Sabe-se lá porque quando era pequena eu e a minha irmã gostávamos do filme Robocop. Violento, satírico e cheio de pancadaria, não era bem um filme para crianças, né? Mas nós assistimos incontáveis vezes. Então foi bem marcante ir justamente com ela ao cinema para assistir a nova versão de Robocop, dirigida pelo brasileiro José Padilha, de Tropa de Elite. Apesar de me lembrar pouquíssimo do original, eu gostei bastante desse atual.
Em 2029 a Omnicorp, empresa bélica americana, tem levado a paz (Se é que pode-se chamar isso de paz) a países de todo o mundo usando drones e robôs policiais ao invés de sacrificar vida de soldados em conflitos. O problema é que a própria população e a constituição dos EUA são contra que esse tipo de armamento seja usado no país. Eles acreditam que um robô não tem a empatia e compaixão de um ser humano, sendo assim, pode cometer erros de julgamento ao atirar, prender e capturar bandidos. Querendo abrir o mercado que seria o maior de todos para a Omnicorp, seu dono Raymond Sellars (Michael Keaton) que misturar máquina e homem para que a aceitação vá às alturas.
Entra em cena o detetive Alex Murphy (Joel Kinnaman). Após ficar ferido em uma emboscada feita por um traficante de drogas de Detroit, o Dr. Dennett Norton (Gary Oldman), cientista da Omnicorp, transforma o que restou do corpo de Alex (O que é pouquíssimo, diga-se de passagem) num robô. Nasce aí a invenção que Sellars tanto queria: Corpo de máquina e cérebro humano.
A primeira vez que ele se vê como máquina
Robocop é um filme que tem muito da identidade de José Padilha. Quando o protagonista começava a correr atrás de bandidos e a atirar, eu quase conseguia escutar ao fundo tocando “Tropa de elite osso duro de roer...”. Opa! Filme errado! Então, as características do diretor são muito nítidas no tipo de sequências e no ritmo das cenas. Definitivamente Padilha não fica devendo em nada a nenhum grande diretor americano já consagrado.
O sueco Joel Kinnaman foi uma boa escolha para viver Alex Murphy (Além do fato que ele é bem charmoso, haha). Seu currículo ainda não tem muitas produções conhecidas, só a série The Killing e o filme Millenium: Os Homens Que Não Amavam as Mulheres (Comentei aqui). Foi uma atuação equilibrada, com os níveis de drama e os níveis de violência necessários. Eu acreditei nos sentimentos, nas tristezas e nas amarguras do personagem. Quando a sua mente é “apagada”, vamos dizer assim, o vazio em que os seus olhos se transformam é impressionante. Foi uma ótima surpresa. Fora que não deve ser nada fácil lutar e interpretar com a roupa que o Robocop exige (Li uma matéria que dizia que só na primeira semana de gravação ele emagreceu sete quilos de tanto que suava dentro da armadura durante o verão canadense).
Do Michael Keaton e do Gary Oldman a gente já podia esperar nada menos do que ótimas atuações, que é o que eles nos entregam. A esposa de Alex foi interpretada por Abbie Cornish e também não deixa nada a desejar. O interessante foi a participação de Samuel L. Jackson. Ele faz Pat Novak, um apresentador de um programa de televisão altamente tendencioso. Foi o ponto de quase humor que o filme precisava.
Algo que Robocop fez muito bem foi não exagerar no uso de computação gráfica. Tanto que Joel Kinnnaman realmente usava o figurino, diferente do que acontece hoje em dia no cinema (O Homem de Ferro, por exemplo, tem a armadura toda feita de efeitos especiais. O Robert Downey Jr. não veste quase nada nas filmagens). José Padilha criou um universo crível, completamente possível de acontecer daqui 20, 30 anos (Tirando o que sobrou do corpo de Alex poder sobreviver, que foi fantasia demais).
Algumas pessoas estão reclamando que era remake não tem a acidez do original e também não é tão satírico quanto. Mas o cinema dos anos 1980 pedia isso, o cenário atual nem tanto. Robocop tem um roteiro praticamente sem furos, envolve o espectador e tem um ritmo muito bom. Não dá sono, mas também não é aquela correria tão louca que quem assiste fica até ofegante. A história com certeza dá abertura para continuações, o que provavelmente vai acontecer.
Recomendo.
Teca Machado
Oii amora
ResponderExcluirFui assistir semana passada com uns amigos
Concordo que em algumas partes principalmente na dos tiroteios eu também me sentia dentro de tropa de elite UISDHAUISDHUAISD José Padilha e o jeito brasileiro de ser.
Enfim, a única coisa que achei cansativa foi aquele jornal apresentado, poderiam ter feito menos.
Mas no restante o filme foi legal, eu também sempre fui fã de Robocop na infância kkkk <3
Ah, quando ele vestiu aquela "armadura" preta eu gritei: "Ué Robocop do BOPE agora?"
Beijos
http://lendocomaolly.blogspot.com
Olly,
ExcluirNo início eu achei legal o apresentador, na abertura do filme. Depois achei cansativo. Parece que colocaram mais vezes só porque já tinham pago mesmo o Samuel L. Jackson e queriam aproveitar mais ele, haha.
Quando pintaram da preto a armadura dele, eu adorei! Fiquei cantarolando a música do Tropa de Elite. #alouca (Mas aposto que muita gente fez igual).
Beijooooo