sábado, 15 de março de 2014

O rei da ganância em O Rei das Fraudes, de John Grisham


Os pecados capitais são sete e muito se vê de histórias sobre eles. Um dos filmes mais sensacionais sobre o assunto é Seven – Os Sete Crimes Capitais, com um Brad Pitt novinho e gato. Assistam e se surpreendam! Então, um dos pecados é a ganância e é exatamente sobre isso que fala o livro O Rei das Fraudes, de John Grisham, de quem eu já comentei obras aqui e aqui.


Sim, é sobre o universo jurídico. Sim, fala sobre leis. Sim, a legislação americana é um pouco diferente e às vezes a gente se perde. Mas dá de entender muito bem a história e não é preciso ser um advogado ou doutor em juridiquês para fazer a leitura.

Em O Rei das Fraudes conhecemos Clay Carter, que mora em Washington e tem um emprego meio ruim na defensoria. Ganha pouco, tem casos horríveis, sua sala é um aperto só. Seu pai foi um grande e famoso advogado que perdeu tudo o que um dia conquistou, então Clay vive um pouco à sombra do seu fracasso. Mas tudo bem, o protagonista é até feliz com a sua vida. Ainda mais porque namora Rebecca, a mulher dos seus sonhos. Quer dizer, namorava. Os pais muito ricos e esnobes convencem a garota de que Clay não vai dar nada da vida, que nunca vai poder dar um bom padrão social. Manipulável como ela é, Rebecca termina com ele.

Disposto a mudar de status e a reconquistar a ex, Clay aceita um emprego oferecido pelo misterioso Max Pace. Ele é um “bombeiro” que apaga os “incêndios” das empresas antes que os deslizes venham a público. Então, o homem lhe dá uma oportunidade milionária: Ações coletivas indenizatórias. No primeiro caso, Clay embolsa U$ 15 milhões. Sua consciência pode não estar muito limpa, mas a sua conta bancária fica muito feliz. E nem por isso Rebecca volta.

John Grisham

E como quando se ganha um pouco mais, o olho cresce, Clay fica ganancioso e passa a aceitar cada vez mais casos e a esbanjar o que ganha. Jatinho, ilha particular no Caribe, Porches, casas com 10 andares e por aí vai. Mas é como dizem: Quando maior a altura, maior o tombo

Clay é um personagem amável. O leitor pode até querer dar uma sacudida nele quando se torna um rico insuportável e dono da verdade, mas sabemos que a sua essência é boa, no final das contas. Ele foi ganancioso, seduzido pelo dinheiro. Mas vamos ser bem sinceros: Se você passasse de um emprego ruim a um milionário da noite para o dia, você não ia ficar meio doido? Acho que eu ia, não como o Clay, mas já nos primeiros U$ 15 milhões eu ficaria satisfeita, dava tchau a todos e ia passear pelo mundo por uns tempos. Rebecca é uma chata mimada. Eu sinceramente não gostei muito dela. E Max é tão dúbio que o leitor não sabe se ama ou odeia.

John Grisham nos apresenta mais uma obra muito boa. Para mim, tirando os livros não jurídicos, O Rei das Fraudes foi uma das leituras mais fáceis e menos densas dele. Gostei muito do enredo e achei bem diferente dos outros livros advocatícios dele. Acho que é preciso muita criatividade para lançar dezenas de obras mais ou menos no mesmo tema e sempre terem características únicas e boas reviravoltas. Não leio vários livros dele por ano, mas é sempre bom de vez em quando escolher uma das suas publicações.

Recomendo. E tenha cuidado com a ganância.

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Teca Machado

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