Convergente – O fim insano de Divergente
Enrolei, enrolei e enrolei mais um pouco porque não queria ficar órfã da trilogia Divergente, da Veronica Roth. Mas cheguei num ponto que não aguentei mais esperar para ler o último livro da série, Convergente, que peguei em parceria com a Livraria Janina. Terminei ontem às 2h da manhã e foi tão surpreendente que eu até demorei a dormir depois.
Se você não leu as duas primeiras obras, por favor, PARE DE LER ESSE POST AGORA. Bom, se você continuou, é por sua conta em risco. Mas, não se preocupe, não vou contar o que acontece no Convergente, é só a sinopse mesmo, sem spoilers, prometo.
Em Convergente, os sem facção tomam o poder em Chicago. Liderados por Evelyn Eaton, mãe de Quatro/Tobias, os cidadãos foram proibidos de continuar em suas facções e de sair da cidade em busca do que há do lado de fora da cerca, mesmo depois que o vídeo de Edith Prior dizer que eles precisam ir em busca do mundo exterior. Mas é óbvio que Tris, Tobias e companhia vão fazer exatamente isso, ir para além dos limites permitidos para descobrir a verdade. Eles e mais alguns rebeldes formam um grupo chamado Leais.
O problema é que a verdade é algo que eles nunca poderiam imaginar (Muito menos nós, leitores). E aceitar a nova realidade pode ser muito mais difícil do que eles acharam um dia ser possível. Do lado de fora reina um governo tão preconceituoso, poderoso e manipulador quanto dentro de Chicago, por isso eles precisam mais uma vez lutar contra tudo e todos.
Convergente, assim como Garota Exemplar (Comentei aqui), me deu sentimentos ambíguos e é difícil falar muito sem contar trechos importantes. Amei, mas também fiquei com um pé atrás em relação ao final. Veronica Roth traz reviravoltas tão grandes que fazem com que tudo o que foi dito e feito nos dois livros anteriores seja uma espécie de grande farsa. O rumo dos acontecimentos é completamente diferente. Disso eu gostei, achei inteligente da parte da autora.
Veronica Roth, que cortou o cabelo agora
O que digo que fiquei com um pé atrás foi em relação ao desfecho de alguns personagens principais, que realmente choca o leitor e o pega completamente desavisado. Eu mesma fiquei em choque. Faltando 50 páginas para terminar, em plena madrugada, ficava mandando mensagem para amigas que estavam dormindo para poder desabafar sobre o que estava lendo. Achei injusto e cruel da parte de Roth, que parece não ter apego nenhum às "pessoas" que cria em seus livros.
Diferente de Divergente (Aqui) e Insurgente (Aqui), que são narrados apenas por Tris, Convergente é dividido entre o olhar de Tobias/Quatro e da protagonista. Muita gente ficou com raiva de Tobias por causa de algumas das suas atitudes e da sua dificuldade em lidar com a nova realidade, mas eu gostei. Achei interessante a autora mostrar a sua mente e o seu lado mais humano. Compreendemos que apesar do exterior durão, corajoso, estrategista e um tanto selvagem, ele é de verdade, com medos, inseguranças, ataques de pânico e, além de tudo, é alguém que erra e tem defeitos. No início foi estranho ver por "dentro" dele, parecia até outra pessoa, mas você vai se acostumando. Tris continua a mesma: impulsiva, corajosa, esquentadinha e sempre pronta para se sacrificar pelos outros. Adoro o fato de ela ser uma heroína longe de ser perfeitinha e cheia de mimimis típicos de donzelas em perigo. Perigo é para quem se mete em seu caminho quando ela tem um objetivo em mente.
Como sempre acontece com os livros da trilogia, a leitura voa. Letras grandes, gramática fácil e tranquila e história completamente envolvente, você gostando do desfecho ou não. Veronica Roth amarrou todas as pontas e deu um final para tudo e todos, deixando assim o leitor com a sensação de dever cumprido e de fechamento.
Recomendo muito (Apesar da minha revolta ainda latente, haha).
Ficou curioso? Tem aqui na Livraria Janina.
Teca Machado
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