Filme igual, mas completamente diferente de tudo: A Mentira
Os filmes que se passam em escolas americanas de ensino médio são
tantos que às vezes a gente tem a impressão de que são todos iguais e que os
enredos são extremamente parecidos. A garota bonitinha que não se encaixa em
nenhum grupo, a malvada que é rainha do colégio, o bonitão jogador de futebol. A
Mentira, produção de 2010 do diretor Will Gluck, tem tudo isso, é verdade, mas é
bem diferente de tudo o que você já viu nesse sentido.
A começar pela protagonista, a sempre excelente Emma Stone. Eu acho
que gostei de todos os filmes que já assisti com ela, sendo os preferidos esse
e Amor A Toda Prova. Ela é irreverente, sarcástica e engraçada. A atriz me
passa a impressão de estar sempre se divertindo nos papeis que faz e que ela é
assim na vida real. E apesar da leveza com quem leva tudo ainda dá para
perceber a seriedade em como trabalha. Tanto que em momentos cômicos ela é
ótima, mas em momentos dramáticos é mais ainda. Fora que é linda e ganhou o prêmio
de Melhor Comediante do MTV Movie Awards com esse filme, que também foi eleito
como Melhor Comédia do Ano no Critics’ Choice Awards.
Quando a personagem ainda era "invisível"
Em A Mentira vemos Olive (Stone) passar de invisível para a piriguete
da escola. Antes ninguém a enxergava, mas também não sofria bullying, então
estava tranquila seguindo a sua vida. Quando a sua única amiga Rhiannon (Aly
Michalka) está contando sobre um encontro, Olive não quer ficar para trás e
inventa sobre como também se encontrou com um cara mais velho e dormiu com ele.
A beata princesa da escola Marianne (Amanda Bynes) escuta e espalha a história,
fazendo com que todos da escola comecem a falar mal da sua reputação.
Marianne, a beata, e Olive, a supostamente pervertida
Então, Brandon (Dan Byrd), um amigo de Olive, pede para ela um favor.
Ele é gay enrustido e não quer que as pessoas saibam, apesar de muitos
comentarem o fato. Brandon quer que Olive finja que dormiu com ele para realçar
a sua masculinidade, afinal, ela já está com má fama mesmo. O plano dá certo e
a garota vai ficando cada vez mais falada. Só que depois disso, os gordinhos, os
geeks, os esquisitos e os excluídos chegam a Olive pedindo o mesmo que Brandon
e ela entra na personagem de piriguete sensual enquanto os homens babam e as
outras garotas criticam, mesmo a invejando secretamente.
Entrando na personagem
Tendo como plano de fundo o romance A Letra Escarlate, de Nathaniel
Howthorne (Uma mulher que cometeu adultério e precisou andar pela cidade com
uma letra A vermelha grudada em suas roupas como um estigma), A Mentira te
envolve e faz você rir muito. Apesar do bom humor do filme, ele traz algumas
reflexões, o que é feito de forma inteligente e sem querer ficar dando lição de
moral no espectador. Com diálogos inteligentes, a produção tem referências a
clássicos da Sessão da Tarde, como Curtindo A Vida Adoidado e O Clube dos
Cinco.
Casal
O elenco é excelente. Um destaque para os pais de Olive, interpretados
por Stanley Tucci e Patricia Clarkson, que são insanos, e para Thomas Haden
Church, o professor preferido de Olive, e Lisa Kudrow, sua esposa. Temos também
um mocinho, é claro, Penn Badgley, o Dan de Gossip Girl. Mas nesse filme até o
amor entre garoto e garota é diferente, nada meloso.
A de A Letra Escarlate
Não deixe de assistir a cena em que Olive canta e dança loucamente a
música Pocketful of Sunshine, de Natasha Bedingfield. É impagável.
A Mentira é o tipo de filme que eu gosto de assistir repetidas vezes e
sempre que está passando na televisão.
Recomendo muito.
Teca Machado
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