Tem alguns filmes que quando terminam eu penso “Realmente, o roteirista deve ter fumado um enquanto escrevia”. Pensei isso de Lucy, do diretor Luc Besson, que também foi o responsável pelo roteiro. A produção é muito boa, gostei do filme, mas não deixa de ser muito maluco. Muito.
Lucy (Scarlett Johansson), uma garota relativamente comum e medrosa, sem querer se vê no meio de uma transação de drogas em Taiwan. Ela deveria apenas fazer a entrega de uns documentos e, quando percebe, virou uma “mula” para traficar a CPH4, uma nova droga que promete ser uma sensação na Europa. Sem seu consentimento, os traficantes alojam o carregamento no estômago de Lucy. Mas ele se rompe e o efeito da grande quantidade da substância é fazer com que o cérebro dela passe a funcionar além da capacidade de 10%, que é a do ser humano, e ela se torne implacável e inteligentíssima.
Por meio de letreiros, o público vai percebendo a capacidade cerebral de Lucy subir pouco a pouco. E não só isso mostra a inteligência dela se multiplicando, mas também a excelente atuação de Scarlett Johansson, que vai ficando cada vez mais desprovida de emoções humanas e robótica. Outro ponto que ajuda a ver isso são as palestras do professor Morgan (Morgan AWESOME Freeman), um especialista do cérebro que faz conjecturas sobre o que seríamos capazes de fazer utilizando todo nosso intelecto. Lucy o procura para dizer como é ultrapassar os 10% e ser seu objeto de estudo.
Com a capacidade já aumentada |
Já que vai morrer mesmo devido a overdose de CPH4, antes disso Lucy quer alcançar 100% da sua capacidade. Então vai atrás das outras três mulas que carregavam a droga para ingerir mais. Só que Mr. Jang (Min-sik Choi), o traficante malvadasso, quer pegá-la.
Luc Besson é conhecido pelos espetáculos visuais que gosta de dar. As cenas multicoloridas e alienígenas do maravilhoso O Quinto Elemento são prova disso. Com Lucy ele não faz diferente, como quando a protagonista é capturada pelos traficantes e o diretor faz comparações com a cadeia alimentar na savana africana. Há muitos closes em Scarlett Johansson (Gente, ela tem bigode! Eu vi, eu vi!), que dão um clima mais intimista à personagem quase robotizada.
Ela, seu cérebro 100% e um bando de homens com medo |
Algo interessante do filme é que Besson faz constantemente por meio de imagens e diálogos um paralelo com a primeira mulher conhecida da humanidade, um australopiteco que foi batizado pelos cientistas de Lucy.
Como o funcionamento do cérebro é algo que os cientistas apenas especulam e Lucy mostra, a produção talvez se encaixe mais em ficção-científica do que ação, apesar de várias cenas de luta e correria. Quando Lucy dirige em altíssima velocidade por Paris, aposto que os personagens de Velozes e Furiosos ficam com inveja. Como eu disse lá no primeiro parágrafo: o filme é extremamente viajado.
Professor Morgan e Lucy |
Lucy é meio que aquele tipo ou ame ou odeie por fugir do estereótipo de filme comercial. O final pode deixar o público mais desavisado com cara de “Anh?” e inevitavelmente nos faz pensar na seguinte questão: O ser humano realmente está preparado para receber tanto conhecimento ou é algo que pode deixa-lo louco?
Recomendo.
Teca Machado
Eu também vi o bigode!! hahaha Filme realmente viajado, mas legal!
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