Quem é melhor, macacos ou humanos? - Planeta dos Macacos: O Confronto


Andy Serkis é um macaco melhor do que muitos de verdade que eu já vi por aí. O ator tem se tornado um especialista em papeis em que seus movimentos são capturados pela câmera e a sua aparência digitalizada. Vocês se lembram do Gollum/Smeagol? Pois é, era ele. E ele interpreta com maestria o macaco Caesar, nos novos filmes da série Planeta dos Macacos. Ontem assisti o 2º filme, Planeta dos Macacos: O Confronto, do diretor Matt Reeves, e fiquei impressionada. Aquela frase do “Somos todos macacos” nunca fez tanto sentido, porque Serkis é realmente um símio.


Planeta dos Macacos: O Confronto conseguiu algo muito difícil - superar o primeiro filme, isso demorando 20 minutos de filme para o primeiro diálogo falado (Até esse momento, só mostra os macacos e eles se comunicam por sinais). O anterior, de 2011, tem James Franco no elenco e é excelente, mas essa continuação é ainda melhor. Menos triste e mais violenta, tem um roteiro bem amarrado, a tensão paira o tempo todo.

Andy e seu Caesar

A produção já começa tensa. A primeira sequência tem vários telejornais mostrando a evolução do que foi chamada Gripe Símia, uma doença que surgiu nos laboratórios do primeiro filme e assolou a humanidade, matando quase todo mundo. E, não sei vocês, mas eu fiquei pensando em como o nosso modelo de sociedade é frágil, podendo ruir a qualquer momento.

Depois que o vírus perdeu a força, a humanidade tenta se reorganizar. Caesar (Serkis) e alguns macacos que fugiram dos laboratórios também, vivendo numa sociedade extremamente bem organizada, quase humana. Enquanto pessoas estão em São Francisco, os macacos ficam nas florestas da região. As duas espécies isoladas, uma sem contato com a outra. Até que humanos tentam reativar uma usina elétrica, que fica na região dos símios, e todos se encontram. Começa então o embate.

Caesar, Koba e Malcolm

Caesar foi criado por humanos bondosos e aprendeu a amar e a respeitar a nossa raça, por isso deixa os humanos trabalharem lá. Já Koba (Toby Kebell), um macaco de laboratório que sofreu maus tratos e é seu braço direito, não concorda. E o mesmo tipo de conflito interno acontece com os humanos. Malcolm (Jason Clarke) deseja colaborar em conjunto com os macacos, pois percebeu que Caesar não é apenas um animal e é justo, mas Dreyfus (Gary Oldman), líder da comunidade em São Francisco, não pensa assim. Batalhas internas e externas culminam num confronto digno de filmes de guerra.

Longe de colocar uma espécie como vilã e outra como mocinha, os roteiristas souberam mostrar o que há de melhor e pior em cada uma delas e mostrar suas particularidades (E similaridades). Quis socar a cara de alguns macacos! Assim como de alguns humanos, é claro.

O confronto

Mas mais do que as atuações incríveis dos atores que fizeram os macacos e a história bem amarrada, o filme tem o seu trunfo na qualidade técnica e de efeitos especiais. GENTE DO CÉU! É tão bem feito que você tem certeza que está vendo macacos interpretando, não computação digital. O nível de detalhes é algo nunca antes visto num filme. Tudo é capturado pelas câmeras, as expressões faciais dos primatas, as suas rugas, os olhos que dizem mais do que qualquer coisa. Incrível é a melhor palavra para usar aqui.

Agora é esperar o desfecho dessa trilogia (Antes do filme de 2011, na década de 1960 e 1970 foram feitas cinco produções, baseadas no livro homônimo de Pierre Boulle, que acontecem depois da cronologia desses atuais). Se do 1º para o 2º foi esse upgrade, a expectativa para o 3º cresce.

E, Academia, por favor, dá um Oscar para o Andy Serkis. Ele merece, viu?

Recomendo muito.

Teca Machado

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