Uma Manhã Gloriosa – Uma comédia romântica quase não romântica

Desde O Diário de Uma Paixão e Meninas Malvadas, não deixo passar quase nenhum filme da Rachel McAdams. Geralmente gosto muito das produções em que ela atua (A última delas foi o maravilhoso Questão de Tempo – Comentei aqui). Apesar de em 2011, época do lançamento de Uma Manhã Gloriosa, eu ter ficado morrendo de vontade de ter assistido porque ela era a protagonista, no cinema daqui ficou poucos dias em cartaz, aí  tempo passou e acabou que eu esqueci. Na sexta-feira agora, que eu estava morta depois de uma semana insana, tudo o que eu queria era ver um filme legal que não exigisse muito de mim. Achei no Netflix Uma Manhã Gloriosa. Posso dizer que foi uma ótima escolha.

Becky Fuller (McAdams) é uma jornalista entusiasmada que trabalha como produtora num programa matinal de pouca expressão que começa às 4h da manhã. Quando é demitida por questões de corte orçamentário, perde o chão, pois é do tipo workaholic para quem o trabalho é vida. Depois de muito custo, consegue a vaga de produtora executiva do Daybreak, programa nos mesmos moldes numa emissora maior, na cidade de NY.

Becky, a produtora executiva

Parece que a sua vida vai mudar, até que descobre que o Daybreak é o patinho feio da emissora, que está as portas de sair do ar, que produtores executivos ali têm vida curta e que absolutamente ninguém (Bom, talvez 5 ou 6 pessoas do país) assiste. Querendo reverter a situação, ela mostra quem manda e logo no primeiro dia despede o co-apresentador e busca uma opção: a lenda do jornalismo Mike Pomeroy (Harisson Ford), que estava “encostado” na emissora. O problema aí é que ele é um jornalista sério, de matérias de guerra e que não quer se rebaixar a um programa como esse, mas é obrigado. Ranzinza, chato e sem querer agradar ninguém, ele e Collen Peck (Diane Keaton), a outra apresentadora, querem praticamente se matar, enquanto Becky quer matar os dois. Ou a si mesma.

Collen e Mike Pomeroy

Apesar de ser uma comédia romântica, o romance está em segundo, ou até mesmo em terceiro plano, o que o deixa um pouco de fora dos clichês do gênero. Sim, é claro que Becky arruma um namorado bem lindo e bem sucedido que é cobiçado por todas (Patrick Wilson), mas o relacionamento não é a peça central da vida dela: O trabalho é. E o seu trabalho não é fácil, que é levantar a audiência e fazer com que Pomeroy, considerado a 3ª pior pessoa do mundo, colabore com ela. A situação é algo como a Globo obrigar o Cid Moreira a ser co-apresentador da Ana Maria Braga. Dá para entender a revolta do jornalista.

Toda workaholic tem o seu workaholic como par!

Becky é divertida, extremamente otimista e daquelas pessoas que contagiam a todos a sua volta. Simplesmente adorável. Mas ainda assim tem os seus momentos em que demonstra fraqueza, com olhos brilhando prestes a chorar a qualquer segundo quando tudo dá errado. Rachel McAdams foi uma  ótima escolha para o papel.

Harisson Ford e Diane Keaton são ótimos. Perfeitos antagonistas, completamente opostos. Ela feliz, borbulhante, disposta a passar vergonha na TV. Ele mal-humorado, sempre com a voz grave e baixa e as sobrancelhas juntas em sinal de desaprovação. Outro bom ator, apesar de quase desconhecido, é Matt Malloy, no papel do repórter/garoto do tempo Ernie, que é colocado nas situações mais absurdas para conseguir levantar a audiência (Uma espécie de Bola, do Pânico).

Equipe Daybreak

Dirigido por Roger Michell (De Um Lugar Chamado Notting Hill), Uma Manhã Gloriosa é engraçadinho, divertido e com uma boa trilha sonora e fotografia. Constantemente os personagens passeiam pela minha amada Nova York nos pontos famosos.

Uma Manhã Gloriosa virou um livro da autora Diana Peterfreund. Geralmente livros geram filmes, mas foi o contrário, como em A Garota da Capa Vermelha (Que eu incrivelmente ainda não comentei aqui apesar de já ter lido o livro faz tempo). Já quero ler!

Recomendo.

Teca Machado