Aninha,
Nunca tive um coração gelado ou de pedra. Pelo contrário, sempre fui super manteiga derretida. Mas na primeira vez que eu te vi, que te coloquei no colo, a sensação foi que o meu coração tinha virado líquido e estava escorrendo de dentro da minha cavidade torácica e se espalhando por toda a corrente sanguínea. Foi, definitivamente, amor à primeira vista. Foi naquele momento que eu me tornei uma tia.
Você era tão pequenininha, tão indefesa, tão cuti cuti, que tudo o que eu queria fazer era olhar para você. Olhar e te apertar. Olhar e te amassar. Olhar e te espremer. Olhar e te falar o quanto eu te amava enlouquecidamente, por mais que você não fosse minha filha. Mas era como se fosse, já que de qualquer modo era sangue do meu sangue, filha da minha única irmã.
Apesar de já ter tido contato com outras crianças e bebês antes, foi você quem me ensinou várias coisas sobre esses seres minúsculos que dão mais trabalho do que um elefante de toneladas. Aprendi a trocar fraldas (Não que fizesse isso com frequência, me desculpa, haha), a dar comida, a dar banho e a ficar preocupada se algum dia você teria o seu coração partido.
Foi a partir da primeira vez que eu te vi, há exatos seis anos, que eu aprendi a ser menos egoísta. Ainda sou bastante, é claro, mesmo depois da chegada da sua irmãzinha, que me derreteu mais ainda, mas acho que só vou deixar de ser completamente egocêntrica quando eu tiver os meus próprios filhos. De qualquer modo, vocês têm o melhor de mim, a parte que deseja fazer infinitamente feliz as minhas tchutchucas.
Você vai sempre ser o meu primeiro amorzinho, a minha primeira sobrinha. A que me fala “Tia Teca, hoje eu vou dormir com você”, para dali 10 minutos reclamar dizendo que quer a mamãe. A que tem a risada mais gostosa do mundo. A que falava que algodão era “lecal”. A que quando ia fazer Papai do Céu tapava os ouvidos ao invés dos olhos. A que chora quando vê o vídeo de si mesma sendo derrubada pelo vovô e pelo nosso antigo labrador.
A Aninha com cinco anos e a Lelê fazendo três
Aninha, apesar de você já saber ler (Mais ou menos, mas já sabe), esse texto não vai fazer muito sentido para você ainda. Tenho certeza que iria logo de cara me perguntar o que é caixa torácica, por exemplo. Mas, não importa, fica aqui o meu registro para quando você tiver mais do que seis anos e puder entender o tanto que a sua tia é louca por você.
Obrigada por fazer do meu mundo um lugar mais colorido, mais feliz e mais divertido.
Feliz aniversário! Feliz 6 anos!
Beijo,
Tia Teca Machado
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