quinta-feira, 6 de março de 2014

Robocop – O novo Tropa de Elite de José Padilha


Sabe-se lá porque quando era pequena eu e a minha irmã gostávamos do filme Robocop. Violento, satírico e cheio de pancadaria, não era bem um filme para crianças, né? Mas nós assistimos incontáveis vezes. Então foi bem marcante ir justamente com ela ao cinema para assistir a nova versão de Robocop, dirigida pelo brasileiro José Padilha, de Tropa de Elite. Apesar de me lembrar pouquíssimo do original, eu gostei bastante desse atual.


Em 2029 a Omnicorp, empresa bélica americana, tem levado a paz (Se é que pode-se chamar isso de paz) a países de todo o mundo usando drones e robôs policiais ao invés de sacrificar vida de soldados em conflitos. O problema é que a própria população e a constituição dos EUA são contra que esse tipo de armamento seja usado no país. Eles acreditam que um robô não tem a empatia e compaixão de um ser humano, sendo assim, pode cometer erros de julgamento ao atirar, prender e capturar bandidos. Querendo abrir o mercado que seria o maior de todos para a Omnicorp, seu dono Raymond Sellars (Michael Keaton) que misturar máquina e homem para que a aceitação vá às alturas.

Dr. Dennett Norton e Raymond Sellars

Entra em cena o detetive Alex Murphy (Joel Kinnaman). Após ficar ferido em uma emboscada feita por um traficante de drogas de Detroit, o Dr. Dennett Norton (Gary Oldman), cientista da Omnicorp, transforma o que restou do corpo de Alex (O que é pouquíssimo, diga-se de passagem) num robô. Nasce aí a invenção que Sellars tanto queria: Corpo de máquina e cérebro humano.

A primeira vez que ele se vê como máquina

Robocop é um filme que tem muito da identidade de José Padilha. Quando o protagonista começava a correr atrás de bandidos e a atirar, eu quase conseguia escutar ao fundo tocando “Tropa de elite osso duro de roer...”. Opa! Filme errado! Então, as características do diretor são muito nítidas no tipo de sequências e no ritmo das cenas. Definitivamente Padilha não fica devendo em nada a nenhum grande diretor americano já consagrado.

Primeira apresentação à imprensa

O sueco Joel Kinnaman foi uma boa escolha para viver Alex Murphy (Além do fato que ele é bem charmoso, haha). Seu currículo ainda não tem muitas produções conhecidas, só a série The Killing e o filme Millenium: Os Homens Que Não Amavam as Mulheres (Comentei aqui). Foi uma atuação equilibrada, com os níveis de drama e os níveis de violência necessários. Eu acreditei nos sentimentos, nas tristezas e nas amarguras do personagem. Quando a sua mente é “apagada”, vamos dizer assim, o vazio em que os seus olhos se transformam é impressionante. Foi uma ótima surpresa. Fora que não deve ser nada fácil lutar e interpretar com a roupa que o Robocop exige (Li uma matéria que dizia que só na primeira semana de gravação ele emagreceu sete quilos de tanto que suava dentro da armadura durante o verão canadense).

Abbie Cornish e Joel Kinnaman

Do Michael Keaton e do Gary Oldman a gente já podia esperar nada menos do que ótimas atuações, que é o que eles nos entregam. A esposa de Alex foi interpretada por Abbie Cornish e também não deixa nada a desejar. O interessante foi a participação de Samuel L. Jackson. Ele faz Pat Novak, um apresentador de um programa de televisão altamente tendencioso. Foi o ponto de quase humor que o filme precisava.

Quase o uniforme do Bope

Algo que Robocop fez muito bem foi não exagerar no uso de computação gráfica. Tanto que Joel Kinnnaman realmente usava o figurino, diferente do que acontece hoje em dia no cinema (O Homem de Ferro, por exemplo, tem a armadura toda feita de efeitos especiais. O Robert Downey Jr. não veste quase nada nas filmagens). José Padilha criou um universo crível, completamente possível de acontecer daqui 20, 30 anos (Tirando o que sobrou do corpo de Alex poder sobreviver, que foi fantasia demais).

Antes de virar o Robocop

Algumas pessoas estão reclamando que era remake não tem a acidez do original e também não é tão satírico quanto. Mas o cinema dos anos 1980 pedia isso, o cenário atual nem tanto. Robocop tem um roteiro praticamente sem furos, envolve o espectador e tem um ritmo muito bom. Não dá sono, mas também não é aquela correria tão louca que quem assiste fica até ofegante. A história com certeza dá abertura para continuações, o que provavelmente vai acontecer.

Recomendo.

Teca Machado

2 comentários:

  1. Oii amora
    Fui assistir semana passada com uns amigos
    Concordo que em algumas partes principalmente na dos tiroteios eu também me sentia dentro de tropa de elite UISDHAUISDHUAISD José Padilha e o jeito brasileiro de ser.
    Enfim, a única coisa que achei cansativa foi aquele jornal apresentado, poderiam ter feito menos.
    Mas no restante o filme foi legal, eu também sempre fui fã de Robocop na infância kkkk <3
    Ah, quando ele vestiu aquela "armadura" preta eu gritei: "Ué Robocop do BOPE agora?"

    Beijos
    http://lendocomaolly.blogspot.com

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    Respostas
    1. Olly,
      No início eu achei legal o apresentador, na abertura do filme. Depois achei cansativo. Parece que colocaram mais vezes só porque já tinham pago mesmo o Samuel L. Jackson e queriam aproveitar mais ele, haha.
      Quando pintaram da preto a armadura dele, eu adorei! Fiquei cantarolando a música do Tropa de Elite. #alouca (Mas aposto que muita gente fez igual).
      Beijooooo

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