segunda-feira, 31 de março de 2014

O livro Gremlin: Um Conto do Destino, de Mark Helprin


Vocês se lembram dos Gremlins? Aqueles bichinhos que se reproduziam numa velocidade absurda se alguém os molhasse? Então, eu me senti assim lendo o livro Um Conto do Destino, de Mark Helprin. Quanto mais eu lia, mais páginas aquela criatura tinha. São 720 páginas infinitas de puro blá blá blá que quase me fizeram perder a fé na leitura (Para vocês verem como a coisa foi séria!). Descobri que ele são quatro livros que a editora Novo Conceito juntou em uma só edição, por isso nem sempre parece ter coesão.


Quando vi o trailer do filme baseado na obra, que passou nos cinemas em fevereiro, achei a coisa mais linda e fiquei morrendo de vontade de ler antes de assistir. Achei o livro em promoção por menos de R$ 10 (Agora entendo porque...). Quando postei uma foto dele falando que ia começar a leitura, a minha amiga Bia disse que o filme era ruim. Mesmo assim, ainda botava esperanças nele, um pouco menos, mas botava. Aí na primeira página há um recado do editor do livro falando que Mark Helprin é um mago das letras, que inventa palavras e escreve com neologismos e simbolismos. Minha animação morreu um pouco mais. Quando li o prólogo, pensei “Bom, vão ser 720 páginas muito muito longas...”. E eu estava certa. Já queria desistir na página 50, mas como parar um livro na metade vai contra os meus princípios, continuei. Sempre dou ao autor o benefício da dúvida até a última página.

Para início de conversa, não entendi grande parte da história. Quase nada tem sentido e o autor não nos explica o que significam aquelas loucuras, como morrer e “desmorrer” ser normal, uma névoa que cerca Nova York e mata as pessoas ou as leva para o futuro, um cavalo do tamanho de um urso e que voa, pontes de arco-íris, bandejas de ouro com uma frase sobre uma cidade justa ou  a porcaria de um lago no meio do nada que ninguém conhece ou sabe da sua existência, mas onde moram pessoas e tem um mistério (Dou um prêmio para quem me explicar o significa da metáfora do Lago da Coheeries). Ainda se fosse um enredo realmente fantasioso, do estilo das Crônicas de Nárnia e do O Senhor dos Aneis, tudo bem. Nesse caso a gente gosta dessas criações extremamente imaginativas, mas Um Conto do Destino não é esse tipo de livro. É “real”, vamos dizer assim.

Capa original do livro antes de ter o filme

Não sei se não sou filosófica o bastante ou não tenho a sensibilidade que Um Conto do Destino precisa, mas não gostei de jeito nenhum. E o pior é que depois que terminei o livro comecei a ler algumas resenhas sobre ele por aí e só vi gente falando bem, que é incrível, que é mágico, que é arrebatador. NÃO É NADA DISSO! Até me senti mal, porque pensei que que fui burra e não entendi. Mas olhando bem tais blogs que comentaram o livro, vi que todos eles têm parceria com a editora que o publicou no Brasil, então eles não “podem” falar mal. Eu, com toda liberdade de expressão que essa internet linda me proporciona, posso (E vocês sabem que eu falo bem de quase tudo. É muito difícil eu criticar obras. Sou super boazinha).

Vou tentar dar uma sinopse para vocês (O que não é fácil, acreditem): Na virada de 1899 para 1900, Peter Lake, um ladrão que vive na cidade de Nova York, vai roubar uma residência que pensa estar vazia. Quando arromba, descobre lá dentro a filha do dono, a linda e doente Bervely Penn. Eles se apaixonam à primeira vista e vivem um romance, mesmo que ela esteja definhando dia a dia. Essa é a parte que tem sentido, nas primeiras 100 páginas do livro. Depois a coisa desanda e as maluquices começam a acontecer e os diálogos passam a ser profundos e desnecessários. Até que Peter Lake vai parar na Nova York de 1999 (Sem nem envelhecer), perto da virada do milênio, sem se lembrar de quem era.

Mark Helprin

Mark Helprin é tão detalhista, mas tão detalhista, que nos “presenteia” com a descrição até da unha do dedão do pé do amigo do vizinho da avó de Peter Lake. Ok, exagero, ainda mais porque Peter Lake é órfão, mas vocês entenderam mais ou menos o que eu quis dizer.

Realmente sofri para terminar o que eu chamo de “um dos livros mais chatos do universo”. Passei três semanas para conseguir chegar na última página (O que é muito tempo para mim). Mesmo assim quero ver o filme, porque pelo trailer parece ser um pouco diferente.

Cena do filme com Beverly (Jessica Brown Findlay) e Peter Lake (Colin Farell)

Não recomendo. A não ser se você esteja com insônia. Nesse caso, ao ler três páginas de blá blá blá sobre a procura da cidade incrivelmente justa, você dorme rapidinho.

