Nicholas Sparks volta a sua forma original em Uma Longa Jornada

Vou ser bem sincera com vocês: Não me apaixonei pelos últimos livros do Nicholas Sparks. Gostei, mas não foi algo arrebatador de me deixar com as pupilas em formato de coração por algumas horas. Me senti assim com seus primeiros romances. Tinham mais alma. Mas os lançamento recentes foram quase “esquecíveis” para mim. Me passaram a impressão de serem meramente comerciais, escritos para vender mais e mais. Na verdade, até fiquei meio desanimada de ler os livros dele. Mas o seu mais novo, Uma Longa Jornada, reacendeu a minha paixão por esse autor que deve entender melhor as mulheres do que nós mesmas.

O mercado editorial brasileiro é um dos que mais amam o Nicholas Sparks. Tanto que Uma Longa Jornada foi lançado no Brasil antes mesmo de ser publicado nos Estados Unidos. A capa, diferente das demais da editora Arqueiro, responsável pelo autor, não mostra um casal quase se beijando com um pôr do sol ao fundo. Ela foi votada por internautas, que a escolheram entre algumas opções.

O enredo de Uma Longa Jornada é pontuado por duas histórias de amor completamente diferentes: A de Ira e Ruth e a de Sophia e Luke. 

Ira é um carismático senhor de 90 e tantos anos que ficou casado por mais de 50 anos com Ruth. Teve uma vida comum, porém extraordinária e cheia de amor. Há nove anos sofre com a falta da esposa que faleceu e com problemas de saúde, o que é normal para um homem da sua idade. Certo dia, enquanto dirige por estradas cheias de neve, sofre um acidente de carro. Preso nas ferragens, com ferimentos graves e sem muito o que fazer, começa a ter visões de Ruth. O casal conversa e vai relembrando sua vida em conjunto, desde muito jovens, quando se conhecem antes da II Guerra Mundial, até os seus últimos dias já idosos.

Sophia é filha de imigrantes europeus. Faz curso de História da Arte na universidade e sonha em trabalhar num museu. No momento o seu maior problema é Brian, um ex namorado que a está assediando. Num sábado, depois que sua melhor amiga insiste muito, Sophia vai a um rodeio. Brian aparece e ao fazer um escândalo agarrando o braço da garota, aparece Luke, o peão vencedor da noite, que vai ao resgate da donzela em apuros.

Luke é lindo, sexy, alto, de olhos azuis e, - adivinhem! – mora no Estado da Carolina do Norte (Como todos os homens perfeitos de Nicholas Sparks). Fazendeiro, ele cuida das terras da família com a mãe. Apesar das diferenças gritantes, Luke e Sophia se apaixonam perdida e instantaneamente. Mas o homem guarda um segredo que pode destruir a felicidade do casal.

Nicholas Sparks

A história do simpático e bondoso velhinho de 90 anos se cruza com a dos jovens apaixonados de uma maneira incrível no desfecho do livro (Que eu, diga-se de passagem, amei!). Vivem relacionamentos diferentes, dificuldades diferentes, em décadas diferentes, mas o amor que os une tem a mesma intensidade e relevância.

Uma Longa Jornada tem seus capítulos divididos entre os olhos de Ira, Sophia e Luke. Quando é sobre o idoso, é narrado em primeira pessoa. Já o outro casal é em terceira. Talvez por ser pela visão do próprio Ira, a história dele e de Ruth é um tanto mais emocionante, pessoal e do tipo que aquece o coração. Não que o enredo de Luke e Sophia não seja bonito. É lindo e eu gostei muito. É até mais interessante (E irreal) do que o outro, mas Ira e Ruth nos conquistam pela simplicidade e semelhança com a realidade.

Detalhado, mas sem ser descritivo demais, o livro tem todos os ingredientes comuns ao autor: Romance, drama, sorrisos, lágrimas e até mesmo um pouquinho de sobrenatural nas aparições de Ruth. Posso dizer que Nicholas Sparks voltou com tudo!

Mesmo antes do lançamento, Uma Longa Jornada já tinha o seus direitos cinematográficos comprados e o filme provavelmente estreia em 2015. Será a nona obra do autor transformada em longa metragem. Não está confirmado definitivamente, mas Kristin Kreuk está cotada para viver Sophia (Apesar de a personagem ser loira e eu ter imaginado alguém mais como a Amanda Seyfried) e Chris Gostoso Evans para ser Luke.

Terminei a leitura ontem, 1º de janeiro. Posso dizer que comecei o ano bem. Recomendo muito.

Teca Machado