segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Para Roma, Com Amor – Essa linda!


Como eu adorei o filme Meia Noite em Paris (Comentei aqui), do Woody Allen, imaginei que Para Roma, Com Amor, também dele, seria no mesmo estilo. Ainda mais porque se trata de uma das cidades que eu mais tenho vontade de conhecer na vida. Sendo bem sincera, eu gostei. Achei o filme divertido, mas nem chega aos pés da produção anterior do diretor.


Para Roma, Com Amor conta quatro histórias que nunca se cruzam. O único ponto em comum entre elas é que passam na capital da Itália (E quase todas falam sobre sexualidade, adultério e frustração com algum aspecto da vida). 

Uma tem Woody Allen como personagem. Ele é um produtor musical aposentado que nunca fez muito sucesso por ter ideias “a frente do seu tempo”, para não dizer malucas. Quando conhece o sogro (Fabio Armiliato) da sua filha (Alison Pill), vê que ele é um excelente cantor de ópera, mas tem uma particularidade (Que eu não vou contar senão perde a graça). Então, Woody Allen monta uma produção de Pagliacci que me fez dar risada e foi o momento nonsense do filme.

 Woody Allen, o produtor fracassado

O cantor

Outro enredo mostra um casal recém-casado (Alessandro Tiberi e Alessandra Mastronardi) em lua-de-mel que sem querer se perde na cidade e se separa por algumas horas. Quando o marido se encontra com tios muito rígidos para discutir um emprego em Roma, a esposa é confundida com uma prostituta (Penelope Cruz) e ele não pode desmentir sem causar má impressão. Enquanto isso, a sua mulher de verdade passeia pela cidade com um astro de cinema.

Recém-casados 

Agora com a garota da programa

A terceira história tem um arquiteto de sucesso de meia idade (Alec Baldwin) que se encontra com um rapaz (Jesse Eisenberg) e começa a dar conselhos amorosos ao jovem. O estudante está dividido entre ficar com a namorada certinha e insegura (Greta Gerwig) ou trocar pela sua problemática melhor amiga (Ellen Page). Não se sabe se Baldwin é fruto da imaginação de Eisenberg ou se Eisenberg é um reflexo da juventude de Baldwin.

Baldwin e Eisenberg 

Ellen Paige, a outra problemática

A última mostra os dias de um homem mediano, comum, previsível e sem graça que certa manhã acorda e é perseguido por jornalistas e paparazzis que querem saber todos os aspectos da sua vida. Sem entender o porquê, ele curte o momento e pega todas as regalias de ser famoso “só por ser famoso”, para depois sofrer a melancolia de ser esquecido, de cair no ostracismo.

Paparazzis

O famoso por ser famoso

As ideias das histórias são interessantes, mas nenhuma faz o espectador cair de amores. A impressão que eu tive é a de que Woody Allen não colocou alma e coração nesse filme. Foi  para mostrar a cidade, não tanto para as histórias. Ele deve ter pensado “Já filmei em Londres (Match Point), Barcelona (Vicky Cristina Barcelona) e Paris (Meia Noite em Paris). Ó, céus, o que eu invento para Roma?”. O cenário pareceu mais importante do que o enredo. Não que eu esteja reclamando, afinal, a capital italiana é lindíssima.

Para Roma, Com Amor é divertido e agradável de assistir, mas não é um filme que me marcou ou que eu vá indicar com fervor para outras pessoas, que é o caso de Meia Noite em Paris. Woody Allen, para mim, tem disso. Alguns filmes eu amo (Match Point), outros eu apenas gosto (Para Roma, Com Amor) e uns não fedem e não cheiram (Vicky Cristina Barcelona).

Recomendo.

Teca Machado

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