Fim da Copa na Arena Pantanal: Um balanço do que teve


A Copa acabou. Pelo menos para mim no quesito trabalho. Há uns dias falei para vocês aqui sobre o cargo que consegui no Youth Programme do Mc Donald’s na Copa do Mundo na Arena Pantanal, em Cuiabá. Eu era chaperone, uma espécie de babá das crianças que entraram com os jogadores em campo nos jogos daqui, que foram quatro. Ao longo das partidas conheci 88 meninos e meninas, 22 a cada dia, e posso dizer que muitos deles me ensinaram muito e me marcaram de várias maneiras diferentes. Foi uma experiência indescritível e que com certeza nunca vou esquecer.

Teve o Allan, que até virou notícia mundo afora por causa dessa foto:


E ganhou destaque no Fantástico aqui.

Pensa numa criança doce, querida, educada e inteligente. Esse é o Allan, um garotinho que não deixa as circunstâncias impedirem ele de viver e se divertir. No final do dia nos abraçou e disse que tinha sido um dos melhores dias da vida dele. Allan, foi da nossa também, pode ter certeza.

Outro foi o Pedro, um menininho com Síndrome de Down que me lambeu e beijou tanto que baba escorreu do meu rosto enquanto brincava de príncipe acordando a princesa. Tudo bem que ele quase me matou e amassou no processo, mas foi incrível, haha.

A Fernanda foi um docinho. Ela fez uma pulseirinha com o meu nome e me deu, dizendo que era para eu nunca esquecer dela. O Fernando tinha 10 anos e um humor ácido digno de alguém de 20 anos e que me divertiu muito. A Isis me disse que eu era uma das tias mais legais que já tinha conhecido e o Arthur que eu era linda e, apesar de me chamar de senhora, disse que eu era “novinha”, que ele achava que eu não tinha mais do que 18 anos.

22 das nossas 88 crianças

Um pouco dos nossos dias

Aprendi nesses dias também algo que eu já sabia: Que ninguém me obedece, haha. Eu não tenho moral nenhuma com crianças. Isso já acontecia com as minhas sobrinhas, mas foi mais ainda agora. Como eu brinco muito, elas pensam que eu sou da mesma idade que elas. Mas tudo bem, gosto que se divirtam comigo.

Meu vocabulário internacional aumentou muito nesses dias também. Eu e a Bebel, minha prima e colega da trabalho, pegávamos o Google Tradutor para aprender palavras de incentivo e falar para os jogadores de outros países, como “russkiy krasivyy”, que é “russos lindos”. Tenho certeza que nossos gritos ajudaram eles no jogo, apesar de ter ficado no 1 a 1, haha.

Meus colegas de trabalho, Jubs, Bebel, Heitor, Gabriel, Maria Alice, Kim, Felipe e Teresa, foram certeza de risadas a todos os momentos. Tivemos pérolas como: Beber Power Rangers (No caso, Powerade), voluntários do meu coração, debate sobre a beleza do Ronald McDonald, contrabando de água e muffins, “get ready” e “little kiss on the shoulder”, segurar a respiração em certos momentos e muitas outras bobeiras que só quem estava lá vai achar graça. Mas nós achamos, ah, se achamos.


Coleguinhas!

Acreditam que eu aprendi até mais sobre futebol? Pois é! Impedimento não é mais um mistério para a minha pessoa.

Cuiabá e a Arena Pantanal me surpreenderam. A cidade, apesar de todos os problemas estruturais, soube receber bem, se divertir e abraçar todas as culturas. Foi um momento lindo! E, para coroar tudo ainda mais, até o céu colaborou nesse último jogo:

 

Lindão, né?

Esperava um desastre dessa Copa, mas até agora ela tem sido sensacional.

Agora deixa eu ir porque estou simplesmente podre de cansada. Acabei de chegar do jogo Colômbia e Japão (E onde estava a Shakira que todo mundo disse estar aqui na cidade?).

Teca Machado 

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