Teca Machado


18 comentários:

  1. Ainnn Teca estava ansiosa para ler sua resenha!

    Como te falei no twitter, assim que vi o trailer do filme fiquei mega empolgada para ler o livro, que tinha uma capa linda e parecia ser emocionante e maravilhoso. Então recebi o livro e confesso que desanimei, gosto de ler não é esse o problema, mas acho que as vezes os autores exageram demais.

    Para mim um livro tem que ser capaz de contar uma história por completo independente da quantidade de páginas, mas essa história precisa ser envolvente. E no meu caso não tem nada mais broxante que livros extremamente detalhistas como você mencionou.

    Amei sua sinceridade em relação ao livro! Vou pensar duas vezes antes de iniciar a leitura que pelo visto não vai me agradar =\

    Beijokas

    Mari - O Blog da Mari

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    1. Oi, Mari!

      Eu sou que nem você: O tamanho do livro não me assusta. Pelo contrário, fico triste quando é muito pequeno. Desde que a história seja envolvente e me prenda, não tem problema se chega a mil páginas.

      No caso do Um Conto do Destino, ele é desse tamanho porque depois eu descobri que são 4 livros em 1 (O que não melhora a sua situação, já que ele é bem sem sentido).

      Acho que não é o caso de não ler (Apesar de que eu poderia muito bem ter passado a vida sem ter lido ele), mas esteja com muita paciência, com a mente super aberta para o nonsense e com muito tempo disponível.

      Se você ler, me fala o que achou depois.

      Beijooooo ;*

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  2. AIIII FUI CITADA NO POST!!! EMOCIONEI! :~

    kkkkkkkkkkk
    Entããããooo.... olha pelo que li da sua resenha Teca, acredito até que o filme tenha um pouco mais de nexo que esse livro, não sei! Assista o filme sim, é BEM seila também kkkkk (na falta de palavra melhor) ... mas acho que vale um pouco mais a pena que o livro, as vzs eles mudaram um pouco, tentaram desenrolar um pouco esse livro doidão, no roteiro do filme!!!

    :D Mas bom ler a resenha, mesmo que falando mal! Já não chego nem perto!! kkkkk

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    1. Biaaaaaaa,

      Como não te citar depois de você ter me falado do filme? Hahaha.

      Vou assistir o filme, mesmo que também não tenha sentido. Pelo menos lá eu posso olhar para a cara bem gata do Colin Farell, hahaha. Pelo que parece do trailer, tem mais sentido mesmo, mas, sei lá, né? Essa história é tão louca.

      Depois te falo o que eu achei. E fique longe do livro! Hahaha.

      Beijooo ;*

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  3. Oi Teca,
    achei seu blog porque eu justamente estava procurando alguém que tivesse a mesma percepção que a minha: o livro é uma porcaria!!!!! Não entendi nada e cadê Lúcifer ou Lu????? O povo do vilarejo é massacrado, mortos brutalmente e não se comenta mais nada??? Esse cara,o autor, devia ter fumado orégano ou devia ser proibido de escrever novamente.
    Bem.....desabafei!!!
    Bjs
    Kátia

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    1. Kátia,
      Fico tão feliz de achar alguém com a mesma opinião que a minha, haha.
      Muita gente falando bem e eu simplesmente não consegui entender o porquê (Na verdade, não consegui entender o livro até agora).
      Acho que não foi nem orégano que ele fumou, foi manjericão mesmo, haha.
      Volte sempre e desabafe quando quiser.
      Beijoooo ;*

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  4. Concordo plenamente com o seu comentário. Está sendo o livro mais chato que eu já li em toda minha vida, e olha que eu não costumo achar nenhum livro chato. Como você, eu também estou me forçando a terminá-lo, por que não admito deixar um livro pela metade, mas confesso que está sendo difícil. A história tinha tudo para fazer do livro uma leitura maravilhosa, mas o autor se perdeu em tantas descrições vazias, passando, superficialmente, pelos diálogos e ações, sem falar que senti muita falta do tal romance anunciado. Foi como sentir o cheiro de uma comida que parecia deliciosa, e que ao prová-la, nos é tirada, restando apenas frustração;

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    1. Oi, Jaci!
      Que bom que você também está achando isso do livro e que é guerreira, não vai desistir até terminar. Eu dei uma chance para ele até a última página e fui decepcionada.
      Quando terminar, me fala o que você achou.
      Beijo e volte sempre!

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  5. Olá Teca, estava procurando por algum comentário honesto sobre o livro e achei o seu. Agradecida.
    Tamanho de livro não me assusta, mas não gosto de ler um livro sem chegar a lugar nenhum.
    Cátia

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    1. Oi, Cátia!
      Sinceramente, pelo que eu pesquisei por aí, a minha resenha é uma das únicas que falam mal do livro, haha. Fui honesta mesmo.
      E olha que eu raramente não gosto de uma história. Sou super fácil de agradar.
      Beijooo e volta sempre!

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  6. Oi Teca!

