Você gosta de séries sobre advogados, com personagens interessantes, assuntos atuais, atores sensacionais, roteiro inteligente e que sabe se reinventar? Então a série The Good Wife é perfeita para você. Posso dizer que desde que vi o trailer sobre a série, antes de estrear, a premissa já me cativou.
Em 2009 nos Estados Unidos, a “boa esposa” Alicia Florrick (Julianna Margulies, de Plantão Médico) volta a trabalhar depois de 15 anos vivendo a rotina de dona de casa. O retorno se dá menos por uma necessidade profissional e mais porque seu mundo está acabando: Peter Florrick (Chris Noth, o Mr. Big de Sex and the City), seu marido, é pego com prostitutas e acaba sendo destituído do cargo de promotor geral do estado de Illinois e preso por corrupção. Will Garner (Josh Charles, de Sports Night), colega de faculdade de Alicia (e um certo tipo de ex-namorado, digamos assim), contrata Alicia para trabalhar em sua firma Lockhart & Garner, mesmo quando ninguém quer contratar uma advogada após ficar parada por 12 anos. Nasce assim uma advogada e uma das séries dramáticas mais bem pensadas desta década.
Motivo 1
Não se deixe enganar pelo nome. Muita gente estranha o fato de uma série jurídica se chamar "A Boa Esposa". De fato, os criadores já falaram que o nome não faz jus a temática da série, mas como o próprio slogan do pôster acima diz: "Não deixe o nome te enganar". The Good Wife é um dos melhores seriados jurídicos já realizados. E o melhor da atualidade.
Tanto que a série é conhecida por abordar temas que refletem acontecimentos reais, como: escândalos sexuais na política americana, protestos durante o encontro da OTAN em Chicago, trotes de calouros, casamento civil de pessoas do mesmo sexo, caso de estupro de Steubenville, Bitcoin, o grupo Anonymous e vigilância exercida pelo governo norte americano e a privacidade dos usuários. Em determinado momento do seriado a firma de advocacia de Alicia, está sendo monitorada diretamente pela NSA.
Motivo 2
Alicia Florrick (interpretada pela Julianna) é realmente um show como protagonista. Julianna tem talento o suficiente pra tornar a história sofrida da protagonista em algo envolvente, sem cometer exageros ou tornar a personagem uma chata de galocha. Pelo contrário, a atriz confere um carisma mais do que necessário à personagem, o que é importante pra você se importar com tudo o que ocorre em volta dela. Não é a toa que a atriz já ganhou trocentos prêmios de melhor atriz em série dramática!
Talvez os anos estrelando o seriado médico E.R. tenham ensinado Julianna a comandar uma série. Mas o fato é que ela consegue carregar o programa nas costas. E olha que nem precisa, pois os parceiros de cena são igualmente talentosos. Ao longo do tempo vemos o crescimento da protagonista e como ela sai do papel de boa esposa para finalmente se tornar uma mulher independente e que toma as rédeas de seu futuro.
Motivo 3
Seu enredo e criadores. The Good Wife foi criada por Michelle e Robert King e possui o tradicional formato de 20 a 24 episódios por temporada. Eu que assisto diversas séries e posso afirmar que é fácil ver um seriado com mais de 20 episódios por temporada se perder no meio do caminho, adicionando vários capítulos que apenas servem para preencher espaço (os conhecidos fillers) entre uma coisa ou outra mais interessante e raramente adicionam algo de valor para o enredo.
Apesar da série possuir casos da semana por episódios, ela também desenvolve um enredo maior. É uma série que faz jus ao seu próprio roteiro e não inventa coisas do nada. Ela também não cria situações fantásticas ou aparece com personagens ridículos. Tudo é muito bem construído e acho que é por isso que eu digo que até um episódio mais ou menos de TGW, é muito melhor do que uma temporada inteira de alguma outra série. Sem falar que na 5 temporada, há reviravoltas que mudam a série, e demonstram toda a coragem dos criadores para reinventar uma série veterana.
É preciso muita maestria para que um seriado continue surpreendendo seus telespectadores ao longo de várias temporadas.
Motivo 4
Os personagens coadjuvantes se destacam. Um protagonista interessante é essencial pra um seriado decolar, mas nenhuma série é feita de uma só personagem. É necessário ter personagens que ajudem a elevar o nível das histórias e The Good Wife tem isso de sobra. A começar pelos sócios majoritários do escritório, Will Gardner e Diane Lockhart. O primeiro é um advogado ousado e normalmente tem as melhores cenas nos tribunais. Sem contar que Will funciona como um potencial caso amoroso pra protagonista, que vive um casamento em crise. Já Diane, vivida pela atriz veterana Christine Baranski, sempre brilha nas histórias que envolvem crises internas no espaço de trabalho.
Na lista dos personagens notáveis, ainda temos, obviamente, o marido da boa esposa, Peter Florrick, que eu adoro odiar, Kalinda Sharma (Archie Panjabi), a enigmática investigadora particular do escritório, responsável em desvendar fatos importantes e que possam ser usados no tribunal; e Eli Gold (Alan Cumming), um marqueteiro político que surge no decorrer da série e fica responsável em reerguer a carreira política de Peter Florrick (AMOO). E o detalhe é que TWG tem o mérito de desenvolver os personagens e aprofundar seus conflitos sem apelar para fórmulas rasas ou soluções fáceis.
Motivo 5
Uma coisa admirável na série é a humanidade de cada personagem. Não existe o bom e o mau. A série passa longe de ser maniqueísta. Existem pessoas que acertam e que falham, que agem de acordo com seus interesses ou simplesmente te chocam ao mudar qualquer expectativa sobre isso, trabalhando pelo bem comum.
Motivo 6
The Good Wife é marcada também por participações especiais. Vários atores interpretam personagens que aparecem várias vezes na série, como juízes, advogados, consultores, clientes sempre com novos casos e plots. Alguns convidados incluem: Michael J. Fox, Matthew Perry, Mammie Gummer, John Benjamin Hickey, Amanda Peet, Joe Morton, Kate Burton e muito mais.
Os juízes são um caso a parte, você vai rir, chorar, morrer de raiva deles. Sim! Até eles tem marca registrada, jargões e manias. Durante as temporadas você conhecerá vários e até terá algum favorito! Ah, além também de aprender algumas frases super engraçadas, do tipo "In My Opinion" (quem já assistiu sabe do que estou falando).
E claro uma das minhas personagens favoritas: Elsbeth Tascioni (Carrie Preston). Uma advogada que claramente tem um parafuso a menos, mas conquista a todos com sua inteligência, audácia e coragem. Sempre que ela aparece é motivo de alegria e altas risadas por fãs da série. Foi até considerado um spinoff para ela, mas por enquanto não decolou a ideia! Nesta sexta temporada até ganhamos um episódio em que ‘entramos’ na mente dela e acompanhamos sua linha de raciocínio, o que foi hilário!!
Motivo 7
Escândalos e polêmicas. Polêmica é o que não falta nessa série. Peter Florrick, marido de Alicia Florrick é acusado de traí-la com prostitutas além de estar envolvido em esquemas de corrupção política. Mas esse é só o começo da história e dos escândalos que a rodeia. Saiba desde já que muitos podres virão e serão expostos na série
Se você gostou faça sua maratona The Good Wife, que esta atualmente em sua 6 temporada!
Larissa Klein
Uma maníaca por seriados, acompanha mais de 40 durante o ano, apaixonada por futebol e pelo meu time de coração Palmeiras. Cinéfila de carteirinha, devoradora de livros (na maioria infato-juvenil) nas horas vagas e jornalista. Ler, assistir e escrever é comigo!