantes.
Cinderela |
Lobo mau, ui! Hahaha |
Chapeuzinho Vermelho |
João do pé de feijão |
Um dos maiores problemas de O Caminho das Florestas é que o roteiro parece certas vezes preguiçoso, já que muitas coisas ficam sem explicação. O fim da Bruxa é um exemplo. Por que aquilo aconteceu e qual foi o sentido? E também por que a Cinderela foge todo dia a meia-noite sendo que dessa vez ela não tem toque de recolher e a festa dura três dias?
Vai aí um pequeno spoiler que precisa ser comentado: Um personagem após uma traição conjugal cai de um penhasco. Sim, senhoras e senhores, a morte vem para os infiéis, tomem cuidado! Fora que para os mocinhos não tem problema nenhum matar o suposto vilão, que apenas estava desnorteado após ter sido saqueado três vezes e ter seu marido morto por um dos bonzinhos. Está tudo errado e não é pelo fato de ser uma releitura mais sombria das histórias da Disney baseadas nos Irmãos Grimm. É porque muito não faz sentido mesmo.
Mas não podemos reclamar do elenco. Temos nomes de peso que são incríveis. Meryl Streep, Johnny Depp, Emily Blunt, Anna Kendrick, Chris Pine, Christine Baranski e outros. E mesmo que muitos deles apareçam pouco transformam a cena. Meryl Streep é maravilhosa sempre, mas não acho que merecia uma indicação ao Oscar por Caminhos da Floresta.
Disney é Disney e não podemos esperar pouco da produção no quesito técnica. O cenário e os efeitos visuais são lindíssimos, etéreos, mas sombrios, assim como o figurino. Uma das melhores sequências é quando os dois príncipes competem entre si para saber quem é mais apaixonado no melhor número musical do filme em uma cachoeira de encher os olhos.
Por falar nas músicas: Chatas. Agony, dos príncipes, e Into The Woods, número de abertura, são maravilhosas, mas as outras são todas iguais e cansam o espectador. Talvez por ter sido baseado num musical de 1987, com o mesmo nome, a direção não tenha sabido passar a história dos palcos para as telas. Só sei que não combinou.
A melhor e mais verdadeira frase do filme:
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Recomento um pouco, só para você ver o visual do filme e o Chris Pine, haha.
Teca Machado