    Achei bem valida a sua opinião com relação ao livro. Ao contrario de você, não tive tanta facilidade assim para conseguir compra-lo. Sempre que eu o encontrava em algum site, logo descobria que já estava indisponível ( esse foi um dos motivos que me despertou mais a vontade de lê-lo) o segundo motivo foi o traille do filme, que também ñ assistir ainda. Mas voltando a obra...ainda ñ terminei de ler, embora já tenha passado da metade do livro,( confesso que pulei longos e chatos parágrafos em que o autor relatava situações, muitas da vezes corriqueiras e desnecessárias). Achei bem desnecessário também a quantidade de personagens sem futuro na historia, só serve pra vc se cansa e mais nada. Agora, quanto ao Lago da Coheeries, pra mim, é a Sibéria desconhecida dos americanos, simples assim. Do mais só resta termina de ler e dps me arrepender (rimo ;} ) poque o livro só presta até a pag 100.

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    1. Oi, Juliana.
      Você falou tudo: Só presta até a página 100. E mesmo assim mais ou menos.
      Fizeram tanto auê em relação a essa livro que achei que seria a coisa mais sensacional do mundo. Pena que leva do nada e chega ao lugar nenhum.
      Quando terminar, me conta o que você achou (E quais partes você pulou, haha).
      Beijooooo

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  7. Até que enfim encontrei seu blog...
    Ganhei este livro de presente de aniversário, comecei a ler, não entendia nada com coisa nenhuma, como vc mesma diz, quase nada tem sentido, fiquei curiosa e procurei informações na internet a respeito do tal livro, só achei coisas boas , e fiquei me achando insensível e burra rsrsrs... como sou persistente e nunca desisti de um livro continuei, inúmeras histórias paralelas que também não faziam sentido algum, assim como vc esse livro quase me fiz perder a fé e o gosto pela leitura, quis desistir inúmeras vezes, primeiro não desisti pq foi presente e li por consideração a quem me deu, e tb pq queria saber como essa porcaria ia acabar, e sempre esperando que a história desse uma reviravolta, todas as pontas soltas se ligassem e a coisa fizesse sentido, isso até a página 500, e pensava ainda tem 200 e poucas paginas pra isso acontecer...e nada, nada nada... nunca imaginei q alguma editora fosse capaz de publicar um livro tão ruim... Ai não me conformei com as criticas positivas q li no meu inicio de leitura e passei a buscar uma opinião sensata... Enfim achei mto obrigada por compartilhar sua opinião... Bjosss Ju

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    1. Oi, Ju!
      Como eu também só lia críticas positivas, fiquei até com medo de escrever essa e as pessoas me acharem burra ou insensível, do tipo "como assim você não entendeu essa história fantástica?", hahaha.
      Acho que o que acontece é que muitos blogs são parceiros da editora, então meio que não "podem" falar mal dos livros que receberam. Eu me sentiria muito mal falando bem desse.
      Fui igual você, na esperança de que tudo ia ser explicado no final. Doce ilusão...
      Fico feliz de saber que tem gente por aí que concorda comigo!
      Volte sempre!

      Um beijo

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  8. Teca, Comecei a ler o livro e me entediei completamente, como nunca desisto de livro nehum pela metade fui continunado e lendo comentários (todos elogiosos não sei por que). Sempre fui imaginando que iria melhorar e por incrível que pareça foi piorando a cada página até um final ruim demais, sem nexo, sem dúvida o pior livro que já li. Os personagens são fracos, inclusive o principal, em nenhum momento foi cativante. Alguns parecem que serão interessantes, exemplo o Hardesty, mas depois vira uma porcaria também.Tenho um arquivo onde relaciono todos os livros que leio e coloco o conceito ao lado, ótimo, muito bom, bom, etc... Desculpe a sinceridade e a indelicadeza, mas nesse coloquei: "bosta".
    Obrigado pelos seus comentários, pensei que o problema era eu.
    Nelson

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    1. Oi, Nelson!
      Fico tão feliz de saber que há gente por aí que concorda comigo sobre esse livro horrível, hahaha.
      Penso o mesmo que você: nenhum personagem cativante. Fora tudo ser sem nexo. Que porcaria era aquela névoa? E a bandeja de ouro do Hardesty que tinha uma espécie de poder sabe-se lá por que?
      Enfim, há muitos elogios a ele por aí porque grandes blogs são parceiros das editoras e acaba que não podem muito falar mal dos livros (ou nem leem antes de publicar algo). Ou mesmo para se fazer de inteligente, hahaha.
      Voltei sempre!
      E não se preocupe, o problema não é você, é o autor mesmo :P

      Beijo

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  9. Hahaha Teca li o livro e entendi ele, o segredo não está na história em si, e sim na ideia que ele quer passar para o leitor, ele passa um ensinamento grande se Vc olhar com um contexto geral e não focado nos detalhes dele, achei fantástico o modo como o autor criou personagens distintos e os uniu pouco a pouco, porém ele realmente exagerou em algumas passagens, e algumas coisas ficaram sem sentido, mais como eu disse, a história n está nas 720 páginas, esta no modo q o como se olha pra ela..

    Bjss

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  10. como faço para achar o livro com a capa original?

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