E Se Fosse Verdade... – Sobre o livro, não o filme


É muito difícil isso acontecer, mas, de vez em quando, o filme é melhor do que o livro. Vi poucos casos assim. Geralmente quando um livro muito amado tem a sua versão cinematográfica, nós, leitores enjoados, ficamos reclamando que “isso não tinha na história” ou “cortaram a melhor parte”. Só que essa semana eu terminei de ler E Se Fosse Verdade..., de Marc Levy, e achei a versão de cinema com Reese Witherspoon e Mark Ruffalo muito melhor. Não que não tenha gostado da obra em papel, mas o filme é mais legal (É do tipo que sempre que está passando paro para assistir. Adoro!).

Achei a capa simplesmente linda! 

Não sabia que E Se Fosse Verdade... era um livro de 1996, o primeiro de Marc Levy, autor francês de O Primeiro Dia (Que vivo namorando a capa quando vou à livraria – Entenderam a dica? Meu aniversário está chegando, haha) e muitos outros. Ele escreveu simplesmente para que o seu filho pudesse ler quando chegasse à idade adulta e acabou virando um sucesso. Em 2005 foi transformado em filme porque Steven Spielberg achou a história ótima e ofereceu U$ 2 milhões ao autor pelos direitos autorais. Steven, se quiser te vendo o meu I Love New York até mais barato do que isso! Hahaha.

Confesso que li esperando encontrar uma história parecida com a do filme. Mas as diferenças são gritantes. O que é mantido é o seguinte: Lauren, uma dedicada e meio reclusa estudante de medicina, sofre um acidente de carro e entra em coma profundo. Seis meses depois, um homem (No livro Arthur e no filme David) aluga o apartamento que era dela e encontra o “fantasma” (Entre aspas porque ela, na verdade, não morreu) de Lauren no local. Ela diz que ninguém além dele consegue vê-la, escutá-la ou tocá-la, mas é lógico que ele não acredita. Depois de algumas provas ele se convence. A partir daí ambos começam a brigar, a se amar e a tentar salvar a moça de ter as máquinas que a mantém viva desligadas.

Marc Levy

O filme tem um tom engraçado e Lauren e David brigam o tempo todo até conseguirem se acertar. Já o livro possui mais sensibilidade e se desenrola devagar. O amor de Lauren e Arthur me pareceu meio mecânico. Do nada apareceu e pronto, já eram enlouquecidos um pelo outro.

Os diálogos que Marc Levy cria são carregados de sentimento e, mais uma vez eu digo, de sensibilidade. Em alguns momentos parece até poesia, principalmente quando Arthur fala sobre as suas convicções e visões de mundo. Às vezes chega até a ser cansativo e com muito blá blá blá, mas, por sorte, isso não dura muitas páginas.

Arthur é um doce. Lauren é legal, mas não ganhou meu coração desesperadamente. Paul, amigo de Arthur, para mim foi um dos personagens mais interessantes do livro. Engraçado, sarcástico e irônico, seus comentários me faziam sempre rir.

Poster do filme (Que também virou a capa do livro em algumas edições)

Pesquisando por aí vi que E Se Fosse Verdade... é um livro que deixa as pessoas meio ambíguas em relação a ele. A maioria dos comentários que eu vi fala o mesmo que eu: O livro é bom, mas o filme é melhor e mais dinâmico. Vi muita gente também dizendo que não é a melhor das obras do autor. Espero em breve ler outros livros dele e chegar a essa mesma conclusão, porque há muito tempo escuto maravilhas sobre Marc Levy.

Recomendo.

Teca Machado

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